quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dica de filme: O enigma de Kaspar Hauser


Via  http://sociologiadeplantao.blogspot.com/2010/03/o-homem-e-um-animal-social.html

Lendas e mitos relatam histórias de heróis que, mesmo crescendo no isolamento, tornam-se humanos - Rômulo e Remo, Tarzan, Mogli -, apresentando comportamentos compatíveis com os demais seres humanos. Entretanto, para se tornar humano, o homem tem de aprender com seus semelhantes uma série de atitudes que jamais poderia desenvolver no isolamento. Já entre as outras espécies de animais, uma cria, mesmo separada do seu grupo de origem, apresentará, com o tempo, as mesmas atitudes de seus semelhantes, na medida em que estas decorrem, sobretudo, de sua bagagem genética e se desenvolvem de forma espontânea.

O cienasta alemão Werner Herzog trata justamente desse tema em seu filme O enigma de Kaspar Hauser, de 1974. Baseado no livro do austríaco Jacob Wassermann, ele mostra como um homem criado longe de outros seres de sua espécie é incapaz de se humanizar, não conseguindo desenvolver aptidões e reações que lhe dêem identidade e possibilidade de interagir satisfatoriamente com seus semelhantes.




Portanto, para que um bebê humano se transforme em um homem propriamente dito, viver e se reproduzir como tal, é necessário um longo aprendizado, em que as gerações mais velhas transmitem às mais novas suas experiências e conhecimentos. Essa característica da humanidade dependeu, entretanto, da nossa capacidade de criar símbolos que constituem as linguagens, por meio das quais somos capazes de nos comunicar, transmitindo aos outros o legado de nossa experiência de vida, compartilhando os sentidos que a ela atribuímos.

Dessa forma, o homem, transmite suas experiências e visões de mundo utilizando a comunicação, estabelecendo-se uma íntima indentidade entre linguagem, experiência e realidade, que é a base do imaginário e do conhecimento humano.

Fonte:

COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2005.

Um comentário:

  1. Apesar de o livro de Jacob Wassermann realmente existir, o filme não é a baseado no livro per se. Kaspar Hauser foi uma pessoal real e o filme é baseado no que se sabe sobre ele e não no livro.

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