Thiago Sampaio*
Por mais complexa que seja a questão, desde o eleitor mais instruído ao de menor escolaridade, todos estão constantemente fazendo aferições sobre o mundo político. Essas aferições se baseiam em dois sistemas básicos: experiências vividas e sugestões. Dessa forma, ao analisar a política o eleitor, primeiramente, leva em conta o passado. Assim, quando um candidato promete, caso seja eleito, implantar uma política, o eleitor ativa, por exemplo, todas as lembranças sobre a capacidade que aquele político possui de cumprir o que promete e assim decide se deve ou não confiar. A base da confiança está no passado. No entanto, se não há nada no passado que possa explicar o presente, o eleitor se apega as sugestões. Essas sugestões vêm, sobretudo, da família, dos amigos, da imprensa, dos grupos de interesse e de especialistas. Porém, nem todas as sugestões serão aceitas ou, até mesmo, ouvidas, pois o eleitor tem suas convicções que a elas se agarra e reluta em contradizê-las. O eleitor, em sua maioria, é informado, mas ele lê as notícias da forma que lhe agrada chegando a criar justificativas para defender o indefensável e é, por isso, que, muitas vezes, aparentam estar anestesiados a escândalos. Nesse sentido, não é por falta de informação que os eleitores, às vezes, tomam decisões errôneas, mas, sim, pela incapacidade (que nada tem a ver com o grau de escolaridade) de processar as informações disponíveis.
Sociólogo, mestre em Ciência Política.
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