quarta-feira, 9 de maio de 2012

O MODO CHAYENE DE ADMINISTRAR



As peças de publicidade da Prefeitura e do governo do Estado, atualmente vinculadas na televisão, são um retrato de um espetáculo manipulatório. Em termos de conteúdo, trata-se de uma fantasia sem lugar, pois o modelo de saúde, de educação, de habitação e de emprego gerado é tudo imagem. E quando tudo vira imagem não há mais o que falar, não há o que refletir, é o fim da política. O fazer político torna-se um simulacro, um espetáculo.A política como espetáculo, segundo Debord, não é apenas um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediada por imagens. Trata-se de uma produção de consumo de bens materiais e simbólico num advento de exploração psíquica do indivíduo pelo capital, onde a imagem emerge como forma final da mercadoria, no campo econômico, e manipulação de consciência, no plano político e cultural.

As administrações da Capital e do Estado, conduzidas como uma sociedade do espetáculo, reproduzem o modelo comportamental da personagem Chayene, da ficção mágica da novela Cheias de Charme. Chayene é uma personagem simulada, arrogante, desrespeitosa com seus funcionários, colocando-se acima da lei, poderosa e que pensa ser amada pelo público em função do seu poder de manipulação espetacular.

O modelo Chayene de administrar é cego para problemas cuja amenização ou solução não encontre formas de o capital auferir lucros. Assim, na deriva urbana, nossas praças e logradouros são ocupados por indivíduos sem-tetos, gente que joga com os signos do destino e de um tempo sem economia, vidas que mudariam de rumo com um investimento bem aquém do que vem sendo feito para iniciativa privada em função da realização de meia dúzia de jogos da copa. Todavia, salvar vidas não é um imperativo moral para o modelo Chayene de administrar a ordem capitalista.

E para continuar com o espetáculo, para as próximas eleições em Fortaleza, o poste sem luz preferido por Chayene já sinaliza, pelo uso político que vem fazendo da secretaria municipal de educação, que será um El-mamo na coisa pública. Agora é possível entender o slogan “Fortaleza bela”, significa que temos uma política como espetáculo, como simulacro.


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