sábado, 27 de julho de 2013

Como fazer seu registro profissional de sociólogo

http://www.cafecomsociologia.com/2013/07/como-fazer-seu-registro-profissional-de.html

Por Roniel Sampaio Silva


Todas as profissões regulamentadas por lei e as que estão vinculadas ao Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO), as quais  ainda não dispõe de conselho profissional podem ser objeto de registro profissional junto à Delegacia Regional do Trabalho,
orgão competente para atuar nesses casos. 

Em alguns destes casos, o registro profissional é requisito obrigatório para que o profissional possa gozar das prerrogativas legais do exercício da profissão, dependendo da legislação profissional específica.


Quem pode fazer?

No nosso caso, a profissão de sociólogo é regulamentada pela Lei Nº. 6.888/80 e Decreto Nº. 89.531/84. A regra geral é que apenas os bachareis em Ciências Sociais ou Bacharéis em Sociologia pode se registrar. No entando, a legislação dá vazão para o registro de profissionais que já atuavam antes da legislação. 


Quais as vantagens?

Do ponto de vista individual, você se resguarda da comprovação legal da sua habilitação profissional para exercer qualquer atividade prevista em lei, de modo a dificultar que outros profissionais exerçam a profissão irregularmente.Em muitos concursos, o registro é requisito básico para a assumir o cargo público.
Do ponto de vista coletivo é uma maneira de prestar informações ao Estado de quem são os profissionais formados e interessados em atuar na sua área de formação.


Como fazer?
Basicamente existem duas formas:
1- Presencialmente, portando a seguinte documentação:

     a) Duas cópias do requerimento devidamente preenchidas (acesse aqui)

     b)Cópia e original da cédula de identidade

     c) Cópia e original do CPF

     d) Cópia e original da Carteira da Trabalho (CTPS) 

     e) Cópia e original do comprovante de residência atualizado

     f) Cópia e original do diploma de Bacharel em Ciências sociais ou Bacharel em Sociologia

Entregue no setor de registro profissional da Delegacia Regional do Trabalho.

2- Virtualmente 

Informações detalhadas aqui


Resultado

Ao final de todo processo,em aproximadamente 15 dias, você terá um selo na sua carteira de trabalho com o número de registro profissional.


Considerações finais

Há apenas regulamentação profissional legal para registro de sociólogo. Desconheço o registro para cientista social ou cientista político ou antropólogo. Embora esses dois últimos estejam no CBO, não há lei que regulamente seus exercícios profissionais ainda.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

DOCUMENTÁRIO MASSAFEIRA 30 ANOS

Documentário sobre o Movimento Massafeira Livre realizado coletivamente por mais de 400 (quatrocentos) artistas em Fortaleza / Ceará, em 1979 e 1980. A direção do Documentário foi realizada por Ednardo e Julia Limaverde durante as comemorações dos 30 Anos de Massafeira Livre, com a colaboração de diversos participantes.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Medicina, a Política e o Brasil.

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                                                                          Ubiracy de Souza Braga* 
      

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Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.


A medicina cria pessoas doentes, a matemática, pessoas tristes, e a teologia, pecadores”. Martinho Lutero




            Escólio: Medicina, derivada do latim:ars medicina, significa “a arte da cura”. O conceito de Medicina tradicional refere-se a práticas, abordagens e conhecimentos, -incorporando conceitos materiais e mentais - , técnicas manuais e exercícios, aplicados individualmente ou combinados, a indivíduos ou a coletividades, de maneira a tratar, diagnosticar e prevenir doenças, ou visando a manter o bem-estar social.A atual prática da medicina utiliza em seu favor conhecimentos obtidos por diversas ciências, por exemplo, biologia, química, física, antropologia, epidemiologia. Trata-se, na verdade, de várias ligações das ciências relacionadas à saúde. Em um conceito estrito, a Medicina busca a saúde por meio de estudos (propedêutica médica), diagnóstico e tratamento das diversas patologias, e no conceito mais amplo, aliviar o sofrimento e manter o bem-estar global. De modo geral, a medicina engloba os campos de clínica médica, cirurgia, pediatria, tocoginecologia e saúde pública.
            A saúde pública é a disciplina que trata da proteção da saúde a nível populacional. Neste sentido, procura melhorar as condições de saúde das comunidades através da promoção de estilos de vida saudáveis, das campanhas de sensibilização, da educação e da investigação. Para tal, conta com a participação de especialistas em medicina, biologia, enfermagem, sociologia, estatística, veterinária e outras ciências e áreas. O desenvolvimento da saúde pública depende dos governos, que elaboram diversos programas de saúde para obedecer aos respectivos objetivos. Das várias funções da saúde pública, destacam-se a prevenção epidêmico-patológica (com vacinações massivas e gratuitas), a proteção sanitária (controlo do meio ambiente e da contaminação), a promoção sanitária (através da educação) e a restauração sanitária (para recuperar a saúde). Os organismos de saúde pública devem avaliar as necessidades de saúde da população, investigar o surgimento de riscos para a saúde e analisar os determinantes de tais riscos. De acordo com o que for detectado, devem estabelecer as prioridades e desenvolver programas e planos que permitam responder a essas necessidades.Ao depender do Estado, a saúde pública não deve fazer quaisquer descriminações entre os habitantes de uma mesma região.

Saúde: Símbolo mais importante de nosso planeta, nossa casa.
            A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença; sem dúvida, a definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde: “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.Quando a Organização Mundial da Saúde foi criada, pouco após o fim da Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação em traçar uma definição positiva de saúde, que incluiria fatores como alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde e etc. O “bem-estar social” da definição veio de uma preocupação com a devastação causada pela guerra, assim como de um otimismo em relação à paz mundial - a Guerra Fria ainda não tinha começado. A OMS foi ainda a primeira organização internacional de saúde a considerar-se responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. A definição adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde então. Definir a saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a saúde seja algo ideal, inatingível, e assim a definição não pode ser usada como meta pelos serviços de saúde. Alguns afirmam ainda que a definição teria possibilitado uma medicalização da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde.Por outro lado, a definição utópica de saúde é útil como um horizonte para os serviços de saúde por estimular a priorização das ações. A definição pouco restritiva dá liberdade necessária para ações em todos os níveis da organização social.
            De acordo com a OMS, os principais determinantes da saúde incluem o ambiente social e econômico, o ambiente físico e as características e comportamentos individuais da pessoa. Em geral, o contexto em que um indivíduo vive é de grande importância na sua qualidade de vida e em seu estado de saúde. O ambiente social e econômico são fatores essenciais na determinação do estado de saúde dos indivíduos dado o fato de que altos níveis educacionais estão relacionados com um alto padrão de vida, bem como uma maior renda. Geralmente, as pessoas que terminam o ensino superior têm maior probabilidade de conseguir um emprego melhor e, portanto, são menos propensas ao estresse em comparação com indivíduos com baixa escolaridade. O ambiente físico é talvez o fator mais importante que deve ser considerado na classificação do estado de saúde de um indivíduo. Isso inclui fatores como água e ar limpos, casas, comunidades e estradas seguras, todos contribuindo para a boa saúde. A percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto às crenças sobre o que traz ou retira a saúde.
Hipócrates é considerado o pai da medicina. Considera-se que viveu entre 460 a 377 a.C. e deixou um legado ético e moral válido até hoje. Precursor do pensamento científico procurava detalhes minudentes nas doenças de seus pacientes para chegar a um diagnóstico, utilizando explicações sobrenaturais, devido à limitação nas técnicas deinterpretação do conhecimento da época. Ainda antes da era cristã, Asclepíades de Bitínia tentou conciliar o atomismo de Leucipo e Demócrito com a prática médica. No primeiro século de era cristã, Cláudio Galeno, outro médico grego, deu contribuições substanciais, baseado em dissecções de animais, para o desenvolvimento da medicina. Na Idade Média os religiosos assumiram o controle da arte de curar (ars medicina)através de medicamentos e deixaram para os barbeiros, que já lidavam com a navalha, a arte de drenar abscessos e retirar pequenas imperfeições do pênis.
A formação de secreções purulentas era considerada normal e saudável. Em 1865, Louis Pasteur teorizou que as infecções eram causadas por seres vivos. Foi ele o inventor do processo de pasteurização, muito utilizado no leite. Lister, em 1865, aplicou pela primeira vez uma solução antisséptica em um paciente com fraturas complexas, com efeito profilático na infecção. Iniciou-se uma nova era. Em 1928 Alexander Fleming descobriu a penicilina ao observar que as colônias de bactérias não cresciam próximo ao mofo de algumas placas de cultura. Surge uma nova era: a dos antibióticos, que permitiu aos médicos curar infecções consideradas mortais. A evolução desde então não parou. A eterna luta do homem contra a morte entrou em uma nova etapa, cada vez mais moderna e cara do ponto de vista da cura.
            A Academia Nacional de Medicina é uma instituição médica centenária, fundada no Brasil em 1829, pelo Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles sob o nome de Sociedade de Medicina. Posteriormente foi chamada Academia Imperial de Medicina. Recentemente fora presidida pelo Dr. Neves Manta. Há 100 membros titulares que ingressam na instituição mediante apresentação de teses científicas. Numa de suas dependências, um pequeno Museu mostra, por exemplo, o primeiro estetoscópio chegado ao Brasil. Até o século XIX floresciam curandeiros, alguns charlatães, feiticeiros. O primeiro médico prático do Rio de Janeiro foi Aleixo Manuel, o velho, em meados do século XVII. Os caboclos empregavam a vaga medicina dos pajés e os negros, seus amuletos e ervas. Em certas ruas, barbeiros apregoavam drogas, faziam sangrias. Não havia Faculdade de Medicina e os cariocas que desejavam curar seus semelhantes, sem alternativas, eram obrigados a ir estudar na Coimbra seiscentista.
A medicina do tempo do Primeiro Reinado, embora D. João VI tivesse trazido alguns bons médicos para o Rio de Janeiro, era do “tipo caseiro”: rodelinhas de limão nas frontes para enxaquecas, suadouros de sabugueiro e quina, para as febres: cataplasmas contra as asmas: antipirina para as dores de cabeça; banhos de malva para as dores nas cadeiras; um “cordial” contra a insônia e, para os loucos, o Hospício, na Praia Vermelha.O Rio de Janeiro foi sempre no tempo colonial um verdadeiro “campo experimental” para remédios, tal sua quantidade. Além de serem imitados os de Portugal, havia especialidades indígenas ou africanas. Na Farmacopeia de Vigier, de 1766, são anotados: para a sífilis, carne de víbora em pó; para a tuberculose pulmonar ou “chaga de bofe”, açúcar rosado com leite de jumenta ou cabra; para a verminose, raspas de chifre de veado; para a calvície, pomada de gordura humana retirada dos enforcados; nas anginas, pescoço de galo torrado e pulverizado; para panarícios, pasta de minhocas; havia chás feitos com excrementos de gatos e cães, percevejos, urina, carne e pele de sapos e lagartixas. Uma emulsão conhecida como “da castidade” era dada a padres e freiras como antiafrodisíaco: levava água de alface, rosas e sementes de papoulas.
            

            Após abrir os portos do Brasil às nações ditas amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia (Atual UFBA) e deu início ao ensino da medicina no país. A Faculdade de Medicina da UFRJ foi criada pelo príncipe regente D. João, por Carta Régia, assinada em 5 de novembro de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia e instalada no Hospital Militar do Morro do Castelo. A interiorização do ensino da medicina começou somente em 1950 quando foi fundada a primeira faculdade de medicina do interior do Brasil, a Faculdade de Medicina de Sorocaba da PUC-SP. Em 13 de junho de 1954 o diretor do Instituto Brasileiro de História da Medicina plantou no Jardim Botânico do Rio de Janeiro uma muda “vinda da árvore de Hipócrates”, multimilenária, que ainda existe na ilha de Cós, na Grécia.
            O tempo em média de formação em Medicina é de 6 anos. Após formar-se médico, pode-se fazer especialização ou uma residência médica que irá depender da especialidade e subespecialidade que optar. Para entrar em um programa de residência médica, o médico deve ser aprovado e classificado em concurso de âmbito internacional e, devido ao grande número de médicos que se formam a cada ano, vem aumentando o número de profissionais que conseguem ser aprovados neste concurso. Estes médicos acabam optando por fazer especialização em curso normal de pós-graduação, que muitas vezes não apresentam o mesmo nível de qualidade exigido para um programa de Residência.O médico, quando nos últimos anos da Faculdade de Medicina, realiza internato hospitalar em diversas áreas como clínica médica, cirurgia geral, pediatria e ginecologia e obstetrícia. Em algumas faculdades brasileiras já foi introduzido também o internato obrigatório em saúde coletiva, com estágios em medicina preventiva e social e medicina de família e comunidade.

            De acordo com Leite (2013):
            No Brasil, o serviço público, que precisa cobrir perto de dois terços da população, recebe 45% do total destinado à saúde. A outra parcela, destinada àquele um terço que reside no topo da pirâmide, recebe mais da metade dos recursos de saúde. Os gastos privados com saúde, como se sabe, são 100% dedutíveis do imposto de renda. Isso explica dois problemas conhecidos: a) o estrangulamento progressivo do serviço público e, b) a asfixia do orçamento da classe media com seus planos de saúde, que vão se tornando impagáveis na medida em que o cliente necessita deles de verdade. Quem presta atenção nos dados globais pode concluir que se aplica ao Brasil uma situação semelhante à que ocorre no debate sobre o plano de saúde de Barack Obama nos Estados Unidos. Claro que há diferenças imensas entre os dois casos. Mas, no plano das ideias políticas, ocorreu, lá, um confronto semelhante ao que se passa aqui. Comentando o conflito político entre Barack Obama e a oposição republicana, o jornal US Today afirmou em editorial: “Depois de envenenar o debate, os republicanos dizem que o plano está doente”. O jornal se refere ao comportamento republicano de denunciar o intervencionismo estatal - chamado de fascismo, segundo línguas mais delirantes – para combater a proposta de Obama. Criaram vários problemas para impedir o sucesso do plano nas votações no Congresso e, depois, argumentam que não pode funcionar - por causa dessas modificações. O veneno destilado no Brasil teve origem na oposição e também envolvia o papel do Estado.
Cerca de 2 mil médicos e estudantes de Medicina fizeram uma manifestação estes dias, em Belo Horizonte (foto), como de resto no Brasil. Entre as principais reivindicações, eles pedem pela “não contratação de profissionais da área de fora do País sem a revalidação do diploma feita pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos e por mais estrutura nos locais de trabalho”. A passeata iniciou por volta das 16h, na região hospitalar, no centro de Belo Horizonte, e se estendeu pela Praça 7, no coração da capital mineira, onde cantaram o Hino Nacional. Depois, os manifestantes partiram para o plenário da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), para uma assembleia e discutiram os rumos dos protestos da categoria.Com 30 anos de medicina, por exemplo, Regina Souza Santos, explica “que a revolta com a proposta do governo federal de trazer médicos de fora lhe levou às ruas”.     
            Vale lembrar queapós abrir os portos do Brasil às chamadas “nações amigas” (cf. Aguiar, 1960), D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, atual Universidade Federal da Bahia - UFBA, e deu início por decreto ao ensino da medicina no país. No mesmo ano, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ foi criada pelo príncipe regente D. João, por Carta Régia, ou seja, também por decreto, assinada no dia 5 de novembro de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia, e instalada. Assim, desde a sua progênie a desigualdade social na distribuição de médicos no Brasil acompanha outros abismos sociais existentes no país, como é o caso dos professores universitários e o significado da universidade brasileira para o 3º Milênio.
Outros cursos universitários foram ainda criados, na Bahia e no Rio de Janeiro, todos eles marcados pela mesma preocupação pragmática (cf. Braga, 2003; 2009) de criar uma infraestrutura que garantisse a sobrevivência da Corte na colônia, tornada Reino-Unido. Na Bahia, a cadeira de economia (1808), e os cursos de agricultura (1812), de química (1817) e de desenho técnico (1817). No Rio de Janeiro, o laboratório de química (1812) e o curso de agricultura (1814). Alguns cursos avulsos foram ainda criados em Pernambuco, em 1809 (matemática superior), em Vila Rica, em 1817 (desenho e história), e em Paracatu, Minas Gerais, em 1821 (retórica e filosofia), “visando suprir lacunas do ensino ministrado nas aulas régias”. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, criada em 1816, no seu plano original também estava marcada pela preocupação com a formação técnica.
Como na vida privada se diferencia o que um homem pensa e diz de si mesmo do que é e faz, na história política devem-se distinguir mais ainda as fases e as fantasias de sua formação real e de seus interesses reais, ou o conceito que fazem “para si” (Hegel) do que são na realidade (Marx). Pretendemos precisar a noção conceptual de classe média na história mundial contemporânea. Ipso facto, são incapazes de fazer valer seu “interesse de classe” (cf. Weber, 1958; 1992; Lukács, 1960; 1975; cf. Mészáros, 1973) em seu próprio nome, quer através do Parlamento (voto), quer através de uma weltanschauung. Não podem representar-se, têm que ser representados. Seu representante tem ao mesmo tempo em que aparecer como seu senhor. Como autoridade sobre eles, como um poder governamental ilimitado que os protege das demais classes. A influência política desta classe, portanto, encontra sua expressão final no fato de que o poder executivo submete ao seu domínio à sociedade.
Entendemos que a história política nasceu juntamente com a concepção de história criada pelos gregos. Porém, é posteriormente que acaba “identificada como um tipo de história: a história política tradicional”. Esta identificação é iniciada no processo da Revolução Francesa quando os historiadores pretendiam ir contra uma história dos reis e da nobreza, construindo uma história verdadeiramente nacional destinada a formar patriotas. Contudo é no século XIX, com a definição da “ciência histórica”, mesmo que Marx a tenha suprimido de seu manuscrito, é que teremos o auge da história política tradicional. É no contexto de afirmação da nova ordem burguesa que surgiram as correntes historiográficas definidoras da história política tradicional, sobretudo, o positivismo de Auguste Comte, na França, e o historicismo de LeopoldvonRanke, na Alemanha.

Foto: Contra estrangeiros e por mais verba no SUS: médicos protestam no País.
Para o que nos interessa e deixarmos esses prolegômenos, ou seja, “as coisas que são ditas antes” introdutoriamente sobre a cultura e a história social e política do Brasil, o fato é que apesar de haver estatisticamente um (01) médico para cada 549 brasileiros - índices profissionais de nível superior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de um para cada 1 mil pessoas, sete em cada 10 profissionais habilitados para atuar no país trabalham nas regiões Sul e Sudeste como resquício do chamado período desenvolvimentista no Brasil. Com isso, enquanto no Rio de Janeiro há um profissional de nível superior para cada 289 habitantes, no outro extremo do país, na terra do ex-presidente e senador da República José Sarney, os maranhenses dispõem de um médico para cada 1.848 pessoas. Os dados são de um novo balanço do Conselho Federal de Medicina (CFM). Contudo, há cerca de 350 mil médicos espalhados por todo o Brasil.
Todavia lembramos que do ângulo da globalidade/totalidade o Brasil possui a quinta maior população do mundo e chega a novembro de 2010 com 190.732.694 habitantes. E ainda de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com cerca de 20% da população brasileira, o estado brasileiro mais populoso é São Paulo, com aproximadamente 41.252.160 habitantes na contagem do Censo 2010. Não fosse a disparidade das políticas públicas na repartição desses profissionais, e de resto em outras profissões, em análise comparativa de fora para dentro do Brasil, poderia ser dito que a situação brasileira é melhor que a de países como o Japão, com um (01) médico para cada 952 habitantes, Reino Unido, com (01) um médico para 869 pessoas, ou na América Latina, de modo geral, onde temos a Argentina, com (01) um médico para 740 pessoas.
O filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) é amplamente conhecido pelas suas críticas às instituições sociais. Nascido em uma família tradicional de médicos, Michel Foucault frustrou as expectativas de seu pai, cirurgião e professor de anatomia em Poitiers, ao interessar-se por história e filosofia. Apoiado pela mãe, Anna Malapert, mudou-se para Paris em 1945 e antes de conseguir ingressar na ÉcoleNormale da rued`Ulm, foi aluno do filósofo Jean Hyppolite, que lhe apresentou à obra de Hegel. Em 1946 conseguiu entrar na ÉcoleNormale. Seu temperamento fechado o fez uma pessoa solitária, agressiva e irônica. Em 1948, após uma tentativa de suicídio, iniciou um tratamento psiquiátrico. Em contato com a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, onde leu: Platão, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Freud, Bachelard, Lacan e outros, aprofundando-se em Kant, embora criticasse a noção do sujeito(cf. Foucault, 1971; 1973; 1979; 1984; 1987b; 1987c)enquanto mediação complexa e referência de todas as coisas, já que, lembrando Protágoras, para ele, o homem é produto das práticas discursivas. Suas mais famosas obras enfocam especialmente à área da saúde. Filho de um médico, ele estava interessado na epistemologia da Medicina e em 1963 publica, O Nascimento da Clínica - uma arqueologia do saber médico:
Trata-se, no entanto, de um destes períodos que delineiam um inapagável limiar cronológico: o momento em que o mal, o contranatural, a morte, todo o fundo negro da doença em suma, vem à luz (...). O que era fundamentalmente invisível subitamente se oferece ao brilho do olhar, num movimento de revelação tão simples, tão imediato que parece ser a consequência natural de uma experiência mais altamente desenvolvida. É como se, pela primeira vez em milhares de anos, os médicos, livres por fim de teorias e quimeras, concordassem em se aproximar do objeto de sua experiência com a pureza de um olhar sem preconceitos”.
            A obra trata do domínio da medicina e do modo como se estruturou em alguns anos o conhecimento singular do indivíduo doente. Foucault escreveu “um livro sobre o espaço, sobre a linguagem, sobre a morte, sobre o ato de ver, sobre o olhar”. O Nascimento da Clínica analisa um período crucial da história da medicina: o fim do século XVIII e o início do XIX. O período histórico mencionado é caracterizado por grandes mudanças, em particular a clássica Revolução Francesa analisada com sabedoria por Marx. Ocorreu então uma reorganização da maneira de olhar o doente e, em decorrência do discurso médico: “uma nova aliança foi forjada entre palavras e coisas, permitindo ver e dizer”. Até então, os médicos perguntavam ao doente o que estava errado com ele; agora, passam a perguntar onde dói. O diagnóstico é feito com base em um sistema classificatório de doenças; como a botânica, a medicina agora vai distribuir as entidades nosológicas em grupos. A doença tem sua sede em um órgão, em tem seu lugar em uma classe. A intervenção médica passa a ter normas. Antes, quando o doente recuperava seu vigor, sua disposição, estava curado. Agora, padrões de normalidade, numericamente expressos, definirão o objetivo do tratamento.  O hospital que, antes do século XVIII era basicamente uma instituição de caridade a cargo de religiosos, agora se torna um instrumento de medicalização coletiva e leiga. Médicos famosos, que antes não apareciam nos hospitais, agora montam ali seus serviços. Começam a surgir os sistemas de intervenção médica, com registro de dados e sistemas estatísticos. A medicina atua nas necessidades mais concretas do ser humano. Quando a saúde substitui a salvação da alma, conclui Foucault, “o poder dos doutores cresce exponencialmente”.
O poder do médico diz respeito à saúde; o do professor, à aprendizagem do saber; o empregador influencia o comportamento dos empregados, sobretudo na esfera econômica e na atividade profissional; e um superior militar, em tempo de guerra, dá ordens que comportam o uso da violência material e simbólica e a probabilidade concreta de matar ou morrer. Os norte-americanos depois dos alemães matam por prazer, ódio ou vingança. A esfera do poder pode ser mais ou menos ampla e delimitada mais ou menos claramente. O poder que se funda sobre uma competência especial fica confinado ao âmbito dessa competência. Mas o poder político e o poder paterno abrangem, normalmente, uma esfera social muito ampla. Por sua vez, a esfera de poder de uma pessoa que ocupa um cargo numa organização formal, como é o caso do presidente ou do tesoureiro de uma associação, é definido de modo preciso e taxativo, enquanto que a esfera de poder de um chefe carismático não é precisada por antecipação e tende a ser ilimitada, como observou Max Weber.
A palavra meritocracia provavelmente tenha aparecido pela primeira vez no livro de Michael Young, “RiseoftheMeritocracy” (1958), um opúsculo de 180 páginas. Tudo isso se inverte nas economias da “Terceira Onda”, na expressão Alvin Toffler (1980), escritor e futurista norte-americano, conhecido pelos seus escritos sobre a “revolução digital”, a “revolução das comunicações” e a “singularidade tecnológica”, nas quais o conhecimento é a principal forma de capital. Ora, os testes de QI surgiram na China, e começaram realmente a ficar conhecidos e utilizados como uma fonte importante no século XX, na França. Young utilizou a palavra “mérito” num sentido pejorativo, mas mérito significa “habilidade, inteligência e esforço”, embora haja arbitrariedade nas suas formas de escolha racional.Meritocracia (do latim meritum, “mérito” e do sufixo grego antigo κρατία (-cracía), “poder”) é um sistema de gestão que considera o mérito, como aptidão, a razão principal para se atingir posição de topo. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral, aptidão específica para determinada atividade. Constitui-se uma forma ou método de seleção e, num sentido mais amplo, pode ser considerada uma ideologia governativa.
A meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda - associação mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.Embora a maioria das organizações seja apologista da meritocracia, ela não se expressa de forma pura em nenhum lugar. Governos como de Singapura e da Finlândia utilizam padrões meritocráticos para a escolha de autoridades, mas misturados com outros. Um modelo de uma meritocracia é o método científico, no qual o que considerado como sendo verdade é justamente definido pelo mérito, ou seja, a consistência do conteúdo em relação às observações ou a outras teorias.
Ipso facto a meritocracia está associada ao “Estado burocrático”, para lembramos de Max Weber (1958; 1965; 1967; 1982; 1992), sine ira etstudio, sendo “a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade em serem aprovados através de concursos públicos de provas e títulos”. Ou ainda - associação mais comum - aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas e universidades, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim, meritocracia também indica “posições” ou “colocações” conseguidas por “mérito pessoal”. Um modelo de meritocracia é dado por um método “no qual o que é considerado como sendo verdade é justamente definido pelo mérito”.Os principais argumentos da meritocracia são: a) é que ela proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou “posição social”, entre outros fatores biológicos ou culturais, nem mesmo em termos de “discriminação positiva”. Portanto, b) a meritocracia através da “competição entre os indivíduos”, no sentido hobbesiano, estimula assim, o aumento da produtividade e eficiência. Governos e organismos meritocráticos aparentemente enfatizam “talento, educação formal e competência”, em lugar de diferenças existentes, tais como estratificação social, classe social, relações de parentesco, etnia, ou sexo.
            Desnecessário dizer que a ideia de formação, treinamento e educação na ocupação dos cargos nas estruturas burocráticas como a da formação do “homem culto”, educação para a vida, está amplamente desenvolvida no ensaio “Os Letrados Chineses” (1982). Nesse ensaio contido na obra póstuma organizada por Hans Gerth& Charles Wrigth Mills, intitulada Ensaios de Sociologia (1982), Max Weber apresenta-nos como a China organizou uma estrutura de formação e educação dos ocupantes de cargos em sua burocracia. Uma das singularidades dessa formação está em seu caráter laico e literário. A relação da educação com a burocracia chinesa e o conjunto da sociedade aparece já no primeiro parágrafo, assim descrito pelo giantMax Weber:
Durante doze séculos, a posição social na China foi determinada mais pelas qualificações para a ocupação de cargos do que pela riqueza. Essa qualificação, por sua vez, era determinada pela educação, e especialmente pelos exames. A China fizera da educação literária a medida do prestigio social de modo o mais exclusivo, muito mais do que na Europa durante o período dos humanistas, ou na Alemanha” (Weber, 1982: 471).
Essa educação dos letrados, funcionários, dava-lhes “prestígio e carisma”, não porque possuíssem qualidades ditas “sobrenaturais”, mas por dominar os conhecimentos da escrita e da literatura, legitimados pelos exames que comprovavam se a mente do candidato estava embebida de literatura e se ele possuía ou não os “modos de pensar” (verstehen) adequados a um homem culto e resultante do conhecimento da literatura. Weber propunha a unificação das ciências humanas integrando a “verstehen” (compreensão) e a “erklären” (explicação) em uma visão unitária de ciência. Em 1913, Weber publicou um escrito intitulado “Sobre Algumas Categorias da Sociologia Compreensiva” (cf. Silveira, 2006), salvo engano, primeiro esboço de seu método sociológico. Ele continuou a trabalhar sua concepção de sociologia durante os próximos anos em escrito encomendado para uma ampla coleção de textos econômicos e que, por esta razão, recebeu o nome de “Economia y Sociedad” (cf. Weber, 1992), mas que não trataremos agora.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que é economista, e, recentemente, defendeu sua tese de doutorado no Instituto de Economia da Unicamp,em 2012 tornou-se Ministro da Educação, devido à saída de Fernando Haddad para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Reiterou nestes diasa importância do programa Mais Médicos, a) que tem como pontos mais polêmicos a “importação” de médicos estrangeiros e b) o acréscimo de mais dois anos ao curso, no qual os estudantes de Medicina deverão atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevista coletiva, o ministro rebateu as críticas de que o programa estaria forçando o trabalho dos formandos em hospitais públicos.- “Chamo a atenção para vocês, a pergunta que eu deixo: por que é que no Fies (Financiamento Estudantil), que tem 24 mil estudantes de Medicina hoje, eles vão ficar 8 anos trabalhando no SUS pra pagar e ninguém criticou? Querem a resposta? Porque são estudantes de medicina pobres, ninguém criticou. Ninguém questionou”, disse o ministro.Indagado se ele avaliava que estudantes de Medicina ricos teriam preconceito com o sistema de saúde pública, Mercadante não apresentou uma resposta assertiva. - “Espero que não, acho que vão ter uma grande experiência de vida trabalhando no SUS. É um sistema generoso, solidário, poucos países do mundo têm um sistema de saúde tão amplo”. - “O que estamos fazendo agora é dois anos para aprimorar a formação, para ter o médico mais completo, como outros países do mundo já fazem. Estamos trazendo uma experiência que já existe, por isso estamos confiantes que vamos aprofundar essa discussão”, argumentou Mercadante.Mais cedo, Mercadante e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reuniram-se com reitores de universidades federais e diretores de faculdades e coordenadores de cursos de Medicina. O governo constituiu uma comissão para avaliar a proposta que o Executivo enviou ao Congresso Nacional com as medidas para suprir a carência de profissionais.
Depois da repercussão negativa, o governo vai ouvir as universidades federais eprometeu ajustes no programa Mais Médicos. O projeto mal chegou ao Congresso e já recebeu mais de 500 propostas de alteração. São mudanças que desfiguram o programa original. As principais mudanças de deputados e senadores são para acabar com a proposta do governo que aumenta de seis para oito anos o curso de medicina, com dois anos de trabalho nos hospitais públicos.A portas fechadas, os ministros da Educação e da Saúde conversaram com representantes de universidades federais que reclamaram de não terem sido ouvidos sobre as mudança no curso de medicina. Uma das preocupações é quanto à estrutura das unidades de saúde onde vão trabalhar os alunos e das universidades que terão que supervisioná-los. - “É sabido que no país, de um modo geral, não é uniforme. Há situações com maior carência e regiõescom menor carência. Há uma preocupação sobre a estrutura disponível para essa formação”, diz Paulo Marco de Faria e Silva, reitor da UNIFAL-MG.
Pela proposta do governo, a partir de 2015, os dois últimos anos serão de serviço obrigatório no SUS. Com isso, o curso passa de seis para oito anos. Só assim será possível conseguir o registro profissional.Diante das reclamações, o governo incluiu representantes das universidades federais na discussão. Mas, o grupo criado quer ouvir o meio acadêmico e saber do governo quando serão dadas condições para a implantação da mudança do curso.O governo diz que vai garantir infraestrutura. - “Nós temos sete anos ainda para implantar no caso dos estágios, porque o primeiro estudante que vai entrar nesse programa é em 2021”, diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Tudo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso, e os parlamentares já apresentaram 567 propostas de mudanças para a medida provisória que prevê a nova grade de medicina e a contratação de médicos para o interior do país. -“Palavra final quem tem é o Congresso Nacional. Vamos lutar por essa concepção, acho que o povo precisa de mais médicos, precisamos melhorar a formação dos médicos. Um médico humanista, que seja especialista no ser humano e estamos trabalhando intensamente por isso”, declara Mercadante.A comissão com representantes das universidades federais criada agora pelo governo vai discutir também medida já anunciada de contratar médicos estrangeiros em regiões onde faltam profissionais.
Os médicos protestam contra o Programa Mais Médico, lançado na semana passada pelo governo federal, e contra os vetos da presidente Dilma Rousseff a artigos do “Ato Médico” - entre eles, “o que dá exclusividade à classe médica a formulação de um diagnóstico e prescrição de tratamento”. Eles pedem ainda a obrigatoriedade da aplicação do Revalida para médicos formados no exterior, que vierem trabalhar no Brasil. Segundo a Agência Brasil, entre as medidas do Programa Mais Médicos criticadas pelos manifestantes está a criação do segundo ciclo do curso de medicina. Os alunos que entrarem no curso a partir de 2015 terão que atuar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma. Outra ação prevista no programa é a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar na rede pública nas periferias das cidades e no interior do país.
Ainda de acordo com informações da Agência Brasil, o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, criticou o programa e disse que o problema do SUS é a falta de investimentos. “A falta de médicos é uma consequência do descaso do governo federal. É preciso acabar com a corrupção na saúde”, disse, ao acrescentar que os médicos não têm interesse na carreira pública devido à falta de condições de trabalho oferecida nos hospitais.Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação do segundo ciclo do curso de medicina vai ajudar os médicos formados no Brasil a ter uma visão mais humanista e a não depender tanto de “máquinas e equipamentos” para atender os pacientes. Segundo ele, os médicos estrangeiros não vão tirar empregos dos brasileiros.
O plenário do Senado aprovou o projeto de lei conhecido como “Ato Médico”, que restringe aos médicos procedimentos como prescrição de medicamentos, diagnóstico de doença e aplicação de anestesia geral. A proposta, que tramita há 11 anos no Congresso, depende agora da sanção da presidente Dilma Rousseff para que entre em vigor.Segundo o projeto de lei, atividades que devem ser feitas exclusivamente por médicos incluem também cirurgias; indicação de internação e alta; emissão de laudos de exames endoscópicos e de imagem; qualquer procedimento diagnóstico invasivo; e exames anatomopatológicos, feitos para o diagnóstico de doenças ou para estabelecer a evolução dos tumores.Por outro lado, enfermeiros estão autorizados a aplicar injeções, coletar sangue e fazer curativos. E, além disso, avaliações psicológicas, comportamentais ou nutricionais podem ser realizadas por profissionais dessas áreas.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) se posicionou a favor da proposta. “É um momento histórico para a medicina brasileira. Essa decisão representa o reconhecimento da importância fundamental do médico no momento do diagnóstico e da prescrição. Trata-se de uma regra que eliminará todas as dúvidas e conflitos. Quem ganha, sobretudo, é a sociedade, que poderá exigir dos gestores e empresas o acesso ao melhor tratamento e médicos qualificados que atendam em sintonia com uma equipe multiprofissional”, disse, em nota, Roberto Luiz d’Avila, presidente do CFM.Essa não é a posição do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Em nota divulgada antes da votação de terça-feira, o órgão considerou que o projeto de lei representa “a clara intenção de reserva de mercado e de garantia de espaço de poder sobre a atuação dos outros profissionais de saúde” e reserva à enfermagem “a condição de subsidiária em atividades manuais sob prescrição e supervisão médica”. Marcia Krempel, representante do Cofen, afirmou que esse pensamento “não contempla os avanços do conhecimento das outras profissões de saúde”.
Em visita ao Congresso nesta terça-feira, 16/07/2013, o tucano José Serra classificou de “destemperada” a proposta lançada pela presidente Dilma Rousseff de elevar a oferta de profissionais de medicina no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o ex-ministro da Saúde, que disputou com Dilma as eleições presidenciais de 2010, o programa Mais Médicos lançado pelo Palácio do Planalto não ataca a raiz do problema, que estaria em decisões do governo e não no número de profissionais existentes no País. – “É um tiro no pé, é um tiro de canhão, não é um tiro de revólver”, assinalou. – “Olhando em detalhes, eu vi que era mais destemperada ainda do que parecia no primeiro momento, uma medida que só começaria a ter efeitos em 2022, no sentido de aumentar a disponibilidade de médicos no País. Como se o problema da saúde fosse isso”.  Indagado sobre o programa, Serra respondeu de pronto que achou "inacreditável" a proposta. O [programa] Mais Médicos estende em dois anos o período do curso de medicina, com serviço obrigatório no SUS durante o biênio. Além disso, o governo pretende trazer profissionais de fora do País para atender localidades onde não haja médicos, principalmente no interior. Enviado na forma de Medida Provisória ao Congresso, o projeto deve sofrer alterações antes de ser sancionado por Dilma.Segundo o ex-governador de São Paulo, “o Brasil tem o número de médicos adequado”. Na avaliação de Serra, que nesta terça reuniu-se com os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para discutir temas nacionais, “o que tem de errado é a distribuição dos médicos pelo País, inclusive, porque faltam equipamentos, serviços de saúde”. O poder, que sempre existirá, pertencerá ou ao coletivo, em uma democracia cara-a-cara e claramente institucionalizada, ou aos egos de poucos oligarcas, como ainda ocorre nesse pobre país que tem reproduzido uma “tirania das organizações sem estrutura”, como ocorre no caso da medicina no Brasil.Bibliografia geral consultada:
Artigo: LEITE, Paulo Moreira, “Médicos: os números por trás do preconceito”. Disponível no site: http://outraspalavras.net/outrasmidias/; AGUIAR, Pinto de,Abertura dos Portos no Brasil (Cairu e os ingleses). Salvador: Progresso, 1960; LUKÁCS, Georg, Histoireetconscience de classe. Paris: Éditions de Minuit, 1960; FOUCAULT, Michel, Arqueologia do Saber. Petrópolis (RJ): Vozes, 1971; Idem, A Arqueologia do Saber. 2ª edição. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1986; Idem, El Ordendel Discurso. Barcelona: EdicionesTusquets, 1973; Idem, História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Graal, 1977. Volumes 1 e 3; Idem, A Verdade e as Formas Jurídicas. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, 1979; Idem, “Genealogia e Poder”. In: Microfísica do Poder. 4ª edição. Rio de Janeiro: Graal, 1984a; Idem, “Deuxessaissurlesujet et lepouvoir”. In: DREYFUS, Hubert e RABINOW, Paul, Michel Foucault, unparcousphilosophique. Paris: Gallimard, 1984b; Idem, Vigiar e Punir. Nascimento da Prisão. Petrópolis (RJ): Vozes, 1987a; Idem, HermeneuticadelSujeto. Madrid: Ediciones de la Piqueta, 1987b; Idem, Nietzsche, Freud e Marx. TheatrumPhifosoficum. 4ª edição. São Paulo: Editora Princípio, 1987c; Idem, Em defesa da sociedade: curso do Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999; Idem, Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas (Org. e seleção de textos: Manoel Barros da Motta). Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 2000a; Idem, Estratégia, Poder-Saber (Org. e seleção de textos: Manoel Barros da Motta). Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 2000b; Idem, “Coraje y verdad”. In: ABRAHAM, Tomás, El último Foucault. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 2003; pp. 263-406; Idem, “L’éthiquedusouci de soicomme pratique de la liberte”. In: DEFERT, Daniel; EWALD, François (Orgs.),Ditsetécrits. Paris, Gallimard, v. IV, 1994, pp. 708-729; Idem, “É inútil revoltar-se?”. In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.),Michel Foucault. Ética, sexualidade, política. Coleção: Ditos e Escritos V. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, pp. 77-81;MÉSZÁROS, István (compilador), Aspectos de la Historia y Consciência de Clase. México: Universidad NacionalAutónoma de México, 1973; WEBER, Max, The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism. New York: Charles Scribner’s Sons, 1958; Idem, Economia y Sociedad. Esbozo de sociologíacomprensiva. México: Fondo de Cultura Económica, 1992; MORIN, Edgard, La complexitéhumaine. Paris: Flammarion, 1994; Idem, A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000;BRAGA, Ubiracy de Souza, “A Política, a Mídia e o Brasil”. Disponível no site: http://www.espacoacademico.com.br/; Idem, “O Modelo Wittgenstein de Verdade Apodítica. Linguagem Ideal ‘versus’ Linguagem Ordinária”. In: Revista Políticas Públicas e Sociedade. Fortaleza: UECE – Universidade Estadual do Ceará.  Ano I. n˚ 1, março de 2003; Idem, “Nem tudo que é legal é legítimo”. In: Jornal O Povo. Fortaleza, 20.01.2009; Idem, “O significado da universidade brasileira. Ensaio de história política”. Disponível em: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/13/; Idem, “Notas sobre Michel Foucault e os Anarco-Ecologistas”. Disponível em: http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11; Artigo: “Contra médicos estrangeiros, 2 mil fazem manifestação em MG”. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/; Artigo: “Ministro diz que críticas à vinda de médicos estrangeiros é elitista”. In: http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/; Artigo: “Médicos protestam contra programa Mais Médicos e vetos do Ato médico”. In: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/; Artigo: “Senado aprova projeto de lei que define atividades que só podem ser feitas por médicos”. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/; Artigo: “Serra critica o programa Mais Médicos”. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/politica/; entre outros.


O Populismo Católico Revisitado: “O Apelo aos Jovens”.




                                                                                     Ubiracy de Souza Braga*     

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Sociólogo (UFF), cientista político (URFJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.



  
Ele falou que a juventude é o futuro mesmo das nossas igrejas”, diz o voluntário Mauricio Santos Bezerra.





            Na história da cultura o título de “Papa” tornou-se associado principalmente com o Bispo de Roma, no entanto, em alguns casos, o termo é usado por autoridades clericais de outros grupos cristãos. Também pode ser usado de forma satírica para descrever algum líder religioso importante. O “Papa Negro” é um nome não oficial que foi popularmente dado ao Superior Geral da Companhia de Jesus devido à enorme importância dos Jesuítas na Igreja. O Superior Geral da Companhia de Jesus é um religioso eleito pela Congregação Geral para governar toda a Ordem dos Jesuítas em caráter vitalício, conforme as Constituições da Companhia. O Padre Geral, como é comumente conhecido, reside na Cúria Generalícia em Roma. Este nome foi dado com base na cor preta da batina do Superior Geral, sendo referida como um paralelo entre ela e a túnica branca do papa. Também o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cuja batina cardinalícia era vermelha, foi chamado de “Papa Vermelho”.
Desde o século III, os Bispos de Alexandria na Igreja Ortodoxa Copta e na Igreja Ortodoxa Grega são chamados de “Papa”, sendo o primeiro denominado de “Papa Copta” (ou “Papa de Alexandria”) e o segundo de Papa e Patriarca de Alexandria e de toda a África. Nas Igrejas Ortodoxas Búlgara, Russa e Sérvia, não é incomum um padre paroquial ser chamado de “papa”. Na atualidade os papas são retratados normalmente do ponto de vista da divisão internacional do trabalho e do processo de globalização cada vez mais mundanizado “como importantes líderes internacionais, preocupados com a fé católica, e com os direitos humanos”. Por sua vez, diferentemente, a administração da Santa Sé e da Cúria Romana, normalmente chamada na cultura popular apenas de “Vaticano” ou “Roma”, é usualmente retratada como um organismo burocrático conservador, corrupto, e ambicioso, como ocorre na Dinamarca,oficialmente Reino da Dinamarca (KongerigetDanmark) destes tempos (foto).
Foto: Escultura de um tiranossauro “pastoreando ovelhas” (Nietzsche) na Dinamarca.


            A Igreja é uma instituição garante de um sistema de crenças religiosas, elaborando e reativando um conjunto de códigos e de normas que impõe aos seus fiéis, proclamando como heréticos aqueles que não os seguem. As instituições religiosas, para além das vias e caminhos espirituais, gerem todo um conjunto de bens e estratégias temporais que fazem com que o místico solitário se constitua como um marginal perante adeptos de uma mesma crença. O nascimento e desenvolvimento dos Estados modernos fez com que o lugar e o espaço da Igreja, dentro da sociedade, se tenham modificado, privando-a, em parte, do seu poder temporal bem como do monopólio da cultura.A discussão situou-se, a dada altura, mais na distinção entre Igreja e seita religiosa. Hoje, essa reflexão faz-se numa tentativa de compreensão dos novos movimentos religiosos. Max Weber opôs Igreja à seita como uma instituição de salvação e um agrupamento voluntário de convertidos. Enquanto a Igreja privilegia a sua extensão, a seita coloca a sua tônica na intensidade de vida dos seus membros.
Por sua vez, Ernest Troeltsch escritor e teólogo alemão ao lado de Max Weber que elaboraram alguns conceitos relacionados à religião, acrescenta outro ponto de vista: a seita opõe-se à Igreja e à rede mística, portadora da religiosidade livre, fora da instituição. A Igreja seria desta forma, universal, preexistindo aos seus membros, aos quais se impõe. A Igreja, na sua vocação de extensividade, está pronta a compromissos com as instituições da vida pública em geral e com o Estado, interferindo na sociedade e nas culturas, e recebe no seu seio crente oriundos dos vários estratos sociais e econômicos. Analogamente a seita nasce da decisão voluntária de adesão dos seus membros e do contrato que estabelecem entre eles e Deus. Por se retrair em relação à sociedade global e à sua cultura, a seita dá origem a uma subcultura própria. A própria cultura brasileira é uma subcultura da cultura portuguesa. Subculturas desenvolvem-se em função de identidades étnicas, raciais, de ocupação, de interesses especiais (Star Wars, juventude), ou mesmo em função de preferências sexuais.
                                              
            Este aspecto lembra-nos hic et nunc: “Fratello sole, sorellaluna” (“Irmão Sol, Irmã Lua”), filme ítalo-britânico de 1972 dirigido por Franco Zeffirelli, com trilha sonora de RizOrtolani e canções de Donovan, que canta em inglês o conjunto de trilha sonora do filme para o público estrangeiro. Claudio Baglioni as interpreta na versão lançada na Itália.O filme é uma dramatis personaeda vida de Giovanni di Pietro diBernadone, mais conhecido como São Francisco de Assis, nascido em 5 de julho de 1182 e falecido em 3 de outubro de 1226, que nasceu num berço esplêndido e após desfrutar de uma juventude irrequieta e mundana, volta-se para a vida religiosa de completa pobreza e fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, que depois ficaria conhecido como Franciscanos, que renovaram o Catolicismo de seu tempo.
Ele era filho do comerciante italiano Pietro diBernadone dei Moriconi e de Pica Boulermont que faziam parte da nascente burguesia da cidade de Assis e tinham negócios bem sucedidos na Provença, na França e assim conquistaram riqueza e bem estar. Quando o filho do comerciante nasceu, a mãe batizou com o nome de Giovanni, que em português é conhecido como João em homenagem ao profeta São João Batista. O menino cresceu e se tornou um jovem e popular entre seus amigos por sua indisciplina e extravagâncias e também por sua paixão às aventuras, bem como pelas belas roupas e bebidas, entre outras, mas apesar disso possuía uma índole esplendidamente bondosa. No ano de 1202 alistou-se como soldado na guerra que a cidade de Assis lutava contra Peruggia e é provavelmente quando sua vida começa a mudar e tomar novos rumos e mais tarde ficar conhecido e admirado como São Francisco de Assis.
Escólio: O termo alemão be-deuten, escrito em “Ser e tempo” (“SeinundZeit”, Halle, 1927; Max Niemeyer Verlag, Tubingen, 1986), insinua que se lhe está atribuindo uma acentuação forte a partir do étimo principal – deuten = “mostrar, apontar, interpretar”. Na analítica da mundanidade, todo ato e exercício de interpretação, indicação e demonstração se exercem a partir de um mundo já estruturado e estabelecido. Be-deuten = significar que remete então para o “movimento e processo de estruturação do mundo”. A tradução por significar e significância (na derivação de Bedeut-samkeit) visa a que a leitura remonte a esse nível ontológico de constituição da mundanidade. Este o objetivo de meus apontamentos sobre a visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude (JMJ): “Cristo bota fé nos jovens”, afirmou o Papa. O jovem é entendido como sendo forma imatura de um ser vivo, sendo o período antes da maturidade intelectual e sexual. Para o ser humano esta designação se refere ao período de transição entre a infância e a maturidade, podendo ser aplicada a ambos os sexos e podendo haver variações psíquicas e afetivas no período de idade que ocorre de acordo com a cultura. Nesta fase, grande parte do aprendizado ocorre fora das áreas protegidas do lar e da religião, onde o diálogo torna-se parte primordial do processo de formação. Este grupo de pessoas não tem sido contemplado com a atenção necessária pelos setores sociais.O conceito de juventude é uma construção social, histórica, cultural e relacional, percebem-se diversas formas de denominar a juventude, sendo considerada a passagem da infância para a idade adulta. A noção mais usual do termo juventude “se refere a uma faixa etária, um período de vida, em que se completa o desenvolvimento físico do indivíduo e ocorre uma série de transformações psicológicas e sociais, quando este abandona a infância para entrar no mundo adulto”.
Papa Francisco circula pelo centro do Rio de Janeiro, após chegar ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim na praia do Galeão, na baía da Guanabara.
            Tese: Em toda a parte onde encontramos uma moral encontramos uma avaliação e uma classificação hierárquica dos instintos e dos atos humanos. Essas classificações e essas avaliações são sempre a expressão das necessidades de uma comunidade, de um rebanho: é aquilo que aproveita ao rebanho, aquilo que lhe é útil em primeiro lugar - e em segundo e em terceiro -, que serve também de medida suprema do valor de qualquer indivíduo. A moral ensina a este a ser função do rebanho, a só atribuir valor em função deste rebanho. Variando muito as condições de conservação de uma comunidade para outra, daí resulta morais muito diferentes; e, se considerarmos todas as transformações essenciais que os rebanhos e as comunidades, os Estados e as sociedades são ainda chamados a sofrer, pode-se profetizar que haverá ainda morais muito divergentes. A moralidade é o instinto gregário no indivíduo.

            Da perspectiva da teoria da ação, é só de maneira insatisfatória que as atividades do espírito humano podem ser restritas à confrontação cognitivo-instrumental com a natureza exterior; ações sociais orientam-se por valores culturais. Estes últimos, porém, não contam com um referencial de verdade, pois assim, coloca-se a seguinte alternativa: ou negamos aos componentes não cognitivos da tradição cultural o status assumido pelas entidades do terceiro mundo graças à alocação delas em uma esfera de nexos de validade, e então nivelamos esses mesmos componentes de maneira empirista, como formas enunciativas do espírito subjetivo; ou procuramos equivalentes para o referencial de verdade que está ausente. Esta segunda via, é escolhida por Max Weber. Vejamos a colocação do problema no âmbito da filosofia vitalista quando oproblema da igualdade política foi analisadocom sabedoria por Friedrich Nietzsche.
O “animal de rebanho”, cuja maior conquista moderna é a garantia de direitos a todos os membros da sociedade na Revolução Francesa, é visto por Nietzsche como “bicho-anão de direitos e exigências iguais”. Impondo-se a uniformidade de direitos e deveres, “atinge-se apenas o nivelamento e a impossibilidade de questionar, de alçar voos próprios”. A moral da igualdade é a moral gregária e niveladora: “[...] na Europa de hoje o homem de rebanho se apresenta como a única espécie de homem permitida”. Relativamente a este tópico, pode-se dizer que ocorre uma “moralização escrava da ação”: ao que parece, Nietzsche não desejava atacar a moral, mas uma moral - a reativa, negativa e niveladora moral do rebanho. Pode se ler com estes olhos o § 188 de Além do Bem e do Mal, em que se afirma: “Toda moral é, em contraposição ao laisseraller, um pouco de tirania contra a ´natureza`, e também contra a ´razão`: mas isso ainda não constitui objeção a ela [...] [Pois] o fato curioso é que tudo o que há e houve de liberdade, finura, dança, arrojo e segurança magistral sobre a Terra [...] desenvolveu-se apenas graças à ´tirania de tais leis arbitrárias`”.Em Nietzsche, fora de dúvida, temos a rejeição de toda transcendência, seja idionômica como no platonismo, seja teonômica como no Cristianismo, imanência absoluta da Natureza como fonte de todo o bem e de todo o valor e, enfim, crítica da cultura existente e de sua moral, fonte do mal e da corrupção no homem. Sobre esse fundamento crítico, pode-se elevar então o anúncio de um “novo homem” e de uma “nova humanidade”, definitivamente reconciliados com a Terra (cf. Nietzsche, 2005; 2008).
            A perfeita comunidade política da sociedade de massas não poderia ser senão a burocracia: nela se exerce o poder de ninguém, tão coercitivo quanto o de um soberano absolutista. Não importa se sob a forma democrática, monárquica ou totalitária: quem guia tal sociedade é a vontade social única, o interesse global da sociedade como um todo. Em verdade, podem-se abandonar tais categorias e adotar apenas o conceito de administração. Assim como a sociedade de massas culmina na burocracia, Nietzsche percebeu em seu tempo uma situação muito próxima. Pode-se dizer que há, na modernidade, ausência de vontade de participação política ativa, expressa na “consciência formal” que inculca em cada um o dever de obediência como algo natural. Sem educação para a “arte de mandar”, os governantes sofrem de má-consciência ou se iludem de também obedecerem: esta é a origem, para Nietzsche, dos regimes constitucionais representativos: “o rebanho autônomo”. Nesse sentido, o princípio guia da comunidade gregária é o “imperativo do temor do rebanho: ‘queremos que algum dia não haja nada mais a temer!”. O caminho que leva a ele é uma ideia fixa central do homem moderno: a crença quase que instintiva na ideia de progresso.
            Se me permitem uma digressão, vale lembrar que a Irlanda (cf. Braga, 2012) é o sucessor do Estado Livre Irlandês. Este domínio na esfera da ação política tem sido constituído quando toda a ilha da Irlanda se separou do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda em 6 de dezembro de 1922. No entanto, no dia seguinte, o Parlamento da Irlanda do Norte exerceu o seu direito ao abrigo do Tratado Anglo-Irlandês, e optou voltar a pertencer ao Reino Unido. Esta ação política, conhecida como a Partição da Irlanda, foi seguida de quatro tentativas para introduzir o governo autônomo de toda a ilha da Irlanda (em 1886, 1893, 1914 e 1920). O Estado Livre Irlandês foi abolido quando a Irlanda foi formalmente criada em 29 de dezembro de 1937, o dia em que a sua Constituição entrou em vigor (cf. Arensberg, 1968; Wolf, 1995; Leerssen, 1996; Patrick & Lyons, 1997; Fitzgerald, 2006).A Independência Irlandesa da Grã-Bretanha em 1922 foi precedida pela Guerra de Independência e a Revolta da Páscoa de 1916, quando voluntários irlandeses e membros do Exército Civil Irlandês tomaram o comando político de lugares em Dublin e Galway “sob os termos expressos na Proclamação da República da Irlanda”. Os sete signatários desta proclamação, Patrick Pearse, Thomas MacDonagh, Clarke Thomas, Sean MacDiarmada, Joseph Plunkett, EamonnCeannt e James Connolly, foram executados, juntamente com outras nove pessoas, e milhares foram internados, precipitando, como num balão de estufa, a Guerra de Independência da Irlanda.
Em 8 de maio de 2007, uma histórica cerimônia em Belfast deu início a um novo governo de união na província britânica da Irlanda do Norte. Depois de décadas de conflitos sanguinolentos, os protestantes do Partido Unionista Democrático e os católicos do Sinn Fein concordaram em dividir o poder (a primeira reunião do governo, com o vice-premiê católico Martin McGuinness e o premiê protestante Ian Paisley). O acerto tem “a bênção da Inglaterra, que hoje administra a Irlanda do Norte”. O governo conjunto pode consolidar a estabilização a Irlanda do Norte - a província vive desde 1998 sob um acordo de paz que praticamente acabou com o terrorismo e a violência sectária. Desde 1969, 3.600 pessoas morreram por causa da luta entre os dois lados - a maioria, vítima de atentados do exército IRA, braço armado dos católicos. Fundado em 1919, o Exército Republicano Irlandês (IRA), como vimos, fora um grupo paramilitar católico, que pretendia separar a Irlanda do Reino Unido e posteriormente reintegrar a Irlanda do Norte à República da Irlanda.
Os protestantes, em maioria de 75% na Irlanda do Norte, tinham o poder de decidir candidaturas e plebiscitos, oprimindo e segregando ainda mais a minoria católica. A violenta repressão dos ingleses aos protestos acabou provocando retaliações do exército IRA-, através de ações terroristas por décadas, principalmente em Belfast, causando mais de 3.500 mortes em ambos os lados. Apenas em 2005 o exército IRA concordou em entregar as armas, dando por encerrado o conflito. As histórias e cicatrizes causadas por tantos anos de lutas políticas renderam ao cinema uma série de bons filmes, tais como: In theNameoftheFather (1993), filme irlandês e britânico de 1993, do gênero drama, dirigido por Jim Sheridan e baseado no livro autobiográfico:ProvedInnocent, de Gerry Conlon. Prosseguindo em sua luta contra o governo britânico na Irlanda do Norte, dividiu-se em dois ramos em 1969: temos IRA “oficial”, que condena o terrorismo, e IRA “provisório”, dominante na Irlanda do Norte, que pratica ações terroristas sistematicamente, como forma de chamar a atenção da opinião pública internacional e pressionar o governo britânico, visando a soberania da Irlanda do Norte em relação à Grã-Bretanha, e em última instância, a integração com a República da Irlanda do ponto de vista da formação do Estado nacional.
Em 1974, um atentado a bomba do exército IRA mata cinco pessoas num pub de Guilford, próximo à Londres. O jovem rebelde irlandês Gerry Conlon e três amigos são acusados pelo crime, presos e condenados. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudar o filho e também é condenado, mas pede ajuda à advogada GarethPeirce, que passa a investigar as irregularidades do caso.  Nas últimas três décadas as ações IRA e dos grupos paramilitares “protestantes” intensificaram suas ações e foi responsável por vários atentados na Irlanda do Norte, principalmente na capital, Belfast. A ascensão do Partido Trabalhista ao poder em 1997, a criação do Euro e a “nova ordem mundial” criaram novas condições de negociação política, tendo de um lado a Inglaterra uma nova preocupação, em fortalecer-se dentro da Europa e a própria elite irlandesa católica, preocupada em aproveitar as novas condições de desenvolvimento. A suspensão dos atentados por ambos os lados foi fundamental para que as negociações pudessem existir, criando condições concretas para a pacificação da região.



            Escólio: Como os padres católicos lidam com suas emoções e sentimentos que se contrapõem às leis morais da igreja? Esta é a ideia que o filme “O Padre” (The Priest, 1994), busca transmitir. A produção irlandesa retrata diversos assuntos religiosos controversos e os aborda de uma forma chocante principalmente em relação aos católicos. O enredo retrata a vida de Padre Greg, um homossexual, na falta de melhor expressão, dividido entre sua vocação e o desejo sodomita. Concomitantemente outros paradigmas dogmáticos são colocados em xeque, como o sigilo da confissão, celibato sacerdotal, incesto e preconceito na igreja. O protagonista, novo na comunidade, é um sacerdote que acredita que o catolicismo deve ser levado a ferro e fogo. Entretanto, ao deparar-se com a dura realidade, percebe a fragilidade da contra-ideologia em que crê. Atormentado a todo o momento com o comportamento dos membros da paróquia, pela liberalidade de seu colega padre Matthew e principalmente pelo sofrimento de uma menina de 14 anos, que em confissão conta ter sido abusada sexualmente pelo próprio pai, o Padre Greg se desespera e cede aos seus desejos carnais, se envolvendo com um rapaz. O ápice da história ocorre quando a sexualidade do líder vem à tona, polêmica que viria a atribular a rotina da igreja.
            Lembramos que, de acordo com Jurandir Freire Costa no ensaio: A Inocência e o Vício: Estudos sobre o Homoerotismo (Relume-Dumará, 1992; 195 páginas): “O termo homossexualismo nos vemos implicados no constructo histórico-político-econômico-libidinal burguês do século XIX, o qual caracteriza a humanidade como dividida em heterossexual e homossexual, correlativa à normal/patológico, que transforma as vivências da experiência sexual desses sujeitos em desvio de personalidade. Remete à construção histórica a figura imaginária do homossexual como uma modalidade do humano (ou desumano) com perfil psicológico único. Falar de homossexualidade é falar de uma personagem imaginária que teve historicamente a função de ser antinorma do ideal de masculinidade burguês” (cf. Costa,1992).
            As teses de Foucault e Pasolini sobre a constituição do dispositivo discursivo da sexualidade encontram-se referenciadas em uma dupla crítica – histórica e metodológica – à hipótese repressiva da sexualidade, também analisada pela filósofa Marilena Chauí. Esse, o nó górdio entre Foucault na filosofia e Pasolini na arte cinematográfica em que pretendemos uma aproximação conceitual brevemente. Píer Paolo Pasolini era um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta tinha sido professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos estão:Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo. De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas. Em 26 de janeiro de 1947 escreveu uma declaração polêmica para a primeira página do jornal Libertà: “Em nossa opinião, pensamos que, atualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura”. Após a sua adesão ao PCI - Partido Comunista Italiano, participou de várias manifestações e, em maio de 1949, participou do Congresso da Paz em Paris.
Em um caso e outro se quisermos insistir neste aspecto, vejamos. Surgem dois modos possíveis de interpretação do uso do verbo “saber”. Na primeira, “saber” está ligado à crença, saber implica crer. Em sentido amplo, crer também significa “ter por verdadeiro”. Assim, crer significa, por exemplo, ter algo por existente ou ter um enunciado por verdadeiro. Em outras palavras, crer significa aceitar a verdade e a realidade sem que seja necessário apresentar provas. Em última instância é possível afirmar, que crer implica “dar por acordado que o mundo existe”. Há, portanto, uma dimensão prática e analógica que liga o “saber” (Foucault) ao mundo manifestado no “crer” (Pasolini). Esta dimensão parece apontar para o segundo modo de interpretação do uso do verbo “saber”. Desta vez, ele pode ser associado a “poder” (Foucault). Dizer que “se sabe” é o mesmo que dizer que “se pode” (Pasolini). Aqui reside o ponto central da interpretação analítica que compreende o saber como habilidade e disposição.
            Ora, a partir de Nietzsche compreendemos que toda a moral da Europa tem por fundamento “o proveito do rebanho”: a aflição dos homens mais raros e superiores estão no fato de que tudo o que ela distingue chega-lhes à consciência com o sentimento de apequenamento e de difamação. As forças do homem atual são as causas do obscurecimento pessimista: os medíocres, como de resto o rebanho, quase não possuem questões ou consciência moral, - são alegres. Para o obscurecimento dos fortes: Schopenhauer, Pascal. Tanto mais perigosa uma característica parece ao rebanho, tanto mais a fundo ele se acautela em relação a ela. No interior do rebanho, de toda comunidade, portanto inter pares, a superestimação da veracidade tem boa acolhida. Não se deixar enganar – e, por conseguinte, como pessoa moral, não enganar a si mesmo! Um compromisso mútuo entre iguais! Em relação ao que é de fora, o perigo e a precaução exigem que se esteja vigilante diante do engano: para tanto, como condição psicológica prévia, também se deve estar internamente vigilante. Desconfiança como fonte da veracidade.
            Assim,
o instinto de rebanho avalia o meio e o mediano como o que há de mais alto e valioso: a posição na qual se encontra a maioria; a maneira como ela se encontra a si mesmo; com isso, é um opositor de toda hierarquia, a qual observa uma ascensão de baixo para cima, ao mesmo tempo em que considera um descenso [Hinabsteigen] do maior número à minoria. O rebanho sente a exceção, tanto a que está embaixo dele quanto a que está em cima dele, como algo infame e que se opõe a ele. Seu truque em relação às exceções de cima, aos mais fortes, mais poderosos, mais sábios, mais férteis, é persuadi-los a desempenhar o papel de vigias, pastores, guardas – a serem os seus primeiros servidores: com isso, ele transforma um perigo em uma utilidade. No meio, cessa o temor; aqui, não se está sozinho com nada; aqui, há pouco espaço para o mal-entendido; aqui, há igualdade; aqui, o ser próprio não é sentido como uma censura, mas antes como um ser autêntico; aqui, reina a satisfação. A desconfiança dirige-se às exceções; ser exceção vale como culpa” (cf. Nietzsche, 2008: 161-162, passim). 
Estatisticamente falando do ponto de vista da religiosidade a população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católica (64,4%). Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi durante cerca de 400 anos a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Também estão presentes os movimentos básicos do protestantismo: adventismo, batistas, evangelicalismo, luteranos, metodismo e presbiterianismo. No entanto, existem muitas outras denominações religiosas no Brasil, algumas dessas igrejas são: pentecostais, episcopais, restauracionistas, entre outras. Há mais de três milhões e meio de espíritas (ou kardecistas) que seguem a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec. O animismo também é forte dividindo-se em candomblé, umbanda, esoterismo, santo daime e tradições indígenas (cf. Braga, 2012). Existe também uma minoria de muçulmanos, budistas, judeus e neopagãos. Enfim, 8% da população (cerca de 15 milhões de pessoas) declararam-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.
            Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o número de membros tanto da Igreja Católica quanto das religiões afro-brasileiras. Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último censo realizado. O censo demográfico realizado em 2010, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa no Brasil: 64,6% dos brasileiros (cerca de 123 milhões) declaram-se católicos; 22,2% (cerca de 42,3 milhões) declaram-se protestantes (evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais); 8,0% (cerca de 15,3 milhões) declaram-se irreligiosos: ateus, agnósticos, ou deístas; 2,0% (cerca de 3,8 milhões) declaram-se espíritas; 0,7% (1,4 milhão) declaram-se as testemunhas de Jeová; 0,3% (588 mil) declaram-se seguidores do animismo afro-brasileiro como o Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda; 1,6% (3,1 milhões) declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: os budistas (243 mil), os judeus (107 mil), os messiânicos (103 mil), os esotéricos (74 mil), os espiritualistas (62 mil), os islâmicos (35 mil) e os hoasqueiros (35 mil). Há ainda registros de pessoas que se declarambaha`ís e wiccanos, “porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país”.
Se na origem do“populismo” (популизм), na expressão de V. Tvardovskaia (1972), eno sentido simplificado do termo pode ser entendido como um processo mediante o qual “o popular se torna conhecido” (cf. Weffort, 1968a; 1968b), quando uma multidão de 400 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante o funeral do Papa João Paulo II, em abril de 2005 gritava: “Santo Súbito!” temos assim, “sinais” (cf. Ginzburg, 1992: 158 e ss.) de que o papa reinventava o “populismo católico” para o mundo. Ipso facto esta expressão fará com que “João de Deus” - como é conhecido no Brasil - seja beatificado seis anos após a sua morte. Normalmente, como sabemos, a igreja leva cinco anos só para iniciar todo o processo. Além disso, temos um fato político-religioso novo: o processo se deu mais rápido, porque este era um desejo do povo, que queria que ele fosse canonizado já no dia de seu funeral. Com 27 anos de pontificado, “João de Deus” foi o terceiro papa a passar mais tempo no cargo, perdendo apenas para São Pedro (30 d.C. - 67 d. C.) e Pio XII (1846-1878).
Mas o que pode representar para Freud, como diz-nos C. Ginzburg, leitor d “ilgiovane Freud”, “ancora lontaníssimodallapsicoanalisi - lalettura dei saggidi Morelli?”.  Enfim, o que há de importante nesses aspectos, resumidamente, é que Ginzburg articula mais precisamente em seu “paradigma indiciário” (cf. Ginzburg, 1986:165;1991; 2001) onde sugere três aspectos: “sintomi” (nel caso di Freud),“indizi” (nel caso di Sherlock Holmes) e“segnipicttorici” (nel caso di Morelli). Ou seja,
la proposta diunmetodo interpretativo imperniatosugliscarti, sui datimarginali, considerati come rivelatori. In tal modo, particolariconsideratidisolitosenzaimportanza, o addirittura tri viali, ´bassi`, fornivanolachiave per accedere ai prodottipiúelevatidellospiritoumano: ´i miei avversari` scriveva ironicamente Morelli (un`ironiafattaapposta per piacere a Freud) ´si compiaccionodiqualificarmi per uno ilquale non  savedereil senso spiritualediun`opera d´arte e per questodà una particolareimportanza a mezziesteriori, qualile forme della mano, dell`orecchio, e persino, horrible dictu, dicosíantipaticooggetto qual èquellodelleunghie`. Anche Morelli avrebbepotutofarproprioil moto virgiliano caro a Freud, scelto como epigrafe dell`Interpretazione dei sogni: ´Flectere si nequeoSuperos, Cherontamovebo`. Ilnotre, questidatimarginalierano, per Morelli, rivelatori, perchécostituivano i momenti in cuiilcontrollodell´artista, legato allatradizioneculturale, si allentava per cedereil posto a trattipruamenteindividuali, ´cheglisfuggonosenzacheegli se ne accorga`. Ancorpiúdell`acceno, in quelperiodo non eccezionale, a un`attivitàinconscia, colpiscel`identificazionedelnucleo intimo dell`individualitàartisticaconglielementisottrati al controllodellacoscienza” (cf. Ginzburg, 1986: 164-165, grifado no texto).
Além disso, João Paulo II foi o primeiro papa a rezar em uma sinagoga, em Roma (Itália), o primeiro a entrar em uma mesquita em um país islâmico, em Damasco, na Síria, e o primeiro a presidir um encontro de líderes das maiores religiões mundial, no ano 1986. Não devemos perder de vista, que no ano de 1981, o extremista turco Melhmet Ali Ağca tentou matar o papa, atirando na Praça São Pedro. Nascido a 9 de janeiro numa famíliapobre da Turquia foi o terrorista que cometeu o atentado contra o Papa João Paulo II em 13 de maio de 1981, quando este circulava “em carro aberto” pela Praça de São Pedro no Vaticano. Em segundo lugar João Paulo II foi o primeiro pontífice em mil anos a ser beatificado pelo seu sucessor. O processo foi aberto em junho de 2005, por iniciativa do papa Bento XVI, a quem coube decidir pela aceleração da beatificação, sob alegativa de que “não pretendiam esperar os cinco anos de morte previstos no Código de Direito Canônico”. Pragmaticamente falando o papa Bento XVI aprovou decreto atribuindo um milagre a seu antecessor, o que abriu a démarche para a beatificação. O milagre atribuído a KarolWojtyla é a cura, aparentemente inexplicável, da freira francesa Marie Simon-Pierre, de 50 anos.
O indivíduo, ator, identidade, grupo social, classe social, etnia, minoria, movimento social, partido político, corrente de opinião pública, poder estatal, todas estas “manifestações de vida” no sentido simmeliano do termo, não mais se esgotam no âmbito da sociedade nacional, o que nos faz admitir que a diferenciação em comunidades locais, tribos, clãs, grupos étnicos, nações e até mesmo Estados, perderam ao menos algo do seu significado anterior. Na sociedade global, de outra parte, generalizam-se as relações, os processos e as estruturas de dominação e apropriação, antagonismo e integração. Modificam-se os indivíduos, as coletividades, as instituições, as formas culturais, os significados das coisas, gentes e ideias, vistos em configurações histórico-sociais. Enfim, se as ciências sociais nascem e desenvolvem-se como forma de autoconsciência científica da realidade social, pode-se imaginar que elas podem ser seriamente desafiadas quando essa realidade já não é mais a mesma. Nesse sentido é que a formação da sociedade global pode envolver novos problemas epistemológicos, além de ontológicos.
            Enfim, para concordarmos com Leonardo Boff (2007; 2010),
temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é a parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser compreendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige”.
            Do ponto de vista teórico-metodológico Carlo Ginzburg tem um percurso de pesquisa dos mais originais e criativos, que extravasa o quadro dahistoriografia italiana (cf. Ginzburg, 1991: 169 e ss.) e mesmo da historiografia europeia. A sua obra, com efeito, introduziu diversas rupturas nas maneiras de pensar em História, mobilizou metodologias e instrumentos de conhecimento oriundos de outras áreas de saber, estabeleceu novas zonas de dialogo com as restantes ciências humanas e sociais, nomeadamente com a antropologia e a filosofia (cf. Ginzburg, 1991: 203 e ss.). Enfim, trata-se aqui de uma intervenção ativa, que procura inverter as relações tradicionais de subordinação da História no que diz respeito à produção dos meios de conhecimento, centrada numa forte preparação filológica, caracterizada pela atenção ao detalhe, ao estudo de caso, à analise do processo significativo, com a valorização dos fenômenos aparentemente marginais, como os ritos de fertilidade, ou dos casos obscuros, protagonizados pelos pequenos e excluídos, cuja verdadeira dimensão cultural e social vem sendo valorizada (cf. Ginzburg, 1988: 96 e ss.).
Outro aspecto relevante na vida política de João Paulo II é que ele foi louvado como grande liderança na arena politica internacional. Só ao Brasil, o pontífice realizou três visitas oficiais. A primeira, em 1980, foi a mais marcante. Com apenas dois anos de pontificado, João Paulo II desembarcou em Brasília no dia 30 de junho, onde se ajoelhou e beijou o chão. O gesto célebre, que ele repetia sempre que visitava um país pela primeira vez, virou a sua marca. Na ocasião de sua primeira viagem ao país, o papa percorreu treze cidades em apenas doze dias. O evento mais marcante de sua passagem foi a celebração de uma missa campal no maior estádio do mundo, o Maracanã, no Rio de Janeiro, no vigor de seus 58 anos para cerca de 160 mil fiéis presente, cantando o refrão da música tema de sua visita ao país. Foi nessa primeira visita que o papa veio a Fortaleza e durante a sua passagem ele celebrou uma missa para um Estádio Castelão que atraiu cerca de 120 mil pessoas contando ainda com a presença do Frei Aloisio Lorscheider.
Neste aspecto não queremos perder de vista,
ensutesis de doctorado sobre elMovimiento de Educación de Base enel Brasil (movimento organizado por laIglesia Católica con recursos públicos a partir de 1961 para laeducación de las capas populares del nordeste del Brasil a través de la radio y confiado a laorientación de los laicos), publicada en 1970, Emanuel de Kadt - teniendoen mente los textos del famoso seminario sobre populismo realizado enla London SchoolofEconomicsenmayo de 1967 - señalóla presencia entre losjóvenes católicos brasileños de elementos semejantes a los que marcaron al populismo rusodelsiglo XIX. La analogía entre lospatrones ideológicos del populismo ruso y de los movimentos populistas deltercer mundo había sido señalada por AndrzejWalichi, uno de losmejoresconocedoresdel populismo ruso y sobre cuyotrabajo se apoyó Kadt.2 Éste intenta dar concreción a la analogia reduciendolacaracterización de unmovimiento como populista a lautilización de unos pocoscriterios. Seríanmovimientos promovidos por intelectuales (y estudiantes) preocupados por las condiciones de vida de lasmasas oprimidas, el ´pueblo`, aparentemente incapaz de identificar por símismo sus intereses. Tales intelectualestendrían horror a lamanipulacióndel ´pueblo` y supresupuesto central sería que las soluciones para los problemas vividos por elpueblodeberíanprovenir, en última instancia, delpropio Pueblo” (cf. Paiva, 1982).
                                  

No caso do papa Francisco, talvez a postura de adotar uma linha de menos ostentação durante seu pontificado colocou o papa Francisco no centro de uma polêmica na Itália, e gerou declarações no mínimo curiosas por parte de historiadores. O escritor e historiador Vittorio Messori criticou a postura de Francisco ao dizer que a Igreja Católica não é pobre e nem deve se portar como tal, pois “Jesus não era um morto de fome”.Na entrevista ao jornal Il Fatto Quotidiano, Messori fez analogias bastantespolêmicas para explicar sua visão sobre o ministério de Jesus: “Ele vestia Armani, as suas vestes eram raras e luxuosas para a época. Ele tinha um tesoureiro que o traiu e, portanto, também um tesouro” (“Indossava Armani, i suoivestitieranorari e dilusso per il tempo. Avevauntesorierechelotradiva, e, quindi, ancheuntesoro”), afirmou.Um colega de Messori, o professor Roberto Rusconi, pondera sobre a questão: “Certamente, Jesus não era um pedinte e talvez José também não. O sentido da sua mensagem e da sua vida, não por acaso sintetizado por Francisco de Assis, está no não possuir, pois a posse gera poder”.
O papa Francisco chegou há pouco ao Palácio da Guanabara onde ocorrerá uma recepção em sua homenagem. Ele saiu do Aeroporto Santos-Dumont, onde fica a Base Aérea do III Comando Aéreo Regional (Comar) da Aeronáutica. Dois helicópteros esperavam a chegada da comitiva para levar Francisco ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, em Laranjeiras. Assim que o papa saiu da Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, para seguir no papamóvel pelas ruas do centro do Rio, milhares de fiéis se aglomeraram dentro e na porta da igreja e uma confusão se formou. Enquanto um grupo queria sair da igreja para seguir rumo ao Theatro Municipal, outros queriam entrar porque acreditavam que Francisco voltaria para lá. A aglomeração foi tanta que muitos reclamaram até de falta de ar. Ele não voltou à catedral. Francisco foi até o Theatro Municipal, de onde deixou o papamóvel e embarcou no mesmo Fiat Idea para seguir rumo à Base Aérea do Galeão e ir de helicóptero até o Palácio Guanabara.
            Escólio: Una Chiesa in crisi, scossa da scandali, assediata da una cristianofobiaaggressivaanche in Occidente, mache in altricontinenti si fa sanguinosa. Eppure una Chiesa ancora riccadicarismiedenergie, sofferentema viva, fermaneldesideriodicontinuarela sua marcianel tempo. Èl'ereditàche Jorge Mario Bergoglioraccoglie, conl'investituracheloconsacra papa Francesco.Trovaungregge imponente mache, percentualmente, non cresce. Trova una cadutadellevocazioniallavita religiosa che, soprattutto in Europa, ha spopolatole case canonichedelleparrocchie e i conventi. Trova un mondo chesembra sempre piùsecolarizzato, ostaggiodellanuova ideologia egemone, il ´politicamente correto`. E deve fare i conti, in seno allaChiesa, conlerivalità, i protagonismi, i vizi e ladisobbedienza. Vittorio Messori - cattolicofedeleall'ortodossiamaallergico al clericalismo e al trionfalismo - in questaanalisiveloce e informata ciricordacheleombreecclesialiconvivonoconampisquarci da cui filtra laluce. Come ciconferma una storiadue volte millenaria, laChiesapuòcontaresuun'energiaenigmaticacapacedirianimarlaanche al fondodellecrisipeggiori: per i credenti, infatti, la sua struttura terrena èaffidata a uomini sempre limitati e peccatori, mala sua essenzaè divina. La sfidacheattendeilnuovo papa èattingere, nellapreghiera e nell'azione - sullascorta dei suoigrandipredecessori - a questaforza per l'impegnopiù grande: una nuovaevangelizzazione.
Roberto Rusconi vai mais a fundo ao dizer que o problema da Igreja Católica não está nas riquezas que possui, e sim, na forma como a utiliza: “De um certo ponto de vista, nunca existiu uma Igreja pobre, enquanto que a Igreja sempre teve – como instituição – o problema de como gerir os bens que possuía, que geravam riqueza e principalmente poder. Entre os seguidores de Francisco de Assis, que haviam partido com a rejeição de toda forma de propriedade e, portanto, de poder, e que depois foram se enchendo de esmolas e bens, abriu-se a discussão sobre a possibilidade de um ususpauper. Em outras palavras, pode ser extremamente anti-histórico usar a categoria de pobreza fora do contexto. O problema da Igreja consiste nos bens que geram a riqueza e não são utilizados para os pobres”, contextualizou.O professor conclui seu raciocínio criticando as declarações de Messori: “[O papa] escolheu o nome de Francisco. A sua insistência sobre a pobreza e os pobres deve ser remetida a essa chave: quem são os pobres e que uso se pode fazer dos bens da Igreja para os que precisam. Se a Igreja de Roma deve se livrar das riquezas, isso não se faz em um dia. Se quisermos nos colocar no plano das piadas, é fácil demais. Na cruz, Jesus não estava vestido com Armani, e o sepulcro não havia sido projetado por Renzo Piano [arquiteto italiano renomado]”.
Em 1984 foi celebrado na Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude com o Papa João Paulo II, por ocasião do Ano Santo da Redenção. Na ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ, conhecida como a Cruz da Jornada. O ano de 1985 foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações Unidas. Em março houve outro encontro internacional de jovens no Vaticano e no mesmo ano o Papa anunciou a instituição da Jornada Mundial da Juventude.Todos os anos ela acontece em âmbito diocesano, celebrada no Domingo de Ramos e, com intervalos que podem variar entre dois e três anos, são feitos os grandes encontros internacionais. A primeira Jornada Mundial da Juventude, realizada em Roma em 1986, teve como lema: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1Pd 3, 15). A celebração aconteceu em âmbito diocesano.
A XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ocorre de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, Brasil. Pela primeira vez, esse evento da Igreja Católica se dá em um país cuja língua portuguesa é majoritária, e pela segunda vez em um país da América do Sul - o primeiro encontro no subcontinente foi na Argentina em 1987. A escolha da cidade brasileira foi feita pelo então Papa Bento XVI em 2011, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude daquele ano. É o primeiro encontro da juventude católica que terá a frente o Papa Francisco.O tema da Jornada Mundial da Juventude de 2013 foi inspirado em um versículo do Evangelho de Mateus: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações!” (Mt 28, 19).A visão de Mateus sobre a missão é caracterizada pelo “grande envio” relatado no final de seu evangelho (Mt 28,16-20). – “Os onze discípulos voltaram à Galileia....Quando o viram prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. Jesus se aproximou deles e disse:- ´Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.
Há três verbos no “grande envio” que destacam o caminho da missão. A expressão “fazer discípulos” é a mais central. O “fazer discípulos” é a expressão chave para o caminho da missão. A expressão “fazer discípulos” aparece somente quatro vezes no Novo Testamento: três vezes em Mateus (13,52; 27,57; 28,19) e uma vez nos Atos (14,21). Para Mateus, o termo “discípulo” não se refere somente aos doze apóstolos (como aparece em Marcos e Lucas). Discípulo é o protótipo da Igreja e inclui, também, todos os “discípulos”. Portanto, “fazer discípulos” significa convidar outros a ser o que eles mesmos são: os que esperam o Reino de Deus (5,20) e são o sal e a luz do mundo (5,13). Para Mateus, o que se aplica a Jesus diz-se também em relação aos discípulos. Em Mt 10,24, - “O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. Para o discípulo basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor”, no sofrimento e na autoridade missionária.
Há, porém, diferenças entre um e outros. Ele, Jesus, é o Senhor. Os discípulos não são perfeitos e experimentam a fraqueza e as contradições. Muitas vezes são classificados como pessoas de "pouca fé", cheios de dúvidas e receios.A fragilidade e a vulnerabilidade dos discípulos são experimentadas em sua própria identidade: eles estão vivendo à beira da hostilidade dos judeus e pagãos. Assim aconteceu com Jesus. A missão nem sempre é vivida na certeza; muitas vezes se abastece da fraqueza. Há sempre uma tensão dialética entre adoração e dúvida, entre fé e medo. Mateus é o único evangelista que põe na boca de Jesus o termo: “Igreja” (Ekklesia) (cf. Mt 16,18 e 18,17). Não se trata aqui da conotação de uma instituição ou denominação. Enfim, a XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro. O evento custará aos cofres públicos do Brasil aproximadamente R$ 120 milhões. Mas o impacto social não se refere apenas ao plano da reprodução ideológica econômica, mas, sobretudo no plano da ecologia. Sob a justificativa de “limpar” uma área para celebrar uma missa campal, 334 árvores de área proteção ambiental foram cortadas pelos famigerados organizadores da JMJ. Estejamos atentos! Bibliografia geral consultada:

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