tag:blogger.com,1999:blog-34922383492409689782024-03-13T10:30:44.453-03:00Ciência Social CearáEsse página nasceu da necessidade de se ter um veículo que divulgasse os trabalhos das novas gerações de antropólogos, sociólogos e cientístas politicos das universidades do Ceará.
De muitos faremos uma..E pluribus unumPedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.comBlogger954125tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-48471223434962950962014-03-09T00:51:00.001-03:002014-03-09T00:51:11.771-03:00MOVIMENTOS SOCIAIS E VIOLÊNCIA DO ESTADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Autor: <a href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4791349P5">Antonio Paulo Benatte</a> (Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa/UEPG)</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É difícil entender o que se
passa no Brasil desde junho de 2013. Os acontecimentos políticos, grandes e
miúdos, multiplicaram-se desde então; protestos e movimentos sociais de
diversos tipos pipocam em todos os lugares, das classes médias urbanas aos
segmentos mais pobres, excluídos ou minoritários da sociedade. A tensão social no
ar é temperada com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e coquetéis molotov. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A resposta do Estado tem
sido uma repressão brutal e crescente, cerceando o direito democrático de livre
associação, expressão e manifestação. Lembremos. No dia da comemoração dos 25
anos da “constituição cidadã” de 1988, cidadãos e professores em greve apanharam
publicamente na cidade do Rio de Janeiro; logo a seguir, o leilão do petróleo
do campo de Libra mobilizou contingentes do exército, da marinha, da Força
Nacional e da Polícia Militar, evidenciando que a política de repressão aos protestos
de rua partia não apenas de governos municipais e estaduais, como também do
governo federal. Desde então, a maré de movimentos e a sua repressão tem sido
constante e permanente, com fluxos e refluxos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando começaram os
cassetetes, as balas de borracha, o spray de pimenta e o gás lacrimogênio, foi
como se ocorresse um curto circuito no tempo. Como se uma máquina do tempo nos levasse
aos anos 1980, ou mesmo aos anos da ditadura midiática-civil-militar de 64, à
ditadura varguista do Estado Novo, ou ainda aos começos da república, com seu positivismo
da “Ordem e progresso” a qualquer custo, da governabilidade truculenta, tempo
da Revolta da Vacina, do massacre de Canudos, Contestado, etc. A história se
repete, a diferença é apenas de grau. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Greves e ocupações são
reprimidas com violência em muitas partes. A</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">tivistas e militantes são
vigiados e perseguidos, enquadrados por atos de vandalismo e formação de
quadrilha. <span style="background: white;">Os casos de prisão, tortura e morte
desenham a face mais hedionda de uma série de acontecimentos que desmascaram a
falácia institucional do “Estado democrático de direito”. A</span> violência,
evidentemente, é mais crua sobre os anônimos das periferias. <span style="background: white;">Quantos Amarildos são presos, torturados e
assassinados nas periferias das cidades? No campo, líderes e sem terras são
assassinados por lutarem pela reforma agrária, prevista na constituição.
Comunidades indígenas veem-se ameaçadas em seus direitos de demarcação de
terras, também um direito constitucional. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enquanto isso, um novo tipo
de espionagem estatal, sob os auspícios da ABIN (Agência Brasileira de
Informação), instaura veladamente uma vigilância sob as redes sociais. Sob a
alegação de espionagem internacional, o governo brasileiro deixará de utilizar
softwares cujos fabricantes não permitam monitorar os acessos à rede mundial de
computadores. E logo teremos um marco regulatório da internet, tão importante
na maré das manifestações de junho</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O caso das leis da Copa faz lembrar o ano de
1968, com a promulgação do AI-5 e a dura repressão que se lhe seguiu. Mais
longe ainda no tempo, os projetos de leis repressivas que tramitam no Senado evocam
a famigerada Lei de Segurança Nacional. Nos meados dos anos 1930, durante o
governo Vargas, a política de esquerda se fortaleceu; na contramão, o Congresso
se tornou cada vez mais conservador, debatendo o caso dos “subversivos” e
aprovando a Lei de Segurança Nacional que dava ao governo maior poder de ação
sobre as ações consideradas “subversivas”, principalmente a ação dos
comunistas. Com o medo da “ameaça vermelha”, o poderio do Executivo foi
aumentando gradativamente; em 1936, o estado de sítio declarado pelo poder
Executivo foi estendido; no mesmo ano, em novembro, foi aprovado o Tribunal de
Segurança Nacional, dando a Vargas um novo instrumento de perseguição e
repressão a qualquer movimento que fosse contrário às ideias e práticas de seu
governo. Ora, essa mesma lei, <span style="background: white;">durante os “anos
de chumbo” que se seguiu ao golpe de Estado de 1964, foi empregada para caçar,
torturar e assassinar milhares de militantes.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na história do Brasil, o militarismo, o
autoritarismo e o abuso de poder nunca deixaram de estar na ordem do dia. A
Polícia Militar aprende na mesma cartilha que formava as forças armadas da
ditadura. Quando enfrenta uma manifestação, eles entendem que o povo é inimigo.
Daí a demanda pela desmilitarização da polícia e da política; enquanto isso, a polícia
se torna cada vez mais uma polícia política, assim como na ditadura varguista e
na ditadura midiática-civil-militar a partir de 64. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como nas duas últimas ditaduras, mais uma vez
o Estado tem a conivência e o apoio das grandes mídias, eficazes no processo de
criminalização dos movimentos, protestos e manifestações. Como dizem Michael
Hardt e Antonio Negri, as grandes mídias buscam nos conduzir “pelos regimes de
produção linguística e comunicativa: destruí-los com palavras é tão urgente
quanto fazê-lo com ações.” Daí que vejo com otimismo o crescimento de mídias
alternativas e a demanda pela democratização das grandes corporações
midiáticas, a começar pela Rede Globo – que, como se sabe e se grita nas ruas,
cresceu apoiando o governo dos militares. Como diria Maquiavel, “Governar é
fazer crer”. O Estado, mancomunado com as grandes mídias, quer fazer crer uma
série de coisas, inclusive que vivemos em uma democracia quando, de fato, vivemos
em uma ditadura que cerceia e reprime não apenas os movimentos sociais
organizados quanto os indivíduos, notadamente os mais pobres. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em suma, entre as grandes questões de nosso
tempo está o recrudescimento da violência do Estado contra a sociedade; ou
melhor, contra determinados segmentos dela: os segmentos politicamente
dominados e economicamente explorados há séculos; os movimentos que lutam pela
conquista e manutenção de direitos básicos, sociais, políticos e civis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #F7F7F7; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A constituição de 1988 </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">dispõe,
em seu artigo 5º, sobre os direitos e garantias fundamentais do indivíduo,
resguardando de forma taxativa os princípios cernes dos direitos civis e
políticos. Os direitos de primeira geração consistem nos direitos políticos e
civis. No âmbito político: direito a voto, participação política, direito a
associação. No âmbito civil: integridade física, direito de ir e vir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desse ponto de vista, a
ditadura no Brasil não acabou. Na história política recente não há verdadeira
solução de continuidade entre a última ditadura e a mais recente democracia.
Para além dos discursos, as práticas evidenciam a inexistência de rupturas
efetivas. O militarismo, o autoritarismo, o abuso de poder é uma estrutura de
longa duração, inerente a um estado histórico de coisas. Precisamos repensar e
reescrever totalmente a história do último meio século, ao mesmo tempo em que
lutamos contra todo tipo de autoritarismo no Estado como na sociedade. Penso
que essa é uma herança maior da maré de movimentos que arrebenta o país desde
julho de 2013.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nas ruas somos como um enxame dispersado com
violência e fumaça. Mas os enxames não são dóceis; possuem os ferrões do calor
de vários corpos, inúmeras potências e vontade de ação. O Estado, as instituições
e as corporações já se deram conta disso; daí a necessidade dos gritos de não
violência e a insaciável busca por uma docilidade dos manifestantes. O silêncio
e a inação nos fazem dóceis, domesticados; perpetuam a conivência e o
acomodamento. Constituímos uma multidão; o participante político do século XXI
vive em meio ao solapamento das representações. Dessa forma, nosso papel deve
ser de atividade constituinte e não representativa; “a criação da história é,
nesse sentido, a construção da vida da multidão”, conforme Hardt e Negri.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">À violência e ao policiamento do cotidiano,
sintetizados na prática do controle, há que se responder com um mesmo
potencial, de uma ruptura produtora de descontinuidades e da tentativa de
sinalizar o inesperado, o atual, o que ainda não existe e que só pode ser
parido pela história ao mesmo tempo individual e coletiva. Essas potências são
múltiplas e construídas na nervura do atual, que passam do virtual para o
possível dos desejos, dos afetos, das forças e das novas formas de articular a
vida de todos os dias.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-26919098589224899072014-02-27T14:07:00.000-03:002014-02-27T14:07:31.059-03:0012 Anos de Escravidão: ajustando o foco das lentes.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Ubiracy de Souza Braga* <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 15.333333015441895px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">_______________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">* Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ) e doutor em ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado </i>da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 15.333333015441895px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 15.333333015441895px;"><br /></span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/10/108_DF04982.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/10/108_DF04982.jpg" height="360" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">
“Eu sou um homem livre. E você não tem o
direito de me deter”. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O filme “12 Anos de Escravidão” (“12
Years a Slave”) do diretor inglês Steve McQueen
tem como escopo a “saga de Northup”, um drama universal, na sua relação social de
poder e dominação e atemporal, nos seus aspectos dinâmicos na sociedade contemporânea:
a) como a luta pelos direitos civis dos negros nos EUA e, b) a eleição à
presidência do negro Barack Obama, quanto em: c) àqueles aspectos que permanecem
diacrônicos como o racismo. Com o vigor narrativo e o apuro visual que exibiu
em seus dois longas-metragens anteriores, “Fome” (2008) e “Shame” (2011),
McQueen, artista plástico por formação, fez “12 Anos de Escravidão” ser
reconhecido por historiadores sociais e ativistas como aquele que mais
fielmente reproduz o cenário de degradação moral, desumanização e violência
física impostas pelo sistema escravagista norte-americano. Solomon Northup foi
protagonista de uma saga absurdamente trágica em seu minucioso relato na
autobiografia (1853) visto na obra de ficção. Temos um advogado opositor da
escravatura (Brad Pitt) que luta pela liberdade desse homem. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A história social da
escravidão (ou escravatura) nos Estados Unidos inicia-se no século XVII, quando
práticas escravistas similares aos utilizados pelos espanhóis e portugueses em
colônias na América Latina, e termina em 1863, com a Proclamação de Emancipação
de Abraham Lincoln, realizada durante a Guerra Civil Americana. Na origem da
guerra tem-se, grosso modo, a escravidão e dois modelos econômicos opostos. O
norte em expansão econômica graças à industrialização, à proteção ao mercado
interno e à mão-de-obra livre e assalariada, e o sul numa economia baseada na
plantação e no escravismo. As diferenças entre os estados do norte e do sul, ao
contrário da dicotomização feita por alguns estudiosos, não são tão acentuadas,
como é analisado por Lewis Cecil Gray no ensaio: “History of Agriculture in the
Southern United states to 1860. Contributions to American Economic History” (1933). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O caráter capitalista da “plantation”
escravista do sul, análogo aos estados do norte, era em certa medida uma <i>contradição</i>, mas em última instância, de
oposição assimétrica no sentido formal marxista interno ao sistema econômico.
Contudo, em sua complementaridade uma economia escravista tende a inibir o
desenvolvimento econômico de uma sociedade capitalista, tal como apontado,
neste caso pelo sociólogo Max Weber em seu livro: “The Theory of Social and
Economic Organization”. Além disso, o retorno dos lucros de volta à produção, no
caso de Marx, presente no norte industrializado, não ocorria da mesma forma nos
estados do sul, que tinha uma acentuada tendência a um consumo intenso, daí o
binômio: produção-consumo. Assim, norte e sul diferem-se na medida em que o
primeiro possui um progresso econômico qualitativo com o retorno dos lucros à
produção, e o sul, por sua vez, ao dirigir seus lucros em escravos e terras,
possui um progresso econômico quantitativo, levando em consideração a só aparente
baixa produtividade da mão-de-obra escrava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esse
fato histórico e ideológico (cf. Bailyn, 2003; Braga, 2012) se deve à <i>mentalidade </i>escravista do proprietário
sulista, que investia na compra de escravos como mercadoria, pois “dava
prestígio e segurança econômica e social numa sociedade dominada pelos
plantadores”. Os consequentes saltos qualitativos na produção nortista levaram
os proprietários sulistas a uma aguda disputa com os proprietários do norte. Se
for aceita a condição capitalista para os estados do sul (Marx), assim como
para os estados do norte (Weber), tem-se então uma sociedade capitalista que
impediu o desenvolvimento do próprio capitalismo, fato que historicamente tende
a revoltas, guerras e revoluções, ainda mais considerando que o sul apresentava
economicamente problemas de produção de produtos para o consumo interno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
“pesadelo de Northup”, interpretado por Chiwetel Ejiofor, teve início em 1841,
antes da guerra civil que oficializaria o fim da escravidão nos EUA. Ele vivia
em Saratoga, no estado de Nova York, com a mulher e os três filhos (foto), e
trabalhava como carpinteiro e músico, animando festas na região. Dois homens
convidaram Northup para se apresentar em um circo em Washington. Constituíam-se em chefe de mercenários, bandidos,
guerrilheiros como ocorrera historicamente na Itália medieval e renascentista.
Neste caso, analogamente <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>eram criminosos a serviço de
fazendeiros do sul escravocrata que patrocinavam o sequestro de negros livres
ao norte e, com aval de autoridades, falsificavam documentos de posse. Northup
foi vendido a diferentes senhores até cruzar com o mais cruel deles, Edwin Epps
(Michael Fassbender). Na fazenda de Epps, onde passou a maior parte de seu
tempo de cativeiro, ele testemunhou horrores como os vividos pela jovem escrava
Patsey (Lupita Nyong'o), alvo do furor sexual de seu dono e dos mais sádicos
castigos. Filmes recentes como “Django Livre”, de Quentin Tarantino, e “Lincoln”,
de Steven Spielberg, reacenderam o tema no cinema, mas nenhum deles atinge a
força histórica, humanista e política representada em “12 Anos de Escravidão”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar
de o tráfico de escravos serem proibido em 1815, o contrabando continuou até o
ano de 1860, enquanto que no norte crescia a campanha pela abolição. O livro “A
Cabana do Pai Tomás” (em inglês: “Uncle Tom`s Cabin”), de Harriet Elizabeth
Stowe, retrata uma ardente abolicionista que o publicou em 1852. No final de
1860, o estado da Carolina do Sul já havia se declarado fora da União, fato
este que culminou na formação dos Estados Confederados da América. Poucos meses
após a eleição de Abraham Lincoln (1809-1865), um republicano contrário à
escravidão, a confederação, de cunho separatista, já aglomerava 11 estados. Assim,
a guerra civil se deflagra e deixa um saldo de centenas de milhares de mortos e
uma legião de negros marginalizados. Nenhum programa governamental é previsto
para sua integração profissional e econômica. O sul permanece militarmente, mas
isso acontece até 1877, favorecendo o surgimento de outras novas religiões como
uma que se chama: “Os cavaleiros da Camélia Branca”, essa perseguia os negros
violentamente e defender a segregação racial. Todas essas diferenças elencadas,
não só nos aspectos produtivos, mas também diferenças de mentalidades, tal como
observadas por Alexis de Tocqueville, estão diretamente ligadas à questão da
escravidão. O orgulho pela “plantation” sulista, a posse de escravos, os
problemas produtivos - tudo remete à escravidão, fator que se pretendeu colocar
como força motriz da Guerra Civil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Indicado ao Oscar de
direção, McQueen pode se tornar o primeiro cineasta negro a conquistar o
prêmio. “12 Years a Slave” estreou no Festival de Telluride em 30 de agosto de
2013 e tem sido amplamente elogiado pela crítica. Depois de estar em
desenvolvimento há algum tempo, o filme foi anunciado oficialmente em agosto de
2011 com McQueen dirigindo e Chiwetel Ejiofor estrelando como Solomon Northup,
um negro livre que foi sequestrado e vendido como escravo na Deep South.
McQueen comparou a conduta de Ejiofor “de classe e dignidade” à de Sidney
Poitier e Harry Belafonte. Em outubro de 2011, Michael Fassbender que atuou em
filmes anteriores Hunger e Shame de McQueen se juntaram ao elenco. No início de
2012, o resto dos papéis foi lançado, e as filmagens estavam programadas para
começar no final de junho de 2012. Para captar a linguagem e dialetos da época
e regiões o professor de dialeto Michael Buster foi trazido para ajudar o
elenco na alteração de seu discurso. A linguagem tem uma qualidade literária
relacionada com o estilo de escrita do dia e da forte influência do Bíblia do
Rei Jaime. O estudioso de cultura e história afro-americano Henry Louis Gates
Jr. foi consultor no filme. Bibliografia geral consultada: <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">GRAY, Lewis Cecil, <i>History of
Agriculture in the Southern United states to 1860. Contributions to American
Economic History</i>. Washington: Carnegie Institute of Washington, 1933; FAULKNER,
Harold Underwood, <i>Historia Económica de
los Estados Unidos</i>. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Buenos
Aires: Editora Nova, 1954; GENOVESE, Eugene, <i>A Economia Política da Escravidão</i>. Rio de Janeiro: Editora Pallas,
1976; TOCQUEVILLE, Alexis de, <i>A
democracia na América. </i>São Paulo: Martins Fontes, 2000; BAILYN, Bernard, <i>As origens ideológicas da Revolução
Americana</i>. Bauru: EDUSC, 2003; BRAGA, Ubiracy de Souza, “A Hora da Verdade
Norte-Americana: <b>black or white</b>?”.
Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/11/09/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/11/09/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; entre outros. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-75814481617042893072014-01-13T17:34:00.000-03:002014-01-13T17:34:18.393-03:00A Utopia Acadêmica: Realidade e Desprezo.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">
Ubiracy de Souza Braga*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Político
não entende de universidade. Geralmente tem <i>desprezo</i>
absoluto por elas. Talvez Darcy Ribeiro tenha sido uma honrosa exceção.
Transitou à vontade tanto pelos “caminhos ocidentais” como pelas veredas do
mundo tribal amazônico, ou pelos corredores de mais de dois “palácios de
governo”. Seu compromisso foi vital, não setorial. Produziu na cátedra, na
prolongada convivência com os índios, na criação de universidades, dentro e
fora do país, como ministro da Educação ou como chefe da Casa Civil, como preso
político, nas peregrinações do exílio, ou, como um sábio romancista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Após
Leonel Brizola, de Orestes Quércia a FHC, inclusive o Lula, todos estes
desprestigiaram a universidade brasileira, exceto a presidenta da nação ainda<a href="" name="_GoBack"></a> exceção. Estes a viram apenas em seu sentido heteróclito,
como ocorre no Ceará, destinada a formar tipos de profissionais que o
funcionamento da sociedade local requer. Ignoram a relação entre o local e
global. Esse é o propósito de se manter o “establishment”: para eliminar de uma
vez por todas o sentido das palavras, eis o objetivo do Terror! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As
jovens universidades estatais cearenses estão passando por problemas profundos
de ordem político-administrativa, isto é, de liderança, pois tendem: a) aos
riscos da burocratização: que tornam os professores irresponsáveis e, só
atentos a regras administrativas; b) assim, esterilizam o ensino e liquidam com
a pesquisa, a formação em tempo contínuo, como exigência do CNPq, só para
atender a este ou aquele requisito regimental, e, c) não há interface
permanente entre a burocracia estatal e as universidades públicas. Temos um
governo de corte populista autoritário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
universidade é a agência fundamental de renovação dos seus quadros e a
formadora de seus corpos de professores e pesquisadores. Trata-se de
irresponsabilidade social do governo. Tão grave quanto aquela que pretendeu
corrigir em 2008. A somatória destas deformações resulta em greve prolongada,
sem abertura de canais de negociação como em toda ordem democrática dentro ou
fora do país. E infelizmente com um governo que estraga e despersonaliza a rica
cultura da quinta economia do país!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">__________________<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">* Sociólogo (UFF) e
cientista político (UFRJ). Professor <i>Associado</i>
da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará
(UECE). <o:p></o:p></span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-31231591043327511562014-01-09T09:27:00.000-03:002014-01-09T09:48:35.839-03:00500 anos de “Il Príncipe” - história, teoria e verdade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> 500
anos de “Il Príncipe” - história, <i>teoria </i>e
verdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 320.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Ubiracy de Souza Braga* <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">____________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">* </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Sociólogo (UFF</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">), </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Cientista Político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> “<i>È molto più sicuro essere temuti che amati</i></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">”. Niccolò
Machiavelli, <b>Il Principe</b>, 1513. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> </span><a href="http://4.bp.blogspot.com/-yQMcplmu6dQ/UkxTq3P1GII/AAAAAAAAAEI/c6w9cnTgGko/s1600/Maquiavelo_f2.png"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
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<v:imagedata o:title="Maquiavelo_f2" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.png">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Escólio: Niccolò di Bernardo dei
Machiavelli (1469-1527)</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">foi
escritor, diplomata e pensador político. Viveu a sua juventude sob o esplendor
político da República Florentina (cf. Villari, 1920; Roth, 1929; Vellecchi,
1929; Caristia, 1951; Mossini, 1962; Holle, 1963), durante o governo de
Lourenço de Médici (cf. Tenenti, 1973; Larivaille, 1979). Após uma adequada
educação humanista, ingressou na burocracia do governo republicano de 1498,
sendo principalmente empregada como secretário dos “Dez de Guerra”. Instalado
em 1310 para investigar a conspiração de Baiamonte Tiepolo, tornou-se talvez o
mais famoso de todos os órgãos de Estado do Renascimento. A responsabilidade do
Conselho consistia em proteger o Estado de traição, interna ou externa;
empregava espiões e, ocasionalmente assassinos etc. Neste cargo, <i>etnograficamente</i>, Maquiavel “observou o
comportamento de grandes nomes da época e a partir dessa experiência retirou
alguns postulados para sua obra”. O defeito básico dos governantes e estadistas
que Maquiavel conheceu consistia na fatídica inflexibilidade diante da mudança
das circunstâncias políticas. Não souberam acomodar sua personalidade às </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">exigências
dos tempos. Estes políticos tentaram, como hoje, apenas remodelar os tempos
segundo sua personalidade. Este julgamento de Maquiavel constitui o cerne da
análise da liderança política (cf. Ledeen, 2006) em “Il Principe” (1513), e,
por assim, dizer: “teniendo en cuenta que la naturaleza humana es invariable”. Sua
obra principal, “Il Príncipe” foi lida pelo cardeal inglês Reginald Pole, se
dizendo: “horrified by the influence she had on Thomas Cromwell”. </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_4" o:spid="_x0000_i1028" style="height: 240pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 219.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> Os termos “</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Renascimento”,
“Renascença” ou “Renascentismo” são usados para identificar o período da
história social da Europa aproximadamente entre fins do século XIV e meados do
século XVI. Os estudiosos, contudo, não chegaram a um consenso sobre essa
cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor. Seja
como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida
humana, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Apesar destas transformações sociais serem bem evidentes na cultura, sociedade,
economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o
capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é
mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e
nas ciências. Chamou-se “Renascimento” em virtude da redescoberta e
revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam
as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O
termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas
a noção de Renascimento, como hoje o entendemos, surgiu a partir da publicação
do livro de Jacob Burckhardt: “A Cultura do Renascimento na Itália” (cf.
Ghelardi, 1991), onde ele definia o período como uma época de “descoberta do
mundo e do homem”.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois
de servir a burocracia em Florença durante catorze anos foi afastado do cargo e
escreveu suas principais obras. Libertado, seguiu para uma propriedade em
“Sant`Andrea in Percussina” distante 7 km de San Casciano. Foi durante esse
ostracismo e aparente inatividade, o qual duraria até sua morte, que ele
escreveu suas obras mais conhecidas: “Il Príncipe” (1513) e os “Discorsi sopra
la prima deca di Tito Livio” (1512-1517), este em 3 volumes. Ora, vale lembrar
que os “Discursos” são uma obra republicana. E, se Maquiavel foi torturado a
mando dos Médici, que acabavam de retomar Florença, isso se deveu a ter sido
ele um dos líderes da República florentina. O Maquiavel mais <i>extenso</i> é republicano – e sobre ele
temos um livro notável de Newton Bignotto, “Maquiavel Republicano” (1991). Mas
talvez o autor d’ <b>O Príncipe</b> seja o
Maquiavel mais <i>intenso</i>: essas semanas
no campo emancipam a política da moral cristã. Florença comemora os 500 anos de
redação de “Il Príncipe”, de Maquiavel, obra fundadora da ciência política, com
uma exposição que explora sua gênese em contexto historicamente determinado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Concluído
em 10 de dezembro de 1513 e dedicado a Lorenzo II de Médici (1449-1492), duque
de Urbino, o célebre tratado de Nicolau Maquiavel (1469-1527), redigido em
apenas dez meses, se tornou, com o passar dos séculos, um substantivo
(maquiavelismo) e um adjetivo (maquiavélico), que explica a doutrina “de que os
fins justificam os meios”. Lourenço de Médici foi um estadista italiano,
soberano de fato da 1ª República Florentina (cf. Roth, 1929; Valori, 1929) durante
o Renascimento italiano. Conhecido como Lorenzo “il Magnifico” por seus
contemporâneos florentinos, foi um diplomata, político e patrono de acadêmicos,
artistas e poetas e também mecenas. Sua vida coincidiu com alguns dos pontos
altos do início do Renascimento na Itália, e sua morte marcou o fim da chamada “Idade
de Ouro” de Florença. A paz frágil que ele ajudou a manter entre os diversos
Estados italianos entrou em colapso depois de sua morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É
indiscutível que Maquiavel foi o fundador da ciência política (cf. Escorel,
1958; Esposito, 1980; 1984; Bath, 1992; Nivaldo, 2004; King, 2010; Braga, 2012),
constituindo-se naquele que entendeu primeiro que o poder não foi concedido por
Deus, mas que é temporal. Juntamente com “Pinocchio”, de Carlo Collodi, o livro
de Maquiavel é o texto de um autor italiano <i>mais
traduzido no mundo</i>, afirmou Valdo Spini, presidente do Comitê florentino
para as comemorações dos 500 anos da obra do escritor, durante uma coletiva de
imprensa realizada em Roma. Para homenagear uma das personalidades mais importantes
do Renascimento, como diplomata e filósofo foi organizada uma exposição com o
lema: “Il percorso del Principe”. O comitê organizador quer desfazer também o
estereótipo que foi ideologizado pelo mundo ocidental de que o italiano “é
dúbio e oportunista”, como aparentemente sugere o livro, numa leitura de
aproximação apressada ou imatura que passa ao largo da pretensão do autor ao
desnudar as verdadeiras práticas e saberes sociais em torno do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.google.com/hostednews/afp/media/ALeqM5ifmgko5fPQWBBPkLuGSm5rQhCbLg?size=l" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.google.com/hostednews/afp/media/ALeqM5ifmgko5fPQWBBPkLuGSm5rQhCbLg?size=l" height="213" width="320" /></a></div>
<a href="http://www.google.com/hostednews/afp/slideshow/ALeqM5irubRAPrXbkd0N2zfXRmCjvTu2Gw?hl=pt_PT&docId=d5ab6e02-1234-44ec-85d5-10e8dd9e8cbf&index=0"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="http://www.google.com/hostednews/afp/media/ALeqM5ifmgko5fPQWBBPkLuGSm5rQhCbLg?size=s3" href="http://www.google.com/hostednews/afp/slideshow/ALeqM5irubRAPrXbkd0N2zfXRmCjvTu2Gw?hl=pt_PT&docId=d5ab6e02-1234-44ec-85d5-10e8dd9e8cbf&index=0" id="Imagem_x0020_3" o:button="t" o:spid="_x0000_i1027" style="height: 207pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 307.5pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ALeqM5ifmgko5fPQWBBPkLuGSm5rQhCbLg?size=s3" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> Palazzo Vecchio, na cidade italiana de
Florença (2010). AFP/Arquivos, Filippo Monteforte. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foi
também neste período que Maquiavel conheceu vários escritores, no Jardim
Rucellai, formado por um círculo de literatos. Cosimo Rucellai falecera 25 anos
antes, em 1519. Maquiavel dedicou os “Discorsi sopra la prima deca di Tito
Livio” a ele e a Zanobi Buondelmonti, a quem se referirá mais adiante e se
aproximou de Francesco Guicciardini apesar de já conhecê-lo há tempos. Entre os
escritos desse período estão o poema: “Asino d`oro” (1517), a peça: “A
Mandrágora” (1518), considerada uma obra prima da comédia italiana, e “Novella
di Belfagor” (romance, 1515), além de vários tratados histórico-político,
poemas e sua correspondência particular, organizada pelos descendentes, tais
como: “Dialogo intorno alla nostra língua” (1514), “Andria” (1517), “Discorso
sopra il riformare lo stato di Firenze” (1520), “Sommario delle cose della
citta di Lucca” (1520), “Discorso delle cose florentine dopo la morte di
Lorenzo” (1520), “Clizia”, comédia em prosa (1525), “Frammenti storici” (1525)
e poemas tais como: “Sonetti”, “Canzoni”, “Ottave”, e “Canti carnascialeschi”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
história social da recepção da obra de Maquiavel foi marcada, desde o século
XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises da
política como exemplo acabado do “cinismo e da amoralidade”, convertidos em
regra do convívio dos homens. Associar o nome do escritor ao diabo, por
exemplo, ou atribuir-lhe uma defesa ilimitada da tirania foi o caminho dos que
quiseram defender uma plena submissão da política a regras que lhe são
exteriores. Essa interpretação acabou se refletindo no vocabulário de quase
todas as línguas ocidentais, deixando “maquiavelismo” (cf. Bath, 1992) seu
campo semântico original para se tornar um operador corrente da linguagem no
âmbito da política. Depois de mais de cem anos de um cenário histórico dominado
pelo apelo às utopias e pela crítica a seus efeitos na vida das nações, chama a
atenção em Maquiavel seu apego ao que denomina metodologicamente de “verdade
efetiva das coisas” (“efficace verità delle cose”). Mais do que formular um
novo conceito de <i>verdade</i>, ele nos
ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias ou utópicas, para
concentrar nossos esforços de compreensão nas condições <i>objetivas</i> e, portanto <i>reais</i>,
que presidem as ações humanas: a ambição, o desejo de glória, o medo, os
interesses materiais (cf. Villari, 1920; Roth, 1929; Valori, 1929; Wertheimer,
1942; Canistra, 1951; Escorel, 1958; Mossini, 1962; Hole, 1963; Squaroti, 1966;
Esposito, 1980; 1984; Ridolfi, 2003). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
renascentista Maquiavel se utilizou de autores e conceitos da Antiguidade
clássica (cf. Pires, 2010) de maneira revolucionária. Maquiavel é um dos raros
pensadores da política a pensar, não só o exercício, mas a <i>tomada</i>, do poder - não a continuidade, mas a <i>novidade</i>, o que o torna “primus inter pares”. Não é fortuito que o
marxista italiano Antônio Gramsci tenha escrito sobre ele: “Maquiavel pode ser
revolucionário” (cf. Gramsci, 1975; 1991; 2000; 2002). Um dos principais
autores foi Tito Lívio (50 a. C.-17 d. C.), além de outros lidos através de
traduções latinas, e entre os conceitos apropriados por ele, metodologicamente
encontram-se o de “virtù”, entendido como um traço de caráter que distinguia o
homem enérgico, probo, corajoso, até arrojado, mas não imprudente, da sua
contraparte convencionalmente virtuosa, tornando-o menos vulnerável às
cavilações da “fortuna”. A <i>fortuna</i> é
o imprevisível, o acaso, a sorte. A “virtù” é o saber como atuar de acordo com
a necessidade do momento, é a “vontade-força”, reiterada por Nietzsche, <i>leitor </i>de Maquiavel, qualidade
fundamental do Príncipe. Tal como Maquiavel encerrava “O príncipe”, com a
“vontade-força” na expectativa de que surgisse na Itália dilacerada do seu
tempo uma figura magnífica, despida de preconceitos, que lançasse mão de
quaisquer recursos, mesmo que inescrupulosos, para unificar o país ameaçado
pelos bárbaros, analogamente Nietzsche-Zaratustra esperava o mesmo na
emergência de um “super-homem” (“Übermensch”). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <b>Tese</b>:
Maurizio Viroli en “La sonrisa de Maquiavelo” (cf. edição brasileira, 2002) apela
a una anécdota para comenzar y concluir su biografía sobre el florentino: se
dice que en su lecho de muerte, Nicolás Maquiavelo tuvo un sueño. En él, se
veía a dos tipos de hombres que tomaban caminos diferentes: los primeros,
vestidos con ropas harapientas, representaban a los santos y beatos, y aunque
se veían sufrientes decían que iban al paraíso. Los segundos, vestidos
elegantemente, entre los cuales se encontraban reconocidos filósofos, iban
camino al infierno. Según él, y como le comentó a sus amigos cercanos, prefería
ser de aquellos que iban al infierno para poder conversar de política con
ellos. La anécdota anterior, nos remite a un personaje que desde el
Renacimiento ha sido polemizado, así como leído en sentido negativo. Asimismo,
interpretado desde diversas corrientes y receptores. No es tampoco curioso que
se llame “maquiavélico” a quien acciona astutamente o para apelar a un
prejuicio negativo. Tampoco es extraño, que a partir de sus escritos hayan
surgido insólitas interpretaciones como “Maquiavelo para mujeres” o “Maquiavelo
para madres” o se hayan realizado series de televisión basadas en la Italia
renacentista del autor (“The Borgias”).
Y es que el pensador italiano, – de quien hoy 3 de mayo se cumplen 544
años de su natalicio y este año se conmemoran los <b>500 años</b> de su más famoso libro “El príncipe”–, aún persiste en la
actualidad (cf. Orrego, 2010). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_2" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 196.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 229.5pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image004.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Foi porque Maquiavel percebeu que
qualquer conselho positivo para lidar com problemas políticos era suscetível de
ser contrariado por uma alusão pessimista à <i>fortuna</i>,
que ele resolveu dedicar a esse tema o penúltimo capítulo de “Il Príncipe”,
livro escrito por Nicolau Maquiavel em 10 de dezembro de 1513, cuja 1ª edição
foi publicada postumamente, em 1532. Ele próprio aceitou que a Fortuna era o
árbitro de <i>metade </i>das ações dos
homens, mas sublinhou que isso não deveria levar ao derrotismo. Em duas
memoráveis imagens, comparou a fortuna a um rio cujas águas caudalosas podem
ser inofensivamente desviadas por diques e canais de drenagem precavidos, e a
uma mulher que, sendo mulher, pode ser domada pelo ardor e a violência. Vejamos:
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>Chegada
a noite, retorno para casa e entro no meu escritório; na porta, dispo a roupa
quotidiana, cheia de barro e lodo, visto roupas dignas de rei e da corte e,
vestido assim condignamente, penetro nas antigas cortes dos homens do passado
onde, por eles recebido amavelmente, nutro-me daquele alimento que é unicamente
meu, para o qual eu nasci; não me envergonho ao falar com eles e perguntar-lhes
das razões de suas ações. Eles por sua humanidade, me respondem, e eu não sinto
durante quatro horas qualquer tédio, esqueço todas as aflições, não temo a
pobreza, não me amedronta a morte: eu me integro inteiramente neles. E, porque
Dante disse não haver ciência sem que seja retido o que foi apreendido, eu
anotei aquilo de que, por sua conversação, fiz capital, e compus um opúsculo De
Principatibus, onde me aprofundo o quanto posso nas cogitações deste assunto,
discutindo o que é principado, de que espécies são, como são adquiridos, como
se mantêm, porque são perdidos. Se alguma vez vos agradou alguma fantasia
minha, esta não vos deveria desagradar; e um príncipe, principalmente um
príncipe novo, deveria aceitar esse trabalho: por isso eu o dedico à
magnificência de Juliano. Filippo Casavecchia o viu e vos poderá relatar mais
ou menos como é e das conversas que tive com ele, se bem que frequentemente eu
aumente e corrija o texto</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
Maquiavel quando “virtù” e “fortuna” caminham juntas, o resultado é a <i>vitória</i> - como podemos observar nos exemplos históricos
- em caso contrário, a derrota na politica. Exumada pelo interesse humanista na
mitologia clássica, essa personificação das forças que desafiam e frustram os
esforços humanos foi utilizada, muitas vezes, como um subterfúgio convencional
para evitar “a invocação da vontade de Deus” na explicação dos fenômenos que
pareciam racionalmente inexplicáveis, quer se tratasse de “um revés no amor ou
no campo de batalha”. A ideia de “fortuna” em Maquiavel vem da “deusa romana da
sorte” e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não
se pode saber a quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém
ao poder como tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como
sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá. Ela,
pois curiosamente tanto o substantivo “fortuna” quanto a personificação,
“Fortuna”, eram femininos, refletindo a opinião dos homens e da lei de que as
mulheres deviam ser identificadas analogamente com a irracionalidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Era
invocada mais comumente num contexto político durante a incapacidade da Itália
para fazer frente às sucessivas ondas de invasão estrangeira depois de 1494. Em
Florença ocorreu um fato estranho. Um frade, de nome Savonarola, que comandava
a cidade, previu-lhe uma invasão estrangeira “em punição pelo seu gosto pelo
luxo e lassidão”. Carlos VIII não avançou sobre o lugar e tomou o caminho de
Roma, aonde chegou a 31 de dezembro de 1494. Ali ele conseguiu prender o
Príncipe Djem, filho do sultão turco Bajazet. Em seguida, a 22 de fevereiro de
1495, tomou posse de Nápoles, e passou a viver em um ambiente festivo em função
de seus sucessos. Daí a análise maquiavélica, segundo a qual afirma: - “sou de
parecer de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna
(oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...)
contrariá-la. Vê-se, que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados
do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto
terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia”
(“Io sono del parere che è meglio essere audaci rispetto cauti, perché la
fortuna (opportunità) è una donna e per tenerla sottomessa, è necessario (...)
per contraddirli. Si è visto che preferiscono non di rado lasciano vendere per
audaci che agendo freddamente. Quindi è sempre un amico del giovane, perché
hanno meno rispetto e più ferocia e la sua sottomettere con più audácia”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na
Inglaterra chegaram a afirmar que o nome dado ao diabo (cf. Abrahão, 2009) procedia
do seu nome, pois, “Maquiavel precisa de um truque para dar seu nome ao nosso
velho apelido” (“Nick Machiavel hed neer a trick. Tho gove his name to our old
Nick”). Geralmente, acredita-se que a Inquisição é uma instituição
eclesiástica. Mas, na realidade, seu aspecto eclesiástico era mínimo. Quase
ninguém fora da instituição sabia que os inquisidores eram nomeados pelo rei.
Diretamente a Inquisição funcionou mais ou menos como uma “polícia política” de
nossos tempos. A Inquisição funcionou muitas vezes como um tribunal
inteiramente politizado. A Inquisição era inimiga dos grupos burgueses e
“pré-burgueses” na transição para o capitalismo. E a Inquisição foi decisiva
para que na Península Ibérica não amadurecesse uma consciência burguesa, por
muito tempo. Foi nesse clima que Nicolau Maquiavel ofertou “O Príncipe” a
Lourenço de Médicis; que Lutero promoveu a Reforma religiosa; que Copérnico
demonstrou a Terra em rotação sobre seu eixo e os planetas girando em torno do
Sol, não é o centro do universo e que Johannes Weyer publicou, após anos de
estudo, o seu “De praestigiis daemonum...”. Johann Weyer (Grave, 1515 - 1588)
era um médico holandês, ocultista e demonologista, discípulo e seguidor de
Heinrich Cornelius Agripa. Foi um dos primeiros a protestar contra a
perseguição às bruxas. Seu trabalho mais influente é: “De Praestigiis Daemonum
et Incantationibus ac Venificiis” (1563), em português: “Sobre a ilusão de
Demônios, Feitiços e Venenos”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas
para o que nos interessa:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<b><i>Il Principe</i></b><i> è sempre stato nell`Indice dei libri proibiti dalla Chiesa cattolica,
in parte perché smontava le teorie politiche cristiane come quelle - rispettate
da lungo tempo - di Sant`Agostino e Tommaso d`Aquino, ma soprattutto perché
Machiavelli annulla ogni nesso tra etica e politica: infatti, secondo lui, il
Principe deve cercare di sembrare magnanimo, religioso, onesto ed etico. Ma in
realtà, i doveri di un principe non gli permettono di possedere alcuna di
queste virtù. <b>Il Principe</b> ha sfidato
la filosofia scolastica della Chiesa cattolica e la sua lettura ha contribuito
alla fondazione del pensiero Illuminista e quindi del mondo moderno, occupando
così una posizione unica nell`evoluzione del pensiero in Europa. Le sue massime
più conosciute sono ampiamente citate anche oggi, in genere nella critica di
leader politici: ´è molto più sicuro essere temuti che amati`, ma non è meglio
essere odiati, e nemmeno ignorare virtù e giustizia quando questi non
minacciano il proprio potere</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Do
ponto de vista historiográfico pouco se conhece da biografia de Maquiavel antes
de entrar para a vida pública (cf. Ridolfi, 2003; 2012; White, 2007; King, 2010;
Braga, 2012). Ele era o terceiro de quatro filhos de Bernardo e Bartolomea de`
Nelli. Não se sabe ao certo o que teria levado à escolha de Maquiavel para a
chancelaria. Outros analistas preferem atribuir a sua entrada à escolha e
camaradagem de um antigo professor seu, Marcelo Virgilio Adriani, o qual ele
teria conhecido em aulas na Universidade Pública de Florença e naquele momento
era Secretário da Primeira Chancelaria. Mas Ross King (2010) resgata a imagem
de Maquiavel da caricatura, descrevendo em detalhes o vibrante contexto
político e social que influenciou seu pensamento, e ressalta a humanidade de um
dos mais importantes filósofos políticos da história social e política. Além
disso, o Maquiavel de Ross King frequenta astrólogos, produz vinho, percorre a
Europa a cavalo como diplomata, e é um estudioso apaixonado da Antiguidade -
mas, sobretudo, “um observador perspicaz da natureza humana”. Isto é
importante. Em uma elaborada e instigante biografia, Ross King resgata a imagem
de Maquiavel da caricatura, descrevendo em detalhes o vibrante contexto
político e social que influenciou seu pensamento, e ressalta a humanidade de um
dos mais importantes filósofos políticos da história. O Maquiavel de Ross King
frequenta astrólogos, produz vinho, percorre a Europa a cavalo como diplomata,
e é um estudioso apaixonado da Antiguidade - mas, sobretudo, um observador
perspicaz da natureza humana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_6" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 294.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 218.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
geral seus críticos se basearam em “Il Príncipe”, analisando-a isoladamente das
demais obras de Maquiavel e sem levar em conta o contexto histórico e social no
qual foi produzida. Sustentamos a tese segundo a qual Maquiavel escreve <i>história</i> mais como pensador político do
que como historiador (cf. Pires, 2010)<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3492238349240968978" name="_GoBack"></a>. Isto é importante
e evidencia sua singularidade como pensador político. Não se preocupa tanto com
a referência precisa de afirmações contidas nas suas obras, mal comparando, tal
como o filósofo Michel Foucault em nossos dias, ainda que tenha ido aos
arquivos de Florença - prática incomum na época. Deixa transparecer nas suas
obras históricas a defesa de algumas das suas ideias através da narração dos
fatos históricos. Ele também acredita que a história se <i>repete</i>, tornando a sua escrita útil como exemplo para que os
homens, tentados a agir sempre da mesma maneira, evitassem cometer os mesmos
erros. Assim, a) alguns dos seus biógrafos atribuem-lhe os fundamentos da
escrita moderna da história, b) outros admitem que ele não possua uma visão
crítica o suficiente para poder separar os fatos históricos dos mitos e, c)
aceitou como <i>verdade</i>, por exemplo, a
fundação mitológica de Roma, outros ainda, d) de forma <i>vulgar</i> atribuem-lhe uma “concepção dogmática e ingénua da história”,
daí a ideia contida em nossa argumentação entre história, teoria e verdade na
obra do pensador italiano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Metodologicamente
falando, “virtù” representa justamente a capacidade do indivíduo de controle
das ocasiões e acontecimentos, ou seja, da “fortuna”. O político com grande “virtù”
vê justamente na “fortuna” a possibilidade da construção ideal de uma
estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade, agindo frente a
uma determinada circunstancia, percebendo seus limites e explorando as
possibilidades perante os mesmos. Uma estratégia é uma entidade que é
reconhecida como uma <b><i>autoridade</i></b> - pode ser qualquer
coisa, desde uma instituição ou uma entidade comercial até um indivíduo cujo
comportamento coincide com as definições próprias para “estratégico”. Uma
estratégia pode ter o <b>status</b> de
ordem dominante, ou ser sancionada pelas forças dominantes. Em outras palavras,
uma estratégia é relativamente inflexível, pois ela é amarrada a um “próprio” (cf.
Braga, 2013), que é a sua “localização espacial ou institucional”. O objetivo
de uma estratégia é se perpetuar através das coisas que ela produz. <b>Ipso facto</b>, a “virtù” está sempre
analisando a “fortuna” e, portanto, não existe em abstrato, não existe uma
fórmula, ela varia de acordo com a situação determinada. Pois, os fins
justificam os meios dentro de uma determinada conjuntura política que sofre
influência de outras dimensões como a social, a econômica e a moral e cabe ao
político com as suas capacidades de análise e de estratégia achar um meio
mediante o qual essa conjuntura para realização de um determinado fim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
livro “O Príncipe”, cap. 25. “Quanto pode a fortuna influenciar as coisas
humanas e como se pode resistir a ela”, em que Maquiavel explica esses
conceitos, ele fala sobre a crença que há em sua época em um “determinismo
divino”, o desenvolvimento dos mesmos se opõe a esse “determinismo”, porém
devemos cuidar, pois assim como a fortuna não é determinada e fatalista, mas
sim muda de acordo com a conjuntura, a “virtù” não representa o simples livre
arbítrio, mas sim, a escolha certa na hora certa. Os “Discorsi sopra la prima
deca di Tito Livio”, de 1513 a 1521, opõem-se a “O Príncipe” pelo tema, apesar
de ambos compartilharem alguns
conceitos. Nos “Discorsi”, Maquiavel defende a <i>forma de governo</i> republicana (cf. Bobbio, 1980; 1996; 1999; 2003;
2004; 2005; 2008; 2012) com uma constituição mista, de acordo com o modelo da
República de Roma Antiga. Defende também a necessidade de uma cultura política <i>sem corrupção</i>, pautada por princípios morais
e éticos (cf. Ribeiro, 2004), o que representa atualidade ímpar de sua obra, havendo
passado 500 anos da publicação. Foram pensados como análise e comentário a toda
a obra de Tito Lívio, mas permaneceram incompletos, não passando da primeira
década. Esta obra surgiu da vontade do autor de comparar as instituições da
Antiguidade, em especial às da Roma clássica, com as de Florença no período.
Assim, seguindo a obra de Tito Lívio, analisa como surgem, se mantém e se
extinguem os Estados. Ficou assim dividido em três partes, estudando na
primeira, a fundação e a organização, em seguida, o enriquecimento e a expansão
e, por fim, sua decadência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas
há ainda em sua obra um ponto de inflexão e diz respeito o fato de que a ética
em Maquiavel se contrapõe à ética cristã herdada por ele da Idade Média. Ou
seja, para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os Estados em si
estavam subordinados “a uma lei superior e a vida humana destinava-se à
salvação da alma”. Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes “passa
a ser a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade”, não o próprio, de
forma que uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não ser sob uma
perspectiva histórica (cf. Esposito, 1980). Reside aí um ponto de crítica ao
pensamento maquiavélico e fundamento de sua atualidade, pois com essa
justificativa, o Estado pode praticar todo tipo de violência, seja aos seus
cidadãos, seja a outros Estados. Ao mesmo tempo, o julgamento posterior de uma
atitude que parecia boa, pode mostrá-la má. Para ele, a “natureza humana” seria
“essencialmente má” e os seres humanos querem obter os máximos ganhos a partir
do menor esforço, contrariando Hobbes, para quem a “condição da natureza humana
e as leis divinas exigem um cumprimento inviolável”, ou, Locke, “dentro dos
limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de
qualquer outro homem”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
“natureza humana” é a parte do comportamento humano que se acredita que seja
normal e/ou invariável através de longos períodos de tempo e de contextos
culturais dos mais variados. Todavia sem querer com isso dizer que os seres
humanos ajam sempre de “forma má”, pois isso causaria o fim da sociedade,
baseada em um acordo entre os cidadãos. Enfim, ele quer dizer que o governante
não pode esperar o melhor dos homens ou que estes ajam segundo o que se espera
deles. Talvez isto signifique o seguinte: na Idade Média, o quadro <i>moral</i> dava conta do lugar tanto do
príncipe quanto do súdito, que deviam ambos obedecer à religião. Em tese,
bastava isso para fazer um bom rei ou um fiel cristão. Maquiavel demonstra que
o príncipe não está mais submetido - nem protegido - por esse quadro. É essa
insegurança que lhe dá liberdade. Ninguém é livre sem ansiedade. “Maquiavélico
e maquiavelismo” (cf. Bath, 1992; Abrahão, 2009; Nietzsche, 2008: 385 e ss.)
são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, quanto no âmbito
do debate político (cf. King, 2010), quanto na fala do dia-a-dia (cf. Cortina,
2000). Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o
universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções, porém, o
“maquiavelismo” está associado à ideia de perfídia, a um procedimento
astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de
certa forma, incólumes no tempo e no espaço situando a atualidade de um
Maquiavel intemporal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
verdade, o manuscrito passou inteiramente despercebido durante a vida do seu
autor. Publicado por seus filhos em forma de livro anos após a sua morte, a
rejeição a “O Príncipe” logo nasceu e cresceu. Rejeição que marcou a trajetória
do livro durante séculos e que tendo o “maquiavelismo” como centro produziu
muita condenação e pouca luz. Mas em política não poderia ser de outra forma. De
modo geral, lido de má-fé, sem <i>método</i>
no sentido de Hans Georg Gadamer (1900-2002), considerado como um dos maiores
expoentes da hermenêutica filosófica. Sua obra de maior impacto foi “Verdade e
Método”, de 1960, ou, como dizíamos simplesmente citado, sem ao menos ter sido
consultado, <b>O Príncipe</b>
transformou-se num “símbolo da trapaça, o número um da galeria dos livros malditos”
(cf. Alves Filho, 1976; 2009). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Maquiavel
venceu, Maquiavel está vivo (cf. Cortina, 2000). Pois nem depois de morto,
Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que o
levou, desde então a ser objeto de excreção dos moralistas. Realizado de 1545 a
1563, foi o 19º concílio ecuménico. É considerado um dos três concílios
fundamentais na Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para
assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma
da Igreja Católica e a reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma
Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da Contrarreforma.
Os Príncipes mudaram, mas não de alma, gesto, corpo e pensamento. Mudaram a
mistura usada em pintura (cf. Braga, 2012), pois ontem como hoje, alguns usam
batom e salto alto, mas continuam Príncipes, de alma e coração. Bibliografia
geral consultada:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">MACHIAVELLI, Niccolò, <i>Opere complete</i>. Firenze: Alcide Parenti Editore-Libraio, 1843; Idem,
<i>Il Principe e Discorsi sopra la prima
deca di Tito Livio</i>, a cura di S. Bertelli, Milano, 1960; Idem, <i>História de Florença.</i> 1ª edição. São
Paulo: Martins Fontes, 2007; 648 páginas; TOMMASINI, O, <i>La vita e gli scritti di Niccolò Machiavelli nella loro relazione col
machiavellismo</i>, II, Roma 1911; ROTH, Cecil, <i>L`ultima Repubblica Fiorentina.</i> Florence: Vallecchi, 1929; VALORI,
Aldo, <i>La Difesa dela Repubblica
Fiorentina</i>. Florence: Vallecchi, 1929; BRAGA, Ubiracy de Souza, “Notas
sobre o bicentenário d`<b>A Fenomenologia
do Espírito</b>”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.achegas.net/numero/33/ubiracy_33.pdf"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.achegas.net/numero/33/ubiracy_33.pdf</span></a></span><span class="MsoHyperlink"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">/2007</span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “A Têmpera de
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://estudosviquianos.blogspot.com.br/2012/02/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://estudosviquianos.blogspot.com.br/2012/02/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Píer Paolo
Pasolini: Profeta e mártir do cinema”. : </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.dihitt.com/27/03/2012"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.dihitt.com/27/03/2012</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “O Modelo
Wittgenstein & Certeau de Linguagem Ordinária”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://amargemrevista.wordpress.com/2013/05/24/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://amargemrevista.wordpress.com/2013/05/24/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; VILLARI, Pasquele, <i>Niccolo Machiavelli e suoi tempi</i>.
Firense. Vol. 1-2, 1920; Artigo: “500 años: La actualidad de Maquiavelo”.
Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://realismovisceral.cl/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://realismovisceral.cl/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; WERTHEIMER, Oskar
Von, <i>Maquiave</i>l. Porto Alegre: Editor
Globo, 1942; CARISTIA, Carmelo, <i>II
pensiero político di Niccolo Machiavelli</i>. 2ª. ed. Napoli: Casa Editrice
Dott. Eugenio Jovene, 1951; SFORZA, Carlos, <i>O
pensamento vivo de Maquiavel</i>. São Paulo: Livraria Martins Editora: 1951; FERRARA,
Orestes, <i>Maquiavello - la vida, las
obras, la Fama. </i>Madrid: Coleccion La Nave, 1952; ESCOREL, Lauro, <i>Introdução ao Pensamento Político de
Maquiavel.</i> Rio de Janeiro: Edição Simões, 1958; MOSSINI, Lanfrano, <i>Necessita e legge nell`opera del Machiavelli</i>.
Milano: Giuffre, 1962; HOLE, J. R, <i>Maquiavel
e a Itália da Renascença</i>. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1963; SQUAROTI,
Giorgio Barberi, <i>La forma trágica del
´Principe`.</i> Volume 9 de <b>Saggi di
´Leterre italiane`.</b> Editora L. S. Olschki, 1966; FREDERICO II, <i>O Anti-Maquiavel.</i> Lisboa: Guimarães
Editores. 1967; TENENTI, Alberto, <i>Florença
na época dos Médici: Da cidade ao Estado</i>. São Paulo: Perspectiva, 1973; PASOLINI,
Pier Paolo, <i>Gramsci`s Asche.</i>
Gedichte. Italienisch/Deutsche. Verlag, München, 1980; BOBBIO, Norberto, <i>A teoria das formas de governo</i>.
Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1980; Idem, <i>De Senectute e Altri Scritti Autobiografici</i>. Itália: Einaudi
Editore, 1996; Idem, <i>Ni con Marx ni
contra Marx.</i> 1ª edição. Espanha: Fondo de Cultura, 1999; Idem, <i>O Filósofo e a Política</i>. 1ª edição. São
Paulo: Contraponto Editora, 2003; Idem, <i>Era
dos Direitos</i>. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004; Idem, <i>Il Futuro della Democrazia</i>. 1ª edição.
Itália: Einaudi Editore, 2005; Idem, <i>Direito
e Poder</i>. 1ª edição. São Paulo: Editora da UNESP, 2008; Idem, <i>Direita e Esquerda</i>. São Paulo: Editora
da UNESP, 2012; ESPOSITO, Roberto, <i>La
politica e la storia: Machiavelli e Vico</i>. Roma: Liguori, 1980; Idem, <i>Ordine e conflito. Machiavelli e la
literatura politica del Rinascimento.</i> Roma: Ligouri, 1984; GHELARDI,
Maurizio. <i>La scoperta del Rinascimento: L
“Età di Raffaello” di Jacob Burckhardt.</i> Torino: Einaudi, 1991; LEFORT,
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Paris, 1986; WHITE, Michael, <i>Maquiavel:
Um Homem Incompreendido</i>. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007; ABRAHÃO,
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Paulo: Agbook, 2009; ALVES FILHO, Aluízio, “O príncipe (mal) dito”. In: <b>Lugar em Comunicação</b> - revista da
Faculdade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, v. 6, p. 56-62, 1976; Idem,
“Revisitando Maquiavel”. In: <b>Achegas.net,</b>
v. n. 42, pp. 5-20, 2009; KING, Ross, <i>Maquiavel:
Filósofo do Poder</i>. São Paulo: Objetiva, 2010; BATH, Sérgio, <i>Maquiavelismo: a prática política segundo
Nicolau Maquiavel</i>. São Paulo: Editora Ática, 1992; CORTINA, Arnaldo, <i>O príncipe de Maquiavel e seus leitores: uma
investigação sobre o processo de leitura</i>. São Paulo: Editora da UNESP,
2000; DE GRAZIA, Sebastian, <i>Maquiavel no
inferno</i>. São Paulo: Companhia das Letras, 1993; LARIVAILLE, Paul, <i>A Itália no tempo de Maquiavel: Roma e
Florença</i>. São Paulo: Companhia das Letras, 1979; NIETZSCHE, Friedrich, <i>A Vontade de Poder.</i> Rio de Janeiro:
Contraponto, 2008; GRAMSCI, Antônio. <i>Quaderni
del Carcere</i>. Turim: Einaudi, 1975, t. III; Idem, <i>Cadernos do cárcere. </i>V. 3: “Maquiavel. Notas sobre o Estado e a
política”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000; GRAMSCI, Antônio, “O
Moderno Príncipe”. In: <b>Maquiavel, a
política e o Estado moderno. Rio</b> de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira, 1991; Idem, “Caderno 13 (1932-1934): Breves notas sobre a política
de Maquiavel”. In: <b>Cadernos do cárcere</b>,
volume 3. “Maquiavel notas sobre o Estado e a política”. Rio de Janeiro:
Editora Civilização Brasileira, 2002; PORTANTIERO, Juan Carlos, <i>Fortuna y virtud en la república
democrática. Estudios sobre Maquiavelo. </i>Buenos Aires: Clacso – Consejo
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pensador da ética”. In: <b>revista Cult</b>,
dezembro de 2004; LEDEEN, Michael A, <i>Maquiavel
e a liderança moderna.</i> São Paulo: Editora Cultrix, 2006; NEDEL, José, <i>Maquiavel: concepção antropológica e ética.</i>
Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996; RIBEIRO, Renato Janine, “Um pensador da ética”.
In: <b>Revista Cult</b>, dezembro de 2004;
NIVALDO, José, <i>Maquiavel, o Poder.</i>
São Paulo: Martin Claret, 2004; RIDOLFI, Roberto, <i>Biografia de Nicolau Maquiavel</i>. São Paulo: Musa Editora, 2003;
VIROLI, Maurizio, <i>O sorriso de Nicolau.</i>
São Paulo: Estação Liberdade, 2002; JOLY, Maurice, <i>Diálogo no inferno entre Maquiavel e Montesquieu.</i> São Paulo:
Editora UNESP, 2009; PIRES, F. Murari, “Machiavel et Thucydide : le(s)
regard(s) de l’histoire et les figurations de l’historien”. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In: <b>Action politique et histoire:
Le narrateur homme d’action</b>, sous la direction de Marie-Rose Guelfucci,
CEA, 47 (2010): 271-289, entre outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-37053034815487058162013-12-11T23:43:00.000-03:002013-12-12T15:01:15.760-03:00Miss Universe: globalização, racismo e mercado do corpo?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 382.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> Ubiracy de Souza Braga* <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 24px;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">_______________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">* Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">
“</span><i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">O
conceito universal do belo entrou em declínio com a modernidade</span></i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">”. Samuel Chaim Katz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter">
<v:formulas>
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</v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:formulas>
<v:path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f">
<o:lock aspectratio="t" v:ext="edit">
</o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape alt="A Miss Venezuela Gabriela Isler é coroada Miss Universo 2013 (Foto: Alexander Nemenov/AFP)" id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1034" style="height: 232.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 453.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="AFP)" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
Gabriela Isler (Venezuela), vencedora do concurso multinacional
denominado: “Miss Universe” (2013). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Escólio: Chamamos de “conceito” o
que Platão parece demonstrar não como culto ao belo, posto que só tivesse
validade se correspondesse a uma “essência no mundo das ideias”. A busca
platônica pelo belo, o bom e o justo fixam-se na história do Ocidente em torno da
busca do “belo em si”. Com as grandes religiões, o belo situa-se sempre fora da
experiência sensível. Seria o divino aquilo que o humano tem como referência e
que tenta alcançar. Para sermos breves, Immanuel Kant realiza uma virada,
dizendo que é impossível ter uma regra universal acerca do belo, pois todo
juízo a respeito do belo é singular, determinado pelo gosto; não há mais uma
determinação dita “universalizante”. Ao mesmo tempo, se para Kant, apesar de o
gosto ser singular, todo mundo tem faculdades semelhantes; portanto a decisão
sobre o que é belo se rompe com a universalização, mas as condições são
universalizáveis. Contudo, a descrição de Michel Foucault sobre Erasmo (c.
1466-1536) no livro: “Elogio da Loucura”, de Erasmo, não há mais essa
universalização. Para um homem bem velho que tem dinheiro, por exemplo, essas
questões sobre o belo não aparecem. A loucura interna a cada um, sim, é
universal, mas que não trataremos agora. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tese:</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O
Brasil pode ter ganhado cinco Copas do Mundo, e a Argentina, 22 Taças
Libertadores da América, mas quando se trata de mulher bonita, nenhum país da
América Latina é páreo para a Venezuela. O país já conquistou seis títulos do concurso
“Miss Universo”, e só fica atrás dos Estados Unidos, que têm oito por razões
óbvias: origem e significado comercial da competição. Como se não bastasse, em
2009 a pátria de Chávez entrou para o Livro Guinness dos Recordes ao se tornar
o primeiro país a conquistar o título por dois anos consecutivos em 2008 e
2009. A trajetória que levou as venezuelanas ao topo do <i>ranking</i> mundial da beleza começou em 1952, quando a “Panamerican
Airways” (Pan Am) idealizou o concurso Miss Venezuela para escolher a
representante do país no então recém-criado “Miss Universo”, concurso de beleza
realizado nos Estados Unidos para escolher a mulher mais bela do mundo. Com o
passar dos anos, a competição virou um fenômeno de público na Venezuela e, a
partir da década de 1970, passou a ser transmitido em cadeia nacional pelo
canal <b>Venevisión</b> e se tornou o
programa de televisão mais assistido do país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_6" o:spid="_x0000_i1033" style="height: 267.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 453.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">As
cinco finalistas do concurso “Miss Universo”, ano 2013. Alexander Nemenov/AFP.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
Venezuela, oficialmente República Bolivariana da Venezuela, é um país tropical,
na costa norte da América do Sul. O país possui várias ilhas fora de seu
território continental situadas em sua costa no mar do Caribe (português
brasileiro) ou mar das Caraíbas (português europeu). A república é uma antiga
colônia espanhola que conquistou a sua Independência em 1821. A Venezuela tem
fronteiras com a Guiana a leste, com o Brasil ao sul e com a Colômbia a oeste.
Os países Trinidad e Tobago, Granada, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia e
Barbados, além de Curaçao e Aruba, que são países constituintes do Reino dos
Países Baixos, e a municipalidade neerlandesa de “Bonaire”, estão a norte, ao
largo da costa venezuelana. Sua área territorial é de 916 445 km², sendo o 32º
maior país no mundo em território. Sua população é estimada em 28 892 735
habitantes e a capital nacional é Caracas. As cores da bandeira venezuelana são
o amarelo, azul e vermelho, nessa ordem: o amarelo representa a riqueza da
terra, o azul o mar e o céu do país, e o vermelho o sangue derramado pelos
heróis da Independência. A Venezuela está entre os países mais urbanizados da
América Latina; a grande maioria dos venezuelanos vive nas cidades do norte,
especialmente na capital Caracas, que é também a maior cidade do país. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><a href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=P2CtOU_yKwb3rM:&imgrefurl=http://gondolaproject.com/2010/03/22/medellincaracas-part-5/&docid=XlcuP2BuLRs8HM&imgurl=http://gondolaproject.com/wp-content/uploads/2010/03/Humanismo-copy.jpg&w=1800&h=1200&ei=R32CUr-hEpTi4APX3YCADg&zoom=1&iact=rc&page=2&tbnh=183&tbnw=275&start=15&ndsp=20&ved=1t:429,r:30,s:0&tx=82&ty=62"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTy3YYw2NpBLarAwmIrXjBJC7zUKw7CzAzk46FUaLqaTWVXR0KX" href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=P2CtOU_yKwb3rM:&imgrefurl=http://gondolaproject.com/2010/03/22/medellincaracas-part-5/&docid=XlcuP2BuLRs8HM&imgurl=http://gondolaproject.com/wp-content/uploads/2010/03/Humanismo-copy.jpg&w=1800&h=1200&ei=R32CUr-hEpTi4APX3YCADg&zoom=1&iact=rc&page=2&tbnh=183&tbnw=275&start=15&ndsp=20&ved=1t:429,r:30,s:0&tx=82&ty=62" id="Imagem_x0020_11" o:button="t" o:spid="_x0000_i1032" style="height: 210.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 449.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ANd9GcTy3YYw2NpBLarAwmIrXjBJC7zUKw7CzAzk46FUaLqaTWVXR0KX" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> Visão
parcial de Caracas com seus teleféricos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Do
ponto de vista estético não demorou muito para que a Venezuela emplacasse uma “Miss
Universe”: em 1979, Maritza Sayalero se tornou a primeira representante do país
a conquistar a coroa. Dali em diante, o feito foi repetido por Irene Sáez em
1981, Bárbara Palacios em 1986, Alicia Machado em 1996 e pela dobradinha Dayana
Mendoza em 2008 e Stefania Fernandez em 2009. Todas essas conquistas apontavam
para um novo status dos concursos de beleza: “inteligência, os valores pessoais
e a capacidade liderança da mulher”, os quais fizeram com que o concurso Miss
Venezuela, realizado todo ano entre setembro e outubro em Caracas, passasse a
ser transmitido pela <b>Venevisión</b> para
toda a América Latina, num processo midiático aparentemente de “incomunicação”
(cf. Sfez, 2000; Menezes, 2005), como se referem alguns teóricos dos <b>mass mídia</b> e até para os Estados
Unidos. No último dia 10 de outubro foi realizada a edição de 2013, que coroou
Migbelis Castellanos como a nova Miss Venezuela. A corporação <b>Venevisión</b> é uma rede de televisão da
Venezuela, sendo a principal deste país. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É
comandado pelo magnata Gustavo Cisneros, que a adquiriu em 1960. Foi criada no
dia 4 de maio de 1953 com o nome de “Venezolana de Televisión, SA”. A companhia
foi a falência em 1960, quando Diego Cisneros comprou o restante da sociedade.
Em, 1961 e Venevisión foi inaugurada em definitivo com um show inaugural. O
canal era transmitido ao vivo, pois ainda a emissora não tinha o “videotape”,
com a exceção dos noticiários onde eram exibidos em filme. Em 1961 a emissora
assinou um acordo com a rede de televisão norte-americana ABC, para apoios
técnicos e direitos civis de emissão de programas de TV. Na década de 1970 a
emissora passou a testar o sistema de transmissão em cores e em 1986 passou a
transmitir via parabólica, sendo a primeira da Venezuela. Em 1994 passou a
operar 24 horas por dia e em 2007 transmitiu o Miss Venezuela e a Copa América
em “alta definição”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_mZl6cqifgHA/SqseHt6qpII/AAAAAAAAMCA/IHcpEPn09DE/s400/5291_152360106130_730766130_3865168_1228937_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_mZl6cqifgHA/SqseHt6qpII/AAAAAAAAMCA/IHcpEPn09DE/s320/5291_152360106130_730766130_3865168_1228937_n.jpg" width="213" /></a></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_3" o:spid="_x0000_i1031" style="height: 254.25pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 259.5pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image004.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Marelisa
Gibson, Miss Venezuela, disputou o Miss Universo em 2010. Foto: Jerryn
LV/Shutterstock.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
caso brasileiro, Vera Fischer foi coroada Miss Brasil no de 1969 aos 18 anos. Nascida
em uma família de origem alemã, em 1951, na cidade de Blumenau, no Vale do
Itajaí, Santa Catarina. Em recente autobiografia (cf. Serena, 2011) declarou
“que seu pai era nazista”. Vera Fischer, contrariando Freud (1972), nunca teve
uma boa relação com o pai. Iniciou a carreira como atriz fazendo
pornochanchadas, um gênero de filmes brasileiros que fez parte do popularesco
nas décadas de 1970 e início da década de 1980, mas em sua démarche passou a
fazer telenovelas, cinema e teatro. No cinema, interpretou personagens
antinômicos de Rubem Fonseca, Plínio Marcos e Nelson Rodrigues. A beleza física
da atriz é um dos seus pontos altos, para lembramos de Vinícius de Moraes,
quando afirma: “que me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”, o que
reitera as edições da revista Playboy (cf. Braga, 2012) de agosto de 1982 e de
janeiro de 2000, sendo que nesse último ensaio fez fotos nuas em Paris aos 48
anos clicados pelo renomado fotógrafo Bob Wolfenson.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nos
primeiros dez anos do concurso de 1952 a 1962 diversas coroas foram usadas
pelas vencedoras do concurso. De 1960 a 1990, o “Juramento da Miss Universo”
foi lido após a coroação de cada vencedora. Sempre em “off”, primeiro por uma
co-apresentadora e depois pela voz gravada da eleita em inglês: - “We, the
young women of the universe, believe people everywhere are seeking peace,
tolerance and mutual understanding. We pledge to spread this message in every
way we can, wherever we go” (- Nós, as jovens mulheres do universo, acreditamos
que as pessoas de todos os lugares buscam a paz, a tolerância e o entendimento
mútuo. Nós prometemos difundir esta mensagem de todas as maneiras que pudermos,
em todos os lugares que formos”). Em 1963 uma coroa com mais de mil diamantes e
ouro branco confeccionada por uma joalheria norte-americana passou a ser
utilizada como a coroa oficial. O modelo foi usado por 38 anos de 1963 a 2001. A
coroa usada pela vencedora do concurso entre 2002 e 2007 foi desenhada pela
joalheria japonesa Mikimoto, patrocinadora oficial da “Miss Universe
Organization” nestes anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ela
descreve a ascensão da Fênix, símbolo mitológico do poder, da beleza e do <i>status.</i> A coroa tem 500 diamantes num
total de quase 30 quilates, 120 pérolas de tamanhos entre 3 e 18 mm de diâmetro
e tem o valor de U$250 mil dólares. Foi criada pelos artesãos japoneses
especialmente para o concurso na Ilha da Pérola Mikimoto, no Japão. A partir de
2009, uma nova coroa criada pela empresa Diamond Nexus Labs passou a ser usada
para a coroação. Ela foi incrustada com 1.371 gemas num total de 16,09 quilates
(83.22 g) e contém 544,31 gramas de ouro branco e platina. A coroa também foi
manufaturada com rubis sintéticos que representam a plataforma de educação e
precauções contra doenças sexualmente transmissíveis. Entretanto, quando foi
usada no primeiro ano, pela venezuelana Stefania Fernández, Miss Universo 2009,
acabou ficando tão pesada que provocava dores de cabeça. Com isso, ela foi
reformulada e tornada mais leve, sendo retirado o arco superior, passando a ter
a forma atual usada a partir da Miss Universo 2010, Ximena Navarrete. A nova
coroa da Diamond Nexus na cabeça da Miss Universo 2011, Leila Lopes (foto). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Instantes
após vencer o concurso de “Miss Universo” na noite de segunda-feira (12/11/2011),
em São Paulo, a angolana Leila Lopes, de 25 anos, passou a receber ofensas
racistas na rede mundial de computadores - <b>internet</b>
pelo fato de ser negra e bela. Mensagens em português e em inglês postadas num
site internacional que se define “nacionalista branco e possuem adeptos do
ditador nazista Adolf Hitler” compararam a ganhadora do título de mais bela do
mundo a uma “macaca”, contrariando Charles Darwin que admitiu que o homem é o
centro da espécie. A brasileira Priscila Machado, 25 anos, que ficou em
terceiro lugar, também sofreu insultos, sendo chamada de “crocodilo”. A miss
Ucrânia Olesia Stefa, de 23 anos, segunda colocada no concurso, foi “garfada”
na opinião de alguns dos participantes dos fóruns de discussão “Miss Universo
2011” e “Angolan negress crowned Miss Universe” do <b>Stormfront</b>. A sigla refere-se à chamada “Comunidade Stormfront de
Nacionalistas Brancos” representada no site da internet que se define como: “Fórum
para discussões racialistas para ativistas pró-Brancos e interessados na
sobrevivência dos Brancos”. Foi iniciado em 1990. O <b>Stormfront</b> tem mais de 60 000 membros racistas registrados por todo
o mundo, sendo aproximadamente 33 000 dos EUA, 20 000 da Europa e o restante no
âmbito da América Latina, África do Sul e Austrália. Além de Don Black, o <b>Stormfront</b> conta com diversos políticos
e ativistas da causa racialista de todo o mundo, como David Duke, Paul Fromm e
Jurgen Graf, dos EUA, Reino Unido e Suíça, respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_5" o:spid="_x0000_i1030" style="height: 309.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 206.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://desconcertos.files.wordpress.com/2011/09/leila-lopes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://desconcertos.files.wordpress.com/2011/09/leila-lopes.jpg" width="219" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">A beleza fulgurante de Leila
Lopes (2009). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
discurso racista fora expresso da seguinte forma: - “Confesso que nem assisti,
pois já imaginava o que viria a acontecer. Agora só falta Hollywood chamar a
vencedora para fazer o papel da filha do King Kong”, afirma outro integrante na
página do <b>Stormfront</b>, sobre a
escolha da nova <b>miss Universa</b>. Este
diz morar em Santa Catarina. Outro membro se mostra revoltado ao afirmar que a
escolha de uma negra, na opinião dele, é uma ofensa às europeias. - “Sabia que
ia dar preta… como uma Miss Universa no Brasil não escolheria uma preta? E olha
que cara horrível, cabelo repulsivo, como consegue escolher uma coisa dessas?
Eu me indigno, não com os jurados, que são comprados para promover tais
afrontas à cultura europeia, mas sim com as ovelhas que assistem isso e acham
normais”, diz um participante que afirma morar no Rio Grande do Sul. Outro
integrante racista do <b>stormfronter</b>,
como os membros do <i>site</i> se referem um
a outro, alega que as mensagens postadas no site não são ofensivas e não
incitam o preconceito. - “Até porque não estamos pregando a intolerância/ódio,
apenas nos divertindo com a situação. Sabíamos que ia acabar em várzea…”, diz
um participante. Esse “gênio” não percebe que racismo é crime dentro e fora do
Brasil e não diversão. Essa é a particularidade do racismo contemporâneo (cf. Braga,
2011). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
racismo é a tendência do pensamento, ou o “modo de pensar”, em que se dá grande
importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas
às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a
determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O
racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré-concebidas
que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo
superioridade a alguns de acordo com a matriz racial. A crença da existência de
raças superiores e inferiores foram utilizadas muitas vezes para justificar a
escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que
ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade,
se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Embora
existam classificações raciais propostas pelas mais diversas correntes
científicas, pode-se dizer que a taxonomia referencia uma oscilação de cinco a
duas centenas de raças humanas espalhadas pelo planeta, além de micro raças
regionais, locais ou geográficas que ocorrem devido ao isolamento de grupos de
indivíduos que cruzam entre si. Portanto, a separação racial torna-se completamente
irracional em função das composições raciais, das miscigenações, recomposições
e padronizações em nível de espécie que houve desde o início da caminhada da
humanidade sobre o planeta. Todas as raças provêm de um só tronco, o <b>Homo sapiens</b>, portanto o patrimônio
hereditário dos humanos é comum. E isto por si só não justifica o racismo, pois
as raças não são nem superiores, nem inferiores, são apenas diferentes. E a
diferença e a diversidade é o que constitui o princípio de vida em qualquer
sistema vivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vera
Fischer foi coroada Miss Brasil no ano de 1969, e por pouco não “abocanha”, na
falta de melhor expressão, também o prêmio de Miss Universo, chegando a ser
semifinalista. Nos anos seguintes, ela seguiu carreira como atriz, conseguindo
grande destaque em filmes e novelas até os dias de hoje - e também muita
polêmica graças à sua atribulada vida pessoal. Um dos principais papéis de Vera
Fischer nas novelas foi em “Mandala”, de 1987. Escrita por Dias Gomes, era uma
adaptação do clássico “Sófocles Édipo Rei”, onde a atriz interpretava a personagem
Jocasta. “Mandala” foi extremamente polêmica, lidando com assuntos como
incesto, bissexualismo, drogas, etc. e é também lembrada por ser a novela cuja
música tema era o “hino <b>trasher</b>” da cantora Rosana, “O Amor e O Poder”,
como vemos abaixo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>A música na sombra/O ritmo no ar/Um
animal que ronda/No véu do luar/Eu saio dos seus olhos/Eu rolo pelo chão/Feito
um amor que queima/ Magia negra, sedução/Como uma deusa/Você me mantém/E as
coisas que você me diz/Me levam além/Aqui nesse lugar/Não há rainha ou rei/Há
uma mulher e um homem/Trocando sonhos fora da lei/Como uma deusa/Você me
mantém/E as coisas que você me diz/Me levam além/Tão perto das lendas/Tão longe
do fim/Afim de dividir/No fundo do prazer/O amor e poder/A música na sombra/O
ritmo no ar/Um animal que ronda/No véu do luar/Tão perto das lendas/Tão longe
do fim/Afim de dividir/No fundo do prazer/O amor e poder/Como uma deusa/Você me
mantém/E as coisas que você me diz/Me levam além/Tão perto das lendas/Tão longe
do fim/Afim de dividir/No fundo do prazer/O amor e poder/Como uma deusa/Você me
mantém/E as coisas que você me diz/Me levam além</i>”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_16" o:spid="_x0000_i1029" style="height: 261.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 450pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image006.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.45pt;">Já
demonstrei noutro lugar (cf. Braga, 2010), que chamamos de “conceito” o que
Platão parece “demonstrar” não como “culto” ao belo, posto que só tivesse
validade se correspondesse a uma “essência no mundo das ideias”. Mas a busca
platônica pelo belo, o bom e o justo ficam na história do Ocidente para buscar
o “belo em si”. Com as grandes religiões, o belo situa-se sempre fora da
experiência sensível. Seria o divino aquilo que o humano tem como referência e
que tenta alcançar. Para sermos breves, Kant realiza uma virada, dizendo que é
impossível ter uma regra universal acerca do belo, pois todo juízo a respeito
do belo é singular, determinado pelo gosto; não há mais uma determinação
“universalizante”. Ao mesmo tempo, se para Kant, apesar de o gosto ser
singular, todo mundo tem faculdades semelhantes; portanto a decisão sobre o que
é belo se rompe com a universalização, mas as condições são universalizáveis.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gabriela
Isler, representante da Venezuela, é a nova vencedora do concurso multinacional
denominado: “Miss Universe”. Ela venceu as outras 85 candidatas de diversas
nacionalidades no concurso de 2013, realizado neste sábado (9/11) em Moscou, na
Rússia. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil ficou em quinto lugar, com
Jakelyne Oliveira, de 20 anos, natural de Mato Grosso. No ano passado, a Miss
Brasil <st1:metricconverter productid="2012, a" w:st="on">2012, a</st1:metricconverter>
gaúcha Gabriela Markus, de 24 anos, também ficou na quinta colocação. Agora, a
venezuelana sucede a norte-americana Olivia Culpo, vencedora em <st1:metricconverter productid="2012. A" w:st="on">2012. A</st1:metricconverter> cerimônia de
coroação ocorreu no “Crocus City Mall”, uma grande sala de concertos da cidade.
Em segundo lugar ficou a espanhola Patricia Rodriguez, em terceiro, a
equatoriana Constanza Baez, e em quarto, a filipina Ariella Arida. As
candidatas foram julgadas em três categorias: traje de banho, traje de noite e
entrevista. Dias antes do concurso Miss Universo, são realizadas as provas
preliminares de traje e para a escolha do melhor traje típico dentro de um
evento intitulado: “Presentation Show”. Os resultados são mantidos sob sigilo
até o dia do concurso.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Historicamente
o concurso de Miss Universo é inspirado no antigo “International Pageant of
Pulchritude”, que dentre o período de 1926 a 1935, se realizava anualmente,
atribuindo o título de “Miss Universo” à vencedora. Entre nós, a gaúcha Yolanda
Pereira foi a primeira e a única brasileira a conquistar o título em sua versão
antiga, em 1930 - sem nenhuma relação com o evento posterior - quando houve dois
concursos, um nos EUA e outro no Brasil. No pós-guerra, organizou-se novamente
o concurso, com novas modelos e a competição voltou a acontecer a partir de
1952. Em 1950, o concurso “Miss América”, prêmio nacional de beleza
norte-americano até então existente, foi realizado sob o patrocínio dos maiôs
Catalina. Então, em 1952, no balneário norte-americano de Long Beach,
completamente reconstruído após um terremoto em 1933, aconteceu a primeira
edição do concurso. Com um investimento de US$1 milhão, uma fortuna, ontem como
hoje, e a participação de 29 concorrentes de boa parte do mundo, além de
participantes de estados norte-americanos, em que a Miss Havaí foi a segunda
colocada, a finlandesa Armi Kuusela foi a vencedora, recebendo o prêmio máximo,
um contrato com a Universal. Desde então, o concurso se realiza anualmente. Um
fato ocorrido durante o ano de reinado de Kuusela acabaria criando regras mais
rígidas para o concurso dali em diante. Numa de suas inúmeras viagens pelo
mundo, ela conheceu um empresário filipino em Manila, por quem se apaixonou à
primeira vista, mas ao que parece, neste caso, amor e poder não se combinam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://fernandomachado.blog.br/wp-content/uploads/2011/05/dorothy-britton.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://fernandomachado.blog.br/wp-content/uploads/2011/05/dorothy-britton.jpg" width="256" /></a></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MU_58.jpg"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d1/MU_58.jpg/100px-MU_58.jpg" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MU_58.jpg" id="Imagem_x0020_13" o:button="t" o:spid="_x0000_i1028" style="height: 258.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 129pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="100px-MU_58" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image007.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> Dorothy Britton, Miss Universo 1927. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>Con un
record de público el evento de Galveston reunió a más de 5,000 personas que
permanecieron hasta casi la una de la madrugada esperando el resultado final. -
Las chicas que participaron este año han sido sin duda las más lindas que se
hayan visto en los ocho años de concursos en Galveston - comentaban algunos -.
El imponente escenario, con un arreglo muy atractivo de cortinas tornasol de
terciopelo negro, estaba dispuesto al fondo, por donde las bellezas hacían su
entrada a una pasarela entre la concurrencia. Las concursantes norteamericanas
fueron las primeras en ser presentadas, luciendo sus trajes de noche
exquisitamente elaborados. Todas las muchachas se veían preciosas. Más adelante
posarían en sus tenidas de baño</i>”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> De 1978 a 2002 era comum ver as
notas das misses na TV para saber quem tinha passado e quem não tinha chances
de ir às semifinais, bem como as notas de maiô, entrevista individual e trajes
de gala. Mas o que determinava a classificação de uma candidata a Miss Universo
era a média das notas das preliminares. Terminadas as provas de maiô,
entrevista e trajes de gala, aparecia uma última ponderação de notas, desta vez
para determinar as cinco finalistas. A partir de 2000, a entrevista passou a
ser restrita às cinco finalistas. Com as mudanças na classificação implantadas
em 1990, a entrevista final era feita para as misses do “top 6” e
posteriormente às três primeiras finalistas, saídas do “top 6” até 1997 e “top
5” de 1998 a 2000. Em 2001, as cinco finalistas voltaram a ser submetidas a
essa prova, o que acontece até hoje. As notas chegaram a ficar extintas entre
2003 a 2006, mas a partir de 2007, as notas parciais voltaram a ser divulgadas
pela TV, somente nos desfiles de Traje de Banho e o Traje de Gala. A partir de
2011 as notas dadas pelos jurados as candidatas voltaram a ser mantidas em
sigilo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_17" o:spid="_x0000_i1027" style="height: 324.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 391.5pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image008.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
vencedora, Yolanda Betbeze, porém, se recusou a posar para fotos vestindo os
trajes de banho da patrocinadora. A atitude de Yolanda apontava para um novo
status dos concursos de beleza: “inteligência, os valores pessoais e a capacidade
liderança da mulher”. Olivia Culpo corou Gabriela Isler, “Miss Universo” de
2013 e ainda desfilou com um traje de banho avaliado em US$ 1 milhão. Ela
venceu as outras 85 candidatas de diversas nacionalidades no concurso de 2013,
realizado neste sábado (9/11) em Moscou, na Rússia. Pelo segundo ano
consecutivo, o Brasil ficou em quinto lugar, com Jakelyne Oliveira, de 20 anos,
natural de Mato Grosso. A Miss Brasil 2012, a gaúcha Gabriela Markus, de 24
anos, também ficou na quinta colocação. Ora, antropologicamente falando, o
concurso Miss Universo, nada mais é do que a representação dos ritos de
passagem enquanto celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no
seio de sua comunidade ou nação. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_14" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 237pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 453.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image009.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.45pt;">A
relação afetiva (Freud) foi tão fulminante que a Miss Universa abandonou as
obrigações com a organização ao meio e voou com o empresário para Tóquio, no
Japão, onde se casaram, e ela renunciou à coroa nos dias seguintes. O fato fez
com que a partir dali mulheres casadas não pudessem mais participar do evento
e, oficialmente, as regras passaram a estipular que caso uma “Miss Universa”
não pudesse por qualquer motivo completar seu mandato, ela seria imediatamente
substituída pela segunda colocada, que assumiria o título e as obrigações
decorrentes dele pelo restante do mandato anual. Entre 1952 e 1971, todas as
edições do concurso foram realizadas nos Estados Unidos, divididos entre a
Califórnia e a Flórida. A partir daí, espalhou-se pelo mundo, globalizando-se em
cidades anfitriãs na Ásia, Europa, Oceania, África, Caribe e América do Sul. Nos
primeiros anos, o certame esteve sob a responsabilidade da empresa de vestuário
Pacific-Mills e teve como patrocinador principal a marca de maiôs Catalina.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mais
tarde, foi vendido para a empresa Kayser-Roth. Em 1977, a Kayser-Roth foi
comprada pela Gulf + Western Industries, então dona dos estúdios de cinema
Paramount. Em 1996, Donald Trump comprou os direitos comerciais do concurso em
parceria com a rede CBS, então geradora em nível internacional. No final de
2002, Donald Trump revenderia dois contratos relativos aos direitos de
transmissão: a) um com a rede NBC, para transmissão em território
norte-americano que incluiria uma transmissão em espanhol por sua subsidiária,
a Telemundo e outro, b) com a empresa Alfred Haber, para a distribuição
internacional do evento. Desde junho de 2002, o concurso vem sendo realizado
numa parceria entre a “Miss Universe Organization”, baseada em Nova Iorque (cf.
Braga, 2012), e a rede de televisão NBC. A atual presidente é Paula Shugart. A
organização também vende comercialmente, os direitos de transmissão da final
para outros países, além de produzir e organizar o concurso “Miss USA” e o concurso
“Miss Teen USA”. A vencedora do concurso “Miss USA” representa o país no âmbito
“Miss Universo”. Temos assim a globalização do corpo e sua comercialização
transnacional em crescente escala global. O céu já não é mais o limite! Enfim, </span><span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">a partir de 2012, a <i>Miss Universe Organization</i>
passou a aceitar transexuais nos eventos organizados por ela, o concurso: “Miss
Universa”, “Miss USA”, “Miss Canadá” e “Miss Teen USA”, - “deixando a critério
das suas franqueadas autorizarem ou não a participação de transexuais em seus
concursos nacionais”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_18" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 241.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 453.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image010.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;"> Gabriela Isler
quando foi anunciada como uma das finalistas do concurso. Foto: Alexander
Nemenov/AFP.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Embora
o ano de 2010 tenha sido marcado positivamente por um movimento “pró-beleza
natural”, com revistas estampando atrizes sem “photoshop” e modelos “plus
size”, as mulheres ainda desejam ser magras e continuam a buscar a uma
aparência perfeita. Para a psicanalista carioca Joana de Vilhena Novaes,
coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza do Laboratório Interdisciplinar de
Pesquisa e Intervenção Social (LIPIS) da PUC-Rio, antes de fazer qualquer
crítica ao culto extremado ao corpo e à vaidade, é preciso contextualizar a
“corpolatria”, pois para ela, - “vivemos um momento histórico sem utopias ou
ideais. A sociedade não luta por causas sociais, por um bem comum, daí o
narcisismo”. Homens e mulheres enxergam o próprio corpo como seu maior bem,
como um projeto a ser sempre aperfeiçoado. Além disso, Joana é pós-doutoranda
em Clínica Médica (UERJ), pós-doutora em Psicologia Social (UERJ), doutora em
Psicologia Clínica (PUC-Rio). Pesquisadora correspondente do Centre de
Recherches Psychanalyse et Médecine -Université Denis-Diderot Paris 7
CRPM-Pandora, autora dos livros O intolerável peso da feiúra. Sobre as mulheres
e seus corpos. Ed. PUC/Garamond (2006) e Com que corpo eu vou? Sociabilidade e
usos do corpo nas mulheres das camadas altas e populares. Ed.
PUC/Pallas.(2010). Especialista em Transtornos Alimentares, consultora de
campanhas publicitárias ligadas à estética e à saúde feminina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para
Joana Vilhena Novaes, que é autora dos livros: “O Intolerável Peso da Feiúra –
Sobre as Mulheres e Seus Corpos” (Ed. PUC/Garamond) e, “Com que Corpo Eu Vou? –
Sociabilidade e Usos do Corpo nas Mulheres das Camadas Altas e Populares” (Ed.
PUC/Pallas), é impossível desprezar, ainda, a importância econômica deste
setor, o da beleza, que movimenta bilhões de reais – leia-se: <b>Spas</b>, academias, clínicas de estética,
cirurgias plásticas, cosméticos, salões etc. Há quem analise a “corpolatria” (cf.
Braga, 2011) como uma forma de repressão, mas houve outros períodos históricos
que também “satanizaram” o corpo, como na época vitoriana, quando a sexualidade
era reprimida ao extremo. Mas convém colocar uma questão mais geral a propósito
desse típico “individualismo”, ou “individuação” que se invoca tão
frequentemente para explicar, em épocas diferentes, fenômenos bem diversos. Sob
tal categoria misturam-se, frequentemente realidades completamente diferentes.
De fato, convém distinguir três aspectos: a) a atitude <i>individualista</i>, caracterizada pelo valor absoluto que se atribui ao
indivíduo em sua singularidade e pelo grau de independência que lhe é atribuído
em relação ao grupo ao qual ele pertence ou às instituições das quais ele
depende; b) a <i>valorização</i> da vida
privada, ou seja, a importância reconhecida às relações familiares, às formas
de atividade doméstica e ao campo de interesses patrimoniais; e, c) finalmente,
a <i>intensidade</i> das relações sociais
para consigo, isto é, através das formas nas quais se é chamado a tomar a si
próprio como objeto de conhecimento e campo de ação para transformar-se,
corrigir-se, purificar-se e promover a própria salvação.<br /><br /><br /><br /> Bibliografia geral
consultada:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">MITCHELL, Juliet, “Mulheres: a Revolução mais
Longa”. In: <b>Revista Civilização
Brasileira</b>, nº 14. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1967; PROCHET,
Neyza, <a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3492238349240968978" name="_GoBack"></a>“Corpo, Identidade e Globalização”. Disponível no
site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.achegas.net/numero/30/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.achegas.net/numero/30/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; BARTRA, Roger, <i>El Modo de Produción Asiático</i>. México:
Edicoines Era, 1969; Idem, <i>Breve
Dicionário de Sociologia Marxista</i>. México: Editorial Grijalbo, 1973; SAFFIOTI,
Heleieth, “Relaciones de sexo y de classes sociales”. In: <b>LA MUJER en America Latina</b>. Ciudad de México: Sepsetentas, 1975, v.
2; Idem, <i>A mulher na sociedade de classes</i>.
Petrópolis (RJ): Vozes, 1976; KATZ, Samuel, <i>Psicanálise
e Instituição</i>. Documentário, 1977; Idem, <i>Ética e Psicanálise: uma introdução</i>. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1984; Idem, <i>Freud e as psicoses:
Primeiros estudos</i>. São Paulo: Xenon, 1994; Idem, <i>O coração distante. Ensaio sobre a solidão positiva.</i> Rio de
Janeiro: Revan, 1996; PARKER, Richard G., <i>Corpos,
Prazeres e Paixões. A Cultura Sexual no Brasil Contemporâneo.</i> São Paulo:
Best Seller, 1987; Artigo: “Gabriela Isler, da Venezuela, é eleita a nova Miss
Universo”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/11/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/11/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Venezuela
é campeã latino-americana de mulheres bonitas”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://vidaeestilo.terra.com.br/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://vidaeestilo.terra.com.br/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “A dona da
faixa – pela sétima vez, uma venezuelana recebe o título de Miss Universo”. In:
<b>Diário do Nordeste</b>, Caderno <i>Zoeira</i>. Fortaleza, Ceará, 12.11.2013; FOUCAULT,
Michel, <i>Arqueologia do Sabe</i>r.
Petrópolis (RJ): Vozes, 1971; Idem, <i>El
Orden del Discurso</i>. Barcelona: Tusquets, 1973; Idem, <i>História da Sexualidade</i>. Rio de Janeiro: Graal, 1977, 3 volumes; BAUMAN,
Zygmunt, <i>Globalização: as consequências
humanas</i>. Rio de Janeiro: Zahar, 1999; VILAÇA, Nízia, <i>Em pauta: corpo, globalização e novas tecnologias</i>. Rio de Janeiro: Mauad/CNPq
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 1999; BRAGA,
Ubiracy de Souza, “50 Anos de <b><i>Playboy</i></b><i>:</i> A Revista mais Censurada do Mundo”. Disponível em:</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> <a href="http://httpestudosviquianosblogspotcom.br/2012/11/06/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://httpestudosviquianosblogspotcom.br/2012/11/06/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “O que há por
trás da beleza de New York?. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.dihitt.com/n/arte-cultura/2012/05/08/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.dihitt.com/n/arte-cultura/2012/05/08/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Há 50 Anos o
Mundo (en) Canta <b>Garota de Ipanema</b>”.
Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://estudosviquianos.blogspot.com.br/2012/03/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://estudosviquianos.blogspot.com.br/2012/03/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Vera Fischer
e a <i>complexidade</i> real de uma deusa”.
Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/10/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/10/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “A
particularidade do <i>racismo</i>
contemporâneo: o belo”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/09/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/09/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Corpolatria:
patologia da modernidade?”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2011/01/27/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2011/01/27/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Prolegômenos
sobre o <b>cuidado de si</b>, de Michel
Foucault”. In: Jornal <b>O Povo</b>.
Fortaleza, 23.12. 2006; Idem, “Prolegômenos sobre o <b>cuidado de si</b>, de Michel Foucault”. Republicado e disponível no
site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://secundonetoblogspot.com/2008/03"><span style="font-size: 12.0pt;">http://secundonetoblogspot.com/2008/03</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; CANEVACCI, Massimo
(Org. e Introdução), <i>Dialética da
Família.</i> 1ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1981; SFEZ, Lucien, <i>Crítica da Comunicação</i>. São Paulo:
Edições Loyola, 2000; MENEZES, José Eugênio de O. (org.), <i>Os Meios da Incomunicação.</i> São Paulo: Annablume; CISC, 2005; WOLTON,
Dominique, <i>É Preciso Salvar a Comunicação</i>.
São Paulo: Editora Paulus, 2006; NIETZSCHE, Friedrich, <i>Crepúsculo dos ídolos, ou, Como se filosofa com o martelo</i>. São
Paulo: Companhia das Letras, 2006; Idem, <i>A
Vontade de Poder</i>. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008; GODINHO, Neide Maria
de Oliveira, <i>O impacto das migrações na
constituição genética de populações latino-americanas.</i> Brasília: Editora da
Universidade de Brasília, 2008, entre outros. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-87433892453759539742013-11-09T01:01:00.000-03:002013-11-09T01:01:00.367-03:00HOMENAGEM A CARL SAGAN<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div id="content" style="font-family: Arial, 'BitStream vera Sans', Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin: 0px auto; min-height: 400px; padding: 0px; width: 980px;">
<div id="main" style="float: left; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 33px 0px 0px; width: 650px;">
<div class="post" id="post-8138" style="margin: 0px; padding-bottom: 45px !important; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div class="content" style="line-height: 17px; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 5px 0px 0px 5px;">
<h4 style="font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
Via : http://www.umsabadoqualquer.com/homenagem-carl-sagan/</h4>
<div style="color: #555555; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
<img alt="2013-01-21-sagan2 baixa" class="alignnone size-full wp-image-8140" height="6263" src="http://www.umsabadoqualquer.com/wp-content/uploads/2013/02/2013-01-21-sagan2-baixa.jpg" style="border: 0px; max-width: 650px;" width="650" /></div>
<h4 style="color: #008800; font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Carl Sagan, é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história. Possui mais de 600 publicações cientificas e é autor de mais de 20 livros. Em uma época em que as belezas do universo não era tão divulgadas se restringindo aos cientistas e astrônomos, Sagan sempre tentava divulgar as grandes descobertas de uma maneira simples e acessível. A partir desse ponto, ele lançou a série “<span style="color: #ff6600;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=PEVuDXmQx00" style="color: #e67925; text-decoration: initial;"><span style="color: #ff6600;">cosmos</span></a></span>” em 1980. São 15 episódios onde Sagan explica para o mundo as belezas e mistérios do universo segundo a ciência moderna.</span></h4>
<h4 style="color: #008800; font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Aqui você curte uma pequena parte da série “<a href="http://www.youtube.com/watch?v=PEVuDXmQx00" style="color: #e67925; text-decoration: initial;"><span style="color: #ff6600;">cosmos</span></a>” com seu famoso monólogo sobre o nosso planeta, o pálido ponto azul (vale a pena ver):</span></h4>
<div style="color: #555555; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/EjpSa7umAd8" width="640"></iframe></div>
<h4 style="color: #008800; font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
</h4>
<h4 style="color: #008800; font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Aproveitando, já que estamos falando sobre o universo, vale a pena acessar o site abaixo.</span></h4>
<h4 style="color: #008800; font-family: Arial; font-size: 16px; letter-spacing: -0.05em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;">
<span style="color: black;">Nele, você irá fazer uma viagem em nossa galáxia! Apenas uma em um mar de trilhões de outras. Clique na imagem e faça uma boa viagem.</span></h4>
<div style="color: #555555; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
<a href="http://workshop.chromeexperiments.com/stars/" style="color: #e67925; text-decoration: initial;"><img alt="universo" class="alignnone size-full wp-image-8141" height="308" src="http://www.umsabadoqualquer.com/wp-content/uploads/2013/02/universo.jpg" style="border: 0px; max-width: 650px;" width="650" /></a></div>
<div style="color: #555555; margin-bottom: 10px; padding: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-45959471800240661652013-11-02T15:02:00.000-03:002013-11-02T15:02:00.504-03:00Pós modernidade em quadrinhos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-qI5Mb_8OGVE/UnFJjCpKazI/AAAAAAAAAbg/HuYLStlxhZQ/s1600/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://3.bp.blogspot.com/-qI5Mb_8OGVE/UnFJjCpKazI/AAAAAAAAAbg/HuYLStlxhZQ/s640/a1.jpg" width="494" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-6Lq0CzaAeT8/UnFJjGLt2aI/AAAAAAAAAbk/_e6tRWllojg/s1600/a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-6Lq0CzaAeT8/UnFJjGLt2aI/AAAAAAAAAbk/_e6tRWllojg/s640/a.jpg" width="456" /></a></div>
<br /></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-40681624412277809482013-10-31T14:56:00.000-03:002013-10-31T14:56:00.414-03:00Fotógrafo registra salas de aula ao redor do mundo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">
O fotógrafo <a href="http://www.juliangermain.com/" style="color: #ff9900;">Julian Germain</a> viajou ao redor do mundo registrando salas de aula e suas atmosferas em cada cidade que visitou. Comparar a realidade da educação de um país de terceiro mundo com a outro de primeiro através de fotos é o que dá profundidade ao projeto <strong>Classroom Portraits.</strong><span id="more-29316"></span></div>
<div style="color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">
<a href="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola1.jpg" style="color: #ff9900;"><img alt="" class="alignnone size-full wp-image-29346" height="2592" src="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola1.jpg" style="border: 0px; height: auto; max-width: 624px;" title="escola1" width="628" /></a></div>
<div style="color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">
<a href="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola2.jpg" style="color: #ff9900;"><img alt="" class="alignnone size-full wp-image-29345" height="2573" src="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola2.jpg" style="border: 0px; height: auto; max-width: 624px;" title="escola2" width="628" /></a></div>
<div style="color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">
<a href="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola3.jpg" style="color: #ff9900;"><img alt="" class="alignnone size-full wp-image-29343" height="2571" src="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola3.jpg" style="border: 0px; height: auto; max-width: 624px;" title="escola3" width="628" /></a></div>
<div style="color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">
<a href="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola4.jpg" style="color: #ff9900;"><img alt="" class="alignnone size-full wp-image-29340" height="3012" src="http://www.hypeness.com.br/wp-content/uploads/2012/10/escola4.jpg" style="border: 0px; height: auto; max-width: 624px;" title="escola4" width="628" /></a></div>
<div id="social-bottom" style="clear: both; color: #303030; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; height: 45px; margin: 30px auto auto; text-align: center; width: 580px;">
<div id="counter_facebook" style="display: inline-block; margin-top: -3px; min-width: 90px; vertical-align: text-top;">
<div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-action="recommend" data-href="http://www.hypeness.com.br/2012/10/fotografo-registra-salas-de-aula-ao-redor-do-mundo/" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="false" data-width="100" fb-xfbml-state="rendered" style="display: inline-block; position: relative; vertical-align: text-top;">
<span style="display: inline-block; height: 20px; position: relative; text-align: justify; width: 126px;">FONTE: </span></div>
</div>
<a href="http://www.hypeness.com.br/2012/10/fotografo-registra-salas-de-aula-ao-redor-do-mundo/" style="text-align: left;">http://www.hypeness.com.br/2012/10/fotografo-registra-salas-de-aula-ao-redor-do-mundo/</a></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-41686675033624491862013-10-30T14:02:00.000-03:002013-10-30T14:02:48.394-03:00A Ironia de Gabriela: “uma puta deputada”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"> A Ironia de Gabriela: “uma <i>puta </i>deputada”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Ubiracy de Souza Braga* <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://fmanha.com.br/blogs/michellemayrink/files/2010/08/Gabriela-Leite-convite-infomail.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="http://fmanha.com.br/blogs/michellemayrink/files/2010/08/Gabriela-Leite-convite-infomail.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">_____________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">* </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado </i>do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).<br /><br /><br /><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=XY9EHBk2MCkxjM&tbnid=HoLebmgRqckANM:&ved=0CAUQjRw&url=http://fmanha.com.br/blogs/michellemayrink/2010/08/06/ex-prostituta-da-daspu-para-deputada-federal/&ei=ukFmUq-NMNau4AOYjICgCg&bvm=bv.55123115,d.eWU&psig=AFQjCNFva9omE8pcpM6uIslcJ54vk1LVag&ust=1382519296487753"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
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</v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:formulas>
<v:path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f">
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</o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape alt="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSDQ5GGKJiK5kgPHxy9PLeBo6dKDGkH2TZ-HevC1zfVnh6vHajHKA" href="http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=XY9EHBk2MCkxjM&tbnid=HoLebmgRqckANM:&ved=0CAUQjRw&url=http://fmanha.com.br/blogs/michellemayrink/2010/08/06/ex-prostituta-da-daspu-para-deputada-federal/&ei=ukFmUq-NMNau4AOYjICgCg&bvm=bv.55123115,d.eWU&psig=AFQjCNFva9omE8pcpM6uIslcJ54vk1LVag&ust=1382519296487753" id="Imagem_x0020_1" o:button="t" o:spid="_x0000_i1031" style="height: 276pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 453.75pt;" type="#_x0000_t75">
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<v:imagedata o:title="ANd9GcSDQ5GGKJiK5kgPHxy9PLeBo6dKDGkH2TZ-HevC1zfVnh6vHajHKA" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Escólio: A ex-prostituta Gabriela
Leite, que em 2005 lançou a grife <b>Daspu</b>,
menção irônica (cf. Kierkegaard, 2005; Facioli, 2010) à Daslu, então a maior loja
de artigos de luxo do País, morreu nesta quinta-feira, 10/10/2013, à noite no
Rio de Janeiro, vítima de câncer no pulmão, aos 62 anos. Gabriela prostituiu-se
na “Boca do Lixo”, em São Paulo, na Vila Mimosa, no Rio de Janeiro, e em Belo
Horizonte. Em 1987 organizou o <b>1º
Encontro Nacional de Prostitutas</b> e em 1992 fundou a ONG <b>Davida</b>. Ela cursou Filosofia na
Universidade de São Paulo (USP) e em 2009 lançou “Filha, mãe, avó e puta”,
livro em que narra sua vida. Em 2010 Gabriela foi candidata a deputada federal
pelo PV – Partido Verde, mas infelizmente não se elegeu.A ativista, que passava
por quimioterapia para tratamento do câncer, dá nome ao projeto de lei de
autoria do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) que “propõe a regularização
dos profissionais do sexo”. O projeto é analisado em uma comissão da Câmara dos
Deputados e se passar o país fará jus à sociedade mais justa e igualitária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
muitos países, chamam-se deputados aos representantes do povo “eleitos para o
Parlamento”. Um deputado, no Parlamento, tem poder legislativo, isto é, no
Parlamento os deputados decidem se aprovam ou não decretos-lei ou mesmo leis. Deputados
também fazem </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">perguntas
ao governo, de caráter geral ou não, de forma a averiguar o seu trabalho. Qualquer
pessoa em tese pode ser eleita para o mandato de deputado, desde que pertença a
um partido político e reúna um número mínimo de votos. Quantos mais votos tiver
o partido, maior número de deputados pode eleger para o Parlamento.Teoricamente
todos os deputados que pertencem ao mesmo partido deveriam exercer o mesmo voto
sobre uma matéria: chama-se a isto “disciplina de voto”.Em suma, um deputado é
alguém eleito pelo povo para representá-lo no Parlamento e a quem o povo que o
elegeu confia as decisões sobre variados assuntos.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://baixarlivrospdf.com/wp-content/uploads/2013/07/Download-Filha-Mae-Avo-e-Puta-Gabriela-Leite-em-epub-mobi-e-pdf21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://baixarlivrospdf.com/wp-content/uploads/2013/07/Download-Filha-Mae-Avo-e-Puta-Gabriela-Leite-em-epub-mobi-e-pdf21.jpg" width="236" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_6" o:spid="_x0000_i1030" style="height: 336pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 249.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Historicamente a Boca do Lixo surge
como uma região não oficial do centro da cidade de São Paulo caracterizada por
ter se tornado um polo da indústria cinematográfica nas décadas de 1920 e 1930,
quando empresas como a Paramount, a Fox e a Metro se instalaram na região.
Durante as décadas seguintes, essas companhias atraíram distribuidoras,
fábricas de equipamentos especializados, serviços de manutenção técnica e outras
empresas do ramo cinematográfico para as redondezas, o que transformou a Boca
em um verdadeiro reduto do cinema independente brasileiro, desvinculado dos
incentivos governamentais. Durante aqueles anos, era comum ver homens guiando
carroças carregadas de latas de filmes pelas vias públicas. A Boca está
localizada no bairro da Luz, em um quadrilátero que inclui a Rua do Triumpho e
suas adjacências. Nos anos 1990, parte desse quadrilátero veio a ser chamada de
Cracolândia (cf; Braga, 2012) e se tornou uma das regiões mais degradadas da
cidade de São Paulo. Algumas fontes citam a região como sendo o fim da rua
Augusta. Enquanto São Paulo tinha a Boca do Lixo, o Rio de Janeiro tinha o Beco
da Fome.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Muitos
cineastas, como Carlos Reichenbach, Luiz Castelini, Alfredo Sternheim, Juan
Bajon, Cláudio Cunha ou Walter Hugo Khouri, tinham clara proposta autoral em
seus filmes, mas a produção da Boca “ficou mesmo caracterizada pelos filmes
baratos e que tinham forte apelo sexual”. Ela floresceu e se expandiu na pornochanchada
dos anos 1970, com musas como Helena Ramos, Sandra Bréa, Vanessa Alves,
Patrícia Scalvi, Nicole Puzzi, Zilda Mayo. Comédias, dramas, policiais,
faroestes, filmes de ação e de kung fu, terror, entre outros, foram gêneros
explorados pelo cinema da Boca, sem deixar de lado o uso restrito do erotismo.
Produtores como Antônio Polo Galante, David Cardoso, Nelson Teixeira Mendes,
Juan Bajon, Cláudio Cunha, Aníbal Massaini Neto, entre outros, ficaram
milionários com esse tipo de cinema.Alguns tiveram sucesso de bilheteria, entre
os quais “A Viúva Virgem”, de Rovai, e “Giselle”, de Victor di Mello. Em raras
exceções, esses filmes eram sucesso entre a crítica, que preferia os filmes
mais voltados à questão social, de diretores surgidos no chamado “Cinema Novo”
e nos anos 1970, integrados à Embrafilme, que produzia filmes com incentivo
estatal. O fim da ditadura militar golpista no Brasil em 1984 trouxe de volta o
filme de sexo explícito, o que acabou matando simbolicamente essa indústria
cinematográfica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gabriela
Leite, a mais destacada lutadora pelos direitos civis das prostitutas
brasileiras, morreu de câncer, no Rio de Janeiro. Paulistana e de família
tradicional, ela abandonou, com 22 anos, os cursos de Filosofia e Sociologia da
Universidade de São Paulo (USP) para imergir, por opção, na chamada “Boca do
Lixo”, antiga região de São Paulo de grande concentração de garotas de
programas, na década de 1970. Hoje [em agosto de 2012], aos 61 anos, ela
rejeita o termo “ex-prostituta” em suas apresentações. E com razão, pois
Gabriela está muito ativa no movimento de defesa dos direitos das prostitutas,
tendo fundado, inclusive, uma ONG em 1992, a <b>Davida</b>. Uma das principais conquistas até agora foi a inclusão, em
2002, da ocupação “trabalhador do sexo”, na Classificação Brasileira das
Ocupações (CBO), permitindo que prostitutas possam se registrar no Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), como autônomas, e garantir uma aposentadoria
futura. Autora do livro “Filha, mãe, avó e puta – A história de uma mulher que
decidiu ser prostituta”, da editora Objetiva e que já foi transformada em peça
teatral, “Gabriela”, que luta contra um câncer, acaba de ser uma das
contempladas do Prêmio “Trip Transformadores 2012”. Foi uma homenagem ao fato
de ter lançado, anos antes, a grife <b>Daspu</b>
– uma provocação à luxuosa Daslu e, ao mesmo tempo, uma cooperativa de produção
de roupas constituída por ex-prostitutas que não seguiram no mercado do sexo
por conta da idade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Direitos civis são as proteções e
privilégios de poder pessoal dados a todos os cidadãos por lei. Direitos civis
são distintos de “direitos humanos” ou “direitos naturais”, também chamados “direitos
divinos”. Direitos civis são direitos que são estabelecidos pelas nações
limitados aos seus limites territoriais, enquanto direitos naturais ou humanos
são direitos que muitos acadêmicos dizem que os indivíduos têm por natureza ao
nascer. Por exemplo, o filósofo John Locke (1632-1704) argumentou que os
direitos naturais da vida, liberdade e propriedade deveriam ser convertidos em
direitos civis e protegidos pelo Estado soberano como um aspecto do contrato
social. Outros argumentaram que as pessoas adquirem direitos civis como um
presente inalienável da divindade ou em um tempo de natureza antes que os
governos se formaram. Leis garantindo direitos civis podem ser escritas,
derivadas do costume ou implicadas. Nos Estados Unidos e na maioria dos países
continentais europeus, as leis de direitos civis em sua maior parte são
escritas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Exemplos
de direitos civis e liberdades incluem o direito de ser ressarcido em caso de
danos por terceiros, o direito à privacidade, o direito ao protesto pacífico, o
direito à investigação e julgamento justos em caso de suspeição de crime e
direitos constitucionais mais generalistas, como o direito ao voto, o direito à
liberdade pessoal, o direito à liberdade de ir e vir, o direito à proteção
igualitária e, ainda, o <b>habeas corpus</b>,
o direito de permanecer em silêncio (i. e. não responder a questionamento), e o
direito a um advogado; estes últimos três são designados na constituição
Norte-Americana para garantir que aqueles acusados de algum crime estão
assegurados de seus direitos. Ao passo que as civilizações emergiram e
formalizaram através de constituições escritas, alguns dos direitos civis mais
importantes foram passados aos cidadãos. Quando esses direitos se descobriram
mais tarde inadequados, movimentos de direitos civis surgiram como veículo de
exigência de proteção igualitária para todos os cidadãos e defesa de novas leis
para restringir o efeito de discriminações presentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
Câmara dos Deputados do Brasil, assim como o Senado Federal, faz parte do Poder
Legislativo da União. São 513 deputados, que através do voto proporcional, são
eleitos e exercem seus cargos por quatro anos. Atualmente seu presidente é o
deputado Henrique Eduardo Alves, filiado ao Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) do estado do Rio Grande do Norte. A Câmara dos Deputados está
localizada na Praça dos Três Poderes, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">na
capital federal.À Câmara dos Deputados compete privativamente: eleger os
membros do Conselho da República e autorizar a abertura de processo contra o
presidente da República e seus ministros. Juntamente com o Senado forma o
Congresso Nacional, cabendo a esta instituição: a aprovação, alteração e revogação
de Leis; autorização ao Presidente para a declaração de guerra; sustar atos do
Poder Executivo; julgar as contas do Presidente da República; dentre outras
funções, enumeradas no capítulo I, título IV, da Constituição Federal de 1988.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Segundo
o artigo 80 da Constituição brasileira o presidente da Câmara dos Deputados é o
segundo na linha de sucessão do presidente da República, logo após o
vice-presidente, sendo chamado em caso de impedimento ou vacância de ambos os
cargos. Isso ocorre para dar a maior legitimidade possível a decisão, pois os
deputados são considerados representantes do povo e os senadores representantes
dos estados. Após esse assumem o presidente do Senado Federal e o presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF).A Câmara dos Deputados tem mais de 15 mil funcionários
e, segundo recente publicação, 1371 destes temsalários maiores do que R$28 mil
por mês.Sobre o regime de trabalho está em curso a apresentação do Projeto de
Lei n. 6071/2013, pela Deputada Aline Corrêa (PP-SP), que: “Acrescenta artigo à
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, a fim de dispor sobre a jornada de
trabalho em regime de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além
disso, a renomada revista inglesa <b>The
Economist</b> escolheu o Brasil como tema para uma extensa reportagem de capa
em sua edição mais recente, onde busca explicações para uma pergunta
pertinente: por que, mesmo dispondo de potencial interno invejável e
atravessando conjunturas externas favoráveis, o Brasil não decola, nem consegue
acompanhar o ritmo de crescimento dos outros países ditos emergentes,
apresentando o pior desempenho entre eles? A matéria, de ótimo conteúdo
jornalístico, foi taxada pelos assessores do Planalto e a militância petista
como uma espécie de encomendaoposicionista para desmerecer o governo Dilma
Rousseff, tendo em vista a crítica localizar-se em deputados do PSDB, quando não
se trata de uma análise profunda dos fatores que ora travam o nosso
desenvolvimento e que podem ser resumidos em duas vertentes básicas: o foco
único no palanque, na perpetuação do poder partidário, na reeleição da
presidente-candidata e, mais grave, a tentativa ideológica de transpor para o
Brasil um modelo bolivarianode gestão pública, ignorando a grandeza, a história
social e a diversidade cultural e política da nação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com
o cabelo curto, cara de menina e silhueta perfeita, Sylvia Kristel foi
escolhida como atriz para o papel principal de “Emmanuelle”, do diretor Just
Jaeckin, que virou um sucesso mundial de bilheteria. Quando protagonizou o
filme, Kristel tinha apenas 22 anos. Por obrigações contratuais, Kristel
participou em papéis mais ou menos importantes em várias sequências de
“Emmanuelle” (1974), tais como: “Emmanuelle 2” (1975), “Adeus, Emmanuelle”
(1977) e “Emmanuelle 4” (1984). Apesar das tentativas de se afastar do cinema
erótico para trabalhar com nomes importantes do cinema francês, sua imagem
ficou marcada positivamente, pela personagem que a tornou famosa. A atriz
holandesa de maior fama no panorama do cinema internacional até hoje, ficou
conhecida e acabou eternamente marcada por seu primeiro filme, “Emmanuelle”, de
1974. O longa-metragem, dirigido por Just Jaeckin, é uma adaptação do livro
(foto) de mesmo nome escrito por Emmanuelle Arsan.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.offscreen.be/wp-content/uploads/2013/01/sylvia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.offscreen.be/wp-content/uploads/2013/01/sylvia.jpg" /></a></div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_10" o:spid="_x0000_i1029" style="height: 228pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 393.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">Foto: Dutch actress Sylvia
Kristel, best known for the 1974 erotic French film: “Emmanuelle”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
queremos perder de vista analogamente que Sylvia Kristel, nascida em Utrecht,
em 28 de setembro de 1952 - Amsterdã, em 17 de outubro de 2012, foi uma atriz,
diretora e modelo holandesa, mais conhecida pelo filme “Emmanuelle”. Iniciou
seu trabalho como modelo aos 17 anos, mas “inicialmente planejava ser
professora”. Musa de uma época em que erotismo (cf. Márquez, 1972), a
pornografia e o orgasmo (cf. Reich, 1974a; 1974b; 1978; Marchi, 1974; Baker,
1980; Boadela, 1985) eram quase sinônimos no cinema, a atriz holandesa Sylvia
Kristel morreu na noite de quarta-feira, aos 60 anos, em Amsterdã. Tornou-se
conhecida mundialmente interpretando a personagem principal na série de filmes
“Emmanuelle”. Mas a sua estreia se dá com o filme: Naakt over de schutting
(1973). Em 1974, aos 21 anos, a atriz personificou “Emmanuelle”, em filme
homônimo, grande sucesso na França, sobretudo pelo teor erótico. Melhor
dizendo, em seu ersatz colocou o erotismo no centro da história social do
cinema. Segundo o site especializado em cinema IMDb, “o filme garantiu US$ 100
milhões em bilheteria ao redor do mundo”.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As
teses de Foucault e Pasolini sobre a constituição do dispositivo discursivo da
sexualidade encontram-se referenciadas em uma dupla crítica - histórica e
metodológica - à hipótese repressiva da sexualidade. Esse, o nó górdio entre
Foucault na filosofia e Pasolini na arte cinematográfica em que pretendemos uma
aproximação conceitual. Píer Paolo Pasolini era um artista solitário. Antes de
ficar famoso como cineasta tinha sido professor, poeta e novelista. Entre seus
livros mais conhecidos estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo
(livro). De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes
muito grossas. Em 26 de janeiro de 1947 escreveu uma declaração polêmica para a
primeira página do jornal <b>Libertà</b>:
“Em nossa opinião, pensamos que, atualmente, só o comunismo é capaz de fornecer
uma nova cultura”. Após a sua adesão ao PCI - Partido Comunista Italiano,
participou de várias manifestações e, em maio de 1949, participou do Congresso
da Paz em Paris.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
um caso e outro se quisermos insistir neste aspecto, vejamos. Surgem dois modos
possíveis de interpretação do uso do verbo “saber”. Na primeira, “saber” está
ligado à crença, saber implica crer. Em sentido amplo, crer também significa
“ter por verdadeiro”. Assim, crer significa, por exemplo, ter algo por
existente ou ter um enunciado por verdadeiro. Em outras palavras, crer significa
aceitar a verdade e a realidade sem que seja necessário apresentar provas. Em
última instância é possível afirmar, que crer implica “dar por acordado que o
mundo existe”. Há, portanto, uma dimensão prática que liga o saber (Foucault)
ao mundo manifestado no “crer” (Pasolini). Esta dimensão parece apontar para o
segundo modo de interpretação do uso do verbo “saber”. Desta vez, ele pode ser
associado a “poder” (Foucault). Dizer que “se sabe” é o mesmo que dizer que “se
pode” (Pasolini). Aqui reside o ponto central da interpretação analítica que
compreende o saber como habilidade e disposição. Melhor dizendo, se para Hegel,
à existência na consciência, no espírito chama-se saber, “conceito pensante”. O
espírito é também isto: “trazer à existência, isto é, à consciência”. Como
“consciência em geral”, tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está na
minha frente. Mas enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito precisamente
isto: “produzir-se, sair de si, saber o que ele é”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nisto
consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é. Logo, em primeiro lugar,
ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são nada. O homem é
essencialmente razão. O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. Ou
melhor, a possibilidade para isto, para ser razão, existe em cada um, é dada a
cada um.Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda
atividade, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que “é em si”, no
interior, manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente.
Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens
são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre.
Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem. O europeu sabe de si,
é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se
conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua
substância. Se os homens “falam mal de conhecer é porque não sabem o que
fazem”. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e
o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é.
Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este
saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é
o segundo esta é a única diferença da existência (“Existenz”) a diferença do
separável. O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e eu sou livre
somente enquanto existo como livre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_9" o:spid="_x0000_i1028" style="height: 208.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 279pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image004.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-i1qquq3BOFY/UnE6FN37SnI/AAAAAAAAAbQ/GOoHHGjfPtM/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="244" src="http://2.bp.blogspot.com/-i1qquq3BOFY/UnE6FN37SnI/AAAAAAAAAbQ/GOoHHGjfPtM/s320/Sem+t%C3%ADtulo.png" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
primeiro lugar, a ironia (cf. Kierkegaard, 2005; Facioli, 2010) é um
instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário
daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo
que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte
de zombar de alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reação do leitor,
ouvinte ou interlocutor. Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o
objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor
descreve a realidade com termos aparentemente valorizadores, mas com a
finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo
durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada
posição. O termo “ironia Socrática”, levantado por Aristóteles, refere-se ao
método socrático. Neste caso, não se trata de ironia no sentido moderno da
palavra.A ironia de situação é a disparidade existente entre a intenção e o
resultado: quando o resultado de uma ação é contrário ao desejo ou efeito
esperado. Da mesma maneira, a “ironia infinita” (“cosmicirony”) é a disparidade
entre o desejo humano e as duras realidades do mundo externo. Certas doutrinas
afirmam que a ironia de situação e a ironia infinita, não são ironias de todo. É
também um estilo de linguagem caracterizado por subverter o símbolo que, a
princípio, representa. A ironia, enfim, utiliza-se como uma forma de linguagem
pré-estabelecida para, a partir e de dentro dela, contestá-la.É, sobretudo
neste aspecto que entendemos a ironia de Gabriela Leite. Ora, vale lembrar queputa
do ponto de vista da linguagem, pode representar um substantivo feminino;
prostituta, um adjetivo feminino; com muita raiva e, <b>lastbutnotleast</b>, adverbio de intensidade; equivalente a muito,
usado para alimentar a intensidade do adjetivo: - Ah que tédio, vou ali comer
uma puta; - Haha, eu não paguei e ela ficou puta comigo!; - Nossa não pagar ela
foi uma puta sacanagem!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De
outra parte, a moda é um lugar de observação privilegiado para ver “funcionar o
social” (cf. Lipovetsky, 1989). É apaixonante e cruel, porque se descobrem
coisas que estão na moda em um ano e, no ano seguinte, têm de se renovar para
alcançarem uma nova moda. Por outro lado, a moda não é favorável ao mito,
porque é demasiado rápida. O mito precisa se instalar adquirir peso, criar
tradições, por isso Amy Winehouse, como vimos noutro lugar, virou mito, já que
não vivemos a aceleração da história, mas a aceleração da “pequena história”.
É, portanto, precisamente com a crise do desejo que podemos encontrar mitos,
porque é fixo, imóvel, agressivo, como fora o “mito de esquerda”, os ecos da
ecologia para salvar a nossa casa, o planeta Terra (cf. Braga, 2012), a questão
tópica do aborto, ou as lutas contra o racismo etc. O mal-estar e a crise da
civilização de que falava Freud, é talvez uma crise do desejo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2ab01.ezcdn.com.br/files/_fotos/grande/264FG1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2ab01.ezcdn.com.br/files/_fotos/grande/264FG1.JPG" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.mywardrobe.com.br/files/2011/08/Campanha-de-moda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="http://www.mywardrobe.com.br/files/2011/08/Campanha-de-moda.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=K_UfMx84kR274M:&imgrefurl=http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/?id_edicao=161&codigo=9&docid=jj8rHCGTl04S_M&imgurl=http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/imagens/edicoes/161/resenha.jpg&w=200&h=149&ei=gEBmUo_TBY2A9QTnm4HgBw&zoom=1&iact=rc&page=2&tbnh=119&tbnw=160&start=18&ndsp=24&ved=1t:429,r:32,s:0&tx=107&ty=48"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSRXq1Aca_BRb6GD2LZ8kg-OWHZxrjo5ZYu6ZYx8TF8ye5zuWRV" href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=K_UfMx84kR274M:&imgrefurl=http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/?id_edicao=161&codigo=9&docid=jj8rHCGTl04S_M&imgurl=http://www.olharvirtual.ufrj.br/2010/imagens/edicoes/161/resenha.jpg&w=200&h=149&ei=gEBmUo_TBY2A9QTnm4HgBw&zoom=1&iact=rc&page=2&tbnh=119&tbnw=160&start=18&ndsp=24&ved=1t:429,r:32,s:0&tx=107&ty=48" id="Imagem_x0020_3" o:button="t" o:spid="_x0000_i1027" style="height: 165pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 231.75pt;" type="#_x0000_t75">
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<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Há
pouco mais de um século Sigmund Freud (1972; 1996) desandou de vez o caldo ao
descobrir o inconsciente e, com isso, afirmar que não somos exatamente aquilo
que pensamos. Com o espelho do Narciso arranhado, tomou-se consciência de que
tudo poderia ser motivo de dúvida. Na insegurança e desorientação das massas, o
capitalismo globalizado fez sua mágica. Além do coelho, tirou da cartola casas,
carros, videogames, roupas e tudo o mais para nos desviar o foco das angústias.
Porém, isso tudo não passa de uma forma de abstração. Quando alguém fala que
está em crise existencial, precisa descobrir qual o seu motivo, pois não há um
sintoma nomeado como “crise existencial”, existe sim castrações de desejo no
sujeito que o angustiam. <b>Ipso facto</b>,
muitas pessoas sentem dificuldade ao tentar definir a razão de estarem
insatisfeitas com a vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Do
ponto de vista ideológico é fato que numa das primeiras cenas do filme:“Bruna
Surfistinha”, a cafetina que a acolhe no prostíbulo ironicamente diz que ela
teria sua carteira de trabalho registrada como profissional do sexo, com todos
os direitos inerentes a qualquer trabalhador, o que causou espanto na
personagem. Evidentemente isto não é possível porque a lei considera crime a
exploração da prostituição, com pena de reclusão de um a quatro anos (crime de
rufianismo). Entretanto, do ponto de vista político o Estado brasileiro
reconhece desde 2002 “a profissão de prostituta”, ano em que o Ministério do
Trabalho oficializou a profissão em sua Classificação Brasileira de Ocupações,
item 5198, definindo quem a pratica como sendo:“a profissional do sexo, garota
de programa, garoto de programa, meretriz, messalina, michê, mulher da vida,
prostituta, puta, quenga, rapariga, trabalhador do sexo, transexual
(profissionais do sexo) e travesti (profissionais do sexo)”. Isto permite que
quem vive da prostituição possa recolher contribuições previdenciárias, como “profissional
do sexo”, e garantir direitos comuns a todos os trabalhadores, como
aposentadorias e auxílio doença.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><a href="http://www.google.com.br/imgres?start=141&sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=Uh7ObBY4YiDpaM:&imgrefurl=http://www.jornalja.com.br/2006/08/07/criadora-da-daspu-tera-biografia/&docid=6Uy8HwuYgdveEM&imgurl=http://www.jornalja.com.br/wp-content/uploads/2009/04/bsb-mix-034.jpg&w=2048&h=1536&ei=vn1mUomXMYnTkQezjoHQBA&zoom=1&iact=rc&page=7&tbnh=185&tbnw=209&ndsp=26&ved=1t:429,r:49,s:100&tx=107&ty=91"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRa51qcT-N3Rjryl4Ah3UA_KKSI-9M14097gI-EpI2vBwd8H-5m0g" href="http://www.google.com.br/imgres?start=141&sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=Uh7ObBY4YiDpaM:&imgrefurl=http://www.jornalja.com.br/2006/08/07/criadora-da-daspu-tera-biografia/&docid=6Uy8HwuYgdveEM&imgurl=http://www.jornalja.com.br/wp-content/uploads/2009/04/bsb-mix-034.jpg&w=2048&h=1536&ei=vn1mUomXMYnTkQezjoHQBA&zoom=1&iact=rc&page=7&tbnh=185&tbnw=209&ndsp=26&ved=1t:429,r:49,s:100&tx=107&ty=91" id="Imagem_x0020_7" o:button="t" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 198pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 194.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ANd9GcRa51qcT-N3Rjryl4Ah3UA_KKSI-9M14097gI-EpI2vBwd8H-5m0g" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image007.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
importante é entender que a crise existencial diz respeito à defesa do sujeito
contra seu próprio desejo. Em resumo, entre solidão, aceitação sexual e
problema familiar, a crise existencial nada mais é que um diálogo interno, sua
autocrítica em comparação e relação a si mesmo e ao outro, pois na medida em
que esse sujeito está de algum modo deserdado, esmagado pelas duas grandes
estruturas psíquicas que mais retiveram a atenção da modernidade, a saber, a
neurose e a psicose, o sujeito imaginário é um parente pobre dessas estruturas
porque nunca é nem inteiramente psicótico, nem inteiramente neurótico, como
ocorreu com o psicopata <i>islamofóbico</i>
(cf. Braga, 2011a; 2011b) e autor do duplo atentado nestes dias na Noruega,
Anders BehringBreivik, 32, que qualificou seu ato de “cruel, mas necessário”.O
fenômeno histórico que aparenta revelar-se desse modo, há cinquenta anos, é o
problema da “gregaridade” – é uma palavra nietzschiana. Os marginais
multiplicam-se, reúnem-se, tornam-se rebanhos, pequenos é certo, ou rebanhos de
qualquer maneira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">ParaRoland
Barthes “a história atual é o desvio em direção à gregaridade: os
regionalismos, por exemplo, são pequenas gregaridades que tentam
reconstituir-se. Acredito agora que a única marginalidade verdadeiramente
consequente é o individualismo. Mas há que se retomar esta noção de uma forma
nova”.Dizia-se ainda que Sócrates fosse atopos, quer dizer “sem lugar”,
inclassificável. É um adjetivo que relacionamos, sobretudo ao objeto amado,
tanto mais que, enquanto sujeito apaixonado simulado no livro, não saberia me
reconhecer como atopos mas, ao contrário, como uma pessoa banal cujo dossiê é
bastante conhecido. Ou seja, sem tomar partido quanto ao fato de ser
inclassificável, devo reconhecer que sempre trabalhei por repentes, por fases,
e que há uma espécie de motor, que expliquei um pouco em Roland Barthes, que é
o paradoxo. Quando um conjunto de posições parece reificar-se, constituir uma situação
social pouco precisa, então efetivamente, por mim mesmo sem o pensar, sinto o
desejo de ir em outra direção. E é nisso que, afirma Bathes,“eu poderia me
reconhecer como um intelectual; a função do intelectual sendo ir sempre a outra
direção quando as coisas pegam”.Referências bibliográficas: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Filme</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">: “Os Cafajestes”,
com Norma Bengell (1935/2013), apresenta a primazia da nudez frontal no cinema
brasileiro. Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d`ÁureaBengell, nascida no Rio
de Janeiro, em 21 de fevereiro de 1935 e morta nesta cidade, em 9 de outubro de
2013, foi uma atriz, cineasta, produtora, cantora e compositora brasileira. Era
filha única de um alemão, afinador de pianos, com uma jovem rica da zona sul
carioca.Entrevista: “Gabriela Leite: contra preconceitos, a força da ironia”.
Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://outraspalavras.net/destaques/11/10/2013"><span style="font-size: 12.0pt;">http://outraspalavras.net/destaques/11/10/2013</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; BRAGA, Ubiracy de
Souza, “Para sempre Emmanuelle”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2012/10/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2012/10/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Notas sobre
Michel Foucault e os Anarco-Ecologistas”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Píer Paolo
Pasolini: Profeta e mártir do cinema”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2012/03/25/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2012/03/25/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Guerra de
Sangue em Oslo, contra imigrantes e marxistas”. Disponível em<a href="" name="_GoBack"></a>:
</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2011/07/26/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2011/07/26/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “A Irmandade
Muçulmana: história & ordem política”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2011/02/25/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2011/02/25/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; KIERKEGAARD, Soren,<i>O conceito de ironia.</i> Petrópolis (RJ),
Brasil: Vozes, 2005; FACIOLI, Adriano,<i>A
ironia: considerações filosóficas e psicológicas.</i> Curitiba (PR): Juruá,
2010; JABOR, Arnaldo, <i>Porno Politica: Paixões
e taras na vida brasileira.</i> São Paulo: Editora Objetiva, 2006; 134 páginas;
Artigo: “Morre ex-prostituta Gabriela Leite, criadora da <b>Daspu</b>”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.estadao.com.br/noticias/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; artigo: “O voo de
galinha e os custos da candidatura”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.antonioimbassahy.com.br/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.antonioimbassahy.com.br/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; LIPOVETSKY, Gilles,
<i>O Império do Efêmero. A moda e seu
destino nas sociedades modernas.</i> Rio de Janeiro: Companhia das Letras,
1989; BARTHES, Roland, <i>O grau zero da
escritura</i>. São Paulo: Editora Cultrix, 1971; Idem, <i>Mitologias</i>. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1972; Idem, <i>O grão da voz</i>. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1995; FREUD, Sigmund, <i>Obras
Completas.</i> Madrid: Editorial Biblioteca Neuva, 1972, 3 volumes; Idem, <i>Obras psicológicas completas</i>. Rio de
Janeiro: Ed. Standard; Imago, 1996; PLATÃO, <i>Fedro.</i>
275-c a 276-d e “Carta VI”, 344-c. d.; Idem, <i>Obras Completas</i>. Madrid: Aguillar, 1977; Idem, <i>Apologias a Sócrates</i>. São Paulo: Martin Claret, 1999; NIETZSCHE,
Friedrich, <i>A Filosofia na Época trágica
dos Gregos.</i> São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Obras Incompletas; Col. Os
Pensadores); Idem, <i>Sabedoria para depois
de amanhã</i>. São Paulo: Martins Fontes, 2005; Idem, <i>A Vontade de Poder</i>. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008; FOUCAULT,
Michel, <i>Arqueologia do Saber</i>.
Petrópolis (RJ): Vozes, 1971; Idem, <i>El
Ordendel Discurso</i>. Barcelona: Tusquets, 1973; Idem, “Genealogia e Poder”.
In: <b>Microfísica do Poder</b>. 4ª edição.
Rio de Janeiro: Graal, 1984; MÁRQUEZ, Gabriel García, <i>La increíble y triste historia de la cândida Eréndira y de suabuela
desalmada.</i>Colombia: DeBols!llo, 1972; DE MARCHI, Luigi, <i>Wilhelm Reich: Biografía de una idea</i>.
Barcelona: Península, 1974; REICH, Wilhelm, <i>La
Funcióndel Orgasmo</i>. Buenos Aires: Paidós, 1974; Idem, <i>O combate sexual da juventude</i>. 2ª ed. Lisboa: Antídoto, 1978;
BAKER, Elsworth F, <i>O labirinto humano: as
causas do bloqueio da energia sexual</i>. São Paulo: Summus Editorial, MISSSE,
Michel, <i>O Estigma do Passivo Sexual. </i>Rio
de Janeiro: Achiamé/Socii, 1983; BOADELLA, David, <i>Nos caminhos de Reich</i>. São Paulo: Summus Editorial, 1985;entre
outros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-74612817290766908252013-10-14T09:06:00.000-03:002013-10-14T09:06:15.091-03:00Ernest Hemingway, uma geração perdida - notas.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ubiracy
de Souza Braga*<br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">_________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">* </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE). </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">“<i>Você vai precisar de uma mulher a cada livro</i>”.
Scott Fitzgerald<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><a href="http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=VcBM2PYd3iwwKM&tbnid=0W4wxmlxeUfwnM:&ved=&url=http://bibliotecaets.blogspot.com/2009/09/o-velho-e-o-mar-ernest-hemingway.html&ei=DahWUrHrK4nO8QT7_YGQAw&psig=AFQjCNHM6OGtgWCvQR5nR-Cu9aEOSz0JJg&ust=1381497229782335"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
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</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <b>Escólio</b>:
Ernest Miller Hemingway nasceu em 1899, em Oak Park, Illinois (EUA). Filho de
um médico da zona rural cresceu em contato com um ambiente pobre e rude, que
conheceu ao acompanhar o trabalho do pai na região. Esse ambiente foi descrito
em seu livro de contos,“In Our Time” (1925). Fez parte da comunidade de
escritores expatriados em Paris, conhecida como “geração perdida”, nome
inventado (cf. Braga, 2012) e popularizado por Gertrude Stein (1874-1946),
escritora, poeta e feminista estadunidense.Tinha um apreciável círculo de
amigos, como Pablo Picasso, Matisse, Georges Braque, Derain, Juan Gris,
Apollinaire, Francis Picabia, Ezra Pound, Ernest Hemingway e James Joyce, isso
apenas pra citar alguns.Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro
vezes, além de vários relacionamentos românticos. Em Pamplona, meados do século
XX, fascinado pelas touradas, a ponto de tornar-se um toureiro amador,
transporta essa experiência para o livro:“O Sol Também Se Levanta” (1926). Ao
cobrir a Guerra Civil Espanhola (1936-39), como jornalista do <b>North American Newspaper Alliance</b>(1936),
não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo, tema do livro:“Por
Quem os Sinos Dobram” (1940). É sempre considerada sua obra-prima. Após Mark
Twain e Jack London, Ernest Hemingway é o </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">escritor norte-americano
mais traduzido a outros idiomas.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Autor
de cinco romances e mais de 50 relatos, Hemingway cultivou uma imagem de
viajante e aventureiro infatigável, com prolongadas viagens a França, Itália,
Espanha, Cuba e África durante seus 61 anos de vida, nos quais testemunharam as
duas guerras mundiais. Nascido em 1899 em Oak Park, nos arredores de Chicago, a
vocação de Hemingway não tardou a brotar. Pouco após terminar seus estudos,
começou a trabalhar com apenas 17 anos como repórter no jornal “Kansas City
Star”.Sua permanência no periódico mal durou um ano, mas Hemingway sempre
lembrou o livro de estilo do jornal com frases curtas, primeiros parágrafos curtos,-
como guia para sua ágil escrita, que posteriormente inspiraria imitadores, os
bons imitadores.Nessa época, uma das mais prolíficas de sua carreira, publicou
dois de seus romances mais reconhecidos, “O Sol Também Se Levanta” (1926) e
“Adeus às Armas” (1929). Por fruto de uma curiosa coincidência, uma vaga de
bons romances e novelas ambientadas na 1ª grande guerra têm aparecido neste ano
de 1929, mais de uma década depois do final do conflito,entre eles:“Good-Bye
toAllThat”, de Robert Graves, “Deathof a Hero”, de Richard Aldington, e “AllQuietonthe
Western Front”, de Erich Maria Remarque. Em uma fictícia batalha literária,
entretanto, todos os anteriores capitulariam perante “A FarewelltoArms”, de
Ernest Hemingway, de longe o mais singular da safra literária. Celebrado pelos
críticos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, o livro vendeu 80.000 exemplares
em seus primeiros quatro meses e consagrou o autor como ícone da chamada “Geração
Perdida”, composta pelos escritores norte-americanos que serviram na guerra.Aliás,
a guerra, um dos grandes temas literários de Hemingway, voltou ao trabalho do
escritor com a eclosão da Guerra Civil Espanhola (1936-39), conflito que ele
cobriu como correspondente em Madri. Hemingway já tinha então se casado duas
vezes e comprado uma casa em Key West, ilha no sul da Flórida, onde cultivava
duas grandes paixões, além da literatura: a bebida e a pesca. Posteriormente,
após o sucesso de “Por Quem os Sinos Dobram”, voltaria à Europa para cobrir o “Desembarque
da Normandia” na 2ª guerra mundial e a libertação de Paris da ocupação nazista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
Batalha da Normandia, com cujo nome de código de “Operação Overlord”,
representou a invasão das forças dos Estados Unidos, Reino Unido, França Livre
e aliados na França ocupada pelos alemães em 1944. Foi uma decisão política
para manter a liberdade na Europa, ocorrida depois da derrota alemã para o
Exército Vermelho, na famosa Batalha de Stalingrado. Sessenta anos mais tarde,
a invasão da Normandia continua sendo a maior invasão marítima da história, com
quase três milhões de soldadosterem cruzado o canal da Mancha, partindo de
vários portos e campos de aviação na Inglaterra, com destino a Normandia, na
França ocupada. Os primeiros planos da invasão aliada a França começaram a ser
discutidos num encontro de Winston Churchill com o presidente norte-americano
Franklin D. Roosevelt em Casablanca, em janeiro de 1943. Neste encontro
chegaram a conclusão que ainda não havia condições para um desembarque na
França, mas ficou decidido que o tenente-general inglês Frederick Morgan seria
encarregado da elaboração de um plano de assalto detalhado. Em agosto de 1943,
numa nova conferência de líderes aliados no Quebec, Morgan apresentou “o plano
de invasão da Normandia, um documento com o nome de código de Operação
Overlord, que previa um desembarque em maio de 1944”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vejamos
alguns aspectos do ângulo da rememoração, do ponto de vista da análise
literária: “Por Quem os Sinos Dobram”, em inglês: “For Whomthe Bell Tolls” é um
romance de 1940 de Ernest Hemingway, considerado pela crítica uma das suas
melhores obras.O livro narra a história de Robert Jordan, um jovem
norte-americano das Brigadas Internacionais. Professor de espanhol que se
tornou conhecedor do uso de explosivos, Jordan recebe a missão de explodir uma
ponte por ocasião de um ataque simultâneo à cidade de Segóvia.Hemingway usa
como referência sua experiência pessoal como participante voluntário da Guerra
Civil Espanhola (1936-39) ao lado dos republicanos e faz uma análise ácida, com
críticas à atuação extremamente violenta das tropas de ambos os lados: A
direita auxiliada pelo governo fascista italiano e nazista alemão e a esquerda
pelas brigadas internacionais e União Soviética. Critica também a
burocratização (Weber) e o panorama de privilégios rapidamente instaurado no
lado da República.Mulherengo, boêmio e nômade, encarnava a lenda do escritor
errante na busca de histórias para sua máquina de escrever, que datilografava
sempre de pé. – “Sempre faça sóbrio o que você disse que faria bêbado. Isso lhe
ensinará a manter a boca fechada”, era outro de seus irônicos lemas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Acima
de tudo o livro trata, no entanto, da condição humana (Arendt, 1999). O título
é referência a um poema do pastor e escritor inglês JohnDonne que se encontra
na obra: “PoemsonSeveralOccasions” que em português se intitula “Meditações”, e
invoca o absurdo da guerra, mormente a guerra civil, travada entre irmãos. – “Quando
morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade” (“When a man
dies, weall die, becausewe are partofhumanity”).Em várias passagens do texto os
personagens estranham e se estranham, no sentido da alienação (Marx),
desempenhando os papéis bizarros que se viram forçados a assumir durante a
guerra, e fraquejam ao ver nos inimigos seres humanos que poderiam estar de qualquer
um dos lados da guerra indistintamente. Em 1943 um filme homônimo foi feito,
tendo nos papéis principais os astros da época, Gary Cooper e Ingrid Bergman,
com uma cena famosa na qual o casal usa um mesmo saco de dormir.A banda
californiana de <i>thrash</i> metal “Metallica”
tem uma canção em seu segundo álbum de estúdio, <b>Ride theLightning</b> chamada “For Whom The Bell Tolls”. A música foi
inspirada nesta obra.O nono álbum do cantor e compositor brasileiro Raul
Seixas, “Por Quem os Sinos Dobram” teve o título inspirado no filme homônimo,
baseado em livro de Ernest Hemingway e traz alguns clássicos da obra de Raul
Seixas, como “O Segredo do Universo”, “Ide a Mim Dadá” e “Por Quem Os Sinos
Dobram”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn.pastemagazine.com/www/articles/farewell%20to%20arms%20endings.jpg?1341838442" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://cdn.pastemagazine.com/www/articles/farewell%20to%20arms%20endings.jpg?1341838442" width="211" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape alt=" " id="Imagem_x0020_7" o:spid="_x0000_i1029" style="height: 294pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 237.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title=" " src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.jpg">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">A
capa do novo romance: sem final feliz!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
papel, o romance traz a história de Frederic Henry, assim como Hemingway, um
jovem americano motorista de ambulância que combate ao lado do exército
italiano no front austro-húngaro até ser atingido na perna por estilhaços de um
morteiro. Levado a um hospital de Milão, passa a receber os cuidados de
Catherine Barkley, enfermeira americana da Cruz Vermelha. A personagem foi
inspirada em Agnes vonKurowsky, que cuidou de Hemingway na Itália.O romance da
vida real ficou pelo caminho: Agnes se apaixonou por um oficial italiano e não
retornou com Hemingway aos Estados Unidos, como o autor planejava. Na ficção, o
autor trata de corrigir esta falha do destino. Mas não vai tão longe a ponto de
mudar o que a humanidade, a duras penas, vem experimentando ao longo dos
séculos. Há poucos finais felizes em uma guerra, aliás, acrescentaria o
escritor, há poucos finais felizes na vida. No ano passado, o suicídio de seu
pai, médico honrado em dificuldades financeiras e com saúde precária, foi mais
uma demonstração de tal frustração. Em “A FarewelltoArms”, não há como virar a
face para isso. As palavras de Frederic Henry são definitivas: “Aos que trazem
muita coragem neste mundo, o mundo quebra a cada um deles e eles ficam mais
fortes nos lugares quebrados. Mas aos que não se deixam quebrar, o mundo
mata-os. Mata os muito bons, os muito meigos, os muito bravos imparcialmente.
Se não pertenceis a nenhuma destas categorias, morrereis da mesma maneira, mas
não haverá pressa nenhuma em matar-vos”. Em
primeiro lugar do ponto de vista da perspectiva antropológica de grupo, apesar
de formado por diversos artistas, o grupo ficou mais conhecido pelas obras
literárias que produziu no período. Na lista de autores célebres da chamada
“geração perdida”,estárespectivamente T. S. Eliot, John Dos Passos, Waldo
Peirce, Sherwood Anderson, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway.
Além deles, outra personalidade citada como parte dessa geração é James Joyce,
que tem seu romance “Ulisses”, como um dos mais importantes nesta época. Dentro
desta geração, no sentido que Karl Mannheim emprega, há bastante influência do
jazz (Hobsbawm) nas composições literárias, pois este estilo musical estava
surgindo nos Estados Unidos e influenciando outros países.No filme de Woody
Allen, “Meia-Noite em Paris”, é possível ver uma ilustração da “Geração Perdida”.
No longa-metragem, um pretendente a escritor contemporâneo acha um lapso
temporal e consegue voltar para a época em que seus ídolos andavam e
conversavam pelos cafés parisienses. Na ambientação feita pelo magnânimo diretor,
notam-se outros artistas que compunham o grupo como Pablo Picasso, Salvador
Dalí e Luís Buñuel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://valmirambrozin.files.wordpress.com/2011/07/meia-noite-em-paris-1024x681.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="http://valmirambrozin.files.wordpress.com/2011/07/meia-noite-em-paris-1024x681.jpg" width="320" /></a></div>
<a href="http://www.google.com.br/imgres?start=100&sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=ur5GHCcDdk6s7M:&imgrefurl=http://valmirambrozin.wordpress.com/2011/07/03/meia-noite-em-paris-o-delicioso-filme-de-woody-allen/&docid=PpoMpo-Xfe3BRM&imgurl=http://valmirambrozin.files.wordpress.com/2011/07/meia-noite-em-paris-1024x681.jpg&w=852&h=571&ei=9rNXUoK-KdPD4AOj24GgBg&zoom=1&iact=rc&page=6&tbnh=181&tbnw=274&ndsp=23&ved=1t:429,r:4,s:100&tx=112&ty=98"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRW45gPi87LcbFXAcdBrykhgzwdpZDJ5_bY6bwva8VBLw4IjdR63g" href="http://www.google.com.br/imgres?start=100&sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=ur5GHCcDdk6s7M:&imgrefurl=http://valmirambrozin.wordpress.com/2011/07/03/meia-noite-em-paris-o-delicioso-filme-de-woody-allen/&docid=PpoMpo-Xfe3BRM&imgurl=http://valmirambrozin.files.wordpress.com/2011/07/meia-noite-em-paris-1024x681.jpg&w=852&h=571&ei=9rNXUoK-KdPD4AOj24GgBg&zoom=1&iact=rc&page=6&tbnh=181&tbnw=274&ndsp=23&ved=1t:429,r:4,s:100&tx=112&ty=98" id="Imagem_x0020_2" o:button="t" o:spid="_x0000_i1028" style="height: 231pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 267.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ANd9GcRW45gPi87LcbFXAcdBrykhgzwdpZDJ5_bY6bwva8VBLw4IjdR63g" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vale
lembrar que “Midnight in Paris” é um filme de comédia romântica e fantasia,
escrito e dirigido por Woody Allen, lançado em 2011. É estrelado pelo trio:
Owen Wilson, Marion Cotillard e Rachel McAdams. Na semana de 23 de janeiro de
2012 foi indicado pela Academia ao Óscar como melhor direção de arte de Anne
Seibel, HélèneDubreuil, melhor direção de Woody Allen e como melhor filme, além
de ter sido o vencedor do prêmio de melhor roteiro original.“Meia-Noite em
Paris” é uma comédia romântica sobre um escritor e roteirista norte-americano
que vai com família de sua noiva a capital da França, cidade que ele idolatra.
A história é concentrada nos passeios de Gil (Owen Wilson) na noite Parisiense,
onde e quando toca a meia-noite, o escritor é transportado para a Paris de
1920, época que ele considera a melhor de todas historicamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nessas
viagens, Gil frequenta varias festas onde conhece inúmeros intelectuais e artistas
que frequentavam a “cidade da luz” (Benjamin) em que entre eles estão: F. Scott
Fitzgerald, Gertrude Stein, Ernest Hemingway, etc. Dessa forma, Gil tenta
acabar o seu romance com Inez, pois se apaixona por Adriana (Marion Cotillard),
é forçado a confrontar a ilusão de que uma vida diferente do seu estilo de
viver, nesse caso a época de ouro francesa é melhor. A bela e talentosa Carla
Bruni, ex-primeira-dama da França, faz uma ponta no filme. Woody Allen a chamou
para interpretar a guia de um museu. Ela explicou o motivo da resposta positiva
à nova experiência: - “Não sou atriz, mas eu não poderia perder uma
oportunidade como essas. Quando eu for avó, gostaria de poder dizer que fiz um
filme com Woody Allen” (- “Jene suis pas une actrice, mais je ne
pouvaispasmanquer une telleopportunité. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">Grand-mèrequand je voudraispouvoir dire quej`ai fait
un film avec Woody Allen”). </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É o primeiro filme de Allen <i>totalmente</i> gravado em Paris, apesar de “Love
andDeath” e “EveryoneSays I Love You” terem sido parcialmente gravados lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2011/07/autobiografia_Alice_Toklas_NOVA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2011/07/autobiografia_Alice_Toklas_NOVA.jpg" width="192" /></a></div>
<a href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=OEknY6Hq0JZvVM:&imgrefurl=http://www.lpm-blog.com.br/?p=9189&docid=G6A9dbtKIEC83M&imgurl=http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2011/07/autobiografia_Alice_Toklas_NOVA.jpg&w=1260&h=2098&ei=qrNXUq6wMte44AOKt4GYAQ&zoom=1&ved=1t:3588,r:63,s:0,i:277&iact=rc&page=4&tbnh=192&tbnw=111&start=57&ndsp=23&tx=65&ty=91"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSOkWX-yRklTKquOxpKf7yslppBqTve6WfQUbJdg55chItPxhfZ" href="http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=OEknY6Hq0JZvVM:&imgrefurl=http://www.lpm-blog.com.br/?p=9189&docid=G6A9dbtKIEC83M&imgurl=http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2011/07/autobiografia_Alice_Toklas_NOVA.jpg&w=1260&h=2098&ei=qrNXUq6wMte44AOKt4GYAQ&zoom=1&ved=1t:3588,r:63,s:0,i:277&iact=rc&page=4&tbnh=192&tbnw=111&start=57&ndsp=23&tx=65&ty=91" id="Imagem_x0020_5" o:button="t" o:spid="_x0000_i1027" style="height: 217.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 226.5pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ANd9GcSOkWX-yRklTKquOxpKf7yslppBqTve6WfQUbJdg55chItPxhfZ" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image004.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Entre
as obras mais importantes desta época destacam-se:“O Sol Também se Levanta”
(Hemingway), “O Grande Gatsby” (Fitzgerald), “ThreeSoldiers” (Dos Passos) e “Ulisses”
(James Joyce).É possível dizer que a “geração perdida” tenha, até mesmo,
influenciada os <b>beatniks</b> dos anos 1950,
grupo que também tinha o jazz e longas jornadas como temas de seus livros. No
caso da geração de Hemingway, eram norte-americanos em outro país “buscando uma
espécie de refúgio perante a nação que os criou”. Já os <b>beatniks</b>, Kerouac, William Burroughs, Allen Ginsberg, entre outros,
utilizavam a própria América do Norte como tema de seus livros e críticas. Isso
pode ser observado em obras como “On The Road”, de Jack Kerouac.O termo
“geração” é bastante amplo, muitas imprecisões ocorrem em torno das suas definições.
Seu significado é sociológico, mas, sobretudo ideológico, isto porque demostra
que comumente usamos esse termo para nos referirmos aos descendentes ou
ascendentes familiares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
termo foi usado pelo filósofo Augusto Comte para afirmar uma visão “mecânica e
automática” da história, na qual o tempo histórico é confundido e mesclado com
o tempo biológico. Por isso, a concepção elaborada por Comte é chamada de
“positivista” e implica em uma “naturalização da história”. Após Comte, vários
sociólogos e historiadores recorreram ao conceito de geração, embora cada um
deles atribuísse ao conceito um determinado significado.O estilo inovador de
Hemingway, que preferiu a economia de linguagem e a palavra depurada aos
artifícios literários e à extensa análise psicológica, influenciou as gerações
seguintes de escritores norte-americanos.O conceito de geração foi retomado por
Karl Mannheim que, esvaziando o aspecto biológico, natural, referente à época
de nascimento, mas reificando (Lukács) o fato de um grupo de pessoas
compartilharem a mesma experiência histórica, possibilitaria aos membros do
grupo a adoção de um mesmo <i>estilo </i>de
pensamento ou de ação.Entrementes, o conceito de geração foi utilizado por
diferentes autores em diferentes períodos e, por isso, seu significado felizmente
não é jamais dado para referir-se a único ente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Só
vale insistir no que há de circunspecto em “O Velho e o Mar”, em inglês: “The
Old Man andtheSea”, porque se trata de um romance de Ernest Hemingway, escrito
em Cuba, em 1951, e publicado em 1952. E
principalmente porque foi a última grande obra de ficção de Hemingway a ser
publicada ainda durante a sua vida, sendo uma das suas obras mais famosas.
Narra a história de um velho pescador que luta com um gigante espadarte em alto
mar por entre a corrente do Golfo. Apesar de ter sido alvo de apreciações muito
severas, o que é importante por parte da crítica, é uma obra que permanece uma
referência entre os livros de Hemingway, tendo reafirmado a inquietude do autor
em tempo de qualificá-lo para o Prêmio Nobel de Literatura de 1954. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
história resumidamente tem como personagem principal um velho pescador chamado Santiago
que experiente, encontra-se numa “maré de azar”, tendo ficado quase três meses
- 84 dias - sem conseguir pescar um peixe. Santiago possui um jovem amigo,
chamado Manolin, que o incentiva a pescar. Na manhã do 85º dia, na sua pequena
canoa, Santiago consegue um peixe, de tamanho descomunal, lembrando-nos o “realismo
mágico” de Gabriel Garcia Marques (cf. Braga, 2011) aproximadamente de 5 metros
de comprimento e 700 kg. O peixe oferece muita resistência, e arrasta a canoa
de Santiago cada vez mais para alto mar. Santiago sofre com o sol cegante e
abre feridas nas mãos, de tanto lutar com peixe. Depois de alguns dias, Santiago
consegue finalmente capturar o peixe e amarrá-lo à sua canoa. Porém, enquanto
retornava a costa, sofre constantes ataques de tubarões. Quando finalmente
consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava a sua espinha,
e Santiago estava sem forças. Os outros pescadores, vendo tamanho peixe, o
maior que alguém já havia pescado, respeitam e ajudam-no, especialmente o jovem
Manolin, que gostava muito do velho; esse o retrato representado pela angústia
(Kierkegaard) da atividade unissexual masculina do homem diante do mar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape id="Imagem_x0020_4" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 227.25pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 189.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.png">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://biblioteca.folha.com.br/1/images/20030604-hemingway.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://biblioteca.folha.com.br/1/images/20030604-hemingway.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Prêmio
Nobel de Literatura em 1954.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
vida e a obra de Hemingway tem intensa relação afetiva com a Espanha, país onde
viveu por quatro anos. Uma breve passagem, mas marcante, para um escritor
norte-americano que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os
espanhóis. Em 1952 publicou: “O Velho e o Mar”, com o qual ganhou o prêmio
Pulitzer (1953). Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1954. Ao longo da
vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">conversas,
com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e
financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o
atormentava com a<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">sua
personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a qual o
seu pai havia se matado. O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele
repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como lembrança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O enredo do livro:“O Sol Nasce
Sempre” (Fiesta) decorre na Europa após o termo da Primeira grande Guerra. Se
excetuarmos o toureiro Pedro Romero, todos os seus outros personagens
principais se expatriaram dos Estados Unidos da América ou da Grã-Bretanha. E
todos eles, quer tivessem vindo em busca de aventura ou de algo indefinido com
que preencher o vazio das suas vidas, tinham acabado por instalar-se em Paris.
Esta se celebrizara, nos anos 1920, graças à boemia esfuziante dos seus cafés e
da sua intelectualidade. Aí se podiam, com efeito, encontrar pintores como
Picasso, Miró ou Matisse, ou mulheres como a norte-americana Gertrude Stein,
que criara uma tertúlia onde diversos artistas plásticos ou escritores como
James Joyce, F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway se juntavam para trocar
ideias. Mas se Paris garantia assim a todos uma vida interessante, a verdade é
que muitos a sentiam também como vazia. De modo que, à semelhança aliás do que
acontecera a Hemingway e a alguns dos seus amigos, um certo número de
personagens deste romance pretenderão escapar à sofisticação e à corrupção da
grande cidade, refugiando-se no universo mais tradicional da Espanha daqueles
anos. E porque muitos se reconheceram neste retrato de uma geração sem raízes, “O
Sol Nasce Sempre” (Fiesta) tornou-se rapidamente um romance de culto para os
jovens europeus do período de entre as duas guerras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Ainda muito jovem, decidiu ir à
Europa pela primeira vez, quando a Grande Guerra assombrava o mundo (1918).
Hemingway havia terminado o segundo grau em Oak Park e trabalhado como
jornalista no Kansas City Star. Tentou alistar-se, mas “foi preterido por ter
um problema na visão”. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista
de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes
Von Kurowsky, sua inspiração na criação da heroína de “Adeus às Armas” (1929) -
a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, retornou para Oak Park
que, depois do que viu na Itália, tornou-se monótona demais. Volta à Europa
(Paris), em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, seu primeiro
casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para o jornal Toronto
Star Weeky e, em início de carreira, se aproximou de outros principiantes: Ezra
Pound (1885-1972), Scott Fitzgerald (1896-1940) e Gertrude Stein (1874-1940).Se
“O Jardim do Éden” fala de uma relação “a três”, muito semelhante àquela por
que Hemingway passou, então não é despropositado falar das mulheres na vida do
Nobel da Literatura. Com 21 anos, conheceu Elizabeth Hadley Richardson, oito
anos mais velha. Hadley, como ele lhe chamava, tinha ido de Chicago para St.
Louis recuperar da morte da mãe e encontrou em festas um rapaz que os amigos
tratavam por muitos nomes - Ernie, Nesto, Oinbones, Wemmedge, Hemmy, Stein,
Hemingstein. É assim que narra o escritor britânico Anthony Burgess na sua
curta biografia de Hemingway. Apaixonaram-se e casaram em 1921. Destino:
França. Era o sítio certo para um escritor. Um filho, Bumby, nasceu pouco
depois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O seu segundo casamento (1927) foi
com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer. Com ela teve dois filhos. Em 1928, o
casal decidiu morar em Key West, na Flórida. O escritor sentiu falta da vida de
jornalista e correspondente internacional. O casamento com Pauline era
instável. Nessa época conhece Joe Russell, dono do SloppyJoe’s Bar e
companheiro de farra. Já na década de 1930, resolveu partir com o amigo para
uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana,
para onde voltava anualmente na época da corrida do agulhão entre os meses de
maio e julho. Hospedavam-se no hotel Ambos os Mundos, em plena Habana Vieja, bairro
mais antigo da cidade que se tornava o lar do escritor, e os cenários que
comporiam sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. Duas décadas
de turbulências que teriam como desfecho a revolução socialista e o suicídio do
escritor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><v:shape alt="http://www.ccpg.puc-rio.br/70anos/sites/default/files/imagens/Hemingway_1953_Kenia.jpg" id="Imagem_x0020_3" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 243pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 248.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata o:title="Hemingway_1953_Kenia" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image006.jpg">
</v:imagedata></v:shape></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
Cuba, o escritor se apaixonou por Jane Mason, casada com o diretor de operações
da Pan American Airways e se tornaram amantes. Em 1936, nos Estados Unidos, novamente
se apaixona desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do
segundo divórcio, confirmando o que predisse seu amigo, Scott Fitzgerald, quando
eles se conheceram em Paris: “Você vai precisar de uma mulher a cada livro”. Dos
Estados Unidos, Hemingway prepara-se para partir para Espanha, onde estalara a
Guerra Civil. Pauline é contra, tem um presságio mau. Provavelmente não o da
morte do marido, mas o da morte do casamento.Assim, Hemingway partiu para a
Espanha, onde Martha já estava e, em meio à guerra, os dois viveram um romance
que resultou no seu terceiro casamento. Quando a república caiu e a Europa
vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com
Martha.Em 1946, o escritor casa-se pela quarta e última vez com Mary Welsh,
também jornalista, mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada
vez mais instável emocionalmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É
ainda na Florida que ele encontra Martha Gellhorn, uma das mais extraordinárias
repórteres de guerra do século XX, sem dúvida muito melhor do que Hemingway
neste campo. É já em Espanha, no meio do horror, que se envolvem. Digamos que,
no intervalo das reportagens de guerra, ele era o primeiro amante dela e ela o
primeiro amante dele, mas que não havia exclusividade. Ela era casada. A
relação, pública, durou anos e era quase sempre tumultuosa, mas ainda assim
casaram em 1940. Hemingway tinha ciúmes do trabalho de Martha Gellhorn, que
inclusive desembarcou na Normandia, na Segunda Guerra Mundial, antes dele. Neste
ano, 1944, em Londres, ele conheceu Mary Welsh, jornalista do “Daily Express”
casada com um colega do “Daily Mail”. O tempo desse encontro amoroso foi também
o do desencontro final com Martha. Hemingway está presente na libertação de
Paris. Instala-se no Ritz e recebe quem o vai visitar por entre champanhe e
conhaque. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma
das primeiras visitas é a da Mary Welsh. – “O quarto 31 do Ritz é consagrado às
alegrias do amor pré-marital com Mary, breve, mas apaixonado, acompanhado por
champanhe LansonBrut” (ainda Burgess). Casam em 1946. Ela será a quarta e
última senhora Hemingway. Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão,
diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu-se pela primeira
alternativa. Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema
da “evidência trágica” do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira
jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum, Idaho,
tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Encontra-se sepultado em
KetchumCemetery, Ketchum, Condado de Blaine, Idaho nos Estados Unidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bibliografia
geral consultada:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">BRAGA, Ubiracy de Souza, “90 anos de Gabito
coincide com seus libelos”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/12/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/12/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; artigo: “Morte de
Ernest Hemingway completa 50 anos neste sábado”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; tab-stops: 35.45pt 45.75pt 58.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-50277195730836546182013-10-14T08:47:00.001-03:002013-10-14T08:47:59.072-03:00Concurso Público para Professor Efetivo (Edital 45/2013)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="http://www.concurso.univasf.edu.br/">http://www.concurso.univasf.edu.br</a></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-10133461207513213192013-10-03T05:26:00.002-03:002013-10-16T12:28:28.607-03:00Os três suicídios de Durkheim e a morte da sociedade no caso Kaiowas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #191919; font-family: Cantarell; font-size: 18px; margin: 0px; position: relative;">
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-family: Cantarell, serif; font-size: 13.5pt;">Os
três suicídios de Durkheim e a morte da sociedade no caso Kaiowas<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><br />
<br />
Escrita em 1897, a obra <i>O Suicídio</i> é um clássico da
sociologia. Até hoje ela é lida por estudantes e pesquisadores das ciências
humanas como exemplar singular de fundamentação empírica na análise da
sociedade. Establet (2009) aponta que trabalhos de Durkheim relacionados às
esferas do trabalho e da religião não foram tão utilizados quanto <i>O
Suicídio</i>. Muito pelo contrário, algumas tabelas e mapas usados em obras
sobre religião, mais lembram os mapas em <b><i>O Suicídio</i></b> do
que, por exemplo, <i>As Formas Elementares da Vida Religiosa</i>. Neste
texto, faremos uma explicação sucinta sobre as três formas de suicídio
caracterizadas por Émile Durkheim, e um breve comentário relacionado ao caso
dos <b>índios Kaiowas</b>.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Embora
acreditemos que o fenômeno comportamental do suicídio esteja ligado muito mais
a ordens individuais do que coletivas, sobretudo por se tratar, na grande
maioria dos casos, de acontecimentos isolados, Durkheim defende que as causas
destes fatos são gestadas na e pela sociedade. O autor define suicídio como o
ato praticado pelo indivíduo com o intuito de desfazer-se de sua vida, sendo
que o objetivo final deve ser conscientemente expressado pelo causador do ato.
Ou seja, o suicida deve saber necessariamente o resultado final que ele mesmo
está praticando independente da participação de outros. Durkheim divide o
suicídio em três tipos: <b>egoísta</b>,<b> altruísta </b>e<b> anômico</b>.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">O <b>suicídio
egoísta</b> é aquele cujos interesses do indivíduo estão acima da sociedade.
Isto acontece, segundo o sociólogo, especialmente em sociedades “superiores”,
mas com determinadas carências de integração entre sociedade e indivíduo – é
preciso salientar aqui que Durkheim chama de “superiores” as sociedades
ocidentais modernas em contraposição às sociedades “primitivas”, tribais ou
indígenas. Durkheim diz que o homem é um ser duplo, possui uma <b>personalidade
individual e uma coletiva</b>, esta última representa um padrão comum entre
todos os indivíduos. Quando a sociedade, por alguma falha, não consegue
penetrar seus valores coletivos de pertencimento e de existência no indivíduo,
este pode causar sua própria morte caso algo relacionado apenas à sua vida
particular tenha originado uma decepção, uma desilusão, uma descrença; tendo em
vista que os valores individuais são, nesta situação, maiores do que o sentido
de existência ligado ao coletivo.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Se <b>o
baixo grau de integração</b> entre sociedade e indivíduo pode acarretar o
suicídio egoísta, o oposto, quer dizer, o grau acentuado de integração entre
sociedade e indivíduo, pode desencadear <b>o suicídio altruísta</b>. Neste
caso, o suicida não encontra valores em sua existência individual para
continuar vivo, pois os valores da sociedade estão muito acima dos pessoais.
Este fenômeno ocorre com maior freqüência nas sociedades “inferiores”, onde
existe uma integração demasiada, sobretudo demonstrada pela religião (crença,
rituais comuns) que dá o significado de existência para os membros que compõem
a comunidade. Durkheim cita como exemplo o suicídio da mulher após a morte do
marido. Primeiro, os indivíduos são tratados como membros, como<b>braços de um
corpo do qual não teriam existência fora dele</b>. A mulher, em alguns casos, é
somente uma extensão do marido, portanto, não há mais sentido que ela viva após
a morte do esposo. Outro exemplo ilustrativo é o suicídio provocado depois da
morte de um líder religioso que norteava a direção de existência dos
seguidores, deste modo, é preferível acompanhar o mestre no <b>além-túmulo</b> de
que viver uma vida sem direção. Portanto, o suicídio altruísta caracteriza-se
pelo fato de existir algo maior que o indivíduo, fazendo com que, de acordo com
o acontecimento, o sentido de continuar existindo não esteja mais nesta vida.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">O
último tipo de suicídio descrito por Durkheim é chamado de <b>anômico</b>.
Entende-se por anomia um<b>afrouxamento nos laços sociais</b>, mas
diferentemente do fator individual, que caracteriza o suicídio egoísta, este
tem a causa na própria sociedade. Temos assim, épocas de crises econômicas
densas e abruptas, que alteram de maneira significativa os valores sociais do
coletivo e afetam com relevância o cotidiano do indivíduo e causam o suicídio
anômico. Durkheim explica que <b>o suicídio anômico</b> é causado
quando o indivíduo não reconhece mais sua função e utilidade em uma sociedade
por causa de uma transformação gestada por ela própria, que suprime os valores
que davam sentido a existência individual dos membros em integração nesse
organismo. Outro fator, em sociedades avançadas, é quando o indivíduo possui um
padrão de vida econômica muito alta, e então, não reconhece seus limites, não
consegue satisfazer-se com coisas simples e sempre aparenta descontentamento.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Pitacos
safados!</span></b><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Acredito
que a obra de Durkheim ainda serve para nos ajudar a explicar os suicídios na
contemporaneidade (embora sua pesquisa seja direcionada para populações
específicas num recorte temporal igualmente particular). Entretanto, é
necessário expandir esses recortes provisórios (de três tipos) e talvez
entender a relação entre eles. A distância de uma pessoa às demais parece
explicar um tipo de suicídio. Que tipo é esse? Acredito que esteja próximo do
egoísta e do anômico. Nos países nórdicos como Finlândia, Islândia,
Noruega e Dinamarca os suicídios são recorrentes. População diminuta
e frio intenso fazem com que muitas pessoas se isolem no interior dos seus
quartos, interagindo com o mundo virtual e se esquecendo do social. Opa! Mas
independente das condições climáticas e demográficas essa parece ser uma <b>situação global
na contemporaneidade</b>. Só que, diferentemente dos países nórdicos,
os suicídios não tem aumentado por aqui. Não, não. Preferimos nos refugiar em
clínicas psicológicas, em centros terapêuticos e em remédios e drogas do prazer
instantâneo do que enfrentarmos com coragem o ato mais livre da vida, segundo
Sêneca, ou a "linha de fuga" quando não há mais linha de fuga, como
fez Deleuze.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Durkheim
ainda se mostra atual para explicar por que o índice de suicídio é
proporcionalmente maior entre os ricos e a classe média do que entre os pobres.
É porque o social faz mais sentido para os pobres. O acreditar em algo. E mais.
Lutar por algo na vida, aliás, <b>lutar pela própria vida</b>, pela
sobrevivência mais do que as demais classes. Talvez por estarem menos
“individualizados” e correlativamente menos sozinhos do que nós, os burgueses
sem religião. Mas Durkheim é insuficiente para esclarecer a alta taxa de
suicídios dos vestibulandos coreanos. É egoísta por colocar seus valores
individuais profissionais a frente dos demais? Ou é altruísta por que o peso do
olhar dos outros (da sociedade) sobre o “fracassado”, que não conseguiu a vaga,
é pesado demais para suportar? Ou é anômico por que a única utilidade de
respeito que a sociedade atribui só pode ser desenvolvida por um profissional
graduado em uma boa universidade? Em vez de separar esquematicamente como o
mestre positivista fez, prefiro entender um entrecruzamento de fatores onde
seria impossível dissociar um de outro. A meu ver, o egoísta não é o oposto do
altruísta, mas se complementam e não podem ser compreendidos fora de uma
dinâmica de transformação da sociedade. <b>O “ego” (assim como o
“eu”) é uma construção social</b>. Fora de um social que torna possível
sua construção e sua diferenciação de outros “eus” ele simplesmente
inexiste. </span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Por
outro lado, o suicídio dos <b>índios kaiowas</b>, que ganhou repercussão
nas redes sociais essa semana, possui algum grau de similaridade com o suicídio
anômico. Estes suicídios já acontecem há algum tempo. Os motivos são diversos,
mas todos eles parecem relacionados com a penetração da cultura ocidental nas
aldeias, mexendo de maneira significativa com o imaginário social dos índios
que, convenhamos, já não são mais tão índios. Estão sim, contaminados pelos
nossos valores e maneiras de pensar o mundo. Inclusive, já recorrem a meios
escritos para comunicarem a respeito de si, como pudemos ver na carta que está
rodando na grande rede (que fomos “fisgados”). O sentido de pertencimento a uma
determinada comunidade que, por sua vez, tem uma relação bastante particular
com a terra, carregada por umanoção tanto material quanto simbólica, tem
se fragmentado cada vez mais que a cultura do homem-branco adentra a área
de preservação. Área essa delimitada, pelo “bondoso”
homem-branco, para os índios morarem. Que disparate! Queremos que os indígenas
reconheçam um conceito que nós ocidentais inventamos, o de<b>fronteira</b>.
Quando, na verdade, nem nós reconhecemos ou respeitamos esse conceito, já que
invadimos o território de homens-brancos e de indígenas. Quem são os
primitivos? Podem até ser eles, que não inventaram o avião, o celular, a
Internet ou o anticoncepcional, mas os hipócritas somos nós mesmos.
Invencíveis na arte de dominar a ciência técnica, mestres em criar esquemas
para enganar a nós mesmos, porém mais idiotas ainda na arte
de (des)respeitar os conceitos que nós mesmos inventamos.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Sinceramente,
vejo as manifestações nas redes sociais como mais um reflexo da nossa <b>hipocrisia</b>,
da nossa arrogância e do nosso cinismo. Sim, isso mesmo. Se os índios estão
desta maneira é porque nós somos os responsáveis. Nossa população aumenta e a
deles diminui. Dizemos que precisamos de mais espaço para plantar, produzir e
extrair matérias primas para fabricarmos produtos e alimentos (in)dispensáveis
para a vida moderna. Então, vamos fazer controle de natalidade? “Ah, mas isso é
atentar contra a espontaneidade da vida”, dirão os republicanos. “Isso é querer
impor uma coerção a liberdade dos humanos”, dirão os democratas. “Isso é
confiar demais que a ciência pode governar a sociedade”, dirão os pós-modernos.
“Isso vai envelhecer a população, reduzir a mão-de-obra e falir a previdência
social”, dirão os economistas de botequim. Então, vamos fretar dez ônibus e
irmos à Brasília pressionar o governo para criar uma lei de proteção indígena
(como se isso já não existisse)? “Isso não adianta, ‘eles’ só sabem roubar”,
dirá o cidadão comum, que mesmo assim continua votando “neles”. “Não posso,
tenho que trabalhar”, dirá o trabalhador. “Não posso, tenho que estudar”, dirá
o estudante. “Não posso, tenho que entregar um projeto...” “Tenho que assistir
o Coringão em Tóquio...” As desculpas só aumentarão. Ok, então o que podemos
fazer? “Ah, vamos compartilhar a imagem deles no<b>facebook</b>”. Eu sei que
podemos fazer muito mais que isso. Mas será mesmo que queremos de verdade?</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Acho
que é impossível nossa sociedade cometer um suicídio coletivo como os Kaiowas
mencionaram na carta, primeiro porque não temos mais “coletivo”, segundo porque
já <b>estamos mortos</b>.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Referências:</span></b><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">DURKHEIM,
E. Suicídio: definição do problema; suicídio egoísta; suicídio altruísta;
suicídio anômico. In:______.<b>Émile Durkheim</b>: sociologia. Organizador José
Albertino Rodrigues. São Paulo: Ática, 1981, p. 103-122.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">ESTABLET,
Roger. A atualidade de 'O Suicídio'. In: MASSELLA, Alexandre Braga (org.).<i> </i><b>Durkheim:</b><i> </i>150
anos. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009, p. 119-129.</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Letra
da música “Kaiowas” da banda <b>Sepultura</b>:</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">This song is inspired by<br />
A brazilian indian tribe called "Kaiowas"<br />
Who live in the rain forest<br />
They committed mass suicide<br />
As a protest against the government<br />
Who was trying to take away their land beliefs</span><span lang="EN-US" style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=zx88wZsX_II&feature=related"><span style="color: #002a77; mso-bidi-font-size: 11.0pt; text-decoration: none; text-underline: none;">Áudio da música no YouTube</span></a></span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Link
da carta dos Guarani-Kaiowa:</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 16.5pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><a href="http://blogapib.blogspot.com.br/2012/10/carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-de.html"><span style="color: #002a77; mso-bidi-font-size: 11.0pt; text-decoration: none; text-underline: none;">http://blogapib.blogspot.com.br/2012/10/carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-de.html</span></a></span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">A
melhor matéria que li até agora sobre o tema:</span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><a href="http://www.canalibase.org.br/os-guarani-kaiowa-e-as-perversidades-do-senso-comum-dos-brancos-2/"><span style="color: #002a77; mso-bidi-font-size: 11.0pt; text-decoration: none; text-underline: none;">http://www.canalibase.org.br/os-guarani-kaiowa-e-as-perversidades-do-senso-comum-dos-brancos-2/</span></a></span><span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Droid Serif', serif; font-size: 11.5pt;">FONTE: <a href="http://tempossafados.blogspot.com.br/2012/10/os-tres-suicidios-de-durkheim-e-morte.html"><span style="color: blue; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">http://tempossafados.blogspot.com.br/2012/10/os-tres-suicidios-de-durkheim-e-morte.html</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</h3>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-53874673350645990342013-09-27T02:39:00.002-03:002013-09-27T02:39:27.999-03:00Jogo da vida<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-0WRQjemgLlQ/UkUZ8NRsCWI/AAAAAAAAAag/npbLFuOOa88/s1600/jogo+da+vida.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-0WRQjemgLlQ/UkUZ8NRsCWI/AAAAAAAAAag/npbLFuOOa88/s1600/jogo+da+vida.png" /></a></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-87278383902325629042013-09-18T23:38:00.002-03:002013-09-18T23:38:45.558-03:00EMBAIXADA LANÇA EDITAL DE CONTRATAÇÃO DO DIRETOR DO CCBM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">ANÚNCIO DE VAGA</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">A Embaixada do Brasil em Maputo oferece vaga para Diretor do Centro Cultural Brasil-Moçambique.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br />REQUISITOS PRINCIPAIS:<br />- Maior de 18 anos;<br />- Nível Superior;<br />- Experiência profissional comprovada, preferencialmente na área de gestão;<br />- Fluência em português e inglês;<br />- Bons conhecimentos de cultura e literatura brasileira e moçambicana;<br />- Alto sentido de liderança, iniciativa, organização, sigilo profissional e dinamismo.<br />Os interessados devem entregar a documentação indicada no Edital (<a href="http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fmaputo.itamaraty.gov.br%2F&h=xAQElNH05&s=1" rel="nofollow nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://maputo.itamaraty.gov.br/</a>) na Embaixada do Brasil, à Av. Kenneth Kaunda 296, Sommerchield, Maputo, de 16/09/2013 a 07/10/2013, de segunda a quinta-feira, das 9hs às 13hs00 e das 14hs30 às 17h00, e às sextas-feiras de 9hs00 às 13hs00 e das 14h30 às 16h00.<br />Mais informações:<br />Telefone: 21484009<br />E-mail:andre.bueno@itamaraty.gov.br</span></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-12461950129662493432013-09-18T23:09:00.000-03:002013-09-18T23:09:23.793-03:00bolsas CAPES/ Fulbright Estágio de doutorando das Ciências Humanas, Ciências Sociais, Letras e Artes nos EUA: 2013-2014 (Edital nº 54/2013)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i>Prezados Senhores,</i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i> </i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i>A CAPES informa que se encontram abertas as inscrições para o processo seletivo de doutorandos das áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais, de Letras e de Artes para preenchimento das bolsas </i></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><b><i>CAPES/ Fulbright Estágio de doutorando das Ciências Humanas, Ciências Sociais, Letras e Artes nos EUA: 2013-2014 (Edital nº 54/2013)</i></b></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i> até o dia </i></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><b><i>04 de outubro de 2013</i></b></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i>. Trata-se de iniciativa que abre a oportunidade de visita acadêmica por parte de estudantes brasileiros às Instituições americanas pelo período de nove meses. A bolsa inclui os seguintes benefícios: mensalidade, auxílios deslocamento, instalação, aquisição de livros e/ou computador, seguro saúde, e pagamento de eventuais taxas para acesso às instalações da instituição nos EUA, custeados pela CAPES e pela Comissão Fulbright. Para maiores informações, os interessados deverão acessar os seguintes links: </i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i> </i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><a href="http://www.capes.gov.br/cooperacao-internacional/estados-unidos/capesfulbright-estagio-de-doutorando" style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Calibri; font-size: small;"><u>http://www.capes.gov.br/cooperacao-internacional/estados-unidos/capesfulbright-estagio-de-doutorando</u></span></a><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"> </span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><a href="http://www.fulbright.org.br/content/view/110/157/" style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Calibri; font-size: small;"><u>http://www.fulbright.org.br/content/view/110/157/</u></span></a><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"> </span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i>Pedimos a gentileza de divulgar esta oportunidade às áreas contempladas por este edital.</i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i> </i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i> </i></span><br style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: Calibri; font-size: 16px;"><i>A Diretoria de Relações Internacionais da CAPES agradece a colaboração.</i></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 16px;"><span style="color: #888888;"><br /><span style="font-family: Calibri; font-size: small;"> </span> </span></span></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-74481221184717115202013-09-17T01:07:00.004-03:002013-09-17T01:07:36.479-03:00As 15 profissões que os pais menos entendem<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div id="yui-tmp-11" style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
<span id="yui-tmp-10" style="font-size: 11pt;">SÃO PAULO - Seus pais entendem perfeitamente a sua profissão? Se você respondeu não, saiba que não está sozinho. Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn revelou que um em cada três pais admite que não tem familiaridade com o trabalho dos filhos e, então, acham complicado dar os conselhos corretos para suas carreiras.<br /><br /><strong>Leia também:<br /><a data-rapid_p="3" href="http://br.financas.yahoo.com/fotos/as-profiss%C3%B5es-mais-promissoras-no-brasil-slideshow/" style="color: #005790; text-decoration: none;" target="_blank">As profissões mais e menos promissoras no Brasil</a><br /><a data-rapid_p="4" href="http://br.financas.yahoo.com/noticias/como-estimular-e-aumentar-criatividade-174100835.html" style="color: #005790; text-decoration: none;" target="_blank">Como estimular e aumentar a criatividade</a><br /><a data-rapid_p="5" href="http://br.financas.yahoo.com/noticias/os-perfis-profissionais-em-alta-no-mercado-141700475.html" style="color: #005790; text-decoration: none;" target="_blank">Os perfis de profissionais em alta no mercado</a></strong></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
<span style="font-size: 11pt;">“Considerando todas as novas profissões que foram criadas nos últimos anos, é compreensível que muitos pais realmente não entendam o trabalho dos filhos”, afirma o Vice-Presidente de Talentos no LinkedIn, diz Pat Wadors.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
<span style="font-size: 11pt;">Carreiras como Produtos de Rádio, Gerente de Mídias Sociais, e Designer de Moda estão no ranking das 15 profissões menos entendidas pelos pais. No Brasil, as 15 profissões menos compreendidas pelos pais são:</span><span style="font-size: 11pt;"> </span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
1. Atuário - 72%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
2. Designer de IU (interface de usuário) – 68%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
3. Subeditor – 65%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
4. Produtor de radio – 64%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
5. Gerente de time de esportes – 64%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
6. Cientista de dados – 60%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
7. Designer de moda – 60%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
8. Gerente de mídias sociais – 59%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
9. Técnico de laboratório – 56%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
10. Assistente pessoal – 52%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
11. Banqueiro de investimentos – 52%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
12. Gerente de relações públicas – 52%</div>
<div id="yui_3_9_1_1_1379389807595_1441" style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
<b><span style="font-size: large;">13. Sociólogo – 51%</span></b></div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
14. Piloto – 50%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
15. Bombeiro – 49%</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 14px; line-height: 22.453125px; margin-top: 11px; padding: 0px;">
<span style="font-size: 11pt;"><strong>Dia de levar os pais ao trabalho</strong></span><span style="font-size: 11pt;">Diante deste cenário, o LinkedIn lançou a campanha global Dia de Levar os Pais ao Trabalho (<em>Bring In Your Parents Day</em>) que acontecerá em 7 de novembro de 2013. O evento será realizado em 14 países (Inglaterra, Estados Unidos, França, Holanda, Suécia, Alemanha, Itália, Espanha, Brasil, Austrália, Índia, Canadá, Cingapura e Hong Kong).</span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-8506866816629314822013-08-31T03:09:00.000-03:002013-08-31T03:09:00.327-03:00Como manipular mentes e virar um líder religioso<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="450" src="http://www.youtube.com/embed/0yNTb-qsO-A?rel=0" width="600"></iframe><br /> </div>
<strong><em>BONUS TRACK – </em></strong>No embalo, uma palestra do TED explica porque as abordagens políticas realizadas até hoje apenas servem para reforçar a apatia dos cidadãos (ou "porque o gigante acordou e voltou a dormir tão rápido"):<br />
<div align="center">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="366" src="http://www.youtube.com/embed/5Knz100ldLM?rel=0" width="600"></iframe></div>
<br />
<br /></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-87451479087149295292013-08-25T00:35:00.000-03:002013-08-25T00:35:35.744-03:00A Herança de Hegel à Lennon: A Religião no Fim dos Tempos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Herança de Hegel à Lennon:
A <i>Religião </i>no Fim dos Tempos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ubiracy de Souza Braga*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15.199999809265137px;">___________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15.199999809265137px;">* Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;">“</span><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;">Imagine
all the people/Living life in peace/You may say/I`m a dreamer/But I`m not the
only one</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;">”… John Lennon<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://redes.moderna.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Friedrich-Hegel-img-destacada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="100" src="http://redes.moderna.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Friedrich-Hegel-img-destacada.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=6sBOnooYNOMbpM&tbnid=EIjCdGL7SqX7oM:&ved=0CAUQjRw&url=http://redes.moderna.com.br/2012/08/&ei=-IQTUqjHHKewyQHdz4GgBw&bvm=bv.50952593,d.b2I&psig=AFQjCNGX20wqQVMgPLci-KSkv4sVR9VO0g&ust=1377097222959214"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
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</o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape alt="http://redes.moderna.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Friedrich-Hegel-img-destacada.jpg" href="http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=6sBOnooYNOMbpM&tbnid=EIjCdGL7SqX7oM:&ved=0CAUQjRw&url=http://redes.moderna.com.br/2012/08/&ei=-IQTUqjHHKewyQHdz4GgBw&bvm=bv.50952593,d.b2I&psig=AFQjCNGX20wqQVMgPLci-KSkv4sVR9VO0g&ust=1377097222959214" id="Imagem_x0020_1" o:button="t" o:spid="_x0000_i1027" style="height: 259.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 425.25pt;" type="#_x0000_t75">
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<v:imagedata o:title="Friedrich-Hegel-img-destacada" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Escólio: O ponto de partida para a
constituição do sujeito – diz Alexandre kojève (1972; 1973), nascido Aleksandr
VladimirovičKoževnikov, <i>leitor </i>de
Hegel – é o desejo, “mas não um desejo dirigido a uma coisa qualquer no mundo”.
O homem se torna humano “quando deseja outro desejo”. Abre-se assim, ao homem,
um novo espaço de liberdade, que se manifesta antes de tudo como um desejo de
reconhecimento e produz uma luta de morte por puro prestígio – o ato fundante
da história, o ato antropogênico por excelência. Mas para que haja história, é
preciso que haja relação social entre homens vivos. A luta não pode terminar
com a aniquilação de um dos lados. Um deles deve abdicar do combate, ou seja, “colocar
a sua liberdade acima de sua vida”. Estabelece-se uma relação de tipo “senhor-escravo”.
Porém, nela se desenvolve concentrada neste segundo polo, outra atividade
essencial ao projeto do homem: o trabalho. A descrição da dialética que assim
se estabelece é um dos pontos culminantes </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">do
pensamento humano em todas as épocas, e sua conclusão é surpreendente: “o homem
integral, livre, satisfeito com o que é, o homem que se aperfeiçoa, não é o
senhor nem o escravo, mas sim o escravo que consegue suprimir sua sujeição”.
Isto é Hegel, um homem admirável.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
célebre metáfora do senhor e do escravo, tão popularizada em nossa tradição ocidental,
foi criada por Hegel, e utilizada por muitos pensadores no século XX. Ela
aparece, em seu primeiro momento, na obra <b>Fenomenologia
do espírito</b>(cf. Hegel, 1983; 1986; Braga, 2007). Desse modo, qualquer
aproximação da metáfora em si ou do seu sentido, necessita de uma análise da
obra e do contexto onde a mesma se insere. Diferentemente das muitas lições e
cursos que Hegel deu e que, posteriormente, foram transformados em aulas, sua
escrita aqui é bastante diferente. O pensador alemão se depara com uma antiga
questão filosófica que separa sujeito e objeto.<i>Ipso facto</i>,a <b>Fenomenologia </b>possui
três significações fundamentais. A primeira é filosófica, isto é, ela questiona
o que significa para a consciência “experimentar-se a si mesma” e “caminharrumo
à ciência”. Podemos notar aqui a clara oposição de Hegel ao posicionamento
kantiano. A segunda significação é cultural, isto é, a “consciência vive num
determinado contexto e época”. Já a terceira significação é histórica, ou seja,
“a consciência do indivíduo e da cultura caminha para uma ciência na história”.
Desse modo, somente a partir de tais cruzamentos é que podemos compreender a
dialética do senhor e do escravo em Hegel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porque
a dialética do “Senhor e do Escravo”, (a figura) é necessária para a
compreensão da ideia de liberdade? A figura é necessária representativamente
como sujeito e objeto da disputa de reconhecimento reciproco, para servir de
instrumentos para autoconhecimento, são componentes primordiais na constituição
da metáfora, são elementos que lutarão entre si até a conquista do
reconhecimento e da liberdade. São representações instrumentais de um dialogo
racional entre duas consciências que por sua vez foram imaginadas por Hegel que
brilhantemente utilizou o dialogo entre as duas consciências para chegar ao
reconhecimento de si e para si, permitindo chegar a ideia de liberdade, uma
liberdade pautada pelo respeito mutuo, e a exata importância e posição que
ocupam as duas consciências, que inicialmente em guerra e posteriormente pelo
amadurecimento que as leva a ideia de liberdade pautada em limitadores
essenciais para a convivência harmoniosa. Reconhecer a si mesmo e ao outro é
uma forma de ver nossos limites e dos outros, respeitando e sendo respeitado
são elementos necessários para a paz e a liberdade. Hegel se utiliza habilmente
desta metáfora. A dialética do senhor e do escravo é um processo de
constituição de liberdade, são estabelecidas as relações de reconhecimento, que
é a preservação de um e de outro, politicamente o estado de direito é um estado
livre. Neste sentido a figura humana de John Lennon é representativa da ideia
filosófica de liberdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/JohnLennonpeace.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/JohnLennonpeace.jpg" width="300" /></a></div>
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/JohnLennonpeace.jpg"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="Ficheiro:JohnLennonpeace.jpg" href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/JohnLennonpeace.jpg" id="Imagem_x0020_2" o:button="t" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 265.5pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 249pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="JohnLennonpeace" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
fabuloso John Lennon, na canção “Imagine”, faz alusão à vidafenomenologicamente
falando da seguinte forma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">“<i>Imagine there`s no heaven/It`s
easy if you try/No hell below us/Above us only sky/Imagine all the
people/Living for today/Imagine there`s no countries/It isn`t hard to
do/Nothing to kill or die for/<b>And no
religion too</b>/Imagine all the people/Living life in peace/You may say/I`m a
dreamer/But I`m not the only one/I hope some day/You`ll join us/And the world
will be as one/Imagine no possessions/I wonder if you can/No need for greed or
hunger/A brotherhood of man/Imagine all the people/Sharing all the world/You
may say,/I`m a dreamer/But I`m not the only one/I hope some day/You`ll join
us/And the world will live as one</i>”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">John
Winston Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos fundadores do grupo de
rock britânico The Beatles. Na época da existência dos Beatles, John Lennon
formou com Paul McCartney o que seria uma das melhores e mais famosas duplas de
compositores de todos os tempos, a dupla Lennon/McCartney. John Lennon foi
casado com Cynthia Powell, e com ela teve o filho Julian. Em 1966, conheceu a
artista plástica japonesa Yoko Ono. Em 1968, Lennon e Yoko produziram um álbum
experimental, “Unfinished Music No.1: TwoVirgins”, que causou controvérsia por
apresentar o casal nu, de frente e de costas, na capa e contracapa. A partir
deste momento, John e Yoko iniciariam uma parceria artística e amorosa. Cynthia
Powell pediu o divórcio no mesmo ano, alegando adultério. Em 1969, o casal se
casou numa cerimônia privada no rochedo de Gibraltar. Usaram a repercussão de
seu casamento para divulgar um evento pela paz, chamado de “Bed in”, ou “John e
Yoko na cama pela paz” (foto), como um resultado prático de sua lua-de-mel,
realizada no Hotel Hilton, em Amsterdã. No final do mesmo ano, Lennon comunicou
aos seus parceiros de banda que estava deixando os Beatles. Ainda no mesmo
período, Lennon devolveu sua medalha de Membro do Império Britânico à Rainha
Elizabeth, como uma forma de protesto contra o apoio do Reino Unido à guerra do
Vietnã, o envolvimento do Reino Unido no conflito de Biafra e “o fraco
desenvolvimento de ColdTurkey nas paradas de sucesso”. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn.traveler.es/uploads/images/thumbs/201151/john_lennon_y_yoko_ono_en_pleno_bed_in_169_630x.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="http://cdn.traveler.es/uploads/images/thumbs/201151/john_lennon_y_yoko_ono_en_pleno_bed_in_169_630x.jpg" width="320" /></a></div>
<a href="http://www.google.com.br/imgres?q=John+Lennon+e+Yoko+Ono+na+cama&sa=X&biw=1162&bih=621&tbm=isch&tbnid=rMKvdCQ9H_M5eM:&imgrefurl=http://www.traveler.es/viajes/hoteles/articulos/el-hotel-de-john-lennon-y-yoko-ono/1250&docid=ygkhW_PRAoEbAM&imgurl=http://cdn.traveler.es/uploads/images/thumbs/201151/john_lennon_y_yoko_ono_en_pleno_bed_in_169_630x.jpg&w=630&h=467&ei=vYQXUvSlIoji2gWxy4DYDQ&zoom=1&ved=1t:3588,r:9,s:0,i:106&iact=rc&page=1&tbnh=184&tbnw=252&start=0&ndsp=15&tx=151&ty=66"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQI_xI82kXwf-OdxG47wj68v6zQmgbyQ4A-IwzSaWPIeEYrKlqfeA" href="http://www.google.com.br/imgres?q=John+Lennon+e+Yoko+Ono+na+cama&sa=X&biw=1162&bih=621&tbm=isch&tbnid=rMKvdCQ9H_M5eM:&imgrefurl=http://www.traveler.es/viajes/hoteles/articulos/el-hotel-de-john-lennon-y-yoko-ono/1250&docid=ygkhW_PRAoEbAM&imgurl=http://cdn.traveler.es/uploads/images/thumbs/201151/john_lennon_y_yoko_ono_en_pleno_bed_in_169_630x.jpg&w=630&h=467&ei=vYQXUvSlIoji2gWxy4DYDQ&zoom=1&ved=1t:3588,r:9,s:0,i:106&iact=rc&page=1&tbnh=184&tbnw=252&start=0&ndsp=15&tx=151&ty=66" id="Imagem_x0020_3" o:button="t" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 249.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 356.25pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="ANd9GcQI_xI82kXwf-OdxG47wj68v6zQmgbyQ4A-IwzSaWPIeEYrKlqfeA" src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto:
John e Yoko na cama pela paz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Este
aspecto aproxima-nos da ideia nevrálgica da questão temporal na novela. As
origens da novela enquanto gênero literário remonta aos primórdios do
Renascimento, designadamente a Giovanni Boccaccio (1313-1375) e a sua grande
obra, o <b>Decameron</b>, ou <b>Decamerão</b>, que rompe com a tradição
literária medieval, nomeadamente pelo seu cariz realista. Trata-se de uma
compilação de cem novelas contadas por dez pessoas, refugiadas numa casa de
campo para escaparem aos horrores da Peste Negra, a qual é objeto de uma vívida
descrição no preâmbulo da obra. Ao longo de dez dias, de onde “decameron”, do
grego deca, dez, as sete moças e os três jovens, para ocuparem as longas horas
de ócio do seu auto-imposto isolamento, combinam que todos os dias cada um
contam uma história, subordinada a um tema designado por um deles. Refira-se
ainda outra obra, escrita em francês, com o mesmo tipo de estruturação: o <b>Heptameron</b>, da autoria de Margarida de
Navarra (1492-1549), rainha consorte de Henrique II de Navarra. Não há novela
sem o uso do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Aqui, são dez viajantes que se abrigam de uma
violenta tempestade numa abadia. Impossibilitados de comunicarem com o
exterior, todos os dias cada um conta uma história, real ou inventada. Em jeito
de epílogo, cada uma é concluída com comentários dos participantes, em ameno
diálogo. Era intenção da autora que, à semelhança do <b>Decameron</b>, a obra compreendesse cem histórias, porém a morte
impediu-a de realizar o seu intento, não indo além da segunda história do
oitavo dia, num total de 72 relatos. Será também a morte prematura que poderá
explicar certa pobreza de estilo, contrabalançada, porém por uma grande
perspicácia psicológica. Mas será apenas nos séculos XVIII e XIX que os
escritores fundam a novela enquanto estilo literário, regido por normas e
preceitos. Os alemães foram então os mais prolíficos criadores de novelas, em
alemão: <b>Novelle</b> e <b>Novellen.</b> Para estes, a novela é uma
narrativa de dimensões indeterminadas - desde algumas páginas até às centenas -
que se desenrola em torno de um único evento ou situação, conduzindo a um
inesperado “momento de transição” (<b>Wendepunkt</b>)
que tem como corolário um desfecho simultaneamente lógico e surpreendente como
na política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
primeiro tipo de conhecimento elucidado aqui é a certeza sensível que, posteriormente,
caminha para algo denominado como suprassensível. Por certeza sensível podemos
entender aqui o conhecimento primeiro que a consciência faz do mundo, isto é, o
conhecimento empírico. Tal conhecimento caminha para um conhecimento
suprassensível na medida em que tenta superar a física. Aparece aqui, sem
dúvida alguma, uma ligação da filosofia hegeliana com a filosofia platônica.
Contudo, Hegel mantém a verdade no plano da imanência e não procede como
Platão, que a coloca na transcendência. O segundo tipo de conhecimento do sujeito
é denominado por Hegel de consciência de si. Por consciência de si podemos compreender
a consciência que ultrapassou a esfera do senso comum e do empírico e se
descobre enquanto tal. Há aqui um movimento dialético, uma espécie de caminho
que será mais bem elucidado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A consciência de si imediata
equivale a um eu simples. Segundo Hegel, tal coisa não se sustenta mais aqui. O
senhor aparece aqui como a vida e o escravo como um ser para o outro, isto é,
como <i>coisa</i>.O senhor é para si. O
escravo é um elo entre </span></div>
<a name='more'></a>o senhor e o objeto do seu desejo, ou seja, ele é uma
coisa, “um gozo senhorial”.O agir do escravo é desprovido de essência. Trata-se
de pura negação. Seureconhecimento é unilateral e desigual, visto que somente
ele reconhece o seu senhor.A consciência sem essência do escravo se afirma como
a verdade do seu senhor. A consciência independente (do senhor) também se
configura como consciência escrava. A consciência escrava tem como consciência
o seu senhor e teme pelo que ele pode lhe fazer. O positivo: o escravo não tem
um ser para si, mas encontra-se no trabalho. O trabalho é o seu desejo
reprimido. O senhor entra em crise. O negativo: o ser para si do escravo é o
medo e a angústia (medo do opressor). <o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Este tema inegavelmente lembra-nos a
telenovela brasileira: “Escrava Isaura”produzida pela Rede Globo, exibida entre
11 de outubro de 1976 e 5 de fevereiro de 1977 no horário das 18 horas,
substituindo “O Feijão e o Sonho” e sendo sucedida por “À Sombra dos Laranjais”.
É uma adaptação do romance “A Escrava Isaura” de Bernardo Guimarães, feita pelo
novelista Gilberto Braga, com direção de Herval Rossano e Milton Gonçalves. Escrava
Isaura é a novela mais reapresentada pela Rede Globo, com cinco reprises, a
primeira, entre 29 de agosto de 1977 e 16 de janeiro de 1978, às 13h30; a segunda,
um compacto entre 17 de dezembro de 1979 e 19 de janeiro de 1980, em 30
capítulos, às 18h; pela terceira vez no programa TV Mulher a partir de setembro
de 1982; a quarta um compacto em 1990, no “Festival Vinte e Cinco Anos”; a
quinta mais um compacto somente para o Distrito Federal em 1985 após o Jornal
Nacional, enquanto no restante do país era exibido o autoritário horário
eleitoral gratuito.Foi uma das telenovelas brasileiras mais exibida no mundo,
em quase 80 países, entre eles Alemanha, África do Sul, Áustria, Bélgica,
Bulgária, China, Coreia, Dinamarca, Gana, Hungria, Indonésia, Islândia, Israel,
Letónia, Líbano, Lituânia, Luxemburgo, Madagáscar, Namíbia, Nigéria, Nova
Zelândia, Polônia, Portugal, Quênia, República Tcheca, Rússia, Singapura, Sri Lanka,
Suíça, Turquia, Ucrânia e Moçambique, chegando a parar a guerra na Croácia,
furando a cortina de ferro na Europa2 . Em Cuba o governo cancelou o
racionamento de energia elétrica durante o horário da novela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Desnecessário dizer que um dos mais importantes
intérpretes do pensamento de Hegel no século XX foisem dúvida alguma Alexandre
Kojève. Russo por nascimento, alemão por formação, francês por opção política,
Kojève foi um intelectual brilhante, dotado de vastíssima erudição. Sempre
envolvido em projetos ambiciosos, quase inacabáveis, publicou relativamente
pouco. Os medíocres publicam muito entre nós, mesmo os hipócritas, sicofantas
das “estruturas estruturantes” da Academia sabem disso. Vários de seus textos
principais, geralmente muitos extensos como em todo grande homem, genericamente
falando, permaneceram incompletos e tiveram edições póstumas.Seus cursos sobre
a filosofia hegeliana fizeram parte da história da filosofia francesa, visto
que, após um período na Alemanha, o pensador por lá se instalou e estabeleceu
sua carreira acadêmica como professor.Nascido no seio de uma família
aristocrata na Rússia, ainda muito jovem A. Kojève foi preso com seus pais no
calor dos acontecimentos políticos de outubro de 1917.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O que então se seguiu,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>pode ser chamado de – tomando o título do texto de Althusser sobre
Maquiavel – <b>lasolitude de Lénine</b>: o
período em que ele praticamente ficou só, lutando contra a corrente em seu
próprio partido. Quando, em suas ´Teses de abril` (1917), Lenin identificou a <b>Augenblick</b> – a oportunidade única para
uma revolução -, suas propostas foram inicialmente recebidas com estupor ou
desdém pela grande maioria de seus colegas de partido. Nenhum líder proeminente
dentro do Partido bolchevique apoiou seu chamado à revolução, e o <b>Pravda</b> deu o extraordinário passo de
dissociar o partido, assim como seu conselho editorial como um todo, das ´Teses
de abril`. Lenin estava longe de ser um oportunista que procurava lisonjear e
explorar a atmosfera prevalecente entre o populacho; seus pontos de vista eram
altamente idiossincráticos. Bogdanov caracterizou as ´Teses de abril` como ´o
delírio de um louco`, e a própria NadejaKrupskaia concluiu: ´Temo que Lenin
tenha enlouquecido` (...). <b>Esse</b> é o
Lenin de quem ainda temos o que aprender. A grandeza de Leninresidiu em, nessa
situação catastrófica, <b>não ter medo de
triunfar</b> – em contraste com o <b>páthos</b>
negativo discernível em rosa Luxemburgo e Adorno, para quem o ato autêntico em
última instância era a admissão do fracasso que trás à luz a verdade da
situação. Em 1917, em vez de esperar até que as condições fossem propícias
Lenin organizou um ataque preventivo; em 1920, como líder do partido da classe
operária sem classe operária (a maior parte havia sido dizimada na guerra
civil), ele deu prosseguimento à organização de um Estado, aceitando plenamente
o paradoxo de um partido que tinha de organizar – e até recriar – sua própria
base, sua classe operária</i>” (Žižek, 2005: 9-10, grifado no texto). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
queremos perder de vista que:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>Lénineécrivirle<b>DéveloppementducapitalismeenRussie</b>alorsqu`ils
se trouvait exile enSibérieavecKrupskaia, à lafindusiècledernier. Cetouvrage
aborde deux ou troisquestionsquisuscitiens, aujourd`hui encore, de vives
polemiques. La première question, objetdu premier chapitre, est celle de la
´realisation de laplus-value` (enterminologiemarxienne), ou, plusgénéralement,
duproblème de l`adéquation de la demande, et de la possibilite de faireappel à
des ´débbouchésextérieurs` pourécoulerlaproductioncourante. La secondequestion
est celle de latransitiondesancienesmodes de production (ou
systèmeséconomiques) ausystèmecapitaliste; latroisièmequestion es liée à
laseconde: c`estcelle de lastructure de lasociétépaysanne et de sestendences
profundes (...). Cetouvrage de Lénine, onlesait, étaitdestiné à
fairepièceaucourant politique par quelquesgrandsécrivainsdesannées 80 et 90,
d`obédiencenarodnik ou populiste. IssuducourantvNarod, ´verslepeuple`, três
influente danslesanés 70 et ledébbutdesannés 80, lemouvementnarodnikpréconisa
d`abord une sorte de retour à lavierurale;
lespopulistespensaientqu`uilsapprendraientbeaucoupdespaysansenvivantparmieux,
puis três vite, ilsmanifestèrentungrandattachement à l avie descampagnes et
auxinstitutionspaysannes, (et notamment à l`obshchina, lacomune, quiavaitsurvécu
à l`Acte d`Emancipation de 1861, et enétaitmêmesortierenforcée). Ilsétaientconvaincusquel`économierurale
et les institutions paysannesétaient de puissants antidotes contre les
capitalisme. Le capitalisme ne leurapparaissait pas commeuneétapehistorique
ineluctable, maiscomme un produit artificial, d`importationétrangère, et sans
rapport avec les institutions et les traditions russes. Il
leursemblaitdoncnécessaire de préservet les institutions
villageoisestraditionelles, pour donnerune base authentiquementrusse au
systèmesocialisteoucommunitaire de vie économique et sociale, évitantainsi de
passer par le stadehistorique du capitalism. </i></span><i><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Telleétait la contribution remarquableet unique que la
Russiedevaitapporter au développement de Histoire</span></i><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">” (cf. Dobb, 1978: 7-8).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
indivíduo, ator, identidade, grupo social, classe social, etnia, minoria,
movimento social, partido político, corrente de opinião pública, poder estatal,
todas estas “Manifestações de vida” (<b>ManifestationendesLebens</b>),
no sentido que Georg Simmel emprega ao termo, não mais se esgotam no âmbito da
sociedade nacional, o que nos faz admitir que a diferenciação em comunidades
locais, tribos, clãs, grupos étnicos, nações e até mesmo Estados, perderam ao
menos algo do seu significado anterior. Na sociedade global, de outra parte,
generalizam-se as relações, os processos e as estruturas de dominação e
apropriação, antagonismo e integração. Modificam-se os indivíduos, as
coletividades, as instituições, as formas culturais, os significados das coisas,
gentes e ideias, vistos em configurações histórico-sociais. Enfim, se as
ciências sociais nascem e desenvolvem-se como forma de autoconsciência (Hegel)
científica da realidade social (Marx), pode-se imaginar que elas podem ser
seriamente desafiadas quando essa realidade já não é mais a mesma. Nesse
sentido é que a formação da sociedade global pode envolver novos problemas
epistemológicos, além de ontológicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na
prisão, Alexandre Kojèvecomeçou a simpatizar com os revolucionários
bolcheviques. Passada a tormenta, a família foi libertada e buscou exílio da
Alemanha, onde o inquieto Kojève mergulhou profundamente no estudo da filosofia
clássica. Deixou a Alemanha durante a ascensão do nazismo e aceitou suceder
Alexandre Koyré em uma cátedra na École Pratique desHautesÉtudes, em Paris.
Ali, de janeiro de 1933 a maio de 1939, tornou-se um dos mais importantes
introdutores do pensamento de Hegel na França. Seu curso adquiriu fama
insuperável. Por ele passaram Jean-Paul Sartre e Jacques Lacan, entre muitos
outros intelectuais que nunca esconderam sua dívida de gratidão com o mestre.
No segundo após-guerra, Kojève tornou-se conselheiro da Presidência da França e
um dos mais influentes articuladores do projeto de uma Europa unificada, que
hoje se concretiza. Morreu em 1968. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Koyré
nasceu na cidade de Taganrog no seio de uma família russa de origem judaica. Em
Göttingen, na Alemanha, ele estudou com Edmund Husserl e David Hilbert. Husserl
não aprovou a dissertação de Koyré, após o que este partiu para Paris. Depois
das Meditações cartesianas de Husserl, uma série de conferências proferidas em
Paris e um dos mais importantes trabalhos tardios deste filósofo, Koyré
encontrou-se repetidamente com ele e influenciou a sua compreensão de Galileo
Galilei. Em Paris Koyré tornou-se amigo de Alexandre Kojève, e ensinou na École
Pratique desHautesÉtudes. Embora mais conhecido como filósofo da ciência, Koyré
iniciou-se como historiador da religião. Muita da sua originalidade veio a apoiarem-se
na capacidade de basear os seus estudos sobre ciência moderna na história da
religião e da metafísica.Koyré centrou-se em Galileo Galilei, Platão, e Isaac
Newton. O seu trabalho mais famoso é “Do Mundo fechado ao Universo infinito”,
uma série de conferências apresentadas na The Johns Hopkins University em 1959
sobre a ascensão da ciência moderna e a mudança na percepção científica do
mundo no período de Nicolau de Cusa e Giordano Bruno até Isaac Newton. O livro
era essencialmente uma síntese das ideias já anteriormente apresentadas por
Koyré. Influenciou muitos filósofos da ciência europeus e norte-americanos,
entre os quais Paul Feyerabend e Thomas Kuhn.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aliás, sem nos perdermos em
digressões inúteis e vazias de sentido, vale lembrar que, como é bem conhecido,
é no começo de sua metafísica que Aristóteles põe o problema do saber por
excelência, que é justamente aquilo que chamou de filosofia primeira. Contudo,
só depois da edição de Andrônico de Rodes é que se passou a chamar
tradicionalmente metafísica. Por quê? Os livros de filosofia primeira foram
colocados depois dos de física, e levou a denominação <b>tàmetàtàphysikà</b>; esta denominação puramente editorial
interpretou-se depois, positivamente, como um mais além da física, como uma
“transfísica”, e deste acaso, nasceu o nome e a concepção filosófica
Metafísica. Com Hegel ocorreu algo semelhante, neste caso por pressão de seu
Editor. Hegel renunciou a publicação de todo seu sistema (<b>System der Wissenschaft</b>) em uma só obra. Ao longo de sua redação, a
Introdução acabou convertendo-se na primeira parte do “sistema da ciência”,
como reiterou Hösle (2007: 27 e ss.), e assim nasceu a <b>PhänomenologiedesGeistes</b>, quando, todavia o contrato com o Editor
Joseph Anton Göbhardt, em Bamberg, previa uma Lógica e uma Metafísica como primeira
parte do sistema precedida por uma Introdução que levaria o título de
Fenomenologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Desta forma, a Introdução (<b>Eileintung</b>) à<b>Fenomenologia</b> foi concebida ao mesmo tempo em que a obra é redatada
em primeiro termo; parece, pois, que encerra o primeiro pensamento do que saiu
toda a obra. Verdadeiramente constitui uma Introdução em sentido literal aos
três primeiros momentos de toda a obra, isto é: a consciência, a
autoconsciência e a razão -, enquanto a última parte da Fenomenologia, que
contêm os particularmente importantes desenvolvimentos sobre o Espírito e a
Religião, ultrapassa por seu conteúdo a Fenomenologia tal como é definida stricto
sensu na citada Introdução. Ao que parece é como se Hegel entrasse no marco de
“desenvolvimento fenomenológico” com algo que em princípio não deveria haver
ocupado um posto nele. Não obstante, seu estudo, em maior medida que o do
prólogo, nos permitirá elucidar o sentido da obra que Hegel quis escrever, assim
como a técnica que para ele representa o desenvolvimento fenomenológico. Precisamente
porque a “introdução” não é, como o “prólogo”, um anexo posterior que contêm
consideráveis informações gerais sobre o objetivo que se propunha o autor e as
relações que sua obra tem com outros tratados filosóficos do mesmo tema. Ao contrário,
de acordo com Hyppolite(1974), “a introdução é parte integrante da obra, constitui
o delineamento mesmo do problema e determina os meios postos em prática para
resolvê-lo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Na Introdução à Fenomenologia, Hegel
repete suas críticas a uma filosofia que não fosse mais que “teoria do
conhecimento”. E não obstante, a Fenomenologia, como têm assinalado todos os
seus comentaristas, marca em certos aspectos um retorno ao ponto de vista de
Kant e de Fichte. Em que novo sentido devemos entendê-lo? Ora, se o saber é um
instrumento, modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se
for um meio tampouco, nos transmite a verdadesem alterá-la de acordo com a
própria natureza do meio interposto. Se o saber é uminstrumento, isto supõe que
o sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o
Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si
mesmo, nem o saber poderia ser saber do Absoluto. Contra tais pressupostos a
existência mesma da ciência filosófica, que conhece efetivamente, é já uma
afirmação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> De acordo com Hans Georg Gadamer
(1960), já nessa descrição de Hegel sobre a “formação prática”, reconhece-se a
determinação fundamental do espírito histórico: a de se reconciliar consigo
mesmo, e de reconhecer-se a si mesmo na diversidade. Essa determinação se torna
inteiramente nítida na ideia de “formação teórica”. Comportar-seteoricamente já
é, como tal, um alheamento, ou seja, uma exigência “de ocupar-se com um
não-imediato, com algo de natureza estranha, com algo da reminiscência, que
pertença à memória e ao pensamento”. A formação teórica conduz, assim, além do
que o homem sabe e vivencia imediatamente. Consiste em aprender que também o
diferente tem sua validade e encontrar pontos de vista universais, a fim de
apreender a coisa, isto é, “o que há de objetivo na sua liberdade” e isento de interesses
egoísticos. Reconhecer no estranho o que é próprio, familiarizar-se com ele,
eis o movimento fundamental do espírito cujo ser é apenas o retorno a si mesmo a
partir do diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Assim, Hegel que parte da
consciência comum, não podia situar como princípio primeiro uma dúvida
universal que só é própria da reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o
caminho aberto pela consciência e a história detalhada de sua formação. Ou
seja, a Fenomenologia vem a ser uma história concreta da consciência, sua saída
da caverna e sua ascensão à Ciência. Daí a analogia que em Hegel “existe de
forma coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento
do pensamento”, mas este desenvolvimento é necessário, como força irresistível
que se manifesta lentamente através dos filósofos, que são “instrumentos de sua
manifestação”. Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir
as peculiaridades e opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do
sistema, o que o preocupa é a categoria fundamental que determina o todo do
sistema, e o assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses
destas etapas que conduzem à síntese do espírito Absoluto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> De acordo com SlavojŽižek(1990;
1992; 1998; 2005; 2008; 2011; 2012) o Código de Manu deveria ser contraposto ao
Livro de Jó: um dos textos básicos de ideologia contra um dos textos básicos de
crítica da ideologia. Além disso, a única conciliação entre o universal e o
particular, para este pensador é a “exceção universalizada”: só uma postura que
reconfigure cada caso particular como exceção trata da mesma maneira todos os
casos particulares “sem exceção”. Agora deve estar claro por que esse é um caso
de “universalidade concreta” hegeliana: a razão por que buscamos um modo para
defender que nenhum caso particular merece a pena de morte é nossa consciência
de que há algo de errado na própria ideia de pena de morte, de que essa ideia é
uma injustiça disfarçada de justiça. Temos aí o que pode ser considerado o
primeiro exercício de crítica da ideologia de toda a história da humanidade
(cf.Žižek, 2012: 34 e ss.). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a
faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade,
idealização, precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto,
oespírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em
sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa,
penetra e se eleva através da aparência dos seres até esse poder divino, uno,
infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento
filosófico, isto é, como seu princípio universal, a ideia eterna que as engendra
e nelas se manifesta. Hegel, afirma, portanto, que o espírito finito se encontra
inicialmente numa união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta
e finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si
mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas ideia que girou
sobre si mesma e que existe por si em sua realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Melhor dizendo, para Hegel, à
existência na consciência, no espírito chama-se saber, “conceito pensante”. O
espírito é também isto: “trazer à existência, isto é, à consciência”. Como
consciência em geral tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está na
minha frente. Mas enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito precisamente
isto: “produzir-se, sair fora de si, saber o que ele é”. Nisto consiste a grande
diferença: o homem sabe o que ele é. Logo, em primeiro lugar, ele é real. Sem
isto, a razão, a liberdade não são nada. O homem é essencialmente razão. O homem,
a criança, o culto e o inculto, é razão. Ou melhor, a possibilidade para isto, para
ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. Entretanto, a razão não ajuda
em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma
possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por
exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que
nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser
expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o
homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. Deste modo o
homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa,
converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é
objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz
o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no
ser por si. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Todo conhecer, todo aprender, toda
visão, toda ciência, inclusive toda atividade, não possui nenhum outro
interesse além do aquilo que “é em si”, no interior, manifestar-se desde si
mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre
toda a diferença na história do mundo. Os homens sãotodos racionais. O formal
desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a suanatureza. Isto
pertence à essência do homem. O europeu sabe de si, é objeto de si mesmo. A
determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como
livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens “falam
mal de conhecer é porque não sabem o que fazem”.Salvo engano, esta assertiva −
hegelianamente falando −, influenciou decisivamente o autor porque deu nome a
um texto filosófico e psicanalítico, como é visto na pena de SlavojŽižek, principalmente
no ensaio: <b>Ilsnesaventpascequ’ilsfont</b>
(<b>Le sinthomeidéologique</b>), publicado
em Paris em 1990, até porque é a mais elementar definição do desconhecimento próprio
à ideologia. Ou, como diz Marx, baseado em Hegel, “Sie wissenesnicht, abersie
tun es”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Conhecer-se,
converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente
poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral
falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este saber libera o homem. O
conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é o segundo, esta é a
única diferença da existência(<b>Existenz</b>)
a diferença do separável. O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e
eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira determinação é que
o que existe em si, e o que existe por si são somente uma e mesma coisa. Isto
quer dizer precisamente evolução. O em si que já não fosse em si seria outra
coisa. Por conseguinte haveria ali uma variação, mudança. Na mudança existe
algo que chega a ser outra coisa. Na evolução podemos também sem dúvida falar
da mudança, mas esta mudança deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda
idêntico ao primeiro, de maneira que o simples, o ser em si não seja negado. É
algo concreto, algo distinto. Entretanto contido na unidade, no em si primitivo.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
gérmen se desenvolve assim, não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado,
triturado, não poderia evoluir. Esta unidade do existente, o que existe, e do
que é em si é o essencial da evolução. É um conceito especulativo, esta unidade
do diferente, do gérmen e do desenvolvido. Ambas estas coisas são duas e, no
entanto uma. É um conceito da razão. Por isso só todas as outras determinações
são inteligíveis, mas o entendimento abstrato não pode conceber isto. O
entendimento fica nas diferenças, só pode compreender abstrações, não o
concreto, nem o conceito.Mas depois entra na existência e separadamente, na
multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são necessárias. E
juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da
história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização, e em si do
gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a
identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado
de todo este movimento. E a isto Hegel chama abstratamente “o ser por si”. É o
“por si” do homem, do espírito mesmo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Somente
o espírito chega a ser verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito
produz, seu objeto, é ele mesmo. Ele é um desembocar em seu outro. O
desenvolvimento do espírito é umdesprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao
mesmo tempo, um desafogo.Enfim, para Hegel a evolução não somente faz aparecer
o interior originário, exterioriza o concreto contido já no em si, e este concreto
chega a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si. O concreto
é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela
possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como
diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É si mesmo contraditório. Posto
que é através desta contradição impulsionado da aptidão, deste este interior à
qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças.
Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada
para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser
atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois
o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade;
porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E somente
por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bibliografia
geral consultada:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">BRAGA, Ubiracy de
Souza,“Os Intelectuais e a Razão na História”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2010/06/26/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2010/06/26/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem,“A Crise do
Desejo: Amy Winehouse”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2011/08/02/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2011/08/02/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Notas sobre
o bicentenário d`<b>A Fenomenologia do
Espírito</b>”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.achegas.net/numero/33/ubiracy_33.pdf"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.achegas.net/numero/33/ubiracy_33.pdf</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Píer Paolo
Pasolini: Profeta e mártir do cinema”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2012/03/25/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2012/03/25/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; WAHL, Jean, <i>Le Malheur de laConsciencedanslaPhilosophie
de Hegel</i>. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Paris: PUF, 1951; GADAMER, Hans-Georg, <i>Wahrheit und Methode:
GrundzügeeinerphilosophischenHermeneutik</i>.Tübingen, Mohr, 1960;KOJÈVE,
Alexandre, <i>Introduction à la lecture de
Hegel</i>. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Paris:
Éditions Gallimard, 1973; Idem, <i>La
Dialectica de lo Real y la Idea de laMuerteen Hegel</i>. Buenos Aires:
Editorial La Pleyade, 1972; LABARRIÈRE, Pierre-Jean, <i>StructuresetMouvementDialectiquedanslaPhénoménologie de L’Esprit de
Hegel.</i> Paris: ÉditionsAubier, 1975; HYPPOLITE, Jean, <i>Genesis y Estructura de laFenomenologíadelEspíritu de Hegel.</i>
Barcelona: Edicións 62, 1974; HEGEL, G.W.F., “A Fenomenologia do Espírito” In: <b>Os Pensadores.</b> São Paulo: Abril
Cultural, 1980; Idem, <i>Introdução à
História da Filosofia</i>. São Paulo: Hemus Editora, 1983; Idem, <i>System der
Wissenschaft/PhänomenologiedesGeistes.</i> Frankfurt amMain; Suhrkamp, 1986; “Bewusstsein”,
pp. 82-136; FLICKINGER, Hans-Georg, “Excurso (II) sobre a Fenomenologia do
Espírito”. In: <b>Marx e Hegel: o porão de
uma filosofia social</b>. Porto Alegre: L&PM:CNPq, 1986; KONDER, Leandro,
em <i>A Derrota da Dialética. A Recepção das
Ideias de Marx no Brasil, até o Começo dos anos Trinta</i>. Tese de Doutorado
em Filosofia. Rio de Janeiro: Editora Campos, 1988, afirma o seguinte: “Na Fenomenologia
do Espírito, o ‘saber absoluto’ pressupõe – e simultaneamente elucida – a
‘experiência da consciência’ em todas as suas ‘figuras’, desde a ‘certeza
sensível’ e da ‘percepção’ até o ponto de chegada proporcionado pelo
‘espírito’, que adquire a plena consciência de si mesmo, depois de superar as
limitações do ‘discernimento’(‘Verstand’), da ‘consciência de si’ e da ‘razão’
(‘Vernunft’)”, pp. 4-5; GADAMER, Hans-Georg, <i>Verdade e Método. Traços Fundamentais de uma Hermenêutica Filosófica</i>.
Petrópolis (RJ): Vozes, 1988. Para uma visão abrangente ver “Dialética”.
Enciclopédia Einaudi. Volume 20. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1988;
HŐSLE, Vittorio, <i>O Sistema de Hegel. O
Idealismo da Subjetividade e o Problema da Intersubjetividade.</i> São Paulo:
Edições Loyola, 2007; ŽIŽEK, Slavoj, <i>Ilsnesaventpascequ`ilsfont
(Le sinthomeideólogique).</i>Paris: Point HorsLigne, 1990; Idem, <i>Eles Não Sabem o Que Fazem. O sublime objeto
da ideologia</i>. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992; Idem, <i>Die Nacht der WeltPsychoanalyseundDeutscherIdealismus.</i>
Frankfurt amMain; Surhrkamp, 1998; Idem, <i>Às
portas da revolução</i>: seleção dos escritos e Lenin de fevereiro a outubro de
1917. São Paulo: Boitempo, 2005; Idem, <i>A
visão em paralaxe. </i>São Paulo: Boitempo, 2008; Idem, <i>Em <a href="" name="_GoBack"></a>defesa das causas perdidas</i>. São Paulo:
Boitempo, 2011; Idem, <i>Vivendo no fim dos
tempos.</i> São Paulo: Boitempo, 2012; entre outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-49845703466983447052013-08-17T21:53:00.001-03:002013-08-17T21:53:36.342-03:00Origem, Memória e Significado das Humanidades no Ceará<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Origem, Memória e Significado das <i>Humanidades </i>no Ceará. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 283.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ubiracy de Souza Braga*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 283.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 283.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">_____________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">* </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE). </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 283.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 283.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Hamlet Meu pai... Como que o vejo aqui, meu
pai. – Horácio: Onde, senhor? - Hamlet:“Nos olhos da memória”. William
Shakespeare, <i>Hamlet</i>. Ato I, Cena II
(2011). <a href="" name="_GoBack"></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-aSG06Rq4da8/T7f_zdUsK6I/AAAAAAAAHF0/a4CadDuAHPw/s400/DSC02361A.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://3.bp.blogspot.com/-aSG06Rq4da8/T7f_zdUsK6I/AAAAAAAAHF0/a4CadDuAHPw/s640/DSC02361A.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Centro de Humanidades, Universidade
Estadual do Ceará, Av. Luciano Carneiro, 335, bairro de Fátima, Fortaleza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em torno do governador
Manoel Inácio de Sampaio, por volta de 1813 a 1817, reuniam-se poetas que
formavam os “Oiteiros”. A estética desse tempo era o Neoclassicismo, ou
Arcadismo, e entre esses versejadores estavam Pacheco Espinosa, Costa Barros,
Castro e Silva, e outros. Pelo fato de se terem guardado apenas textos de
louvor ao governante, afinal, eram manuscritos que estavam no Palácio de
governo, Silvio Júlio, em <b>Terra e povo
do Ceará</b> (1936), disse horrores desses poetas. Mas Dolor Barreira,
principalmente em sua <b>História da
literatura cearense</b> (1948), compreendeu que, bem ou mal, os versos dos
Oiteiros “representavam o alvorecer das letras em nossa Província”. Depois de
um período um tanto incaracterístico, no que toca a estilos literários, veio
Juvenal Galeno, em 1856, com<b>Préludios
poéticos</b>, já românticos e com motivos do povo, o que viria com mais força
em seu livro principal, <b>Lendas e canções
populares</b> (1865), aparecido no mesmo ano em que, no Rio de Janeiro, José de
Alencar publicava <b>Iracema</b>que
simbolizaria as terras alencarinas. </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Do
ponto de vista da memória, objeto de nossa reflexão, a“Padaria espiritual”
(1892 - 1898) foi tida por seus integrantes como uma Agremiação de Rapazes e
Letras, e foi fundado em 30 de maio de 1892 em Fortaleza, nascida em um famoso
quiosque da Praça do Ferreira, de 1892 em Fortaleza, o Café Java. Antônio
Sales, idealizador e o responsável principal pela originalidade da agremiação,
junto a Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Sabino Batista, Álvaro Martins Temístocles
Machado e Tibúrcio de Freitas compunham o grupo dos que frequentavam o Café
Java e dos Fundadores da Agremiação. Tinham por influência grandes nomes da
literatura nacional e mundial. A cada domingo, um jornalzinho de oito páginas
chamado “O Pão” era “amassado” e fez circular 36 números, até que em dezembro
de 1898, depois de 6 anos de atividades, a Padaria fecha. Os títulos dos
membros desta Academia “seguiam o padrão usado nas padarias reais”, do ponto de
vista do processo de trabalho (Marx). Vejamos o que nos diz a pena do cantor,
compositor e instrumentista Beto Guedes, membro do Clube de Esquina mineiro: “Sim,
todo amor é sagrado/E o fruto do trabalho/É mais que sagrado/Meu amor/A massa
que faz o pão/Vale a luz do teu suor/Lembra que o sono é sagrado/E alimenta de
horizontes/O tempo acordado de viver” (cf. Beto Guedes, “Amor de Índio”, 1978).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Escólio:
A Universidade Estadual do Ceará(UECE) é uma universidade pública mantida pela
FUNECE - Fundação Universidade Estadual do Ceará, atualmente com mais de 23 mil
alunos em todo o estado. É uma das maiores universidades do Ceará.É considerada
a oitava melhor instituição estadual de ensino superior do Brasil e a primeira
entre suas similares do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com pesquisa
realizada pelo Instituto Datafolha,em 2012.Também é a única universidade
brasileira citada no “Bright Green Book” (Livro Verde do Século XXI), uma
parceria entre o EUBRA – Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento
Sustentável e a ONU-Habitat, o programa de assentamentos urbanos da Organização
das Nações Unidas. Em 2012 a universidade ofereceu 2.205 vagas para 67 cursos
de graduação para o período 2013.Criada com o objetivo de atender às
necessidades de <i>formação </i>de
professores da rede de ensino do Estado do Ceará, a Universidade Estadual do
Ceará estruturou uma rede “multi-campi” em vários municípios do estado com
Faculdades nos Municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu, Quixadá,
Limoeiro do Norte, Crateús, Ipu, Ubajara, Redenção e Cedro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-LJkLwkiIXaQ/UhAZjZRoRQI/AAAAAAAAAZ0/vHoKNI-jCXM/s1600/A.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="339" src="http://2.bp.blogspot.com/-LJkLwkiIXaQ/UhAZjZRoRQI/AAAAAAAAAZ0/vHoKNI-jCXM/s640/A.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<!--[if gte vml 1]><v:shape
id="Imagem_x0020_10" o:spid="_x0000_s1026" type="#_x0000_t75" style='position:absolute;
left:0;text-align:left;margin-left:0;margin-top:0;width:424.85pt;height:225.15pt;
z-index:1;visibility:visible;mso-wrap-style:square;mso-wrap-distance-left:9pt;
mso-wrap-distance-top:0;mso-wrap-distance-right:9pt;
mso-wrap-distance-bottom:0;mso-position-horizontal:left;
mso-position-horizontal-relative:text;mso-position-vertical:top;
mso-position-vertical-relative:text'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.png"
o:title=""/>
<w:wrap type="square"/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br clear="all" />
</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto:
O <i>cotidiano</i> de professores,
funcionários e alunos no Centro de Humanidades da UECE (2013).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
vida cotidiana (cf. Heller, 1972; 1975; 1982a; 1982b) é a vida de todo homem,
pois não há quem esteja fora dela, seja o culto e o inculto e do homem todo, na
medida em que, nela, são postos em funcionamento todos os seus sentidos, as
capacidades intelectuais e manipulativas, sentimentos e paixões, ideiase
ideologias. Em outras palavras, é a vida do indivíduo e o indivíduo é sempre
ser particular e ser genérico, por exemplo, as pessoas trabalham - uma
atividade do gênero humano -, mas com motivações particulares; têm sentimentos
e paixões -manifestações humanas egenéricas -, mas os manifestam de modo
particular, referido ao eu e a serviço da satisfação de necessidades e da
teleologia individuais; a individualidade contém, portanto, a particularidade e
a genericidade ou o humano-genérico. Abstraída de seus determinantes sociais,
toda vida cotidiana é heterogênea e hierárquica tanto quanto ao conteúdo e à
importância atribuída às atividades, espontânea, no sentido de que, nela, as
ações se dão automática e irrefletidamente, econômica, uma vez que, nela,
pensamento e ação manifestam-se e funcionam somente na medida em que são
indispensáveis à continuação da cotidianidade; portanto, as ideias necessárias
à cotidianidade jamais se elevam ao nível da teoria, assim como a ação cotidiana
não é práxis, baseia-se em juízos provisórios, é probabilística e recorre à ultra
generalização e à imitação. É nesse marco que Heller teoriza sobre o pensamento
e o trabalho, a ciência e a arte, os contatos interpessoais e a personalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Todas
essastendências são consideradas por Agnes Heller formas necessárias do
pensamento e da ação na vida cotidiana; sem elas, seria impossível até mesmo a
sobrevivência. No entanto, quando se cristalizam em absolutos, não deixando ao
indivíduo margem de movimento e de possibilidade de explicitação, estamos
diante da alienação da vida cotidiana. Pela coexistência e sucessão de
atividades heterogêneas, a vida cotidiana é, de todas as esferas da realidade,
a que mais se presta à alienação. Embora terreno propício à alienação, ela não
é necessariamente alienada. Ou é em determinadas circunstâncias
histórico-sociais, como é o caso da estruturação das sociedades industriais
capitalistas. Nessas sociedades, o indivíduo da vida cotidiana é o indivíduo
que realiza o trabalho que lhe cabe na divisão social do trabalho, produz e
reproduz esta parte e perde de vista a dimensão humano-genérica. Assim sendo,
perde de vista as condições de sua objetividade; ao alienar-se, torna-se
particularidade, parcialidade, indivíduo preso a um fragmento do real, à
tendência espontânea de orientar-se para seu eu particular. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-QvRjzxJ1XMY/UhAZqNoVnNI/AAAAAAAAAZ8/gCsxRlU3Sww/s1600/B.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-QvRjzxJ1XMY/UhAZqNoVnNI/AAAAAAAAAZ8/gCsxRlU3Sww/s320/B.png" width="225" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Dizer
que a vida cotidiana é propícia ao preconceito, que a base antropológica dele é
a particularidade e seu componente afetivo é a fé não significa afirmar que os
sistemas de preconceitos sociais decorrem dos preconceitos do homem tomado
isoladamente. A maioria de nossos preconceitos tem, na verdade, um caráter
mediata ou imediatamente social: os assimilamos e os aplicamos, através de
mediações, a casos concretos. A particularidade do homem está vinculada a
sistemas de preconceitos pelo fato de que na sociedade predominam “sistemas de
preconceitos sociais estereotipados e estereótipos de comportamentos carregados
de preconceitos”. Em outras palavras, embora a vida cotidiana seja propícia à
emergência de preconceitos, ela não os determina; sua origem deve ser procurada
em outro lugar. Segundo Heller, os preconceitos têm a função de consolidar e
manter a estabilidade e a coesão de integrações sociais, principalmente das
classes sociais. Essa função de mantenedor da estabilidade e da coesão só é
desempenhada quando estas estão internamente ameaçadas. Por isso, a maior parte
dos preconceitos é produto das frações das classes dominantes, pois é a elas
que interessa manter a <i>coesão</i> de uma
estrutura social, conseguida em parte graças à mobilização, através de
preconceitos, dos que representam interesses diversos ou até mesmo heterogêneos
e antagônicos. Apoiadas no conservadorismo, no comodismo, no conformismo ou nos
interesses imediatos dos integrantes das classes ou camadas sociais que lhes
são antagônicas, as classes dominantes conseguem mobilizá-las contra os
interesses de sua própria classe e contra a práxis, mas que não poderemos
tratar agora. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Defendemos
a tese segundo a qual o curso de Ciências Sociais pertence ao Centro de
Humanidades desde a sua criação (cf. Jaeger, 1962; 1994).Seu deslocamento
recente para o prédio do Centro de Estudos Sociais Aplicados, já estava sendo
premeditado acerca de 2 anos no campus do bairro Itaperi, e se explica em
função do egoísmo autoritário, se já não é um truísmo, de alguns professores
oportunistas que tendo as suas atividades ligadas a Laboratórios,muitas vezes em
detrimento das salas de aula, afinal de contas ensinar é um dom, forçaram em
nome do coletivo de professores a ida onde se aloja o centro de poder da
universidade – a Reitoria. Para concordarmos com o velho e bom antropólogoLucienLévy-Bruhl
em 1922: “avant toutechose, soulignonsunparadoxequitraversetoutel’oeuvreetpeut-êtreladépasselargement.
L’expression ´mentalitéprimitive`dont, onvient de leconstater, il ne revendiqueabsolumentpaslapaternité,
est cependantirrémédiablementassociée à sonnom”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
curso de Ciências Sociais, do Centro de Humanidades (CH), passa a funcionar, a
partir deste semestre, no Campus do Itaperi, com base no Bloco R. Neste bloco
situa-se o <i>Centro de Estudos Sociais
Aplicados</i> o que já configura a dinâmica epigramática positivista de corte
comteano constringindo a liberdade de expressão.Atualmente o CH tem como
Diretora a professora Dra. Letícia Adriana Pires dos Santos (foto), oriunda do
Departamento de Letras e o Vice-Diretor, professor Dr. Eduardo Jorge Oliveira Triandópolis
(foto), oriundo do Departamento de Filosofia. A Coordenadora do curso de Ciências
Sociais professora Dra. Maria Raquel de Carvalho Azevedo e a Vice Coordenadora,
professora Dra.Rosangela Maria Costa Fernandes, encaminharam-se para o campus
do Itaperi com bonomia e prestimosidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Caminham
os homens, na época presente, de maneira bastante duvidosa, porque a maioria
deles pretende somente aparentar, subir, galgar posições para depois abusarem
dessas posições, abusarem dos direitos que possuem, e descem, moralmente,
descem na sua honestidade, tornar-se-ão, enfim, criaturas indesejáveis. Não
adianta subir assim. É preferível nunca ter subido, é preferível manter-se na
sua posição de trabalhador social honesto, do que subir, galgar postos para
deles fazer mau uso. É uma obsessão que vem dominando os seres: “a do mando”,
ou do luxo, da riqueza, do quererem aquilo que os outros possuem. Invejar as
posições altas, a riqueza dos outros é estar o ser a prejudicar-se, e nada
mais. Em vez de invejarem, em vez de quererem usufruir fortuna, em vez de
quererem posições para gozarem delas, saibam aumentar o seu quinhão,
honestamente, por meio do trabalho, por meio do seu labor, do seu braço forte,
rijo, mas sempre honesto e bom.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
Campus de Fátima, localizado na Avenida Luciano Carneiro, em Fortaleza, funciona
o Centro de Humanidades, constituído com a implantação da UECE em 1975. Este
Centro originou-se da antiga Faculdade de Filosofia do Ceará - FAFICE, que
contava com os cursos de Filosofia e Letras em funcionamento desde 1947, ano de
sua criação. Em 1966 a FAFICE foi encampada pelo Governo do Estado do Ceará e,
em 1967 transformou-se em autarquia por meio da Lei nº 8.737, de 25 de janeiro
de 1967. O primeiro diretor do CH, nomeado quando da criação da UECE foi o
Professor Luiz Moreira.Atualmente o CH que possui sete cursos de graduação,
sendo na modalidade presencial: Filosofia, Letras, Música e Psicologia e um de
Artes Plásticas, na modalidade à distância.O curso de Ciências Sociais
escafedeu-se. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Secretário Geral do CH, Sérgio Augusto Lima Leitão,Prefeito: Ivan Leite Braga,
Secretaria Executiva,Deborah Barbosa, permanecem no Centro de Humanidades,
assim como a eficiente secretária Suzana. A Universidade Estadual do Ceará
(UECE) festeja neste ano de 2013, os 25 anos de instalação do curso de Ciências
Sociais “in partibus infidelium”, ou, “entierra de infieles”. Por intermédio
dos professores do colegiado de Ciências Sociais prepararamuma vasta
programação entre os dias 10 e 13 de junho, constando de minicursos, mesas
redondas e o lançamento do livro:“Ciências Sociais da UECE: histórias e
memórias”, organizadas pelos professores Dr. João Bosco Feitosa dos Santos e Dr.
João Tadeu de Andrade. Segundo a coordenadora geral do Encontro, professora Dr.
AdelitaNeto Carleial, as discussões giram em torno do tema: “Política Cultura e
Sociedade: diálogos sobre a realidade social”. Toda a programação ocorreu no Auditório
do Centro de Humanidades, campus de Fátima. O curso forma profissionais aptos a
atuarem na sociedade, tradicionalmente nas áreas de Planejamento e Pesquisa,
também prepara profissionais com formação básica que os capacita ao
conhecimento da realidade social, mediante o uso dos métodos científicos
compatíveis com a evolução tecnológica atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em primeiro lugar a palavra
memória origina-se do Grego “mnemis” ou do latim, “memoria”. Em ambos os casos
a palavra denota significado de conservação de uma lembrança. Trata-se de um
termo presente e utilizado por várias ciências, sobretudo nas humanidades,
sendo absorvida pelas novas correntes historiográficas. Para os gregos a
memória estava recoberta de um halo de divindade, pois se referia à “deusa
Mnemosyne”, mãe das Musas, que protegem as artes e a história. Mnemosine ou
Mnemósine, em grego: <b>Mνημοσύνη</b>, era
uma das Titânides, filha de Urano e Gaia e a deusa que personificava a Memória.
Era aquela que preserva do esquecimento. Seria a divindade da enumeração
vivificadora frente aos perigos da infinitude, frente aos perigos do
esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lete, um rio a
cruzar a morada dos mortos, o de letal esquecimento, o Tártaro, e de onde “as
almas bebiam sua água quando estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam
sua existência anterior”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-2UnP8o44OX4/UhAZ7w7JVpI/AAAAAAAAAaE/-xg0SjOzATM/s1600/C.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="156" src="http://2.bp.blogspot.com/-2UnP8o44OX4/UhAZ7w7JVpI/AAAAAAAAAaE/-xg0SjOzATM/s320/C.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Novos diretores, Letícia
& Eduardo, seu <b>staff</b> e a
concessão do uso de faixa de terreno para o Centro de Humanidades, que abrigará
um estacionamento e permitirá ampliação do refeitório do campus de Fátima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Em segundo lugar, os antigos gregos
autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade, nunca tendo chamado
“a si mesmos” de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas as palavras
são latinas, sendo-lhes atribuídas pelos romanos. Os gregos originaram-se de
povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas migratórias,
como o início do milênio II a. C.: aqueus, jônicos, eólicos e dóricos. As
populações invasoras são em geral conhecidas como “helênicas”, pois sua
organização de clãs fundamentava-se, na crença de que descendia do herói
Heleno, filho de Deucalião e Pirra. São inúmeras as diferenças entre a Grécia
moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito
maior do que o território grego atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No livro <b>Paidéia</b> (1962), uma análise da formação
do homem grego que se tornou um clássico, o intelectual alemão Werner Jaeger
(1888-1961) afirma: “No esposibledescribiren pocas palabraslaposición
revolucionaria de Greciaenla historia de laeducación humana”. O próprio termo “paidéia”, de difícil
tradução, dá uma ideia aproximada da abrangência da influência grega em nossa
vida: engloba ao mesmo tempo civilização, cultura, educação e tradição de um
povo. Muitas das ideias que ainda se discutem em vários domínios - política,
ciência e filosofia, por exemplo - são ecos do que já pensavam os gregos mais
de vinte séculos atrás. Na tradição grega mais antiga, uma aplicação possível
da proto-ideia de alegoria é o ensino dos pitagóricos, cujo sistema filosófico,
apoiado em relações numéricas simbólicas, contém associações de natureza
alegórica. Presente desde Demócrito (cf. Marx, 1974) na Grécia Clássica, a
ideia de átomo é, por excelência, uma “pré-ideia” ou “proto-ideia” que, de
tempos em tempos reaparece em novos contextos e em novos “estilos de
pensamentos”, com novas formas de interpretação da cultura. Tal acontece, por
exemplo, na doutrina do dualismo essencial entre limite e ilimitado, que se
funda na composição de dez pares de opostos, alguns alegóricos como Luz/Trevas
e Bom/Mau. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-bvrB8eL8hBk/TqoGcoZEj9I/AAAAAAAAAP4/BHxnSWBQbqM/s1600/Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o+Karaoke+2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-bvrB8eL8hBk/TqoGcoZEj9I/AAAAAAAAAP4/BHxnSWBQbqM/s400/Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o+Karaoke+2011.jpg" width="282" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Em segundo lugar, uma das funções
mais importantes da memória é ser fonte de respostas às questões que intrigam o
ser humano - a sua origem, identidade e a sua posição e papel no mundo - por
isso é muito significativo que “Mnemosyne” esteja ligada à faculdade da
orientação e da desorientação no tempo e no espaço. Outra função importante da
Deusa Memória era a seleção das informações que seriam transmitidas, por isso
existe uma relação entre “Mnemosyne” e “Lemosyne” (esquecimento). A
sacralização da memória e sua representação como uma deusa demonstram a sua
importância social, além da sua vinculação com as Artes, a História, a
Filosofia, a Sociologiae a Ciência de modo geral, representadas pelas Musas que
não só são suas filhas mitológicas, mas que por ela são nutridas com informação,
memória e discernimento. A Memória ainda foi considerada parte da virtude da
Prudência, juntamente com a Inteligência e a Providência, por São Tomás de
Aquino, símbolo e fundamento, com a criação do curso de Filosofia da
Universidade Estadual do Ceará na década de 1950, como consta sua imagem na
sala de professores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A palavra na cosmogonia recua ao que
não pôde ser esquecido: o primeiro sonho, a primeira visão, a primeira imagem,
“o paradigma de todo ato humano significativo”. A palavra guarda a primeira
forma de sabedoria que uma realidade verbal pôde conter, pois que, pela palavra
é possível retornar “à sabedoria primeira e eterna” nas cosmogonias. A Poética
de Aristóteles já cogitava, por exemplo, o termo “mito” como o princípio: “o
mito é o princípio e [é] como que a alma da tragédia; só depois vêm os
caracteres.”: e adiante, confirma “os mitos devem ter uma extensão bem
apreensível pela memória”. Memória para se narrar o que é extensível e para a
experiência do passado não ser esquecida, e para o tempo futuro fazer parte da
própria realidade do tempo. A memória, na tradição oral, seria “o livro” em que
se guarda o que não pode ser esquecido, e memória tem a ver com os segredos do
tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Guardar os conhecimentos, os
conselhos profissionais, as normas morais, como o tesouro da verdade repostados
na sempre imprevisível palavra. A palavra é tecida nas narrativas em uma teia
nem sempre linear. Linear é o curso. Narrar é o discurso. É assim que o
detentor desse discurso conhece os segredos e os destinos da palavra. Ele
aprende a errar o curso, a criar entre as brechas da memória. E assim, no
exercício da memória, tem a fórmula da obra duradoura. Desse modo, é até bom
saber que memória e tem algo em comum com a invenção. A memória, de acordo com
a tradição grega, carrega algo de amplo “metáforas de infinitude”, assim
entendido [...] “no panteão grego, a Memória, ‘Mnemosyne’, é uma deusa, filha
de Urano e de Gaia, irmã de Chronos e de Okeanos - a memória filha do céu e da
terra, irmã do tempo e do oceano: todas, metáforas de infinitude”. Memória e
invenção, portanto, ao serem personificadas como mulheres, carregariam, na
cosmogonia grega, os poderes da conservação identificados ao comportamento
feminino. “Mnemosyne” é mãe das musas, deusas da literatura e das artes e
Calíope, segundo a tradição, é mãe de Orfeu, um dos primeiros poetas
pré-homéricos. Ao todo eram nove musas, sendo que na numerologia, o número
nove, por ser triplo de três, o número do princípio totalizador, seria o número
da perfeição. Assim, na Antiguidade, acreditava-se que a totalidade das artes e
das ciências humanas estivessepersonificada nas nove musas. As musas, filhas de
Memória e de Zeus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Dialética, vem do grego,“é um método
de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias” que, por assim
dizer leva a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia
ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética
significa “caminho entre as ideias” (cf. Foulquié, 1966). Aos poucos, passou a
ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação
capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão.
Aristóteles considerava Zenão de Eleia (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da
dialética. Outros consideraram Sócrates (469-399 a. C.). Um dos métodos
dialéticos mais conhecidos é o desenvolvido pelo filósofo alemão Hegel
(1770-1831). Além disso, o termo discurso pode também ser definido do ponto de
vista lógico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ou
seja, a Fenomenologia (cf. Hegel, 1973) vem a ser uma história concreta da <i>consciência</i>, sua saída da caverna e sua
ascensão à Ciência. Daí a analogia que
em Hegel “existe de forma coincidente entre a história da filosofia e a
história do desenvolvimento do pensamento”, mas este vir-a-ser é necessário,
como força irresistível que se manifesta lentamente através dos filósofos, que
são “instrumentos de sua manifestação”. <i>Ipso
facto</i> quando Hegel afirma sobre a filosofia em geral, que “a coruja de
Minerva só levanta voo ao anoitecer” (“die Eule der Minerva beginnterstmit der
einbrechendenDämmerungihrenFlug”), vale somente para uma filosofia da história,
ou seja, é verdadeiro para a história e corresponde à <b>weltanschauung</b> dos historiadores.Quando pretendemos significar algo
a outro é porque temos a intenção de lhe transmitir um conjunto de informações
coerentes - essa coerência é uma condição essencial para que o discurso seja
entendido. São as mesmas regras gramaticais utilizadas para dar uma estrutura
compreensível ao discurso que simultaneamente funcionam com regras lógicas para
estruturar o pensamento. Um discurso político, por exemplo, tem uma estrutura e
finalidade muito diferente do discurso econômico, mas politicamente pode operar
a dimensão econômica produzindo efeitos sociais específicos em termos de
persuasão.Aqui está nosso ponto de ligamento, do lat. <b>ligamentu</b>, da filosofia com a história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Encorajado
por Hegel que percebeu depois de Kant que a filosofia só havia começado na
Grécia com Platão e Aristóteles, tal como Nietzsche mais tarde a concebera como
ponto de partida dionisíaco, posto que ambos admitissem que a polis e a glória
da história grega chegava ao seu fim ou, para Nietzsche, “a sua decadência”. O
que é <b>primus inter pares</b>, porém, é
que Platão e Aristóteles vieram a ser ou realizar o início da tradição
filosófica ocidental e que esse início do pensamento filosófico grego ocorreu
quando a vida política já se aproximava realmente de seu fim. Não devemos
perder de vista o que Platão chamou de <b>dialegesthai</b>,
Sócrates chamava de <b>maiêutica</b>, a “arte
do parto”: ele queria ajudar as pessoas a dar à luz os seus próprios
pensamentos, a encontrar a verdade em sua <b>doxa</b>.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Hoje,
a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia
Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de
cidades-estados independentes entre si, com características próprias embora a
maioria das cidades-estados tivessem seus sistemas econômicos parecidos,
excluindo-se de Esparta. Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas
muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos
diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na
crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos)
e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham
seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-qXJUOFsJUxc/UCarqKaSl_I/AAAAAAAAAA0/dnW-rxOwgC8/s640/JPEG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="130" src="http://4.bp.blogspot.com/-qXJUOFsJUxc/UCarqKaSl_I/AAAAAAAAAA0/dnW-rxOwgC8/s400/JPEG.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um
exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A
partir de 776 a. C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas
cidades reuniam-se em Olímpia “para a realização de um festival de
competições”. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos
olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e
incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corrida, saltos, arremessa
de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e
poéticas. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que
chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não
prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a
Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à
participação das mulheres, seja como esportista, seja como espectadoras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Apesar
da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em
termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam: Zeus (senhor dos
deuses), Hades (deus do mundo inferior), Deméter (deusa da agricultura),
Posídon (deus do mar), Afrodite (deusa do amor), Apolo (deus do sol e das
artes), Dionísio (deus do vinho), Atena (deusa da sabedoria), Artêmis (deusa da
caça e da lua), Hermes (deus das comunicações), Hera (protetora das mulheres) e
muitas outras. Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e
Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se
acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no
Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava
em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos
sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos. Outro fato muito interessante
era a existência dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas áreas
litorâneas do rio mediterrâneo, eles utilizavam a argila para a construção de
estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao Dionísio, deus da
humildade e da realeza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização
ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se
encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega
antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na
filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitetura moderna,
particularmente durante a renascença da Europa ocidental e de resto durante os
diversos reviverem neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e nas
Américas, embora a América Latina tenha as suas especificidades oriundas das
civilizações quíchuas, mas que não trataremos agora. Conceitos como cidadania e
democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento nas mãos dos
gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes.
Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo
eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos os conservadores.
Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras
cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos
políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o
que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Todo movimento, transformação ou
desenvolvimento opera-se por meio das contradições ou mediante a negação de uma
coisa - essa negação se refere à transformação das coisas. A dialética é a
negação da negação. A negação da afirmação implica negação, mas a negação da
negação implica afirmação. “Quando se nega algo, diz-se não. Ora, a negação,
por sua vez, é negada. Por isso se diz que a mudança dialética é a negação da
negação”. O processo da dupla negação engendra novas coisas ou propriedades:
uma nova forma que suprime e contém, ao mesmo tempo, as primitivas
propriedades. O ponto de partida é a tese, proposição positiva: essa proposição
se nega ou se transforma em sua contrária - a proposição que nega a primeira é
a antítese e constitui a segunda fase do processo; quando a segunda proposição,
antítese, é negada, obtém-se a terceira proposição ou síntese, que é a negação
da tese e antítese, mas por intermédio de uma proposição positiva superior - a
obtida por meio da dupla negação. A união dialética não representa uma simples
adição de propriedades de duas coisas opostas, simples mistura de contrários,
por isso seria um obstáculo ao desenvolvimento. A característica do
desenvolvimento dialético é que ele prossegue através de negações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para
sermos breve, teremos uma única vida a qual está oculta. Mas depois entra na
existência e separadamente, na multiplicidade das <i>determinações</i>, e que com graus distintos, são necessárias. E juntas
de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da história da
filosofia. O primeiro momento era o “em si” da realização, e em si do gérmen
etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a
identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado
de todo este movimento. E a isto Hegel chama abstratamente “o ser por si”. É o
“por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser verdadeiro
por si, idêntico consigo. O que o espírito produz seu objeto, é ele mesmo. Ele
é um desembocar em seu outro. O desenvolvimento do espírito é um
desprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um desafogo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Desta
forma em seu processo de evolução não somente faz aparecer o interior
originário, exterioriza o concreto contido já no “em si”, e este concreto chega
a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este “ser por si”. O
concreto é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência,
pela possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como
diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É em si mesmo contraditório.
Posto que é através desta contradição impulsionado da aptidão, deste este interior
à qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às
diferenças. Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é
impulsionada para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim
a ser atualmente, na existência. Só assim é possível definitivamente pensar a
diversidade em toda e qualquer dimensão das sociedades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porém
do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois o diferente que é posto como
tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade; porque a unidade do
diferente consiste em que o diferente seja um. E somente por este movimento é a
unidade verdadeiramente concreta.Enfim, ao colocar a questão da ciência nesses
termos, Heller opõe-se ao mito de sua neutralidade; para ela, a ciência é sempre
interessada, havendo interesses que dificultam e interesses que facilitam sua
tarefa de desvelar a realidade social. Uma relação consciente do pesquisador
com a genericidade, uma escolha de valores positivos, é condição necessária
(embora não suficiente) para o cumprimento, pelas ciências sociais, de sua
tarefa de “desfetichização”, um dos principais critérios, a seu ver, para
avaliar o significado de qualquer compromisso no âmbito destas ciências, após o
advento da sociedade de classes amplificado no âmbito da mundialização das
esferas das sociedades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ora,
entendemos que à fala pertence aquilo sobre o que se fala. A fala dá indicações
sobre algo e isso numa determinada perspectiva. A fala retira o que ela diz
como essa fala daquilo sobre que fala como tal. Na fala, enquanto processo
social de comunicação, isso é o que se torna acessível à <b>co-presença</b> dos outros, na maior parte das vezes, através da
verbalização da língua. O que no “apelo
da consciência” (Heidegger) constitui o referido da fala, ou seja, o
interpelado? Manifestamente a própria presença. Essa resposta é tão
indiscutível quanto indeterminada. Mesmo que o apelo tivesse uma meta tão vaga,
ele ainda seria para a presença um motivo de prestar atenção a si mesma.
Pertence à presença, no entanto, de modo essencial, que, com a abertura de seu
mundo, ela está aberta para si mesma, de tal modo que ela sempre já se
compreende. O apelo alcança a presença nesse movimento de sempre já se ter
compreendido na cotidianidade mediana das ocupações. O impessoalmente si mesmo
do <b>ser-com</b> com os outros é também alcançado
pelo apelo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
interpretação existencial da consciência deve expor um testemunho de seu <b>poder-ser</b> mais próprio que está sendo
na própria presença. O testemunho da consciência não é um anúncio indiferente,
mas uma “apelação apeladora” do ser e estar em dívida. O que se testemunha é,
pois “apreendido” no ouvir que compreende o apelo sem deturpações, no sentido
por ele mesmo intencionado. Apenas a compreensão do interpelar, enquanto modo
de ser da presença propicia o teor fenomenal do que é testemunhado no apelo da
consciência. Caracterizamos a compreensão própria do apelo como
querer-ter-consciência. Esse deixar o <b>si-mesmo</b>
mais próprio agir em si por si mesmo, em seu ser e estar em dívida, representa
do ponto de vista fenomenal, “o poder-ser próprio, testemunhado na presença”. A
sua estrutura existencial deve ser agora liberada numa exposição. Somente assim
penetraremos na constituição fundamental da propriedade da existência que se
abre na própria presença. Enfim, enquanto compreender-se no <b>poder-ser</b> mais próprio, “o
querer-ter-consciência é um modo de abertura da presença”. Além do compreender,
esta se constitui de disposição e fala. O compreender existenciário significa:
projetar-se para a possibilidade fática cada vez mais própria do
poder-ser-no-mundo. <b>Poder-ser</b>,
porém, só pode ser compreendido em existindo nessa possibilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bibliografia
geral consultada: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">LÉVY-BRUHL, Lucien, <i>La Mentalitéprimitive</i>. Paris: Alcan,
1922;BRAGA, Ubiracy de Souza, “Praga de urubu, burro não pega: a banda podre da
universidade”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2010/10/27"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2010/10/27</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Razão &
Sensibilidade: o porão da universidade?”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="https://espacoacademico.wordpress.com/2011/01/22/"><span style="font-size: 12.0pt;">https://espacoacademico.wordpress.com/2011/01/22/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “O
significado da universidade brasileira. Ensaio de história política”.
Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/13/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/13/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem,“Prolegômenos
Sobre a História Social da Padaria Espiritual (Ceará)”. Disponível no site</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/09/29/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/09/29/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">;FROMM, Erich, <i>El miedo a lalibertad</i>. 3ª edição. Buenos
Aires: Paidós, 1957; JAEGER, Werner Wilhelm, <i>Paidéia: losIdeales de la Cultura Griega</i>. México: Fondo de Cultura
Económica, 1962; Idem,<i>Paidéia: a formação
do homem grego</i>. 3ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1994; BOURDIEU,
Pierre “et alii”, <i>El Ofício de Sociólogo</i>.
Buenos Aires: SigloVeintiuno Editores, 1975; BOSI, Ecléa,<i>A opinião e o estereótipo</i>. Contexto, n. 2, p. 97-104, 1976; Idem, <i>Memória e Sociedade. Lembrança de velhos</i>.
São Paulo: Companhia das Letras, 1994; HELLER, Agnes, <i>O quotidiano e a história</i>. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972; Idem,
<i>Sociologia dellavita quotidiana</i>.
Roma: Riuniti, 1975; Idem, <i>Ohomem do
Renascimento</i>. Lisboa: Presença, 1982; Idem, <i>Para mudar a vida</i>. São Paulo: Brasiliense, 1982; HEGEL, G. W. F., <i>Fenomenologia delloSpirito</i>. Florença: La
Nuova Itália, 1973, 2 volumes; REICH, Wilhelm, <i>O combate sexual da juventude</i>. 2ª ed. Lisboa: Antídoto, 1978;BRANDÃO,
Carlos Rodrigues,<i>Lutar com a palavra</i>.
Rio de Janeiro: Graal, 1982; WEBER, Max, <i>Economia
y Sociedad. Esbozo de sociologíacomprensiva</i>. México: Fondo de Cultura
Económica, 1992; “Dialética”. <b>Enciclopédia
Einaudi</b>. Volume 20. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1988; BRANDÃO,
Junito de S, <i>Teatro grego: tragédia e
comédia</i>. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 1984; Idem, <i>Teatro grego: origem eevolução</i>. São Paulo: Ars Poética, 1992;HESÍODO,<i>Teogonia: A origem dos deuses</i>. São
Paulo: Iluminuras, 1991; MORIN, Edgar, <i>La
connaissance de laconnaissance</i>. Tomo III. Paris: ÉditionsduSeuil, 1986;
Idem, <i>La complexitéhumaine.</i> Paris:
Flammarion, 1994; entre outros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-17592676533103312292013-08-14T23:02:00.000-03:002013-08-14T23:02:00.296-03:00(Sub)textos (exemplificação a teoria do interacionismo simbólico de Erving Goffman)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/SGMMTih0U2k" width="640"></iframe></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-88094410779736513612013-08-08T13:21:00.001-03:002013-08-08T13:21:44.975-03:00“O Cocó é nosso”! Bradam os ativistas cearenses.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ubiracy de Souza Braga*<br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">___________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">* </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /><br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“<i>Se você expulsa a natureza pela porta, ela volta pela janela</i>”. V. I. Lênin, <i>Opere</i>. Roma: EditoriRiuniti, 1967, vol. 25, p. 144.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/aa/Vista_do_rio_Coc%C3%B3_da_trilha_do_rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="472" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/aa/Vista_do_rio_Coc%C3%B3_da_trilha_do_rio.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Foto:
A exuberante vista do Rio Cocó, Fortaleza, Ceará. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Escólio</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">: A
espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência. Se não há
uma definição consensual de biodiversidade, entendemos que ela representa a
diversidade da natureza viva. Desde 1986, o conceito tem adquirido largo uso
entre biólogos, ambientalistas, líderes políticos e cidadãos informados no
mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção,
observado nas últimas décadas do século XX.Ela pode ser entendida como uma
associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade,
espécies, populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com
as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos
climas temperados. Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra,
incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de
espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a
variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos
ecossistemas; assim como a variedade de comunidades, <i>habitats</i>e</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">ecossistemas
formados pelos organismos. O Brasil tem 1/5 da biodiversidade mundial, com 50
000 espécies de plantas, 5000 de vertebrados, 10-15 milhões de insetos, milhões
de micro-organismos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Etimologicamente ecossistema vem do grego:<b>oikos</b> (οἶκος), “casa + sistema” (<b>σύστημα</b>): “sistema onde se vive”,
designando o conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em
determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades.
Em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar,
caatinga,mata atlântica ou floresta amazônica, por exemplo, a todas as relações
dos organismos entre si, e com seu meio ambiente chamamos ecossistema. Ou seja,
“podemos definir ecossistema como sendo um conjunto de comunidades interagindo
entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos”.A base de
um ecossistema são os produtores que são os organismos capazes de fazer fotossíntese
ou quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos
utilizando como matéria prima a água, gás carbônico e luz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Para que se possa delimitar um
“sistema ecológico” ou ecossistema é necessário que haja quatro componentes principais:
fatores abióticos, que são os componentes básicos do ecossistema; os seres
autótrofos, geralmente as plantas verdes, capazes de produzir seu próprio
alimento através da síntese de substâncias inorgânicas simples; os
consumidores, heterotróficos - que não são capazes de produzir seu próprio
alimento, ou seja, os animais que se alimentam das plantas ou de outros
animais; e os decompositores, também heterotróficos, mas que se alimentam de
matéria morta. A totalidade destes organismos interagindo em um determinado
local de forma a criar um ciclo de energia, formando uma “cadeia” do meio
abiótico para os seres autótrofos, destes para os heterótrofos e destes para o
meio abiótico novamente, caracterizando os níveis tróficos da cadeia alimentar
constitui um sistema ecológico ou ecossistema, independentemente da dimensão do
local onde ocorrem essas relações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Economicamente a globalização é um
dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural,
política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte
e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI.
É um agenciamento global gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de
formar a chamada “aldeia global” (McLuhan) que permita maiores mercados para os
países de hegemonia políticas centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados
internos já estão saturados. O processo de globalização diz respeito à forma
como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, expandir
seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados
distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital
financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão,
porém, obtêm-se como consequência o aumento acirrado da concorrência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Politicamente
falando a globalização desafia os princípios do consenso e da legitimidade, do
poder político, da base político-territorial do processo político, da
responsabilidade das decisões políticas, a forma e o alcance da participação
política e até o próprio papel do Estado que, para Michel Foucault “produz
efeitos de poder político”, como garantia dos direitos e deveres dos cidadãos,
como também desafia os princípios de Vestefália. A globalização é, como muitos
autores <b>hic et nunc</b> admitem,
responsável pelo declínio na qualidade e significação da cidadania devido à
mudança do papel do Estado. A globalização econômica tem demandado do Estado
Nacional mudanças que fomentam políticas que eliminem as fronteiras nacionais
em prol do desenvolvimento do capital e, consequentemente, dão elementos para
outra forma de cidadania, mais ampla, sem fronteiras, planetária. Sintetiza a
filosofia existencialista, em que o homem é considerado na fragilidade da sua
condição finita, a qual se manifesta exatamente na individualidade do homem
presente em um tempo “nunc” e um espaço “hic”, finitos, o que constitui a causa
da infelicidade humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-gdL1VO84iSc/UgPBtaFqqVI/AAAAAAAAAY4/W_YDsH_97mY/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="143" src="http://3.bp.blogspot.com/-gdL1VO84iSc/UgPBtaFqqVI/AAAAAAAAAY4/W_YDsH_97mY/s320/Sem+t%C3%ADtulo.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_6"
o:spid="_x0000_i1030" type="#_x0000_t75" style='width:425.25pt;height:189.75pt;
visibility:visible;mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.png"
o:title=""/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Após cerca de 4 horas
de conversa, as reivindicações giravam em torno da <i>legalização</i> do parque do Cocó e pautas de mobilidade social. Foto:
Tuno Vieira.Cf. <b>Diário do Nordeste</b>,
6 de agosto de 2013. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Passava
das 22h de ontem quando o governa<b>dor</b>
Cid Gomes de forma reativa chegou ao Parque do Cocó, segundo ele, “para
discutir a legalização do espaço”. No local, o gestor foi recebido de “forma
pacífica”, a categoria ideológica do momento - embora depois os ânimos tenham
ficado acirrados com a criação de tumulto ao fim do encontro - por mais de 50
defensores do Cocó, acampados há 25 dias, como forma protesto “contra a
derrubada de árvores para a construção de viadutos”.Após cerca de 4 horas de
conversa afiada, as reivindicações “giravam em torno da legalização do parque e
pautas de mobilidade social”. Após propor a regulamentação do Parque,
incorporando mais 2 hectares de mangue e mais 10 vezes o espaço retirado de
área verde, na faixa entre a faixa do anel viário e o Rio Cocó, o governador
ouviu dos manifestantes que uma reunião entre eles e o prefeito Roberto Cláudio
fosse agendada. Lembramos que ocupação refere-se ao ato de apoderar-se de algo
ou de invadir uma propriedade; portanto, vincula-se pragmaticamente à questão
política da posse. A natureza da questão é de outra ordem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_12"
o:spid="_x0000_i1029" type="#_x0000_t75" style='width:424.5pt;height:245.25pt;
visibility:visible;mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.png"
o:title=""/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
governa<b>dor</b> permaneceu no local até
às 2h, e entre as pautas mais recorrentes, os manifestantes cobravam do
governador: a) tanto a assinatura imediata do decreto que legaliza o Parque, b)
como a garantia de haver represálias por parte da Polícia ao grupo que está
acampando. Em relação à primeira, Cid tentou justificar a não assinatura do
decreto justificado o alto valor das desapropriações. Porém, sua resposta foi
recebida com vaias pelos que estavam ali. Sobre a garantia de não haver
represálias, o governador foi direto: - “Não posso garantir que não haverá
repressão”. Se o governador não pode garantir que não haja repressão
militarizada, como chefe do executivo, para salvaguardar a biodiversidade do
ecossistema, quem poderá então garanti-la?Depreende-se daí que o governo de
Estado não compreende que a espécie humana depende da biodiversidade para a sua
sobrevivência. A Lei da natureza é clara, para lembramos de Lenin: “Se si guida
in natura attraversola porta, si ritornaallafinestra” (1967: 144). <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Gp3gnk-zReM/UgPB8jiuXCI/AAAAAAAAAZA/XXWxvZkhQiw/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="185" src="http://3.bp.blogspot.com/-Gp3gnk-zReM/UgPB8jiuXCI/AAAAAAAAAZA/XXWxvZkhQiw/s320/Sem+t%C3%ADtulo.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Parque Ecológico do Rio Cocó (foto) é uma área de conservação, um parque
estadual da vida natural localizado na cidade de Fortaleza, Ceará. Tem esse
nome devido ao rio que forma o bioma de mangue, o rio Cocó. Na Serra da
Aratanha, município de Pacatuba nasce o riacho Pacatuba, que, mais adiante,
passa a ser denominado de riacho Gavião. Somente após o 4º Anel Rodoviário, no
bairro Ancuri, o riacho recebe a denominação de Rio Cocó, onde dá início ao
Parque. O primeiro ponto do rio Cocó a ter sido protegido e aparelhado foi
criado em 29 de março de 1977 declarado de utilidade pública para
desapropriação. Em 11 de novembro de 1983 o decreto municipal número 5.754 deu
a denominação de Parque Adhail Barreto. Em 5 de setembro de 1989 o decreto
estadual número 20.253 cria o <b>Parque
Ecológico do Cocó</b> e expandido em 8 de junho de 1993 atualmente abrange uma
área de 1.155,2 hectares.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-9qvNZICF3wM/UgPCL__b-qI/AAAAAAAAAZI/NUitqknH-MU/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="http://1.bp.blogspot.com/-9qvNZICF3wM/UgPCL__b-qI/AAAAAAAAAZI/NUitqknH-MU/s320/Sem+t%C3%ADtulo.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_11"
o:spid="_x0000_i1028" type="#_x0000_t75" style='width:375pt;height:223.5pt;
visibility:visible;mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image007.png"
o:title=""/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
ter toda a sua área contida no município de Fortaleza em região de grande
desenvolvimento urbano, seguido de grande especulação imobiliária, “os limites
do parque estão constantemente sofrendo problemas de impacto ambiental e
degradação do bioma”.Durante o ano de 2007 a Prefeitura entrou com “um pedido
liminar na CâmaraMunicipal de Fortaleza de realização de um referendo popular
perguntando ao povo sobre a autorização da construção do prédio em questão”.
Depois desse fato político de preservação de área de proteção ambiental, o
Ministério Público Federal entrou com uma Ação Civil Pública pedindo a
demarcação da área do parque e a finalização das desapropriações, que desde a
publicação da lei criando o parque não teve conclusão. Essa medida jurídica
ainda suspende o licenciamento de novas construções numa área até 500 m ao
redor do parque. A liminar foi expedida em abril de 2008. Atualmente existem
várias ações na justiça relativas às desapropriações e “um dos casos mais
curiosos tramita em Brasília uma ação de indenização contra o Estado do Ceará
de uma desapropriação da área que supera os R$ 1,7 bilhão” (cf. Clastres, 1974).<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-IKXAUhAXAKQ/UgPDFRCS-AI/AAAAAAAAAZU/UXRU5jWhP6I/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="355" src="http://4.bp.blogspot.com/-IKXAUhAXAKQ/UgPDFRCS-AI/AAAAAAAAAZU/UXRU5jWhP6I/s640/Sem+t%C3%ADtulo.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto:
Especulação imobiliária: Edifícios construídos em área controversa dentro do
parque do Cocó.<a href="" name="_GoBack"></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> No entorno do parque várias áreas
que seriam de proteção foram invadidas por pessoas de “baixa renda” que acabam
gerando esgoto para o interior do rio. Esta situação também gera problemas de
criminalidade onde em locais próximos dessas favelas o parque torna-se área de
fuga após ações de criminosos. O problema não fica restrito a pobreza na medida
em que algumas vizinhanças do parque estão sendo ocupadas por prédios de alto
padrão (foto) gerando problemas de ordem ambiental como aumento do fluxo de
trânsito nas vias adjacentes ao parque e de circulação do ar dentre outros.
Alguns movimentos ambientalistas fazem manifestações contra os possíveis
agressores tais como: SOS Cocó e o Instituto Terramar. A Polícia Militar do
Estado do Ceará tem dentro da área do parque uma Companhia de Polícia Militar
Ambiental - CPMA que fica na área do bairro Jardim das Oliveiras e um posto
policial no bairro que leva o nome do rio e onde se encontra a principal
estrutura do parque (foto). A PM utiliza um contingente de 30 policiais que
garantem a segurança do parque.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Parque Vivo surgiu teve suas atividades iniciadas em 1993 como consequência de
um trabalho de educação ambiental marinha desenvolvido pela equipe da
Universidade Federal do Ceará. A prefeitura de Fortaleza convidou o grupo para
desenvolver trabalhos de educação ambiental no Parque Adahil Barreto. Ao longo
dos anos, as atividades desenvolvidas foram expandidas por uma demanda cada vez
maior da sociedade. Assim o Parque Vivo desenvolveu vários projetos,
tornando-se um programa que busca promover a educação ambiental através de
vários segmentos: cursos, elaboração de materiais pedagógicos, promoção de
oficinas em áreas de risco, organização de biblioteca, Museu do Mangue,
campanhas educativas e comemoração de datas representativas.O Parque Vivo
trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM),
Secretaria Executiva Regional II, EMLURB e FUNDEMA. É articulada com diversas
entidades ambientalistas do Estado do Ceará, através da concepção e execução de
projetos e diversas outras atividades de educação ambiental, principalmente em
Fortaleza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-1H0G9UOjudA/UgPFdFmXJUI/AAAAAAAAAZk/1dyU2utj8O8/s1600/Coc%C3%B3_Adahil_Barreto_0451.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-1H0G9UOjudA/UgPFdFmXJUI/AAAAAAAAAZk/1dyU2utj8O8/s320/Coc%C3%B3_Adahil_Barreto_0451.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">:
Edifício sede do projeto Parque Vivo do Cocó. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Parque possui três áreas estruturadas para atividades de lazer, esporte e
cultura. O Parque Adhail Barreto foi a primeira área a propiciar o uso da área
do rio Cocó. É administrada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, com: a)<b>Núcleo de Conscientização ambiental</b>, b)
<i>playground</i>, c) promoção de eventos
culturais e artísticos, assim como d) educação ambiental, e) pista de Cooper, f)
trenzinho e trilha ecológica.O Parque Ecológico do Cocó é a área urbanizada
pelo Governo do estado sendo a segunda intervenção por volta do ano de 1993.
Conta com anfiteatro, quadras esportivas, pista para caminhada, parques infantis,
acontecendo shows e eventos, competições esportivas e educação ambiental e
trilhas. A Área urbanizada do Tancredo Neves foi a ultima intervenção na área
do parque. Após a remoção de famílias nas áreas do parque, o governo do Estado
implantou noslocais duas quadras esportivas, campos de futebol, pistas para
caminhada, ciclovias e áreas infantis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Parque Vivo surgiu teve suas atividades iniciadas em 1993 como consequência de
um trabalho de educação ambiental marinha desenvolvido pela equipe da
Universidade Federal do Ceará. A prefeitura de Fortaleza convidou o grupo para
desenvolver trabalhos de educação ambiental no Parque Adahil Barreto. Ao longo
dos anos, as atividades desenvolvidas foram expandidas por uma demanda cada vez
maior da sociedade. Assim o Parque Vivo desenvolveu vários projetos,
tornando-se um programa que busca promover a educação ambiental através de
vários segmentos: cursos, elaboração de materiais pedagógicos, promoção de
oficinas em áreas de risco, organização de biblioteca, Museu do Mangue,
campanhas educativas e comemoração de datas representativas. O Parque Vivo
trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM),
Secretaria Executiva Regional II, EMLURB e FUNDEMA. É articulada com diversas
entidades ambientalistas do Estado do Ceará, através da concepção e execução de
projetos e diversas outras atividades de educação ambiental, principalmente em
Fortaleza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_7"
o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75" style='width:426.75pt;height:225pt;
visibility:visible;mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image013.png"
o:title=""/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><img border="0" height="300" src="file:///C:/Users/PEDROM~1/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image014.png" v:shapes="Imagem_x0020_7" width="569" /><!--[endif]--></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto: Reserva ambiental do
Cocó, Fortaleza, Ceará. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A questão ambiental foi
chamando a atenção, ao longo do tempo e da história das sociedades, de cidadãos
de todo o mundo. As discussões sobre a
destruição do meio ambiente, a possibilidade do fim de recursos não renováveis
do planeta e a estimativa de catástrofes mundiais em décadas não longínquas
levaram as Nações Unidas a promover uma <b>Conferência
para o Meio Ambiente Humano</b>, em Estocolmo, em 1972. Já aí, assinalava-se a
necessidade da humanidade discutir seu futuro. Temos assim o <b>parti pris</b> de que a preocupação com o
meio ambiente entrava na agenda internacional. Decorre aí um problema político
decorrente da má utilização de políticas públicas voltadas para a defesa do
ambiente decorrente da determinação sem freios do crescimento econômico tão
justamente criticado na pena do filósofo comunista Karl Marx e outros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Outra
conferência sobre o meio ambiente se sucedeu em 1987, da qual resultou o
Relatório de Brundtland, “Nosso Futuro Comum”. No entanto, após 1992, na <b>Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
ambiente e Desenvolvimento</b> - a <b>Eco </b>92
-, o debate sobre os desafios para o planeta ganham maior ressonância e se
proliferam. Além das questões sobre meio ambiente foram discutidos, nesse
evento sediado na bela cidade Rio de Janeiro, outros temas tais como arsenal
nuclear, desarmamento, guerra, poluição, fome, drogas, discriminação, racismo,
entre outros. Dessa forma, a agenda planetária não se restringe a enfocar
apenas o meio ambiente, mas os <i>efeitos
sociais específicos</i> que envolvem as formas de trabalho na produção global
das mercadorias. Paralelo à “Conferência Mundial para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento”, aconteceu o <b>Fórum
Global 92</b> cujo documento resultante, a <b>Carta
da Terra</b>, contempla, entre outros, “o pensar global e local, a comunidade
mundial, e a criação de uma cidadania planetária” (cf. Boff, 2000; 2007).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
reconhecimento de ações prejudiciais do homem ao meio ambiente foi um dos
predicados para o amadurecimento do conceito de desenvolvimento sustentável
adotado na conferência <b>Eco 92</b>, bem
como os princípios de “responsabilidade econômico-financeira do contaminador” e
o de “precaução”. A deterioração ecológica do planeta e outros problemas
globais, “impõem a necessidade de maiores níveis de cooperação internacional,
desenvolvimento e investimento mundial”. A Terra é a própria quintessência da
condição humana e, ao que sabemos, sua natureza pode ser singular no universo,
a única capaz de oferecer aos seres humanos um habitat no qual eles podem
mover-se e respirar sem esforço nem artifício. O <b>Fórum Social Mundial</b>, realizado inicialmente no Brasil, em 2001,
também vêm discutindo “outro mundo possível”, uma “globalização solidária”, se
já não é um truísmo, como alternativa aos problemas da exclusão, desigualdade
social e meio ambiente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
evento articula entidades e movimentos da “sociedade civil global” (cf. Ianni,
1997) em todo o mundo, que “atuam do nível local ao global” em sua complexidade
humana (cf. Morin, 1994). O fórum ainda estimula uma participação nas
instâncias internacionais e o exercício de uma cidadania planetária. Estes
debates se desdobraram em diferentes áreas do conhecimento, inclusive, na
educação. Em 1994, é adotada no “I Congresso Mundial da Transdisciplinaridade”,
em Portugal, a Carta da Transdisciplinaridade que aponta a necessidade de uma
compreensão planetária para enfrentar os desafios contemporâneos. E é na Carta
da transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO no <b>I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade</b> em 1994, realizado em
Arrábida, Portugal, com fundamental colaboração do CIRET, em que temos uma
definição do conceito transdisciplinar em seu Artigo 3: “(...) a
transdisciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras disciplinas,
mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa (...)”, e
principalmente, em seu Artigo 7: A transdisciplinaridade não constitui nem uma
nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência
das ciências”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
âmbito acadêmico, já no século XX, com o intuito de unir o mundo “não
universitário” ao universitário, cuja separação se dá primordialmente pela “hiperespecialização
profissional”, com grande número de disciplinas que não acompanham todo o
desenvolvimento, principalmente na área tecnológica, temos um aprofundamento na
utilização deste conceito, visando formar profissionais cada vez mais
completos, compatíveis com as exigências do mercado de trabalho que este futuro
profissional encontrará. Assim tão complexo quanto os problemas que tenta
solucionar, tem-se a transdisciplinaridade, que por ser tão sutil, ser a linha
tênue que une e serve de limite entre o comprometimento e o individualismo de
cada disciplina, que não possui uma definição exata, e ao mesmo tempo é um dos
mais necessários conceitos quando tratamos de formação e educação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
discurso da presidente Dilma Rousseff, <i>primus
inter pares</i> e primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral
da ONU disse a brasileira: - “Repudiamos com veemência as repressões brutais
que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade
internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca
da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações
extremas”. Nada mais correto. É de todo sabido que a economia americana
sobrevive, principalmente, em razão de sua indústria bélica. O que nem todos
sabem é que, num círculo vicioso perverso, aquele país cata guerras com lentes
de aumento, exatamente para fomentar o desenvolvimento e a sustentação das
fábricas de armas. Foi assim no Iraque, quando o infeliz George W. Bush, aquele
idiota que quase morreu engasgado com biscoitos <b>cream cracker</b>, mas mentiu ao mundo, ao justificar a invasão militar
com o pretexto de que ali haviam sido encontradas armas de extermínio em massa.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Privilegiada,
por ter sido a primeira mulher do mundo a ocupar a tribuna naquelas condições,
Dilma Rousseff apelou para a sensibilidade, quase poética e, logo no início,
com ênfase, afirmou: “Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos
deste planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão
ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de
que este será o século das mulheres. Na língua portuguesa, palavras como vida,
alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas
outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com
coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje”. Belo,
indiscutivelmente belo, e homenagem mais que merecida às mulheres do planeta
inteiro, que ainda não viram realizados seus anseios de igualdade econômica,
política, de gênero e social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bibliografia
geral consultada: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Artigo: “Cid vai à
ocupação no Parque do Cocó”. In: <b>Diário
do Nordeste</b>, Fortaleza, 6 de agosto de 2013; BRAGA, Ubiracy de Souza,
“Notas sobre Michel Foucault e os Anarco-Ecologistas”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Verdes, mas
Maduros: A Dialética Trágica do <b>Rio+20</b>”.
Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/06/19/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/06/19/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Sabiaguaba:
Uma ponte que (ainda) dá o que falar?”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/08/22/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/08/22/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Que país é este?
Notas sobre carros e a questão ambiental”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/09/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/09/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “O Haiti
Revisitado”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2010/05/28/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2010/05/28/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; CERTEAU, Michel de,
<i>La prise de parole</i>. Paris: Seuil,
1968; CLASTRES, Pierre, <i>La
Sociétecontrel`État.</i> Paris:Édition de Minuit, 1974; MORIN, Edgar, <i>La complexitéhumaine.</i> Paris: Flammarion,
1994; IANNI, Octávio, “A Política Mudou de Lugar”. In: <b>Desafios da Globalização/</b>Orgs: Ladislau Dowbor e outros. Petrópolis
(RJ): Vozes, 1997; BOFF, Leonardo, <i>Depois
dos 500 anos: que Brasil queremos</i>. Petrópolis (RJ): Vozes, 2000; Idem, <i>A Nova Era: A Consciência Planetária.</i>
Rio de Janeiro: Record, 2007; FOUCAULT, Michel, “É inútil revoltar-se?”. In:
MOTTA, Manoel Barros da (Org.). <b>Michel
Foucault. Ética, sexualidade, política.</b> Coleção: Ditos e Escritos V. Rio de
Janeiro: Editora Forense Universitária, 2004, pp. 77-81; GRAEBER, David, <i>FragmentsofanAnarchistAnthropology. </i>Chicago:
PricklyParadigm Press, 2004;SILVA, Marcia Soares, “Mídia e meio ambiente: uma
análise da cobertura ambiental em três dos maiores jornais do Brasil”. Revista
Digital Comunicação em Agrobusines& Meio Ambiente. Volume 2, n° 2, julho de
2005. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.agricoma.com.br/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.agricoma.com.br/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; entre outros. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-48773327749174762762013-08-07T21:07:00.002-03:002013-08-07T22:15:15.366-03:00Em nome da rosa dublado + bônus<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cinemahistoriaeducacao.files.wordpress.com/2011/01/o-nome-da-rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://cinemahistoriaeducacao.files.wordpress.com/2011/01/o-nome-da-rosa.jpg" width="301" /></a></div>
<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/br2DfBUElH8" width="480"></iframe><br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/xLZYsCn2Y4g" width="420"></iframe></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-80751263825988304452013-08-05T13:48:00.000-03:002013-08-05T13:48:00.056-03:00Massacre do Carandiru: História & Memória do Pavilhão 9<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Ubiracy de Souza Braga*</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">_____________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">* Sociólogo (UFF), cientista político (URFJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor <i>Associado</i> da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><br />“<i>Não foi uma simples invasão, eles entraram atirando e matando</i>”. Ex-detento Marco Antônio de Moura<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://files.acessajuventude.webnode.com.br/200000688-474b54844f/carandiru.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="419" src="http://files.acessajuventude.webnode.com.br/200000688-474b54844f/carandiru.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <b>Escólio:</b>O
caso do Massacre do Carandiru ficou conhecido “como o maior massacre do sistema
penitenciário brasileiro”.Por envolver um grande número de réus e de vítimas, o
julgamento do Massacre do Carandiru foi desmembrado em quatro etapas, de acordo
com o que ocorreu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção.
Na primeira etapa, em abril, 23 policiais militares foram condenados pela morte
de 13 detentos, ocorrida no segundo pavimento.Carandiru é um bairro da zona
norte da cidade de São Paulo. Recebeu este nome, pois o córrego Carandiru banhava
a histórica Fazenda de Sant`Ana“que originou a maioria dos bairros da zona
nordeste paulistana”. Parte do bairro situa-se no distrito de Vila Guilherme e
parte no distrito de Santana. O Carandiru é nacionalmente conhecido por ter
abrigado a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida popularmente como o “Carandiru”,
atual Parque da Juventude. Em 2 de outubro de 1992 uma briga entre presos da
Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - deu início a um tumulto no
Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e o fuzilamento de
111 detentosnuma operação de “crime de guerra”<a href="" name="_GoBack"></a>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Complexo Penitenciário do Carandiru, que se notabilizou recentemente por sua
superlotação, má administração e pelos massacres violentos que ali ocorreram,
foi - por ocasião de sua inauguração - considerado um presídio-modelo, tendo
sido projetado para atender às novas exigências do Código Penal republicano de
1890, de acordo com as melhores recomendações do Direito Positivo.O projeto do
presídio que venceu a licitação foi inspirado no <b>Centre Pénitentiaire deFresnes</b>, na França, no modelo dito “espinha
de peixe” que ainda existe - em funcionamento até hoje - nos arredores de Paris
e recebeu o título de “LaboraviFidenter”. Foi elaborado pelo
engenheiro-arquiteto Giordano Petry, tendo, no decorrer de sua execução,
sofrido algumas adequações feitas por Ramos de Azevedo, razão pela qual esse
último costuma ser citado, incorretamente, como sendo seu autor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-RKQ5mvsS3DI/Uf0zd3is0FI/AAAAAAAAAYo/ZX9D-dPz5og/s1600/CARANDIRU.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-RKQ5mvsS3DI/Uf0zd3is0FI/AAAAAAAAAYo/ZX9D-dPz5og/s1600/CARANDIRU.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
construção dos dois pavilhões originais do presídio ficou a cargo do Escritório
Técnico Ramos de Azevedo e foi executada segundo as mais modernas técnicas
existentes na época, utilizando os melhores materiais, a maioria deles
importados.Por duas décadas, de 1920 a 1940 ano em que atingiu sua capacidade
projetada máxima de 1 200 detentos, o presídio, então chamado “Instituto de
Regeneração”, foi considerado um padrão de excelência nas Américas, atraindo a
visita de inúmeros políticos, estudantes de direito, autoridades jurídicas
italianas e até mesmo personalidades como o laureado antropólogo Claude
Lévi-Strauss, que vinham a São Paulo para visitá-la, nascido em Bruxelas, a 28
de novembro de 1908 e falecido emParis, 30 de outubro de 2009, foi um
antropólogo, professor e filósofo francês. É considerado fundador da
antropologia estruturalista, em meados da década de 1950, e um dos grandes
intelectuais do século XX. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Professor
honorário do Collège de France, ali ocupou a cátedra de Antropologia Social de
1959 a 1982. Foi também membro da Academia Francesa - o primeiro a atingir os
100 anos de idade.Desde seus primeiros trabalhos sobre os povos indígenas do
Brasil, que estudou em campo, no período de 1935 a 1939, e a publicação de sua
tese: <b>As Estruturas Elementares do
Parentesco</b>, em 1949, publicou uma extensa obra, reconhecida internacionalmente.Dedicou
uma tetralogia, as “Mitológicas”, ao estudo dos mitos, mas publicou também
obras que, felizmente, escapam do enquadramento estrito dos estudos acadêmicos
- dentre as quais o famoso:<b>Tristes
Trópicos</b>, publicado em 1955, que o tornou conhecido e apreciado por um
vasto círculo de leitores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
1936 Stefan Zweig,amigo de Sigmund Freud, escreveu em seu livro:“Encontros com
homens, livros e países” que “a limpeza e a higiene exemplares faziam com que o
presídio se transformasse em uma fábrica de trabalho”. Eram os presos que do
ponto de vista da divisão técnica do trabalho “faziam o pão, preparavam os
medicamentos, prestavam os serviços na clínica e no hospital, plantavam
legumes, lavavam a roupa, faziam pinturas e desenhos e tinham aulas”. Além
disso,a penitenciária do Carandiru era aberta à visitação pública e chegou a
ser considerada “um dos cartões postais da cidade de São Paulo”.É somente a
partir de 1940 - quando a penitenciária excedeu sua lotação máxima - que ela
começa a passar por sucessivas crises e brigas que a levam a um processo social
de degradação humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Numa
das várias tentativas de resolver esses problemas de superlotação foi
construída a Casa de Detenção, concluída em 1956 no governo de Jânio Quadros,
que elevou sua capacidade para 3 250 detentos, mas que - ao mesmo tempo - era
um anexo cuja arquitetura não se adequava totalmente ao projeto original do
complexo, embora fosse adequado aos padrões da época.Desde então a história social
do Carandiru passa a não ser nada mais que crises e rebeliões, que culminam com
os famosos massacres de 1992, quando então, as autoridades penitenciárias
amontoavam, em péssimas condições, cerca de 8 mil detentos.Um dos fatos sociais
mais conhecidos da história do presídio ocorreu em 1992, quando 111 detentos
foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo durante uma rebelião, os quais
resistiram às investidas policiais. Esse fato teve grande repercussão nacional
e internacional. A canção: “Diário de um detento”, do grupo de <b>rap</b> Racionais MC`s, versa a respeito da
vida dos detentos e sobre tudo sobre o que ficou conhecido como “o massacre do
Carandiru”. Segundo muitos presos, o número oficial está abaixo da realidade,
já que se afirma que pelo menos 250 detentos foram mortos na invasão. Vejamos a
letra do <b>rap</b>: “Diário de um
detento”, do grupo musical “Racionais MC`s:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">“<i>São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã./Aqui estou, mais um
dia./Sob o olhar sanguinário do vigia./Você não sabe como é caminhar com a
cabeça na mira de uma HK./Metralhadora alemã ou de Israel./Estraçalha ladrão
que nem papel./Na muralha, em pé, mais um cidadão José./Servindo o Estado, um
PM bom./Passa fome, metido a Charles Bronson./Ele sabe o que eu desejo./Sabe o
que eu penso./O dia tá chuvoso. O clima tá tenso./Vários tentaram fugir, eu
também quero./Mas de um a cem, a minha chance é zero./Será que Deus ouviu minha
oração?/Será que o juiz aceitou a apelação?/Mando um recado lá pro meu
irmão:/Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão./Ele ainda tá com aquela
mina./Pode crer, moleque é gente fina./Tirei um dia a menos ou um dia a mais,
sei lá.../Tanto faz, os dias são iguais./Acendo um cigarro, e vejo o dia
passar./Mato o tempo pra ele não me matar./Homem é homem, mulher é
mulher./Estuprador é diferente, né?/Toma soco toda hora, ajoelha e beija os
pés, e sangra até morrer na rua 10./Cada detento uma mãe, uma crença./Cada
crime uma sentença./Cada sentença um motivo, uma história de lágrima,/sangue,
vidas e glórias, abandono, miséria, ódio,/sofrimento, desprezo, desilusão, ação
do tempo./Misture bem essa química./Pronto: eis um novo detento/Lamentos no
corredor, na cela, no pátio./Ao redor do campo, em todos os cantos./Mas eu
conheço o sistema, meu irmão, hã.../Aqui não tem santo./Rátátátá... preciso
evitar que um safado faça minha mãe chorar./Minha palavra de honra me
protege/pra viver no país das calças bege./Tic, tac, ainda é 9h40./O relógio da
cadeia anda em câmera lenta./Ratatatá, mais um metrô vai passar./Com gente de
bem, apressada, católica./Lendo jornal, satisfeita, hipócrita./Com raiva por
dentro, a caminho do Centro./Olhando pra cá, curiosos, é lógico./Não, não é
não, não é o zoológico/Minha vida não tem tanto valor/quanto seu celular, seu
computador./Hoje, tá difícil, não saiu o sol./Hoje não tem visita, não tem futebol./Alguns
companheiros têm a mente mais fraca./Não suportam o tédio, arruma quiaca./Graças
a Deus e à Virgem Maria/.Faltam só um ano, três meses e uns dias./Tem uma cela
lá em cima fechada./Desde terça-feira ninguém abre pra nada./Só o cheiro de
morte e Pinho Sol./Um preso se enforcou com o lençol./Qual que foi? Quem sabe?
Não conta./Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta (...)/Nada deixa um homem
mais doente/que o abandono dos parentes./Aí moleque, me diz: então, cêqué o
quê?/A vaga tá lá esperando você./Pega todos seus artigos importados./Seu
currículo no crime e limpa o rabo./A vida bandida é sem futuro./Sua cara fica
branca desse lado do muro./Já ouviu falar de Lucífer?/Que veio do Inferno com
moral./Um dia... no Carandiru, não... ele é só mais um./Comendo rango azedo com
pneumonia.../Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D`Abril, Parelheiros,/Mogi,
Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela,/Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis./Ladrão
sangue bom tem moral na quebrada./Mas pro Estado é só um número, mais nada./Nove
pavilhões, sete mil homens./Que custam trezentos reais por mês, cada./Na última
visita, o neguinho veio aí./Trouxe umas frutas, Marlboro, Free.../Ligou que um
pilantra lá da área voltou./Com Kadett vermelho, placa de Salvador./Pagando de
gatão, ele xinga, ele abusa/com uma nove milímetros embaixo da blusa./Brown: ´Aí
neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá?/Lembra desse cururu que tentou me
matar?`/Blue: ´Aquele puta ganso, pilantra corno manso./Ficava muito doido e
deixava a mina só./A mina era virgem e ainda era menor./Agora faz chupeta em
troca de pó!`/Brown: ´Esses papos me incomoda./Se eu tô na rua é foda...`/Blue:
´É, o mundo roda, ele pode vir pra cá`./Brown: ´Não, já, já, meu processo tá
aí./Eu quero mudar, eu quero sair./Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não
tem pum./E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um`./Amanheceu com sol,
dois de outubro./Tudo funcionando, limpeza, jumbo./De madrugada eu senti um
calafrio./Não era do vento, não era do frio./Acertos de conta tem quase todo
dia./Tem outra logo mais, eu sabia./Lealdade é o que todo preso tenta./Conseguir
a paz, de forma violenta./Se um salafrário sacanear alguém,/leva ponto na cara
igual Frankestein/Fumaça na janela, tem fogo na cela./Fudeu, foi além, se pã!,
tem refém./Na maioria, se deixou envolver/por uns cinco ou seis que não têm
nada a perder./Dois ladrões considerados passaram a discutir./Mas não
imaginavam o que estaria por vir./Traficantes, homicidas, estelionatários./Uma
maioria de moleque primário./Era a brecha que o sistema queria./Avise o IML,
chegou o grande dia./Depende do sim ou não de um só homem./Que prefere ser
neutro pelo telefone./Ratatatá, caviar e champanhe./Fleury foi almoçar, que se
foda a minha mãe!/Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo.../quem mata mais
ladrão ganha medalha de prêmio!/O ser humano é descartável no Brasil./Como Modess
usado ou Bombril./Cadeia? Claro que o sistema não quis./Esconde o que a novela
não diz./Ratatatá! Sangue jorra como água./Do ouvido, da boca e nariz./O Senhor
é meu pastor.../perdoe o que seu filho fez./Morreu de bruços no salmo 23,sem
padre, sem repórter./sem arma, sem socorro./Vai pegar HIV na boca do cachorro./Cadáveres
no poço, no pátio interno./Adolf Hitler sorri no inferno!/O Robocop do governo
é frio, não sente pena./Só ódio e ri como a hiena./ Ratatatá, Fleury e sua
gangue vão nadar numa piscina de sangue./Mas quem vai acreditar no meu
depoimento?/Dia 3 de outubro, diário de um detento</i>”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
comandante da operação, coronel Ubiratan Guimarães, enfrentou um júri popular
em 2001 e foi condenado a seis séculos de prisão, mas recorreu e teve a
absolvição concedida em 2006, “por ter agido no exercício de seu dever”. A ação
policial teve o julgamento agendado pela Justiça de São Paulo para 28 de janeiro
de 2013 e entre os réus estão 28 dos mais de 100 policiais acusados.Em 2000 foi
criado o <b>grupo 509-E</b> no interior do
presídio. O grupo gravou dois álbuns dentro do presídio, obtendo uma vendagem
alta de cópias para o mercado brasileiro de <b>rap</b>.Colchões queimados, fotos arrancadas de revistas eróticas,
restos da última refeição. O cenário se completa com sonhos irrealizados e
poemas escritos na parede do Pavilhão 9, onde morreram 111 presos em outubro de
1992.Vinte anos após o episódio, que ficou conhecidomundialmente como “massacre
do Carandiru”, nenhuma autoridade fora condenada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
julgamento terminou com a condenação de 23 policiais militares pela morte de 13
presos, em 1992. Duas décadas depois, as versões de políticos, advogados,
ativistas e membros do Judiciário “permanecem em rota de colisão”. O Carandiru
gerou livros, filmes e músicas, mas, após 20 anos já é possível explicar o que
deu errado naquele dia.<b>Ipso facto</b>,durante
o período de desativação do Carandiru, o governo do Estado “promoveu um
concurso público para escolha do projeto arquitetônico para o Centro Cultural e
o parque”. O grupo vencedor foi o escritório do arquiteto Gian Carlo Gasperini,
o qual responsabilizou o escritório da arquiteta-paisagista Rosa GrenaKliass
com o desenvolvimento da proposta paisagística para todo o local. Do projeto de
Kliass, surgiu a ideia de dividir o projeto em três fases de implantação, cada
uma caracterizada por um perfil distinto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eteparquedajuventude.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="273" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eteparquedajuventude.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eteparquedajuventude.jpg"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_5"
o:spid="_x0000_i1027" type="#_x0000_t75" alt="Ficheiro:Eteparquedajuventude.jpg"
href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eteparquedajuventude.jpg"
style='width:424.5pt;height:215.25pt;visibility:visible;mso-wrap-style:square'
o:button="t">
<v:fill o:detectmouseclick="t"/>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\PEDROM~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.jpg"
o:title="Eteparquedajuventude"/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto: Prédio do “Parque da
Juventude”, erigido sobre a <i>memória</i>
do Carandiru.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A memória (cf. Le Goff, 1969; 1988;
1990; 1976) não é só a retenção de certo conhecimento, mas também ativadora da
imaginação, interpretação, problematização, reinvenção etc., nos quais atuam
sobre o que é recordado pelo indivíduo livremente. A memória representa a
capacidade do ser humano em conservar e relembrar mentalmente conhecimentos,
conceitos, vivências, fatos, sensações e pensamentos experimentados em tempo
anterior. A memória refere-se à retenção de habilidades adquiridas ou de
informação e em situações cotidianas, os adultos, especialmente os idosos,
podem ter algumas dificuldades de recuperação de memória.Não se trata aqui do conceito
freudiano de “posterioridade”, em alemão: <b>Nachträglichkeit</b>
ou <b>aprés-coup</b>. Segundo Freud, há a
possibilidade de transformação do passado ao se dar um novo significado às
recordações. Ao questionar os conceitos de “verdade” e de “memória”, Jacques
Derrida entendia que Freud propunha um problema filosófico de magnitude
inédita, mas que não trataremos agora. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mesmo
sendo consequência do envelhecimento, a diminuição da eficiência da memória é
também influenciada por questões como genética, fatores ambientais, vivências,
hábitos linguísticos, caráter e personalidade e, claro, em última análise do
ponto de vista da ideologia dominante em uma sociedade. Em seu livro <b>L`avenir dure longtemps</b>, o filósofo
marxista Louis Althusser refletiu sobre o fato, pretendendo reivindicar uma
espécie de “responsabilidade por seus atos” quando do assassinato de sua mulher,
HélèneRytmann, uma revolucionária de origem judaico-lituana, oito anos mais
velha, o que gerou um <b>puzzle </b>entre
seus correligionários e detratores, sobre tal responsabilidade “ser filosófica
ou real”. Althusser não foi preso, mas foi internado no Hospital Psiquiátrico
Sainte-Anne, onde permaneceu até 1983. Após esta data, ele se mudou para o
norte de Paris, onde viveu de forma reclusa, vendo poucas pessoas e não mais
trabalhando, a não ser em sua autobiografia. Louis Althusser morreu de ataque
cardíaco em 22 de outubro de 1990, aos 72 anos. A perda da memória estaria
relacionada com a degeneração dos neurônios cerebrais. E que, conforme o
indivíduo fosse envelhecendo, haveria uma perda evolutiva dessas células
nervosas, afetando assim a capacidade de memorização. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vale
lembrar que na manhã de 7 de abril de 2011, o ex-aluno Wellington Menezes de
Oliveira, de 24 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira no bairro de
Realengo, na cidade do Rio de Janeiro,e atirou indiscriminadamente, contra
crianças e adolescentes que se encontravam em salas de aula, matando dez
meninas e dois meninos e ferindo outras vinte crianças. As crianças e os
adolescentes que fugiram enquanto o assassino recarregava suas armas
encontraram o sargento da polícia militar Márcio Alexandre Alves, que fazia
fiscalização de trânsito perto da escola. O sargento, ao chegar à escola ao som
de tiros, encontrou o criminoso saindo da sala onde baleara fatalmente oito
crianças, e efetuou dois disparos de arma longa, um dos quais atingiu o
assassino no abdômen. Ao cair, na escada que leva ao andar superior da escola,
Wellington disparou contra a própria cabeça, concretizando o suicídio. O evento
causou comoção nacional e repercutiu rapidamente em noticiários internacionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Do ponto de vista igualmente da <i>representação</i> da “tragédia”, do grego
antigo <b>τραγδία</b>, composto <b>de τράγος</b> “bode” e <b>δή</b> “canto”,é uma forma de drama, que se caracteriza pela sua
seriedade e dignidade, frequentemente envolvendo um conflito individual ou
coletivo entre uma personagem e algum poder de instância maior, como a lei, os
deuses, o destino ou a sociedade. Suas origens são obscuras, mas é certamente
derivada da rica poética e tradição religiosa da Grécia Antiga. Suas raízes
podem ser rastreadas mais especificamente nos ditirambos, os cantos e dança em
honra ao deus grego Dionísio, para lembramos de Friedrich Nietzsche, conhecido
entre os romanos como Baco. Dizia-se que estas apresentações etilizadas e
extáticas foram criadas pelos sátiros, seres meio bodes que cercavam Dionísio
em suas orgias, e as palavras gregas <b>τράγος</b>,
tragos, (bode) e <b>δή</b>, <b>odé</b>, (canto) foram combinadas na
palavra <b>tragoidia</b> (algo como
“canções dos bodes”), da qual a palavra “tragédia” é derivada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Do ponto de vista da análise teórica
“assassínio em massa” ou “assassinato em massa”, também chamado de “massacre”,
é o ato de assassinar, simultaneamente ou em curto período de tempo, um grande
número de pessoas. Pode ser cometido por indivíduos ou organizações. Esse termo
também pode ser aplicado aos “assassinos em série” (cf. Braga, 2006; 2011;
Braga, 2012a; 2012b), que levam muitas vítimas à morte, mas não necessariamente
ao mesmo tempo.Os maiores assassínios em massa da história têm se confundido
com o genocídio, baseados frequentemente em conceitos étnicos ou religiosos. O
termo genocídio acabou se generalizando, mesmo que o massacre não tenha se
dirigido a grupos em particular (o que o caracterizaria).Fora de algum contexto
político, o termo “assassínio em massa” se refere ao ato de matar grande número
de pessoas ao mesmo tempo. Os exemplos incluiriam disparar uma arma de fogo
contra uma multidão, ou incendiar um local com grande concentração de pessoas.A
maior parte dos que cometem assassínios em massa se situam em três categorias:
a) aniquiladores de famílias; b) indivíduos com problemas mentais, onde casos
nos EUA são exemplares; c) trabalhadores contrariados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A morte injusta de um grande número
de civis e prisioneiros de guerra também é chamada:“crime de guerra” e
inclusive pode ser denominado genocídio se estiver presente a motivação étnica
assim como aconteceu com a desagregação da Iugoslávia, durante a colonização
dos norte-americanos e a morte de milhares ou possivelmente milhões de hindus e
islâmicos pelas forças armadas do Paquistão em 1971. Outro exemplo horroroso é
o assassinato de mais de 4000 seres humanos sob as ordens de Augusto Pinochet
Ugarte no Chile nas décadas de 1970 e 1980 e começo da década de 1990, todos
impunes. Vale ressaltar também o “Massacre de MyLai”, durante a Guerra do
Vietnã onde soldados norte-americanos massacraram, em 1968, civis, dentre, em
sua maioria, crianças, mulheres e nem animais foram poupados. Em 1965, os
Estados Unidos enviaram tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul, que
se mostrava incapaz de debelar o movimento insurgente de nacionalistas e
comunistas, que se haviam juntado na Frente Nacional para a Libertação do
Vietname (FNL). Entretanto, apesar de seu imenso poder militar e econômico, os
norte-americanos falharam em seus objetivos, sendo obrigados a se retirarem do
país em 1973 e dois anos depois o Vietnã foi reunificado sob o governo
socialista, tornando-se oficialmente, em 1976, a República Socialista do
Vietnã. Os mandantes do massacre receberam apoio do então presidente Richard
Nixon e apenas um foi condenado e teve sua pena abrandada. Foi um dos maiores
massacres em guerras na história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Existem vários significados
atribuídos à palavra “Carandiru”, de origem tupi-guarani. Combinação de “carandá
+ “iru”, alguns pesquisadores da historiografia defendem a tese de que ela
poderia significar “abelha da carnaúba”. Outros dizem que seria “um recipiente
feito de carandá” (carnaúba). Há quem diga que através dos anos mediante o
processo social e político de degradação humana seu significado passou a ser
“onde os ratos são dilacerados” ou, então, do ponto de vista da cultura “prisão
indígena similar à senzala dos negros”. Em 1967, a pesquisadora Maria da Penha
investigou a história social do bairro de Santana e constatou que, no local
onde se situava o sistema prisional Carandiru, existiu “uma fazenda com
resíduos preservados de uma senzala”. Enfim, seja qual for a etimologia da
palavra, todas elas de uma forma ou de outra se referem à violência concreta de
um sistema falido operacionalmente, sendo que o cinema já se incumbiu de
modificá-la, vendendo para o mundo inteiro Carandiru “como sinônimo de inferno”,
mas deveriam acrescentar:lembra Dante Alighieri (1265-1321), escritor, poeta e
político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana,
definido como “ilsommo poeta”, quando afirma: “vencer a crueldade que em prisão
me exila do redil onde, cordeiro, dormi, oposto aos lobos que o atacam” (“vinca
lacrudeltàchefuor mi serra delbelloovileov`io dormi' agnello, nimico ai lupiche
li danno guerra”). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Mal pondo os pés na Itália, o
imperador Henrique VII recebeu uma carta, curta, mas bajulatória, datada de 18
de abril de 1311. Nela o autor, um poeta esplêndido, depois de chamá-lo de
sucessor de César e de Augusto e, em versos, comentar que “o verdadeiro limite
do seu império era o oceano e o limite da sua fama as estrelas”, tomava a
liberdade de censurar o monarca na sua demora em pôr sítio a Florença. A
missiva era de Dante Alighieri que, quase sempre, se assinava como “florentino
injustamente desterrado”, que se encontrava banido da sua cidade natal desde
1302. Seu partido, o partido branco, havia sido expulso pelo partido rival, dos
negros, o partido guelfo, favorável ao poder papel e hostil ao do imperador.
Desgostoso com o longo exílio imposto que, como disse no célebre verso do
Paraíso: “Tu proverai si come sadisalelo pane altrui, e come è duro calleloscendere
e I'salir per altruiscale” (XVIII, 58), isto é: “onde se prova como é salgado o
pão alheio e como é duro o caminho de subir e descer pelas escadas dos outros”,
Dante apressava o imperador. Que deixasse de lado o cerco às pequenas cidades
rebeladas da Lombardia e se lançasse logo sobre aquela que, às ocultas,
fomentava insubordinação – “a víbora que morde as entranhas da própria mãe” –
“a perversa e ímpia Mirra” - a cidade de Florença. Dante e os guelfos brancos,
“gibelinos” escondidos, como se chamavam os seguidores do poder imperial, eram
uns reacionários empedernidos, representava, segundo Carducci,
“ilpopolovecchio”, ruínas sócio humanas do velho patriciado dos tempos antigos
que ainda sobreviviam espalhados pela Itália como se Roma não tivesse
sucumbido. Como consequência não aceitava a hegemonia do Papa sobre as cidades
italianas, afirmando que as intromissões da Cúria no universo da política não
passavam de puras usurpações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Depois de 46 anos de existência, quase
metade deles sob a promessa de desativação, o maior símbolo do fracasso do
sistema prisional brasileiro finalmente começa a desaparecer. Três pavilhões da
Casa de Detenção, no complexo do Carandiru, zona norte de São Paulo, vem abaixo
para virar entulho às 11h do dia 08 de agosto de 2012.A história de mortes,
rebeliões, fugas e do chamado massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, aparentemente
começa a mudar, segundo o governo do Estado, com o uso de 250 quilos de
explosivos (foto). Construído em 1956, pelo então prefeito Jânio Quadros (cf.
Braga, 2012), a Casa de Detenção “virou um modelo obsoleto e caro”. Nas últimas
contabilidades, “quando a população ainda ultrapassava 7.000 presos, as
instalações velhas geravam um custo só de água e energia elétrica de R$ 18
milhões ao ano”.Segundo a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária,
nunca se fez o cálculo do custo do preso da Casa de Detenção em relação aos
outros presídios. Porém, segundo a secretaria, “era bem maior que a média atual
de R$ 660 mensais gastos por preso em regime fechado”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/4/138514/brasil-carandiru-20130409-04-size-620.jpg?1365541228" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/4/138514/brasil-carandiru-20130409-04-size-620.jpg?1365541228" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Etnograficamente na plateia
montada para assistir a implosão de hoje, ao lado do palanque para as
autoridades, está reservado um espaço para quem diz ter até saudade da rotina
do que foi o maior presídio da América Latina. Entre eles, funcionários que
trabalharam décadas e até mesmo nasceram dentro da Casa de Detenção. José
Francisco dos Santos, 58, mais conhecido como Chiquinho da Detenção, passou os
últimos 22 anos no complexo, trabalhando no setor administrativo. Ele
presenciou -e foi refém- de inúmeras rebeliões e participou de episódios que
ele mesmo divide entre “felizes”, “tristes” e “engraçados”. Entre as histórias
engraçadas, Santos conta que, uma vez, um dos presos que teve o maior número de
entradas e saídas do presídio -foram 18 no total- chegou a implorar, de
joelhos, para que não o tirassem de dentro da Casa de Detenção. – “Olha, em
todos esses anos, vimos de tudo. Vou sentir falta, mas acho que estava mesmo na
hora de acabar”, afirma Chiquinho, que trabalhou “no arquivamento das fichas
dos presos”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://f.i.bol.com.br/2012/06/26/wagner-moura-como-o-traficante-zico-personagem-do-longa-carandiru-de-hector-babenco-2003-1340754259764_758x500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="http://f.i.bol.com.br/2012/06/26/wagner-moura-como-o-traficante-zico-personagem-do-longa-carandiru-de-hector-babenco-2003-1340754259764_758x500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Foto:
representação do “Carandiru” de Hector Babenco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Há dez anos, a casa de Detenção de
São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru, derrubava grande parte de
seus pavilhões e encerrava a história de um dos presídios mais polêmicos da
América Latina. Para estimular a reflexão sobre o impacto do acontecimento na
capital paulista, o SESC Santana promove nos dias 13 e 27, duas sessões
cinematográficas com títulos que mergulham na complexidade do presídio pela
programação do evento “Vestígios do Carandiru”. Melhor dizendo: “Impressões da
Memória” é tema de mostra no SESC Vila Mariana. Além da mostra, a programação
da unidade também contará com exposição, oficinas e <b>workshops</b> de fotografia, intervenções artísticas entre outras
iniciativas que discutem o tema.Baseado no livro “Estação Carandiru”, de
Drauzio Varella, o longa-metragem narra a história de um médico (Luiz Carlos
Vasconcelos), que se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no
maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade
atrás das grades, que inclui violência, superlotação das celas e instalações
precárias. Porém, apesar de todos os problemas sociais, o médico logo percebe
que os prisioneiros não são figuras demoníacas, existindo dentro da prisão “solidariedade
orgânica”, para lembramos de Emile Durhheim, organização e uma grande vontade
de viver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
laços que o agente Paulo Sérgio de Almeida Braga, 44, mantém com o complexo são
familiares. Seus avós trabalhavam no local como agentes. Seu pai e sua mãe se
conheceram -e se casaram- dentro do presídio.E ele, como os outros irmãos,
nasceu no local e, seguindo a <i>vocação</i>
da família, também prestou concurso para agente penitenciário aos 19 anos. Mas
só foi trabalhar no Carandiru em 1999. – “Meu pai levava a gente para cortar o
cabelo, almoçar com os detentos, os ver jogarem bola. Uma vez, até sentei do
lado da Luz Vermelha, e minha mãe trabalhou com o Chico Picadinho”, afirma,
relacionando nomes de bandidos famosos. Álvaro Alberto Moreira, 53, e agente
penitenciário desde 1977, conta que sentirá saudade principalmente das festas
de final de ano, tempo em que a cadeia ficava normal, “como os próprios
detentos definiam”.O espetáculo que tanto saudosos quanto críticos da Casa de
Detençãoassistiram durou apenas 7 segundos, de acordo com Manoel Dias, engenheiro
responsável pela implosão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
isolamento do local começou às 7h, quando o trânsito nas avenidas Cruzeiro do
Sul, general Pedro Leon Schneider e general Ataliba Leonel e na Rua Antônio dos
Santos Neto fora interrompido. O tráfego só fora liberado às 13horas. Os trens
foram parados nas estações Santana e Tietê dez minutos antes da implosão.
Segundo a Defesa Civil, 131 moradores foram retirados de suas casas durante a
implosão. – “Não podemos garantir 100%. Mas houve muito planejamento e todos os
cuidados foram tomados”, afirmou Dias. IranildeJulioti dos Santos, 27, recebeu
a carta da Defesa Civil notificando da retirada na sexta-feira da semana
passada. “Ela teme que os túneis cavados pelos presos provoquem problemas na
estrutura de sua casa no momento da implosão”.Mesmo os moradores que não terão
de deixar suas casas estão com medo de que a operação danifique os imóveis. – “Aqui
embaixo deve estar tudo esburacado. Não vou ficar em casa não”, disse Adriana
Nascimento da Silva, 23. O engenheiro disse que não devem ocorrer problemas.
Mesmo assim, sismógrafos foram colocados para medir a intensidade da implosão e
verificar possíveis danos nas proximidades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em
cima das camas vazias das celas, cartas recebidas e outras jamais enviadas
foram abandonadas. Abertas, jogadas por todos os lados, todas trazem relatos de
dor, desespero e amor pelos familiares distantes. Letras de música baseadas na
vida atrás das grades ou na realidade de quem vive rodeado pelo crime. Trecho 1
– “Minha condição é sinistra, não posso dar <b>rolé</b>(sic). Não posso dar bobeira na pista. Na vida que eu levo eu
não posso brincar, eu carrego uma 9 e uma HK”, diz um dos papéis jogados no
chão, citando a letra de “Soldado do Morro” do <b>rapper</b> MV Bill, que mora na Cidade de Deus, no Rio de
Janeiro.Trecho 2 – “Meu amor, espero que esta te encontre bem de saúde e em paz
com Deus. Por aqui as coisas não estão fáceis”. Assim começa uma das cartas
jogadas ao chão. Na sequência, a mulher do detento fala de uma mulher da
família, que saiu de casa para ir ao médico e não voltou mais. – “Da dó do
João, que é muito pequeno ainda. A vó faz comida para ele...”. Comenta também,
no vocabulário dos presos, sobre dinheiro. – “Quando a gente levou a jumbada
para você, não compramos cigarros, porque não tinha dinheiro”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na
gíria da prisão, a “jumbada” se refere às entregas de comida e produtos de
higiene que as famílias costumam levar em sacolas para os presos. Depois, pede
cuidado ao marido, que estava devendo dinheiro a outro preso. – “Você está
devendo aí. Vê se não se mete em encrenca”. Trecho 3 - Ao desejar saúde e paz a
um conhecido preso, uma mulher completa: - “Sei que é difícil desejar isso para
uma pessoa que se encontra desse lado”. Também fala sobre o futuro e de planos
para uma vida nova fora das grades. – “Quero que termine seus estudos e consiga
um trabalho legal, onde conheça pessoas legais também. Sei que pra você isso
pode parecer um sonho, mas sei que quando a gente corre atrás dos nossos objetivos,
uma hora a gente consegue”. Trecho 4 - Alguns enviam conselhos sobre como
aguentar a vida na prisão. – “Sobre a sua cadeia, fica irmão. Logo mais você
está na rua”, escreve um tio em regime semiaberto a um sobrinho ainda preso.
Manda lembranças a outros companheiros da prisão e termina: - “Para todos do
sofrimento, mais uma vez fica com Deus”. - Ex-detento: Durante a visita ao
presídio, a reportagem encontrou J.S., 33, que ficou preso durante 17 anos, 5
deles no Pavilhão 9, condenado por assalto a mão armada. Testemunha do massacre
de 1992, ele descreveu algumas das cenas que presenciou durante a rebelião. – “Todo
mundo que morava neste quarto morreu”, disse, apontando o cômodo vizinho ao que
ele mesmo ocupava, junto com mais sete presos. – “São coisas que eu nunca vou
esquecer”.Os nomes citados na reportagem foram “trocados” para preservar a
privacidade dos envolvidos, como se houvesse neutralidade no jornalismo
brasileiro e de resto no mundo ocidental!Bibliografia geral consultada:<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Filme</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">: “Carandiru” (Brasil, 2003, 148′, dir.: Hector Babenco);
TORRES, Maria Cecília Teixeira Mendes, “Bairro de Santana, Prefeitura de São
Paulo, Departamento de Cultura, 1970”. In: <b>Meu
Cinema Brasileiro: Carandiru</b>. Acesso em 13/07/2009; Artigo: “Carandiru tem
fim com implosão hoje às 11h”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Cartas de
presos e familiares mostram dor dentro e fora do Carandiru”. Disponível no
site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Massacre
do Carandiru, que deixou 111 mortos, completa 10 anos”. Disponível no site </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Vestígios
do Carandiru relembra 10 anos da implosão do presídio”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://catracalivre.com.br/sp/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://catracalivre.com.br/sp/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Massacre
do Carandiru, após 20 anos”. Disponível no site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/carandiru/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/carandiru/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Artigo: “Veja
frases do júri que condenou 23 PMs pelo massacre do Carandiru”. Disponível no
site: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/04/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/04/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; RODRIGUES, Nina, <i>As Coletividades Anormais</i>. Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira, 1939;LE GOFF, Jacques, <i>La
CivilizacióndelOccidente Medieval</i>. 1ª edición. Barcelona: Editorial
Juventud, 1969; Idem, <i>Por amor às
cidades: conversações com Jean Lebrun</i>.
2ª edição. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1988; Idem, <i>História e Memória</i>. 2ª edição. São
Paulo: UNICAMP, 1990; Idem & NORA, Pierre, <i>História – Novas Abordagens</i>. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976;
BRAGA, Ubiracy de Souza, “Rebeliões da Cidade”. In: <b>Jornal O Povo</b>. Fortaleza, 27 de maio de 2006; Idem, “Jânio Quadros
renunciou há 50 anos. História & Memória”. Disponível em: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/27/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/27/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Terrorismo
de Estado”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://alaninet.org/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://alaninet.org</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Massacre de
Eldorado dos Carajás: 15 anos de impunidade”. : </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://espacoacademico.wordpress.com/2011/04/30/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://espacoacademico.wordpress.com/2011/04/30/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “<b>Serial Killers</b> brasileiros: origem e
significado da <b>tragoidia</b>”. In: </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span class="MsoHyperlink"><span style="font-size: 12.0pt;">http://espacoacademico.
com/2011/04/13/</span></span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; Idem, “Os AIE revividos. O <b>presentperfect</b> de Louis Althusser”. In:
</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="http://www.oreconcavo.com.br/2012/01/05/"><span style="font-size: 12.0pt;">http://www.oreconcavo.com.br/2012/01/05/</span></a></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">; FOUCAULT, Michel<i>, Eu Pierre Rivière, que matei minha mãe,
minha irmã e meu irmão.</i> Rio de Janeiro: Graal, 1983;MARTINS, José de Souza,
“Marx na nova encíclica do Papa”. In: <b>Jornal
O Estado de São Paulo</b>, 22 de janeiro de 2008; entre outros. <o:p></o:p></span></div>
</div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-37774533875950789102013-08-03T12:52:00.000-03:002013-08-03T12:52:00.600-03:00CASAL NORMAL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/QgIrUIgdT-w" width="560"></iframe></div>
Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3492238349240968978.post-2761460234120738242013-08-01T11:08:00.000-03:002013-08-01T11:08:16.818-03:00Instituto Agropolos abre cadastro de reserva para 170 técnicos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<header style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; resize: none;"><h2 style="font-family: OptimaLTStdMedium, 'Myriad Pro', sans-serif; font-size: 22px; font-weight: 100; line-height: 25px; list-style-type: none; margin: 20px 0px; padding: 0px; resize: none;">
<br /></h2>
</header><div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; list-style-type: none; margin-bottom: 20px; padding: 0px; resize: none;">
<span style="color: black; list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; resize: none; text-decoration: none;">(<a href="http://www.institutoagropolos.org.br/img/uploads/arquivos/editalcada_300720131864537759.pdf" style="list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; resize: none; text-decoration: none;">Baixe aqui o edital</a>)</span></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; list-style-type: none; margin-bottom: 20px; padding: 0px; resize: none;">
<span style="color: black; list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; resize: none; text-decoration: none;">(<a href="http://www.institutoagropolos.org.br/img/uploads/arquivos/modeloedit_30072013537053799.doc" style="list-style-type: none; margin: 0px; padding: 0px; resize: none; text-decoration: none;">Baixe aqui o modelo de currículo e ficha de inscrição</a>)</span></div>
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Pedro Mourãohttp://www.blogger.com/profile/12614830009073065017noreply@blogger.com0