sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Invenção da Triplice Fronteira & As questões de "Fronteira"


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ALBUQUERQUE, J. L. C. A Invenção da Triplice Fronteira. Disponível em http://cienciasocialceara.blogspot.com/2010/04/invencao-da-triplice-fronteira-as.html.  Acesso em: 16 de abr. 2010.

Ontem recebi uma grata notícia. 
O Professor Doutor, Lindomar (UFC-UNIFESP) me mandou um email dizendo em suas palavras:
"Beleza, muito bom, dei uma olhada e realmente está muito bem humorado seu Blog."
Me enviou 2 textos sobre "A Invenção da Triplice Fronteira" e um texto mais geral sobre as questões de "Fronteiras".  Ele me pediu que junto aos textos eu colocasse este link como referência.

Observatório da Tríplice Fronteira
Sociologia, Antropologia e Estudos Transnacionais:

O Observatório da Tríplice Fronteira surge a partir do trabalho de um grupo de cientistas sociais da Argentina e do Brasil interessados em analisar dinâmicas sociais e culturais na região onde se encontram as fronteiras entre Argentina, Brasil e Paraguai. Desde uma perspectiva multidisciplinar, os pesquisadores que integram o Observatório (sociólogos, antropólogos, economistas e cientistas políticos) trabalham com métodos etnográficos e historiográficos que possibilitam conhecer a realidade da Tríplice Fronteira a partir de observações, convivência e diálogo com os habitantes das três cidades que convergem em seus territórios limítrofes. Os membros que compõem o Observatório pertencem à Universidade de Buenos Aires (UBA), Universidade de Rosario (UNR), Centro de Estudos e Investigações do Trabalho (CEIL-PIETTE/ CONICET, Argentina), Centro Latinoamericano de Economia Humana (CLAEH, Uruguay), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


 ARTIGO 1: 
 A INVENCIÓN DE LA TRIPLE FRONTERA
 VERSÃO EM ESPANHOL


ALBUQUERQUE, J. L. C. La Invención de la Triplice Frontera. Disponível em http://cienciasocialceara.blogspot.com/2010/04/invencao-da-triplice-fronteira-as.html  Acesso em: 16 de abr. 2010.

La región de las tres fronteras (Foz do Iguaçu –Br, Puerto Iguazu – Ar, Ciudad del Este- Py) es resultado histórico de la ocupación económica y militar de las zonas fronterizas de los tres estados nacionales. Foz do Iguaçu surgió como una colonia militar en 1889. Puerto Iguazu es impreciso el año de fundación, pero fue en los primeros años del siglo XX. Ya Ciudad Del Este nació solamente en 1957 bajo la dictadura de General Stroessner y la ciudad llevaba su nome, Puerto Stroessner. Cambió para Ciudad del Este en 1989 con el fin del régimen militar en Paraguay.  La zona cambió radicalmente a partir de los años 1960 con la construción del Puente de la Amistad, de la Usina Hidrelétrica de Itaipu en la década de 1970 y el aumento de la explotación del turismo de las cataratas de río Iguazu entre Brasil y Argentina, especialmente después del fin de los Saltos de Guairá en el rio Paraná en 1982, encubiertos por las águas del Lago de Itaipu . Muchas personas migraron para la región  para trabajar en esas construcciones. La conseqüência fue un crecimiento radical de las ciudades, especialmente Foz do Iguaçu y Ciudad del Este. En la década de 1980, Ciudad del Este se transformó en un centro de reexportación de productos fabricados en China y en otros países del este asiático y atrayó muchos inmigrantes sírio-libaneses, palestinos, chinos, coreanos y otros que pasaron a vivir de negocios en la zona. Durante la década de 1990, las tres fronteras se transformaron en la Triple Frontera y esta entró en el circuito del “terrorismo global”. Los ataques a la embajada de Israel en 1992 y la Asociación Mutual Israelita en 1994 en Buenos Aires levantaron sospechas de que los responsables  venieron de la Triple Frontera, especialmente por causa de la fuerte presencia de árabes en la zona. Después del ataque a las Torres Gemelas en Estados Unidos em 2001, el departamento de Estado Americano, la prensa de aquel país pasaron a mirar la región como un punto estratégico del combate al “terrorismo global” y envian cotidianamente agentes secretos y periodistas para investigar las “células dormidas” del terror. Por su vez, los moradores locales reaccionan a esta vinculación y protestan a través de paseatas, Fóruns sociales  y de campañas publicitárias bien humorada como los Festivales de Humor hechos en Foz do Iguazu despúes de 2001.



ARTIGO 2: 
FRONTEIRAS: PONTES E PORTAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO


 VERSÃO EM PORTUGUÊS


ALBUQUERQUE, J. L. C. Fronteiras: pontes e portas do mundo comtemporâneo. Disponível em  http://cienciasocialceara.blogspot.com/2010/04/invencao-da-triplice-fronteira-as.html. Data de acesso 16 de abr. 2010.


As fronteiras são barreiras e travessias, portas e pontes que dividem e ligam as pessoas e seus universos de desejos, de símbolos e de coisas. A palavra fronteira é bastante usada por todos nós, significando tanto uma metáfora, quando dividimos ou superamos as fronteiras das áreas do conhecimento ou das expressões artísticas, como também uma referência a uma demarcação de territórios, tanto os espaços étnicos, municipais, estaduais, provinciais, mas especialmente os nacionais.
O termo tem uma origem militar, front, e se fortaleceu no contexto das guerras e das conquistas para a consolidação dos Estados modernos a partir do século XV. Geralmente os geógrafos diferenciam as palavras fronteira e limite. A fronteira significando uma zona mais ampla de um lado e outro do limite internacional, enquanto o limite é a linha de fronteira, definida pela delimitação jurídica e pela demarcação precisa do território.  Mas comumente as pessoas usam as duas palavras como sinônimas. A classificação mais evidente no contexto atual é entre as zonas de fronteiras nacionais em tensão, “fronteiras quentes”, e as áreas fronteiriças tranqüilas ou bastante abandonadas pelas populações nacionais. Algumas das principais zonas conflituosas e de permanentes controles são a ampla fronteira entre os Estados Unidos e México, a fronteira entre Israel e Palestina, entre a Índia e o Paquistão e a denominada Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina, Paraguai) na América do Sul. Os conflitos e formas de controles destas fronteiras se intensificaram bastante após o ataque das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e a consolidação da era de “combate ao terrorismo”. Já as fronteiras vistas como “frias” ou abandonadas geralmente não chamam a atenção da imprensa e dos pesquisadores, tornam-se territórios desconhecidos, terras de ninguém e de outros fluxos de pessoas e de mercadorias.  
Na divisão do mundo hoje em Estados nacionais, as fronteiras “quentes” e “frias” entre estes territórios estatais adquirem importância crescente em suas dimensões de controle e de travessia.
Os controles de pessoas, de mercadorias e de informações acontecem de acordo com a lógica do poder desigual entre os países. Em primeiro lugar, gostaria de destacar os controles populacionais. Lemos, ouvimos e vemos diariamente reportagens e situações de imigrantes “ilegais” e “irregulares” vindo dos países pobres e sendo proibidos de entrarem nas fronteiras dos países ricos, como também guerras civis, nacionais e catástrofes ambientais, forçando o deslocamento de milhões de pessoas e a formação de inúmeros campos de refugiados. Em segundo lugar, o mundo das mercadorias também passa por seus controles estatais. Basta aguçar a nossa mirada para as mercadorias Made in China, distribuídas no Paraguai e em outros tantos centros de comercialização. Estes produtos são facilmente classificados como “piratas”, “truchos”, “falsificados” e são cotidianamente apreendidos nas barreiras de fiscalização militar no Brasil e em outros países em nome da preservação do monopólio das grandes empresas transnacionais que estendem os seus tentáculos em tantas nações periféricas. Por último, o universo da comunicação e suas variadas formas de controles. As informações sobre o mundo contemporâneo são controladas, selecionadas e silenciadas por um pequeno número de redes de comunicação situadas nos Estados Unidos e alguns países europeus. Uma mirada passageira nas informações divulgadas pela CNN, Nem York Times, The Washington Post, The Economist ajudam a compreender os mecanismos de seleção, controle e reprodução circular da informação filtrada por estes poderosos veículos de informação.
 Por outro lado, as fronteiras são também travessias no mundo contemporâneo. Basta observarmos o aumento gigantesco do turismo e dos intercâmbios profissionais e estudantis em vários lugares do mundo. As pessoas estão se deslocando mais e conhecendo as mais variadas experiências culturais e políticas. No contexto europeu, a formação da União Europeia contribuiu para o fim de passaportes nacionais entre os países membros e o fim das barreiras militares nas fronteiras nacionais. Entretanto, o fim das barreiras internas contrasta com o fortalecimento dos controles externos aos imigrantes latinos, africanos, árabes etc.  Quando olhamos para o mundo dos negócios, especialmente para a vida dos executivos de empresas transnacionais, nos surpreendemos com a quantidade de viagens internacionais feitas por ano e os lugares de moraria durante uma vida destes homens e mulheres de negócios.  No mundo das mercadorias e das inovações tecnológicas, também ficamos surpresos com a intensidade do circuito global de produtos e de novidades tecnológicas que podemos observar e comprar no mercado “formal” e “informal”. Já na área de comunicação é impressionante o mundo da internet atravessando inúmeras fronteiras nacionais e intensificando os fluxos de informações. A própria existência deste número da revista tercermundista deve-se em parte a agilidade da comunicação através de e-mails, facebook etc, ultrapassando muitas fronteiras nacionais e aproximando os colaboradores.
Desta forma, as fronteiras são espaços territoriais, sociais e simbólicos em permanente movimento de definição, controle e de aberturas para novas experiências sociais e comunicacionais.

 

FRONTERAS: PUENTES Y PUERTAS DEL MUNDO CONTEMPORÁNEO

VERSÃO EM ESPANHOL
Las fronteras son barreras y cruces, puentes y puertas que tanto unen como separan las personas y sus universos de deseos, de símbolos y de uso de los bienes materiales. 
La palabra frontera es bastante usada por todos nosotros, significando una metáfora, cuando dividimos o superamos las fronteras de las áreas de conocimiento o de las expresiones artísticas, como también una referencia a una demarcación de territorios, tanto de los espacios étnicos, municipales, estaduales, provinciales, pero especialmente los nacionales.
El término tiene origen militar, front, y se fortaleció en el contexto de guerras y conquistas para la consolidación de los estados modernos a partir del siglo XV. Generalmente, los geógrafos diferencian las palabras frontera y límite. La frontera, significando una zona más amplia de un lado y otro del límite internacional, en cuanto el límite es la línea de frontera, definida por la delimitación jurídica y por la demarcación precisa del territorio. Pero comúnmente las personas usan las dos palabras como sinónimos. La clasificación más evidente en el contexto actual es entre las zonas de fronteras nacionales en tensión “fronteras calientes” y las áreas fronterizas tranquilas o bastante abandonadas por las populaciones nacionales. Algunas de las principales zonas conflictivas y de permanentes controles son la amplia frontera entre Estados Unidos y México, la frontera entre Israel y Palestina, entre India y Paquistán y la denominada Triple Frontera (Brasil, Argentina, Paraguay) en América del Sur. Los conflictos y formas de control de estas fronteras se intensificaron bastante después del ataque de las Torres Gemelas el 11 de septiembre de 2001 en Estados Unidos y la consolidación de la era del “combate al terrorismo”. Ya las fronteras vistas como “frías” o abandonadas generalmente no llaman la atención de la prensa y de los investigadores, tornándose territorios desconocidos, tierras de nadie y de otros flujos “legales e ilegales” de personas y mercaderías.
En la división del mundo hoy en Estados nacionales, las fronteras “calientes” y “frías” entre estos territorios estatales adquieren importancia creciente en sus dimensiones de control y de cruce.
Los controles de personas, bienes e información suceden de acuerdo a la lógica de las relaciones de poder desigual entre los países. En primer lugar gustaría destacar los controles poblacionales. Leemos, escuchamos y vemos los informes diarios y las situaciones de los inmigrantes "ilegales" e "irregulares" procedentes de los países pobres siendo prohibidos de entrar en las fronteras de los países ricos, así como las guerras civiles, catástrofes naturales y ambientales, forzando el desplazamiento de millones de personas y la formación de innumerables campos de refugiados. En segundo lugar, el mundo de las mercancías también pasa por sus controles estatales. Basta agudizar nuestra mirada a los productos fabricados en China, distribuidos en Paraguay y en muchos otros centros de comercio. Estos productos son fácilmente clasificables como “piratas”, “truchos”, “falsificados” y se ven sistemáticamente decomisados en el puesto de control militar de las barreras en Brasil y otros países en nombre de la preservación del monopolio de las grandes empresas transnacionales que extienden sus tentáculos en tantas naciones periféricas. Por último, el universo de la comunicación y sus variadas formas de control. Las informaciones sobre el mundo contemporáneo son controladas, seleccionadas y silenciadas por un pequeño número de redes de comunicación situadas en los Estados Unidos y algunos países europeos. Una mirada pasajera en las informaciones divulgadas en la CNN, New York Times, Washington Post, The Economist ayudan a comprender los mecanismos de selección, control y reproducción circular de la información filtrada por estos poderosos vehículos de información.

Por otro lado, las fronteras son también cruces en el mundo contemporáneo, basta que observemos el aumento gigantesco del turismo y de los intercambios profesionales y estudiantiles en varios lugares del mundo. Las personas se están desplazando más y conociendo las más variadas experiencias culturales y políticas. En el contexto europeo, la formación de la UE contribuyó para el fin de pasaportes nacionales entre los países miembros  y el término de las barreras militares en las fronteras nacionales. En tanto el fin de las barreras internas contrasta con el fortalecimiento de los controles externos a los inmigrantes latinos, africanos, árabes, etc. Cuando miramos para el mundo de los negocios, especialmente para la vida de los ejecutivos de empresas transnacionales, nos sorprendemos con la cantidad de viajes internacionales hechos por año y los lugares de alojamiento durante una vida de estos hombres y mujeres de negocios. En el mundo de las mercancías y de las innovaciones tecnológicas, también quedamos sorprendidos con la intensidad del circuito global de productos y de novedades tecnológicas que podemos observar y comprar en el mercado “formal e informal”. Ya en el área de comunicación es impresionante el mundo de Internet atravesando innumerables fronteras nacionales e intensificando los flujos de información. La propia existencia de este número de la revista tercermundista se debe en parte a la agilidad de comunicación a través de e-mails, facebook, etc., ultrapasando muchas fronteras nacionales y aproximando los colaboradores.

De esta forma, las fronteras son espacios territoriales, sociales y simbólicos en permanente movimiento de definición, control y de apertura para nuevas experiencias sociales y comunicacionales.




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