terça-feira, 30 de novembro de 2010

Revista Primeiros Estudos: estamos recebendo trabalhos


A Revista Primeiros Estudos - Revista de Graduação em Ciências Sociais está recebendo artigos, resenhas e traduções para a sua primeira edição, que será referente ao primeiro número e volume a ser lançado no primeiro semestre de 2011. A chamada para trabalhos vai até dia 31/01/2011. Acesse www.fflch.usp.br/primeirosestudos, vá na seção "Sobre a Revista" e clique na opção "Submissão Online" para ler os procedimentos e normas para o envio de trabalhos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dica de filme: Crash - No limite





O longa vai além das aparências e princípios. Eis o grande trunfo.  Tudo começa com a dondoca Jean Cabot (Sandra Bullock), esposa de um abonado promotor (Brendan Fraser). O casal que vive numa cidade do sul da Califórnia tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. Após ter sua vida virada de cabeça para baixo, ela decide trocar os miolos de suas fechaduras, (ela chega até a desconfiar do chaveiro), acaba percebendo-se sem rumo e sem amigos.

Contudo, a dupla de assaltantes acaba realizando um acidente que acaba por aproximar habitantes de diferentes origens étnicas e classes sociais da cidade de Los Angeles, como por exemplo: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, um imigrante persa e sua filha, isto é, todos personagens estão entrelaçados de maneira bastante inteligente em toda a trama.

Fonte: http://www.resenhando.com/set/s11606.htm

Repassando posicionamento do Centro de Estudos Observatório das Favelas...

Nota do Observatório sobre acontecimentos no Rio

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Observatório de Favelas: http://www.observatoriodefavelas.org.br
 
Segurança - 26/11/2010 17:01

 
Em virtude dos últimos acontecimentos na região metropolitana do Rio
de Janeiro, o Observatório de Favelas repudia todo e qualquer ato de
violência, seja ele oriundo das organizações criminosas ou de
instituições do Estado. Consideramos um retrocesso na política de
segurança pública uma retomada da intervenção policial pautada pela
lógica do confronto e pelo discurso da “guerra”. Diante do quadro
atual, é fundamental que a polícia atue priorizando a inteligência, a
estratégia e, sobretudo, a valorização da vida de toda a população,
sem exceção.
 
A sensação de insegurança generalizada tem provocado um clamor, por
parte de diversos setores sociais, por intervenções duras das forças
policiais. Parte da população espera inclusive que a polícia entre nas
favelas para matar. O risco que corremos diante desse quadro é o da
legitimação social de práticas como o uso abusivo da força, execuções
sumárias e outras formas de violações de direitos.
 
O número de mortes registrado nos últimos dias e o uso ostensivo de
equipamentos bélicos aponta para um panorama extremamente preocupante.
A letalidade não pode de forma alguma ser apresentada como critério de
eficiência da atuação policial, nem como "dano colateral" de uma
operação. Nada justifica a perda de vidas em uma intervenção do
Estado. Não podemos ver a repetição de ações como a ocorrida em junho
de 2007, na operação que ficou conhecida como “Chacina do Alemão”. Na
ocasião, 19 pessoas morreram, muitas com indícios de execuções
sumárias.
 
Em um momento como este, os moradores das áreas atingidas pela atuação
das forças de segurança sofrem uma série de violações de direitos. Têm
cerceados direitos fundamentais como o de ir e vir e o acesso às
escolas, por exemplo. .
 
É imprescindível que a ação do Estado tenha como foco a garantia da
segurança e a proteção da vida dos moradores de todas as áreas da
cidade. Infelizmente, o que presenciamos é que os efeitos da violência
atingem de forma mais contundente a população que reside nas áreas
mais pobres da cidade, o que tem sido um traço histórico das operações
policiais realizadas no Rio de Janeiro. E isso tem que acabar.
 

domingo, 28 de novembro de 2010

A sociologia crítica de Franco Ferrarotti


"Uma investigação põe sempre, inevitavelmente, um problema político."


Gostaria de ter encontrado o livro de Franco Ferrarotti Uma Sociologia Alternativa quando ainda cursava ciências sociais, mas só o achei no término do curso.

E gostaria de tê-lo encontrado por um motivo bem simples, ele teria sido o meu guia, o mestre que não tive. O livrinho teria me ajudado a esclarecer muitas das minhas dúvidas que surgiram no decorrer do curso sobre a relação entre ideologia, escolas, método e ciências sociais. Dúvidas que criavam impasses insolúveis devido a minha formação ainda inicial.

Não existe edição brasileira para o livro, o que dificultou meu encontro com ele, apenas portuguesa, que saiu pela editora Afrontamento.

O subtítulo do livro, da sociologia como técnica do conformismo à sociologia crítica, explicita seu conteúdo. A obra é, nas palavras de Ferrarotti, um acerto de contas com ele mesmo, mas que não se limita a um fato privado. É também mais que um programa e menos que uma estratégia, eu diria que é uma bússola.

O livro é composto de curtos "tiros sociológicos", pequenos textos que versam sobre a natureza do pensar sociológico e suas implicações metodológicas, sociais e sobretudo políticas. O tom, as vezes, é cáustico, o que Ferrarotti adverte no início, mas a colocação dos problemas e o raciocínio são perfeitamente claros e bem articulados.

Os títulos dos capítulos dão uma amostra da obra: O objeto da sociologia crítica não é a sociologia; Os conceitos sociológicos não são meta-históricos; O que está por detrás dos números; O operário como pessoa mutilada; A racionalidade irrazoável; Desprivatizar a ciência; A auto-censura da sociologia urbana etc.

Pelo espírito crítico e a veia rigorosa no tratamento sociológico das questões, coloco este italiano na mesma galeria de pensadores brasileiros como Florestan Fernandes e Octavio Ianni.

Penso que todos devíamos fazer uma "confissão" ao término de nossos cursos para exorcizarmos nossos demônios epistemológicos e termos clareza para dar os próximos passos. O que Ferrarotti fez em seu livro, serve como método para todos nós.

Aos poucos irei retomar no blog algumas das problematizações colocadas pelo sociólogo italiano a luz da conjuntura científica e política atual.

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FERRAROTTI, Franco. Uma sociologia alternativa: da sociologia como técnica do conformismo à sociologia crítica. Coleção Crítica e Sociedade nº 6. Tradução António Esteves. Portugal: Afrontamento, 1976. 184p.
 
 
 
eu vi essa postagem no Sociologia de Combate

A Sociologia do Capitão Nascimento: Gás de pimenta para temperar a ordem.

A "Sociologia do Capitão Nascimento", nova ideologia policial encomendada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, repousa em três pressupostos fundamentais:
1) o narcotráfico é a principal causa da violência no Rio;
2) há uma guerra em curso, no Rio, contra o narcotráfico;
3) numa guerra, todos os meios são válidos, principalmente a tortura e a execução sumária.
Tropa de Elite é uma exposição didático-popular da Sociologia do Capitão Nascimento, cujo objetivo é tornar aceitáveis para as classes médias do país, a massa consumidora que constitui a chamada "opinião pública", os pressupostos 2 e 3. Tornando-os aceitáveis, as conclusões da Sociologia do Capitão Nascimento parecerão justas e corretas. Quem admitir que a polícia do Rio está em guerra com os traficantes, admitirá também a tortura e a execução sumária como métodos válidos. Como os brasileiros são, em geral, partidários da política de "Guerra ao Terror" de George Bush, é natural que se sintam inclinados a apoiar a política de "Guerra ao Tráfico na Favela" implementada pelos empregados pobres do governo dos EUA no terceiro mundo. 
Quanto à veracidade dos fundamentos dessa nova doutrina policial, percebe-se de imediato o seguinte:
i- O primeiro pressuposto é discutível;
ii - O segundo é falso;
iii - O terceiro é discutível.
É dessa ambigüidade das bases da doutrina, além é claro do apelo dramático obtido com a exposição cinematográfica, que decorre a aceitação passiva dela por parte da opinião pública. Enunciada sem o filme, sem o apoio incondicional da mídia, a Sociologia do Capitão Nascimento não passa de uma típica asneira proveniente das mentalidades apodrecidas e corruptas que governam o país. Entretanto, com o apoio do Wagner Moura e do Padilha, com o eco da Veja e de milhões de distantes espectadores, que conhecem a suposta "Guerra do Rio de Janeiro" apenas pelo Jornal Nacional, a doutrina adquiriu numerosos seguidores. Como toda ideologia encomendada pelo Estado, a Sociologia do Capitão Nascimento visa justificar uma política injustificável. Há muito tempo a situação do Rio saiu do controle. Os traficantes e as milícias privadas (formadas por ex-policias, bandidos e oficiais de carreira) governam dezenas ou mesmo centenas de favelas. O Estado perdeu o controle de porções imensas da capital. Milhões de seres humanos vivem sob o regime despótico e insano do crime organizado. Isso não quer dizer, naturalmente, que os bairros da capital que ainda recebem alguma assistência do Estado não estejam também sob um regime igualmente bestial e despótico. Significa apenas que há dois tipos de poderes no Rio de Janeiro dos nossos dias: 1. o poder dos traficantes e das milícias privadas; 2. o poder do Estado. Esses dois poderes estão em conflito. Não porque se odeiem mutuamente, mas porque o poder do crime organizado comete muitos excessos. É desagradável mesmo para a burguesia do Rio (que nutre desejos nada secretos de promover uma limpeza étnico-social com o extermínio em massa dos favelados) ver nos noticiários estrangeiros pessoas sendo queimadas vivas em coletivos. Quando esses excessos são cometidos na favela, tudo bem, não tem importância. Quando pessoas são esquartejadas, mutiladas, torturadas ou queimadas vivas na favela, não há problema. A burguesia não está nem aí. Mas quando a notícia sai no Times ou no Le Monde, ela sente uma espécie de mal estar. Não pelas vítimas ou pelas atrocidades em si, mas porque as ações de suas companhias aéreas na bolsa começam a cair. A indústria do turismo sofre em demasia com os excessos praticados pelos narcotraficantes. 
A morte de um João Hélio ou mesmo a de um pobre como o Jorge Cauã, quando é divulgada na Europa ou nos EUA, causa perdas significativas para os poderosos donos das agências de viagens, redes de hotelaria e turismo. 
Mas é claro que o Governador do Estado do Rio de Janeiro e seu Secretário de Segurança Pública não estão nem um pouco preocupados com o mundo das favelas. O Estado não se importa nem um pouco com o crescimento do crime organizado, pois há milhares de fortes acionistas do crime organizado no interior do Estado. Em certo sentido, o Estado é o crime mais bem organizado que existe. Ele mantém a desigualdade social, ele legaliza a expropriação secular dos oprimidos. Ele assegura o funcionamento regular da escravidão assalariada. É o Estado que garante que 100 milhões vivam na pobreza, dos quais 50 milhões na miséria, enquanto os senhores Joseph & Moise Safra, os Andrade Faria, os Jorge Paulo Lemann, os Antônio Ermírio de Moraes, os Bozano-Simonsen, os Santos Diniz, os Hermam Telles, os Seabra, os Steinbruch, e mais alguns outros, detenham fortunas pessoais que alcancem somadas a extraordinária cifra dos 30 bilhões de dólares! Ora, com todo esse dinheiro, esses senhores desejam aproveitar o Brasil. Eles querem gozar o seu "Paraíso Tropical". Eles querem o Rio de volta para eles. Eles querem os prazeres de Copacabana, Ipanema, Leblon, Zona Sul... De que adianta possuir uma fortuna estimada em bilhões de dólares e levar um balaço na cabeça em um semáforo, disparado por um molequinho de rua armado com um 38? Não adianta nada. Nem todo o dinheiro do mundo vai reconstituir os pedaços da cabeça da ex-senhora Gerdal, que passeava tranqüilamente no Leblon, em sua Mercedes blindada, quando cometeu o erro de deixar o vidro aberto e seus miolos saíram voando. A burguesia quer paz. A burguesia quer tranqüilidade. Ela acumulou enormes fortunas com séculos de esforços árduos das classes exploradas. Ela acumulou fabulosas quantias de dinheiro fazendo do Brasil um dos países mais desiguais do mundo. Séculos de terrível exploração, misérias, escravidão, esforços sobre-humanos extraídos das massas trabalhadoras, séculos de parasitismo social, para acabar assim? Com a cabeça despedaçada por um 38? A burguesia está cansada. Ela cansou disso tudo. Ela não suporta mais as dimensões que a miséria adquiriu. Ela quer o Rio de volta.E ela não quer que seus sócios do morro, ligados à poderosa indústria mundial do tráfico de armas e entorpecentes, cometa excessos diante da opinião pública. Se for na favela, escondido, tudo bem. Mas na frente das câmeras, não! Mas como conseguir a paz num regime de fome, penúrias, privações, sofrimentos, angústias, terror, violência? Como conseguir a paz nessas condições? Com passeatas ridículas? Com campanhas pelo desarmamento?
Nesse ponto, a mentalidade do burguês, embotada pelas cifras dos rendimentos de suas aplicações, chega à seguinte conclusão:"Senta o dedo nessa porra!"É claro, porém, que o burguês não vai ele próprio botar a mão na massa, lógico que não! Ele tem seus empregados.É nessa hora que entram em cena o Governador do Estado, o Secretário de Segurança Pública e a Rede Globo. Eles dizem:"Estamos em guerra. Caveira! Temos que usar todos os meios disponíveis. Precisamos torturar e matar. Antes disso, vamos preparar o terreno. Vamos fazer um filminho. Cinema para o povão. Um filme bem didático, com bastante narração em off que é pro povão entender, principalmente a classe média, que é burra. Vamos fazer um filminho capaz de desumanizar as pessoas. Vamos fazer um filminho capaz de tornar cada imbecil telespectador do Jornal Nacional um apoiador incondicional de nossos conflitos televisivos como o narcotráfico. 
Vamos fazer um filme de tal maneira que as pessoas acreditem que é justo matar e torturar. Vamos transformar nossas tropas de extermínio em 'Tropas de Elite'. Seus executores e torturadores virarão heróis. Assim, a classe média que assiste a 'guerra do Rio' pela TV vai achar que estamos fazendo um bom trabalho de combate ao crime. E, principalmente, conseguiremos deixar os turistas estrangeiros mais tranqüilos. Precisamos mostrar a eles que em breve, se conseguirmos controlar esses animais, o Rio se tornará mais seguro. Caveira neles!" E aí é lógico que sempre tem um Global à disposição. É lógico também que sempre haverá os capitais de uma multinacional como a Miramax à disposição.Foi assim que eles conseguiram difundir a Sociologia do Capitão Nascimento, que é a versão tupinambá da política de "tolerância zero" nova-iorquina, a versão terceiro-mundista das políticas de repressão contra imigrantes dos países europeus, a versão Made In Rede Globo da guerra contra a pobreza travada nos países imperialistas. 
Tropa de Elite é essa merda toda. Mas cuidado.O filme não é propriamente fascista, pois a classe dominante brasileira não deseja o fascismo.A classe dominante brasileira está muito satisfeita com o governo Lula. Afinal, "nunca antes nesse país" os banqueiros ganharam tanto dinheiro! "Nunca antes nesse país" os capitais estrangeiros especulativos foram tão bem remunerados! "Nunca antes nesse país" os usineiros puderam contar com um herói tão abnegado! "Nunca antes nesse país" as companhias aéreas tiveram tantos privilégios, podendo até derrubar aviões à vontade! "Nunca antes nesse país" os corruptos foram tão privilegiados, contando com fantásticas absolvições e com a blindagem concedida pelo próprio Presidente da República! Os pobres favelados do Rio de Janeiro, coadjuvantes involuntários das filmagens da "guerra", perceberão rapidamente a natureza real dessa política. Porque eles perderão ainda muitos Jorge Cauãs, centenas, milhares deles. E para piorar, agora que a execução sumária e a tortura foram legalizadas, essas mortes se tornarão ainda mais dramáticas. A classe média, por sua vez, a prostituta dessa trágica novela, se tornará cada vez mais favorável ao terror, porque ela gosta de ver cenas de combate, de tortura, de repressão. Na TV é tudo muito bonito. A classe média adora! Ela se sente mais segura quando vê um helicóptero disparando contra bandidos desarmados em fuga. Ela adora isso! O único problema é que as ações das Tropas da Elite nas favelas vão aumentar ainda mais a violência. Pois os traficantes não são idiotas como o "Baiano". Eles são poderosos capitalistas como o Fernandinho Beira-Mar, que possui uma fortuna estimada em 40 milhões de dólares. E eles não estão dispostos a perder seus negócios por conta dos desejos de "paz" da burguesia ligada ao setor de turismo. Eis aí em que se resume o conteúdo da "doutrina" do bravo Capitão Nascimento.Não é incrível que o cretiníssimo jornalista da Veja tenha invocado Aristóteles para defender essa merda de filme?


José Luís dos Santos, 31, é jornalista (desempregado).

sábado, 27 de novembro de 2010

II Seminário Internacional sobre Violência e Conflitos Sociais- Práticas de Extermínio

“SEMINÁRIO VIOLÊNCIA E CONFLITOS SOCIAIS:PRÁTICAS DE EXTERMINIO”



*Inscrições até 30/11/10





PROGRAMAÇÃO




DIA 30/11/10


Manhã

Credenciamento

Local: Laboratório de Estudos da Violência/Universidade Federal do Ceará


Tarde

Credenciamento

Local: Laboratório de Estudos da Violência/Universidade Federal do Ceará


15h – 17h Reunião Interna

GT Conflitos Sociais, Ações Coletivas e Políticas para a Transformação – CLACSO

Local: Hotel Mareiro.

Noite

Credenciamento


18h00 Abertura

Local: Teatro do Centro Cultural Dragão do Mar


19h00 Conferência de Abertura

José Machado Pais (ICS / Universidade de Lisboa)

Juan S. Pegoraro (Instituto de Investigaciones Gino Germani/Universidad de Buenos Aires.)


20h30min

Coquetel – Lançamento de Livros.


DIA 01/12/10


Manhã

08h30min – 10h30min

Mesa Redonda: Representações, hierarquia e sociabilidade.


Coordenadora: Glaucíria Mota Brasil (LABVIDA/UECE)

César Barreira (LEV/UFC)

Luis Antônio Machado da Silva (IESP/UERJ - IFCS/UFRJ)

Luis Fernando Trejos (Universidad Libre de Colombia)
Luiz Fábio Paiva (UFAM)

Theofilos Rifiótis (UFSC)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


10h30min – 12h30min


GRUPOS DE TRABALHO
Local: Departamento de Ciências Sociais da UFC

12h30min – 14h30min

Intervalo Almoço


Tarde

14h30 – 16h30 Mesa Redonda: Violência, segurança e cidadania


Coordenador: Leonardo Damasceno de Sá (LEV/UFC)

Daniel Chaves de Brito (UFPA)

José Raimundo Carvalho (UFC)

Luís Flávio Sapori (PUC-Minas)

Renato Sérgio de Lima (Fórum Brasileiro de Segurança Pública)

Sérgio Adorno (NEV/USP)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC



16h30min – 17h00 Apresentação Artística


17h00 Conferência 1

Michel Misse (NECVU/UFRJ)

Roberto Briceño-leon (Universidade Central de Venezuela)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


DIA 02/12/10

Manhã

08h30min – 10h30min

Mesa Redonda: Jovens, diversidades e violência


Coordenadora: Jania Perla Diógenes de Aquino (LEV/UFC)

Cristian Paiva (NUSS/UFC)

José Machado Pais (ICS/Universidade de Lisboa)

Luis Mello (UFG)

Marc Bigras (Université du Québec à Montreal)

Nilia Viscardi (Universidad de la República/Montevideo/Uruguay)

Rosemary Almeida (COVIO/UECE)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


10h30min – 12h30min


GRUPOS DE TRABALHO
Local: Departamento de Ciências Sociais da UFC


12h30min – 14h30min

Intervalo almoço


Tarde

14h30min – 16h30min

Mesa Redonda: Ética, segredo e risco na pesquisa etnográfica de temas “perigosos”.


Coordenador: César Barreira (LEV/UFC)

Adalton Marques (USP)

Jania Perla Diógenes de Aquino (LEV/UFC)

Karina Biondi (UFSCAR)

Ricardo Arruda (LEV/UFC)


Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


16h30min – 17h00 Apresentação

Artística.


17h00 Conferência 2


Jaime Zuluaga Nieto ((Universidad Nacional de Colômbia/ Universidad Externado de Colômbia)

José Vicente Tavares dos Santos (Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania/UFRGS)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


DIA 03/12/10



Manhã

08h30min – 10h30min

Mesa Redonda:

Práticas de extermínio e mercados ilegais: múltiplos olhares


Coordenador: Ricardo Arruda (LEV/UFC)

Ignácio Cano (UERJ)

Eduardo Paes Machado (UFBA)

Leonardo Sá (LEV/UFC)

Luiz Couto (Deputado Federal PT/PB)

Paulo César Fraga (UFJF)

Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


10h30min – 12h30min


GRUPOS DE TRABALHO

12h30min – 14h30min

Intervalo para Almoço


Tarde

14h30 – 16h30 Mesa Redonda: Conflitos sociais e direitos humanos


Coordenador: Geovani Jacó de Freitas (COVIO/UECE)

Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer (NADIR/USP)

Clara Inés Aramburo Siegert (Universidad de Antioquia, Medellín/ Colômbia)
Joana Domingues Vargas (NECVU/UFRJ)

Juan Carlos Betancur (Universidad Javeriana, Bogotá / Colômbia)

Paula Ximena Dobles (Fundación Cátedra Latinoamericana de Criminología y DDHH Alessandro Baratta)


Local: Local: Auditório Luiz Gonzaga/ Departamento de Ciências Sociais da UFC


Noite

19h00 - 20h00

Conferência de Encerramento

Local: Associação de Docentes da Universidade Federal do Ceará - ADUFC

Teresa Caldeira (Universidade de Berkeley / Estados Unidos)

Local: Associação de Docentes da Universidade Federal do Ceará - ADUFC

20h30: Confraternização


*Inscrições para participação como ouvinte até 30 de Novembro.

Ministério do Meio Ambiente lança edital com 200 vagas

Profissionais com diploma de nível superior em qualquer área de formação podem se candidatar às vagas oferecidas pelo Ministério do Meio Ambiente para o cargo de Analista Ambiental da carreira de Especialista em Meio Ambiente.
Os 200 postos estão divididos igualmente em 5 áreas de concentração:
  • Recursos Humanos
  • Planejamento Estratégico
  • Política Nacional de Recursos Hídricos
  • Mudança Climática e Biodiversidade
A remuneração é de R$ 5.577,64 para uma jornada de 40 horas semanais.
Inscrições até 27 de dezembro pela internet
Os interessados poderão se inscrever no período de 6 a 27 de dezembro pelo endereço eletrônico do Cesp/UnB, com taxa no valor de R$ 65,00.
A seleção terá provas objetivas e prova discursiva, que serão aplicadas na data provável de 6 de fevereiro de 2011, em todas as capitais brasileiras. Os candidatos aprovados participarão ainda de Curso de Ambientação e serão lotados em Brasília.
RAIO- X
Cargo: Analista Ambiental
Vagas: 200
Nível: superior
Remuneração: R$ 5.577,64
Inscrições: de 6 a 27 de dezembro de 2010
Edital: baixe aqui

fonte: http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=306130&modulo=900

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Documentário: Intervozes - Levante sua voz

Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung remonta o curta ILHA DAS FLORES de Jorge Furtado com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.


Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman

Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri

Direção de Fotografia e câmera: Thomas Miguez

Direção de Arte: Anna Luiza Marques

Produção de Locação: Diogo Moyses

Produção de Arte: Bia Barbosa

Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas

Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues

Animações: Pedro Ekman

Voz: José Rubens Chachá


CC - Alguns direitos reservados

Você pode copiar, distribuir, exibir e executar a obra livremente com finalidades não comerciais.

Você pode alterar, transformar ou criar outra obra com base nesta.

Você deve dar crédito ao autor original.
Intervozes - Levante sua voz parte 1





Intervozes - Levante sua voz parte 2

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

chamada para publicação de artigos para a Revista Sociologia & Antropologia da UFRJ

Prezados (as) colegas:

É com  satisfação que comunico a criação de Sociologia & Antropologia revista do nosso Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia - PPGSA - da UFRJ. Nesta ocasião, peço que divulguem esta chamada para submissão de artigos para integrar o primeiro volume (2011) da revista. Os artigos deverão ter no máximo 55.000 caracteres com espaço (incluindo bibliografia) e deverão ser enviados até 30 de março de 2011 para o e-mail revistappgsa@gmail.com.

Integro a editoria da revista ao lado de Glaucia Villas Boas e de Elina Gonçalves da Fonte Pessanha. A comissão editorial é composta por Elsje Marie Lagrou, José Reginaldo Gonçalves e José Ricardo Ramalho. E o conselho editorial da revista está em formação. Abaixo encontra-se uma pequena apresentação da revista.

Muito obrigado por sua atenção,

Saudações

André Botelho
Sociologia & Antropologia. Revista do PPGSA/UFRJ


Apresentação

Sociologia & Antropologia será uma publicação semestral (prevista para os meses de maio e outubro) impressa e digital do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – PPGSA/UFRJ. O lançamento da revista está previsto para o ano de 2011. 
Como o PPGSA nesses últimos anos, Sociologia & Antropologia também pretende contribuir para o fortalecimento de um diálogo profícuo e consistente entre as disciplinas da sociologia e da antropologia cultural em diferentes dimensões, sem que a interdisciplinaridade dilua suas tradições de pesquisa e identidades cognitivas próprias. O diálogo entre essas diferentes disciplinas pretende antes fomentar permanentemente um espaço de comunicação dinâmica entre elas sobre questões empíricas, históricas e analíticas cruciais e, a partir delas e do diálogo que elas mantêm, com outras ciências sociais e humanas. Entendemos, assim, que as exigências de especialização disciplinar da nossa época não se realizam, necessariamente, desacompanhadas de oportunidades de confronto e convergência cognitivas entre as suas diferentes agendas. É isso que o & entre as duas nominações tradicionais das disciplinas pretende simbolizar.
Sociologia & Antropologia destina-se, assim, à apresentação, circulação e discussão de pesquisas originais que contribuam para o conhecimento da realidade sociocultural brasileira e outras, bem como para o aperfeiçoamento teórico e metodológico das diferentes abordagens da Sociologia e da Antropologia Cultural. A revista está por isso aberta à colaboração de pesquisadores de universidade e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, e publicará trabalhos inéditos (no Brasil) em português. Sociologia & Antropologia ambiciona, em suma, constituir-se num instrumento de interpelação consistente do debate contemporâneo das ciências sociais no Brasil e, assim, contribuir para os eu desenvolvimento e aperfeiçoamento. O corpo editorial da revista é composto por professores permanentes do PPGSA e o seu conselho consultivo está em formação junto a pesquisadores de renome de instituições brasileiras e do exterior. A editoria da revista funciona na sede do PPGSA e seu e-mail de contato é revistappgsa@gmail.com.

André Botelho
Elina Gonçalves da Fonte Pessanha
Glaucia Villas Bôas (editora responsável)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aberta até 25.11 seleção de empresa ou instituição para pesquisa sobre trabalho doméstico


Levantamento tem o objetivo de caracterizar o universo das trabalhadoras domésticas, direitos e relação trabalhista

O UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher - parte da ONU Mulheres), por meio do Programa Regional Gênero, Raça, Etnia e Pobreza, seleciona até 25 de novembro empresa de pesquisa ou instituição da sociedade civil para realizar pesquisa qualitativa sobre o trabalho doméstico no Brasil.

O levantamento tem o objetivo de caracterizar o universo das trabalhadoras domésticas, considerando o acesso a direitos, a relação trabalhista e também as dimensões das discriminações vivenciadas no cotidiano, com especial atenção às questões relacionadas a gênero, raça e etnia. Será dada preferência a projetos a serem desenvolvidos nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

As empresas ou instituições interessadas devem atender as condições estabelecidas no Termo de Referência. O período de contratação terá duração máxima de 10 meses. As propostas devem ser enviadas no Formulário de Propostas e Projetos, por correio eletrônico, para o email danielle.valverde@unifem.org com o assunto “PESQUISA TRABALHO DOMÉSTICO” no assunto da mensagem.
 
 
UNIFEM Brasil e Cone Sul (parte da ONU Mulheres)
unifemconesul@unifem.org
Diga NÃO à violência contra as mulheres
Dí NO a la violencia contra las mujeres
Say NO to violence against women
Logo UNIFEM parte de ONU MULHERES (VERSAO HORIZONTAL) - ALTA RESOLUCAO

sábado, 20 de novembro de 2010

Seminário metamorfose humana e políticas de identidade, com o Professor Antonio da Costa Ciampa

Tópicos Utópicos: Tariq Ali e "Os Fundamentalismos e os desafios democráticos"


Tariq Ali é um historiador britânico paquistanês, escritor, cineasta e ativista político. Nasceu e criou-se em Lahora (então parte da Índia colonial), atual Paquistão, no seio de uma família comunista. Enquanto estudava na Universidade do Punjab, devido aos seus contatos com movimentos estudantis radicais e temendo por sua segurança, seus pais o enviaram à Inglaterra. Lá estudou ciências políticas, economia e filosofia em Oxford. Foi o primeiro paquistanês a ser eleito presidente do diretório central dos estudantes da universidade inglesa em 1965.

Sua notoriedade teve início durante a Guerra do Vietnã, quando manteve debates com personagens centrais, tais como Henry Kissinger. Conforme o tempo passava, Ali tornou-se cada vez mais crítico das políticas externas americanas e israelenses. Ainda na década de 60, fez amizade com figuras influentes como Malcolm X, Stokely Carmichael, Mick Jagger, John Lennon e Yoko Ono.

Publicou mais de uma dezena de livros sobre história e política internacional, além de várias novelas ficcionais. Seu livro mais recente é "The Obama Syndrome: surrender at home, war abroad", de 2010.

Na conferência que será ministrada em Fortaleza, cujo o tema é: “ Os Fundamentalismos e os desafios democráticos”, Tariq Ali fará uma explanação sobre a relação entre os fundamentalismos religioso, imperial etc, mostrando como estes interferem na disseminação de instituições e valores ditos democráticos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Chamada para publicação UERN


Bom dia prezados colegas,

Vejam abaixo uma grande chance para publicação.

Abraço,
Abda Medeiros.


Prezad@s,

Devido a implantação do novo sistema de editoração eletrônica de periódicos da UERN (http://ojs.uern.br/index.php/contexto), estamos recebendo novas contribuições para a Revista Contexto até o dia 17 de dezembro, as quais incluem artigos, ensaios, resenhas, criatividades (poesias, poemas, ensaios fotográficos, etc), relatos de estudos e pesquisas, informes, entrevistas, debates. As normas estão disponíveis no site http://ojs.uern.br/index.php/contexto/about/submissions#authorGuidelines. Vale salientar que todo processo de submissão é eletrônico, devendo ser realizado no site acima indicado. Qualquer dúvida, não hesitem em nos perguntar.

Atenciosamente

Glebson

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Brasil de Lula em Moçambique




O Sociólogo Marílio Wane, membro da Associação Moçambicana de Sociologia (A.M.S), apresenta-nos mais uma reflexão interessante. Desta feita, trata-se da análise   da relação Brasil- Moçambique e suas implicações para o segundo país na sequência da última vistita efectuada pelo presidente Lula da Silva a Moçambique. Este texto é reproduzido com a devída vénia do Pambazuka News.

Ao longo da última década, Brasil e Moçambique vem estreitando progressivamente os seus laços através de uma série difusa de intercâmbios nas mais diversas áreas e a partir daí, retomando conexões há muito tempo adormecidas, a despeito da história comum que liga os dois países na sua origem. Um e outro foram colônias de Portugal. E ainda que o tenham sido em contextos diferentes, é possível verificar a existência de diversos pontos de contato que possibilitam novas partilhas de ações e significados no mundo contemporâneo globalizado. Entretanto, trata-se de uma relação bastante desigual, em função da condição geopolítica de cada um: de um lado, temos um Brasil que surge como potência mundial emergente e de outro, um Moçambique recém-recuperado de um conflito armado que deita suas raízes na Guerra Fria. Nesse sentido, as recentes trocas verificadas entre ambos são portadoras de novos horizontes na medida em que chegam para preencher uma enorme lacuna de desconhecimento mútuo produzido no contexto das ordens mundiais anteriores.

Nos dias 9 e 10 de Outubro, o alcance desta cooperação foi simbolicamente marcada pela visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva à capital Maputo. Uma visita cheia de significados políticos fortes, já que se tratava da terceira e última ao país como presidente da república, em seus oito anos de exercício; nunca antes algum mandatário brasileiro havia visitado tantos países africanos e estabelecido tantos programas de cooperação no continente, nas mais diversas áreas. E sobretudo, reforça mais ainda o caráter simbólico desta visita o fato de, a princípio, ter sido anunciada também a presença de Dilma Rousseff, sinalizando a pretensão de continuidade deste estreitamento de laços também com o governo da presidente recém-eleita (como sucessora indicada por Lula).

O objetivo principal desta passagem foi prestigiar duas das mais expressivas iniciativas de cooperação brasileira na África, ambas impulsionadas por ele próprio: a instalação de uma fábrica de antirretrovirais[1] e a implementação dos três primeiros pólos da Universidade Aberta do Brasil no continente africano, nas cidades moçambicanas de Maputo, Beira e Lichinga. Moçambique é, dentre os países africanos, o maior beneficiário da cooperação brasileira e, aquele com quem esta se dá de forma mais diversificada, compreendendo projetos de grande relevo em áreas como saúde, educação, agricultura, esporte e formação profissional. E como contrapartida, o país é também o destino preferencial de grandes investimentos capitalistas brasileiros, tais como prospecção de petróleo, exploração de carvão mineral, construção civil, e outros.

Num sentido mais amplo, a visita de Lula vem coroar a institucionalização de um processo de influência sócio-cultural do Brasil sobre Moçambique, dando-lhe contornos mais claramente políticos e macro-econômicos, em função da renovada prioridade atribuída ao continente africano pela política externa brasileira. Este processo já vinha se desenvolvendo ao longo das duas últimas décadas de forma quase que espontânea, por via de fenômenos culturais como as telenovelas, a expansão das igrejas evangélicas, a capoeira, o consumo e outros. Mais uma vez, deve-se destacar a natureza desigual destas trocas por forma a compreender o universo de possibilidades que se abrem para cada um dos lados.

Uma aula para o futuro

No primeiro dia da visita, Lula proferiu a aula inaugural no lançamento dos três primeiros pólos da Universidade Aberta do Brasil[2] em Moçambique. Trata-se de uma parceria com Ministério da Educação e as principais universidades locais (UEM e UP), na qual prevê-se a oferta de cursos de ensino à distância nas áreas de Matemática, Biologia, Administração Pública e Pedagogia, inicialmente. Contando com um investimento de 32 milhões de dólares ao longo de 9 anos, o programa projeta a ampliação para 7 pólos em 2011 e 11 em 2012. Números e projeções à parte, a fala de Lula teve um impacto significativo perante a opinião pública moçambicana, tanto em relação à forma quanto no que diz respeito ao seu conteúdo. Rejeitando a formalidade do terno e gravata, o presidente brasileiro se apresentou trajando uma guajavera[3], abusou da linguagem popular e discursou em pé, andando diante dos interlocutores. Nesse aspecto, Lula impressionou o público moçambicano em geral pela informalidade, bastante estranha para os padrões moçambicanos nesses contextos e mais ainda pela capacidade de se comunicar com o cidadão mais simples. Este fato foi significativamente destacado pela imprensa local, contrastando com a distância com que o governo moçambicano se relaciona com a sociedade[4].

Do ponto de vista do conteúdo – reforçado pela retórica inflamada com que se dirigiu aos presentes – Lula afirmou que levar a experiência da UAB para os países africanos, especialmente os de língua portuguesa, significava a realização de um sonho. Para tal, fundamentou a sua fala fazendo referência à sua trajetória pessoal, destacando o fato de “ser o primeiro presidente do Brasil sem diploma”. Seguindo esta linha, levou algumas importantes mensagens aos moçambicanos, cidadãos e governantes, ali presentes; aos primeiros, destacou a importância da educação na mobilidade social das pessoas e no progresso do país. Já aos últimos, enfatizou a necessidade de um ensino público transformador - aproveitando para criticar o discurso neo-liberal sobre a educação no Brasil, hegemônico na década de 1990, “segundo o qual o mercado resolveria a questão” - exortando o Estado moçambicano a não “repetir o mesmo erro” e a assumir e responsabilidade por esta área fundamental.

Ainda em tom inflamado e pessoal, Lula apontou aquelas que seriam as razões para priorizar as relações com o continente africano e indicou como principal a “dívida histórica”, dado o papel central desempenhado pelo Brasil no tráfico de escravos para a América. Aqui, não deixou de apontar o samba, o futebol e a “cintura mole”, como importantes heranças culturais resultantes desse processo que justificam uma maior aproximação entre os dois lados do Atlântico. Em, relação à cooperação em outras áreas - sobretudo a agricultura, com forte participação da Embrapa – Lula apelou ao resgate da auto-estima dos povos do Sul global através da exploração do seu enorme potencial agrícola, o que lhes confere vantagem comparativa e maior independência em relação ao Norte.

Retóricas à parte, é necessário refletir sobre o significado mais denso das palavras de Lula. Por um lado, o discurso da “dívida histórica para com a África” encontra fácil acolhimento no público (evidenciado pelos fortes aplausos neste momento), porém, carrega consigo uma série de distorções relativas ao que se entende por “África” e pelo próprio processo do tráfico de escravos. Esta linha de raciocínio se sustenta sobre uma suposta uniformidade geográfica, histórica e cultural do continente e na idéia de que o tráfico de escravos teria operado justamente sobre essa tal homogeneidade; ora, estudos mais atualizados mostram que o tráfico não afetou da mesma maneira todo o continente e que o seu modus operandi variou bastante ao longo do tempo, muitas vezes chegando a contar com a participação ativa de povos africanos. Em todo o caso, o discurso cai como uma luva no contexto. Mas seria mais correto dizer que a dívida do Brasil é para com a própria população afro-brasileira, devido à falta de políticas públicas com vistas a absorver esse enorme contingente populacional, desde a sua “libertação”, com a abolição da escravidão, em 1888[5].

Por outro lado, há a questão da vantagem competitiva a ser adquirida pelo Brasil no mercado global, a partir dos pesados investimentos que tem se verificado na última década. Estranhamente (ou nem tanto assim), a mídia brasileira não dá o devido destaque a este enorme fluxo de capitais e de mão-de-obra[6] qualificada trazido a Moçambique por empresas como a Petrobrás, que vem realizando prospecções de petróleo na região do Rovuma, ao norte do país; a mineradora Vale, que além de explorar o carvão em Tete, na região central do país, tem investido na construção infra-estruturas como aeroportos e ampliação de uma linha férrea na região centro-norte do país, justamente para escoar a produção. Assim, do ponto de vista econômico, o Brasil passa a acessar vastas fontes de matéria-prima e recursos naturais em concorrência com outros países ou empresas, com relativa vantagem por possuir tecnologia especialmente adaptada a regiões tropicais.

No dia seguinte (10/11), Lula visitou as instalações da futura fábrica de antirretrovirais na Matola[7], cujo início de atividades está previsto para 2012. Na verdade, houve um atraso no cronograma em função de problemas de financiamento; o projeto todo está orçado em 9 milhões de dólares, tendo a Vale assumido a responsabilidade de injetar a metade desse valor, que faltava. Trata-se de um projeto de grande impacto idealizado por Lula, no qual se espera que Moçambique produza 250 milhões de remédios para o combate à AIDS, para serem distribuídos não apenas localmente, mas também em outros países africanos. Nas palavras do próprio presidente:

“O fato de estarmos construindo a primeira fábrica de medicamentos genéricos para combater a Sida no continente africano poder ser anunciado como uma revolução (...) Esta fábrica vai libertar o povo de Moçambique da subordinação aos laboratórios dos países desenvolvidos.”

Durante as suas intervenções, Lula enfatizou a necessidade de se libertar das estruturas de dependência política e econômica em relação aos países ricos, deixando uma mensagem particularmente relevante para os moçambicanos, uma vez que o país se ressente bastante dessas tais estruturas[8]. Nesse sentido, a instalação de uma fábrica de tal importância no próprio território nacional vem para atender uma vertente considerada fundamental no espírito da cooperação brasileira: a transferência de tecnologia. Neste caso, fornecida pela respeitada Fundação Oswaldo Cruz que, para esse efeito, abriu recentemente um escritório local. Porém, houve um certo tom de frustração na visita à fabrica, dado que a inauguração estava anteriormente prevista para agora, justamente no fim do mandato de Lula, revestindo-a de um caráter simbólico ainda maior. Como referido acima, a inauguração não pode ser feita por conta de dificuldades financeiras e assim, o presidente não pôde cumprir a sua “promessa de campanha” desta vez[9].

Apesar da “frustração”, Lula disse, que deixava Maputo “feliz, por saber que o Brasil estava contribuindo com a sua tecnologia para melhorar a saúde de milhares de soropositivos africanos”. Visivelmente emocionado e mais uma vez, quebrando o protocolo (chegou a chorar), reforçou a posição de seu governo:

“Estamos lutando contra um atraso secular. Estamos lutando contra coisas que deveriam ter sido feitas há 30, 40, 50 anos atrás, mas que não foram feitas. A nossa geração está fazendo as reparações que deveriam ter sido feitas noutros momentos (...) Para o nosso caso (Brasil), é uma pena que os outros governos passados tenham preferido olhar para os olhos verdes da Europa do que para os olhos castanhos de África”.


Uma nova liderança global


O anúncio desta nova etapa das relações entre o Brasil e os países africanos – particularmente para Moçambique, privilegiado neste contexto - traz novos desafios e projeções para os dois lados. Para o país de Lula, avizinha-se uma renovada responsabilidade na condução deste processo, agora sob o comando de Dilma Rousseff. É possível presumir que, caso Lula não conseguisse eleger a sua sucessora, a continuidade desta vertente da cooperação brasileira estaria seriamente ameaçada. Já para Moçambique, para além dos benefícios efetivos[10], impõe-se a necessidade de absorver positivamente o impacto da presença de um país política e economicamente mais forte no contexto internacional, vindo a assumir posições de liderança. Como encargo, espera-se um alto grau de comprometimento e responsabilização da contraparte moçambicana[11], para que as ações de cooperação sejam levadas a bom termo. E de quebra, prevê-se um desenvolvimento da própria sociedade civil local, a reboque do novo padrão de relações institucionais que se pretende.

Quis o destino ou a estratégia política que Lula e sua comitiva estivessem de viagem para Seul, para participar da reunião do G-20 onde, juntamente com as outras nações ricas do mundo, discutem-se os rumos da economia mundial. Dada a impossibilidade de um país como Moçambique participar num fórum desta natureza, as posições assumidas pelo Brasil acabam por, de certa forma, representar os interesses dos países do Sul global em geral. Assim, talvez seja esse o significado mais denso da visita do presidente brasileiro ao nosso país: reforçar a legitimidade necessária para assumir cada vez mais a sua devida posição de liderança no concerto das Nações.
______

[1]Coquetel de medicamentos para o combate ao HIV/AIDS. Este é um dos grandes dramas sociais de Moçambique - cuja taxa de infecção é estimada em 16%, de acordo com dados da OMS - e outros países africanos, tanto em relação à gravidade do problema em si quanto ao fato de necessitarem de ajuda externa para combatê-lo, tornando-se mais dependentes das “doações” dos países ricos.

[2] Criada pelo governo federal brasileiro em 2005, a UAB é um sistema de integração de diversas instituições de ensino superior voltado para a formação de professores para o ensino público básico e tem como destaque o ensino à distância.

[3]Traje informal bastante popular entre dirigentes políticos latino-americanos.

[4]Ainda que se expliquem em função de uma complexa combinação de situações, as violentas manifestações registradas no início de Setembro na capital do país foram atribuídas á “arrogância e insensibilidade” do governo, que passa por uma crise de representatividade.

[5] Razão fundamental pela qual a esmagadora maioria da população afro-brasileira se encontre atualmente em condição social inferior no país.

[6] Desde 2009, a Vale prevê a contratação de cerca de 2.500 funcionários brasileiros para as suas instalações em Tete, promovendo assim, um verdadeira novo vetor de povoamento na região.

[7] Cidade industrial adjacente à capital Maputo.

[8]Relativamente ao exercício governamental de 2005-2009, calcula-se que 40% do orçamento de Estado moçambicano seja composto de “doações” da chamada comunidade internacional. Este modelo torna o país vulnerável na medida que sufoca o seu desenvolvimento autônomo, comprometendo a sua soberania, em última instância.

[9] O anúncio da construção da fábrica foi feito logo no início do mandato de Lula, em 2003.

[10]Sobretudo a descentralização do desenvolvimento do país, historicamente concentrado no Sul do país, e por isso, fonte latente de conflitos sócio-políticos internos).

[11]O Estado moçambicano possui estruturas de funcionamento notadamente arcaicos, herdados do colonialismo e do socialismo recentes.

*Sociólogo e Mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia
**Por favor envie comentários para editor-pt@pambazuka.org ou comente on-line em http://www.pambazuka.org
 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Anarquia nos Quadrinhos: A Máscara do Riso

by Voz do Além

[Texto publicado originalmente no Farrazine #17]

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"A anarquia ostenta duas faces. A de Destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços os Criadores erguem Mundos Melhores."
Alan Moore
Londres queima, escreveu Alan Moore numa de suas melhores, mais importantes e mais conhecidas obras: V de Vingança. V foi uma reação natural, pessoal e artística de Moore ao momento político ultraneoliberalista e semi-fascista do governo de Margaret Thatcher, que ia para seu terceiro mandato. O próprio conceito visual de V é uma mostra da linha política que Moore queria transmitir com a revista. Seu símbolo, um "V" pichado sobre um círculo, só precisa ser invertido e receber mais um traço para se transformar numa representação visual da Anarquia. E do aspecto mais urgente de certas teorias anárquicas, aquele que passa por uma revolução popular anti-Estado de sacudir as bases de um país, ele tirou a inspiração para traçar o modus operandi de seu anti-herói mascarado. A Inglaterra distópica de V de Vingança é uma mostra de como o fascismo e todos os seus afluentes ideológicos ditatoriais são coisas que podem surgir de uma forma tão natural que parecem invisíveis.
Michael Haneke, em sua obra-prima A Fita Branca, e Dennis Gansel, em seu petardo cinematográfico A Onda, se puseram a investigar esse aspecto pouco discutido no mundo das artes: a origem do totalitarismo – simplesmente porque é muito mais cômodo fazer filmes com heróis combatendo líderes totalitários. Os dois filmes mostram de forma bem convincente como o totalitarismo possui raízes no próprio ser humano, e não somente em grupos específicos de pessoas. A Onda mostra uma experiência sociológica escolar que acaba resultando num microcosmo de ditadura assustadora. A mensagem é clara: existem os líderes, e existem as massas prontas para serem lideradas, sendo somente necessário alguma espécie de competição ou promessa, um ínfimo "direito de escolha", que o caminho para o totalitarismo está aberto. A Fita Branca é muito mais sucinto e abrangente. Se A Onda é um tsunami, A Fita Branca é como uma maré subindo, lenta, mas aos poucos solapando tudo ao seu redor de modo irremediável. O filme mostra uma vila no interior da Alemanha, às vésperas da I Guerra Mundial, onde as raízes do nazismo parecem estar sendo construídas. E isso ocorre de forma tão "natural", que ao final do filme o espectador se pergunta como as coisas chegaram até ali, e provavelmente assistirá novamente só para comprovar o brilhantismo do diretor ao organizar os eventos.

Se a política fosse um anel – o que, na verdade ela é, dependendo do ângulo em que é analisada – as teorias anárquicas de desestabilização social apresentadas em V de Vingança seriam o ponto de chegada de uma reta traçada à partir do ponto representando o totalitarismo. É o outro exato lado da moeda. V é taxativo, provocativo, e incita a rebeldia do mesmo modo que ver filmes militares incita a disciplina. A obra propõe que a Anarquia é parte integrante de muitos seres humanos, só precisando de certo estímulo, um pavio no sentido de jogá-los na direção certa. A Anarquia não nasceu da elite, da intelectualidade, não nasceu de teorias de gente que sentava a bunda em caros cafés europeus – embora pessoas assim tenham organizado as ideias inerentes a ela.
Implicitamente, V de Vingança parece teorizar que dois dos maiores antagonistas ideológicos – o Fascismo da Ordem, e o Anarquismo da Rebeldia – existem graças aos mesmos estímulos na população, e se baseiam nas mesmas formas de doutrinação, somente em seus resultados é que estão suas diferenças. Isso fica mais ou menos claro quando a vontade de se libertar surgida no povo só começa a ser externada quando V leva adiante sua vingança pessoal. Mas a estrutura narrativa de V de Vingança logo trata de desmistificar essa ilusão aparente. Somos praticamente colocados na pele da aprendiz de V, Evey, e, aos poucos, aprendendo os métodos dele. É um modo interessante de lidar com a questão de construção de idéias e de sermos apresentados a revolução pessoal do sem-rosto V. As personalidades distintas de V e de sua herdeira sintetizam com perfeição as duas faces da anarquia que Alan Moore teorizou no decorrer da obra. Então, mesmo parecendo que o Fascismo e o Anarquismo começam a tomar força na população através dos mesmos estímulos, olhando com mais atenção se percebe que, mesmo nesse aspecto, eles se comportam de forma dicotômica. A Anarquia é como uma árvore crescendo e fortalecendo suas raízes na terra. É tudo feito de dentro pra fora, à partir de um centro – no caso da obra: as ações de V. O Fascismo é justamente o inverso. É como um cerco se fechando, uma armadilha de urso dilacerando uma perna, se espalhando pelo medo e se impondo como uma solução sem dar tempo para ninguém pensar. O Fascismo é a maquinação de um pequeno grupo que acha ser a salvação de alguma coisa. Esse grupo geralmente só precisa de um gatilho para tomar o poder. No nazismo foi o Tratado de Versalhes, no caso de George Bush e sua Lei Patriótica foram os atentados de 11/9, e no caso da Londres governada por Sutler foi uma grande explosão nuclear – Moore, posteriormente disse que foi até ingênuo na construção dessa motivação, ao imaginar que seria necessária uma explosão nuclear como um gatilho para empurrar a Inglaterra na direção do Fascismo.
Após o final destrutivo, em que V completa o que Guy Fawkes não conseguiu, fica a pergunta: tá, a parte destrutiva é fácil, mas o que Evey fará para ajudar reconstruir a Inglaterra após a queda do Fascismo? Como será o governo? Alan Moore, na segunda edição de seu fanzine undeground Dodgem Logic, dá uma mostra de como deveria ser o trabalho dos Criadores após o serviço dos Destruidores estar completo. Em entrevista a edição de literatura da revista Vice, Moore também exemplifica e traça uma forma de como as coisas podem funcionar numa sociedade funcionando nos moldes anárquicos.
"Uma das coisas para a qual eu estarei voltando minha atenção é o princípio da loteria ateniense. Isso basicamente dita que uma questão que precisa ser resolvida em nível nacional ou administrativo, você aponta um júri por loteria. Eles podem vir de qualquer lugar de dentro da cultura e são escolhidos de maneira completamente aleatória. Os prós e os contras do caso são então apresentados para o júri, eles ouvem, debatem e votam. Após a decisão, eles não fazem mais parte do júri. Eles voltam à sociedade, e para a próxima questão outro júri é escolhido. O sistema parece, para mim, se aproximar de algo como a democracia, que é algo que nós não temos nesse momento. (…) Mudando para algo próximo disso, iríamos criar um sistema livre dos muitos abusos do nosso modelo atual de governo. É bem difícil comprar o apoio do povo se você não sabe quem são as pessoas que você deveria estar amaciando. Também seria difícil para o corpo dominante temporário agir em interesse próprio, já que faria mais sentido para eles agirem no interesse da sociedade para a qual eles estariam retornando."
Com certeza essa teorização complementar ao atos de V não caberiam na obra, mas Moore tratou de deixar claro que Evey seria justamente esse elo construtivo que muitos não enxergam na Anarquia, e a simplificam unicamente como uma ideologia punk que pode ser resumida na frase: Não sei do que sou a favor, mas sei do que sou contra. O irônico – e que de certa forma confirma minha teoria que coloca os quadrinhos como a arte pop mais vanguardista e experimental de todas – é que todos esses conceitos foram mastigados quando os Irmãos Wachowski resolveram levar V de Vingança para os cinemas. Apesar de passar longe de ser uma destruição do original – como foi Do Inferno e A Liga Extraordinária, dois exemplos de como detonar uma obra em quadrinhos – o filme trata de amortizar certos conceitos apresentados na revista, principalmente em seu final, que chega a finar descaracterizado graças àquela distribuição de máscaras.
No entanto – o que talvez seja a pior característica do filme – houve um certo hype exacerbado e uma movimentação no sentido de se vender a anarquia como um produto após o filme. Creio que o maior exemplo nesse sentido pode ser visto no site da Amazon, onde podia-se ver a seguinte descrição do produto Máscara de V de Vingança: “Vá em frente e sorria para a câmera. Divirta todos que você encontrar com essa máscara do V de vingança. A máscara é exatamente igual àquela usada por V no filme de ação (…) A máscara é feita de plástico e vem num tamanho padrão. (…) A máscara tem um bigode e um cavanhaque que lembra o histórico Guy Fawkes. Vá em frente, use essa máscara e lidere a revolução, mas, por favor, não acabe na cadeia. As pessoas não deveriam temer seus governos. (…) Imagine-se numa distopia, onde o governo controla cada movimento seu. Toda esperança estava perdida, no entanto uma pessoa, um homem, ousou se levantar e liderar uma revolução inteira sozinho. Seu nome era V, sempre se lembre, lembre-se do cinco de novembro!” Nada pode ser mais destrutivo para a Anarquia quanto servir de produto para o meio capitalista fazer dinheiro, além de servir de meio de consumo para as massas… Isso não aconteceria se a obra ficasse somente nos quadrinhos, que se constituem um fórum muito mais apropriado para a discussão de idéias tão complexas!

domingo, 14 de novembro de 2010

IX SEMANA PAULO FREIRE : Sujeitos, memória e patrimônio: por novas formas de lembrar .

Evento promovido pelo Museu do Ceará (localizado à Rua São Paulo, 51, no Centro de Fortaleza), sendo uma ação cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SECULT CE) em parceria com Associação de Amigos do Museu do Ceará, Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e Alagba (Associação Afro Brasileira de Cultura). O evento ocorrerá de 16 a 20 de novembro de 2010 e a inscrições são gratuitas pelos telefones: 3101.2607/3101.2610.



A programação completa está logo abaixo.


IX SEMANA PAULO FREIRE
Sujeitos, memória e patrimônio: por novas formas de lembrar

16 a 20 de Novembro de 2010
Inscrição e Informações: 3101.2607/3101.2610

Dia 16/11 (terça-feira)
14h às 16h30
  • Mesa-redonda “Ações para preservação do patrimônio cultural: pesquisa e educação”
  • Convidados: Projeto Comidas Ceará (CDMAC - MCC), Patrimônio para Todos (Escola de Artes e Ofícios), Inventário de Referências Culturais do Benfica: fontes documentais para o patrimônio cultural (GEPPM-UFC)
16h às 16h30 – INTERVALO
16h30 às 18h
  • Palestra “Uma leitura da imagem estadonovista: norte e nordeste na batalha da borracha” (1940-1945). Profa. Ms Maria Liege Freitas Ferreira (Depto. de História da UFCG/ Doutoranda em História pela UNESP)
18h
  • Abertura da exposição “Uma leitura da imagem estadonovista: norte e nordeste na batalha da borracha” (1940-1945).

Dia 17/11 (quarta-feira)
8h às 12h
  • Mini-curso “O Ceará no tráfico interprovincial” (Prof. Ms. José Hilário Ferreira)
14h às 16h
  • Oficina Patrimônio cultural: perspectivas contemporâneas (Aterlane Martins, Cícera Barbosa e Janaina Muniz – GEPPM)
16h às 16h30 – INTERVALO
16h30 às 18h
  • Palestra “O Dragão do Mar no Museu Histórico: memória nos objetos e na escrita da história” (Profa. Ms. Patrícia Xavier - Programa de Especialização em Patrimônio/IPHAN)

Dia 18/11 (quinta-feira)
8h às 12h
  • Mini-curso “Cosmovisão africana” (Prof. Leno Farias)
14h às 16h
  • Oficina Patrimônio cultural: perspectivas contemporâneas (Aterlane Martins, Cícera Barbosa e Janaina Muniz – GEPPM)
16h às 16h30 – INTERVALO
16h30 às 18h
  • Palestra: Quixadá: monumentalidade e apropriação social do patrimônio natural (João Paulo Vieira Neto – Programa de Especialização em Patrimônio/IPHAN)

Dia 19/11 (sexta-feira)
8h às 12h
  • Mini-curso “As comunidades de terreiro e a saúde” (Prof. Álvaro Ogundaré)
9h às 11h
  • Oficina Inventário Nacional de Referências Culturais (Profa. Dra. Márcia Chuva – Departamento de História da UNIRIO )
  • Local: Auditório do Curso de História – UFC (Oficina promovida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa Patrimônio e Memória/UFC – 10 vagas disponíveis)
15h às 17h
  • Mesa Redonda “Rotas da Alforria: referências culturais da população afrodescendente em Cachoeira, na Bahia” (Profa. Dra. Márcia Chuva – Departamento de História da UNIRIO) “História e historiografia do negro no Ceará em perspectiva”. (Prof. Dr. Franck Ribard – Departamento de história da UFC)
17h às 17h30 – INTERVALO
17h30
  • Lançamento do livro “Os arquitetos da memória: sociogênese das práticas de preservação do patrimônio cultural no Brasil (anos 1930 – 1940)”
  • Autora: Profa. Dra. Márcia Chuva

Dia 18/11 (sábado)
8h às 12h
  • Mini-curso “Ações afirmativas: eu faço!” (Prof. Lino de Ogum)
14h
  • Visita ao terreiro de candomblé Ile ire axé oloibá, mediada por Lino de Ogum (Saída do ônibus às 14h, partindo do Museu do Ceará)


Os participantes podem optar por cursar 1 ou 2 módulos da Semana Paulo Freire, mediante inscrição gratuita.
Módulo 1: Movimento negro e africanidades (atividades de quarta a sexta-feira no turno manhã e sábado a tarde).  
Carga horária: 20 horas.  
Frequência mínima: 75% de presença.

Módulo 2: Memória e patrimônio (atividades de terça a sexta-feira no turno da tarde).
Carga horária: 20 horas. 
Frequência mínima: 75% de presença. 

(A Oficina do Inventário de Referências Culturais não está contida na programação do Módulo II, serão oferecidas 10 vagas pelo GEPPM)

Os participantes que optarem pelos dois módulos receberam certificado de 40 horas, mediante 75% de presença durante a programação.