terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Máquina de Guerra e os atentados de 11 de setembro.


                                                                                        Ubiracy de Souza Braga*

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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
                                         



Acordei apavorado, ao som de aviões que sobrevoavam minha casa” (Ariel Dorfamn).

            Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, chamados também de “atentados de 11 de setembro de 2001”, foram uma série de ataques suicidas coordenados pela Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais a jato de passageiros. Os sequestradores intencionalmente bateram dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos white collor que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram em duas horas, destruindo construções vizinhas e causando outros danos. O terceiro avião de passageiros caiu contra o Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que alguns de seus passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do avião, que os sequestradores tinham reencaminhado para Washington, D.C. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
Os atentados de 11 de setembro fazem 10 anos e a imprensa brasileira, de modo geral, já começou a demonstrar como pretende “cobrir” o aniversário da demolição do WTC. Todos os portais de notícias trazem matérias sobre o ataque aos EUA, sobre a reconstrução de New York, sobre o sofrimento dos parentes das vítimas norte-americanas e coisas assim. Quantos norte-americanos morreram? Provavelmente 2.996. Quantas pessoas morreram em consequência das guerras norte-americanas no Iraque e no Afeganistão em razão dos atentados de 11 de setembro? A resposta não é tão fácil. Depende da fonte. O Iraq Body Count Project (IBC) documentou um número menor de mortos, algo em torno de 73.264 a 79.869 mortes de civis não combatentes desde o princípio da guerra até 20 de Setembro de 2007. No Afeganistão foram 8.813 mortos. Abaixo imagem do atentado às torres gêmeas, “símbolo do capitalismo norte-americano”.

            O total de civis mortos no Iraque e no Afeganistão até hoje é de 873.344 (conforme a metodologia do IBC o total cai para 82.077 mortos) contra 2.996 mortos norte-americanos. O que dá uma média de 291.50 (27,39 pela metodologia do IBC) iraquianos e afegãos mortos para cada norte-americano assassinado em 11 de setembro. Nos territórios ocupados pela Alemanha, a Wehrmacht tinha como prática executar 10 civis para cada soldado alemão morto. Os  números estão  para demostrar  que  quaisquer  que seja a metodologia quantitativa de contagem de corpos, os norte-americanos realmente conseguiram ser primus inter pares. Já superaram com folga os nazistas. O número de iraquianos e afegãos civis mortos por causa das guerras norte-americanas já é consistentemente superior ao de pessoas que morreram no atentado de 11 de setembro.
            Wehrmacht é termo alemão que significa “Força de Defesa”, e que pode ser entendido como meios/poder de resistência e foi o nome do conjunto das forças armadas da Alemanha durante o Terceiro Reich entre 1935 e 1945 e englobava o Exército (Heer), Marinha de Guerra (Kriegsmarine), Força Aérea (Luftwaffe) e tropas das Waffen-SS que apesar de não serem da Wehrmacht, eram  frequentemente dispostas junto às  suas tropas. Substituiu a anterior Reichswehr, criada em 1921 após a derrota alemã na I grande Guerra. Em 1955, as novas forças armadas alemãs foram reorganizadas sob o nome de Bundeswehr. O que importa é que durante os dez anos de sua existência, cerca de 18 milhões de combatentes serviram na Wehrmacht. Aproximadamente 5,3 milhões morreram durante a II Guerra Mundial. O número de soldados e oficiais desaparecidos ou mortos nos campos de concentração, principalmente soviéticos, nos anos posteriores ao fim da guerra, é aparentemente desconhecido.
            Nos EUA oficialmente, um total de 558. 052 soldados morreram durante a Guerra Civil Americana. Considerando soldados desaparecidos, o total sobe para aproximadamente 620 mil. O número de feridos é de aproximadamente 275 mil na União e de 137 mil na Confederação. Estes números fazem da Guerra Civil Americana a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos. Aproximadamente 360 mil soldados da União e 198 mil da Confederação morreram. O número de americanos mortos na Guerra Civil Americana é maior do que a soma de americanos mortos durante todos os outros eventos da história militar dos Estados Unidos, desde a Revolução Americana de 1776 até tempos atuais. Três quintos de todas as mortes foram causados por doenças, um quinto por lesões e ferimentos e apenas um quinto morreu diretamente em combate.
A Guerra Civil Americana drenou os recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. Grande destruição ocorreu no Sul por causa da guerra. Inúmeras fábricas, estabelecimentos comerciais e residências foram destruídos e campos foram queimados pelos soldados do Norte. O monopólio mundial do algodão sulista foi destruído. Imediatamente após a guerra houve o aparecimento de grandes ressentimentos e atritos entre a população do Sul e do Norte dos Estados Unidos, que perduraram por várias gerações. Ressentimentos da população sulista contra o Partido Republicano, o partido de Abraham Lincoln também surgiu. Os republicanos teriam grandes dificuldades em vencer quaisquer eleições federais até a década de 1970, e mesmo em tempos atuais, os Estados do Sul são governados em sua grande parte por democratas.
A Guerra Civil Americana é considerada por vários historiadores como a “primeira guerra moderna”. Do ponto de vista tecnológico e da indústria de armamentos, o conflito gerou vários avanços na área militar. Táticas e armas foram criadas e introduzidas, que seriam largamente usadas nas próximas décadas, até o começo do século XX. Entre as principais inovações da guerra está a invenção de rifles que podiam atirar várias balas antes de serem recarregados, e o uso das primeiras metralhadoras. Foi, outrossim, a primeira guerra onde balões foram utilizados com o propósito de patrulhamento aéreo. Pela primeira vez, ironclads foram utilizados em guerra, bem como submarinos capazes de destruir outros navios. Minas terrestres e aquáticas foram outras inovações. Além disso, pela primeira vez na história mundial, ferrovias foram usadas para movimentar um grande número de soldados de uma região para outra, em questão de poucos dias. O telégrafo também foi usado, para comunicação, pela primeira vez. Enfim, é considerada “uma guerra moderna por causa da grande destruição gerada. Foi a primeira guerra total do mundo, onde todos os recursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra”.
De outra parte, John “Jack” Silas Reed (1887 - 1920) foi um jornalista e ativista norte-americano, que se tornou famoso pelo seu livro Dez dias que abalaram o Mundo (1978), em que relata em primeira-mão os acontecimentos que constituíram a Revolução de Outubro em que os bolcheviques tomaram o poder na Rússia. Ele foi marido da escritora e feminista Louise Bryant. Reed ficou conhecido como jornalista pela sua cobertura das greves de trabalhadores e da Revolução Mexicana. Enquanto cobria a 1ª grande Guerra, na Europa, interessou-se pela Revolução Bolchevique e partiu para a Rússia. Conheceu Lenin e, das suas conversas com ele, fez um livro.
Em Lawrence, Massachusetts, durante uma manifestação dos operários de uma fiação apoiada pelo Partido Socialista, conheceu Bill Haywood que lhe revelou que 25 mil operários de uma fábrica na outra margem do rio Hudson, que manifestavam exigindo oito horas de trabalho diário, estavam sendo maltratados pela polícia. Reed juntou-se aos manifestantes, sendo preso durante quatro dias, tendo escrito mais tarde no jornal “The Masses” sobre estes eventos. No México, em 1914, Pancho Villa liderava uma rebelião de camponeses quando Reed foi enviado como correspondente. Em pouco tempo, tornou-se próximo do líder revolucionário. Os relatos apaixonados de Reed não eram aquilo a que se chama jornalismo objetivo e imparcial, mas ajudaram a espalhar a notícia da revolução. Reed tinha acabado de regressar aos EUA, reconhecido como “um grande jornalista”, quando no Colorado se deu o Massacre de Ludlow, onde mineiros em greve foram abatidos pela Guarda Nacional a mando do clã Rockefeller. Esses acontecimentos foram registados no livro “A Guerra do Colorado”.
John Reed era uma figura importante no Partido Socialista nos EUA, sendo determinante para a fundação do Partido Comunista dos Trabalhadores. Esse partido era ilegal e era apenas um de dos partidos que disputavam o apoio do recentemente fundado Communist International (Comintern). Em 1917, chegaram da Rússia notícias de que o Czar fora deposto. Uma revolução estava em marcha. “Finalmente, toda uma população se negou a continuar a carnificina e se revoltou contra a classe governante”, pensou Reed. Com Louise Bryant, Reed partiu para a Finlândia e Petrogrado. A revolução avançava à sua volta, com operários a tomarem o poder nas fábricas, soldados recusando-se a combater e manifestando-se contra a guerra, e o soviete de Petrogrado a eleger uma maioria bolchevique. Por fim, a 6 e 7 de novembro, houve a rápida tomada das estações ferroviárias, telégrafo, telefone e correios, e a concentração de trabalhadores e soldados junto ao Palácio de Inverno.
Mutatis mutandis, há mais guerra no futuro dos EUA - muito mais, a julgar pelos relatórios, pronunciamentos e ações do governo do negro Barack Obama nesses últimos meses. Esses documentos incluem o Relatório de Revisão Quadrianual da Defesa (Quadrennial Defense Review (QDR)), a Revisão da Postura Nuclear (Nuclear Posture Review - NPR-2010), o Relatório da Defesa de Mísseis Balísticos (Ballistic Missile Defense Report), o encontro de segurança nuclear em New York e a conferência da ONU, de 3 a 28 de maio, de revisão do Tratado de Não-proliferação Nuclear, além, claro, das guerras em curso no Oriente Médio e na Ásia Central, e das exigências do orçamento de guerra do Pentágono.
O governo dos EUA comanda um colosso militar sem par, mas a (QDR), publicada em fevereiro, sugere que Washington entende que os EUA estejam constantemente “sob a ameaça” de ataque “por inúmeras forças terríveis, decididas a destruí-los”. Por isso, mais trilhões de dólares têm de ser consumidos em guerras presentes e futuras – ostensivamente para salvaguardas a pátria amada ameaçada. A Revisão da Postura Nuclear (NPR-2010) diz que o objetivo de longo prazo é um mundo “livre de bombas nucleares”, mas, apesar de reduções simbólicas dos arsenais desse tipo de armas, o Pentágono só faz ampliar sua capacidade nuclear, temperando a ampliação com uma devastadora “contenção convencional” capaz de atacar vários alvos pelo mundo, no período de uma hora. Além disso, esse documento, publicado em abril, preserva a prontidão para disparar “ataque nuclear imediato” (do ing.“‘hair-trigger’ nuclear launch readiness”), não limita a força nuclear à função de contenção, sugere uso ofensivo e, pela primeira vez, autoriza ataque nuclear, se necessário, contra Estado não-nuclear: o Irã.
Entre um e outro documento, Barack Obama expande ad infinitum vigorosamente as guerras que herdou do governo de George W. Bush, ampliando e operando o maior poder militar que os EUA jamais tiveram. Feito a elogiar do governo Obama foi ter assinado, dia 9 de abril, em Praga, novo Tratado Estratégico de Redução de Armas Nucleares com a Rússia, que reduz em 1.500 o arsenal de ogivas nucleares de cada lado. Foi passo positivo, mas todos sabem que excessivamente tímido, e nem de longe reduz efetivamente o risco de guerra nuclear. A QDR é relatório de 128 páginas que o Departamento de Defesa envia ao Congresso a cada quatro anos, com uma projeção do planejamento militar dos EUA para os 20 anos seguintes. Formada por uma comissão de 20 membros civis, selecionados pelo Pentágono e pelo Congresso, analisam o documento e sugerem alterações, para acrescentar uma perspectiva dita “independente”. Curiosamente 11 dos 20 membros ‘independentes’, inclusive o co-presidente dessa comissão – ex-secretário da Defesa William Perry; e o ex-conselheiro de segurança nacional Stephen Hadley - são empregados da indústria da Defesa. Embora o Pentágono trabalhe nos preparativos de uma possível III Guerra Mundial e novo pós-guerra, o relatório que está sendo apresentado concentra-se no futuro relativamente mais próximo, e só acrescenta rápidas generalizações sobre o futuro de longo prazo. Três das prioridades do QDR merecem comentário extra.
A primeira dessas prioridades é “vencer as guerras em andamento” (orig. “prevail in today`s wars”) no Afeganistão, Paquistão, Iraque, Iêmen e onde mais houver intrusão militar da Washington pós-11/9 nos anos vindouros. Na apresentação da Revisão Quadrianual, dia 1/2/2010, o secretário de Defesa da máquina de guerra de Bush-Obama Robert Gates fez declaração importante: “O sucessos nas guerras futuras dependerá do sucesso nas guerras em andamento.” As “guerras futuras” não foram identificadas. Além disso, a Revisão Quadrianual declara que a vitória militar no Iraque e no Afeganistão “é apenas o primeiro passo rumo a nossos objetivos estratégicos”. Segundo, enquanto no passado os EUA concentraram-se em construir capacidade para combater duas grandes guerras simultâneas, a Revisão Quadrianual sugere que não basta isso. Hoje, o governo Obama afirma “a necessidade de força robusta, capaz de proteger os interesses dos EUA contra uma multiplicidade de ameaças, inclusive as que advenham de sofrer ataque simultâneo por dois Estados-nação”.
Nos dias de hoje se trata de mais de duas guerras – sendo o “a mais”, a obrigação de “lutar de contra insurgência em larga escala, (montar e operar) operações de estabilização e contraterrorismo em ampla variedade de ambientes”, sobretudo em países pequenos e pobres como o Afeganistão. Outros alvos “a mais” incluem “atores não estatais”, como a al-Qaeda; “Estados fracassados”, como a Somália; e Estados de tamanho médio mas bem defendidos, que não se curvem ao Tio Sam, como o Irã e a República Popular Democrática da Coreia ou, algum dia, talvez, a Venezuela. Terceiro, é absolutamente evidente, na Revisão Quadrianual, embora não assumidamente reconhecido, que o governo de Barack Obama crê que China e Rússia sejam os dois possíveis “Estados-nação” contra os quais Washington deve preparar-se para defender-se. Nem Pequim nem Moscou têm qualquer iniciativa que justifique o pressuposto do Pentágono de que seriam suficientemente suicidários a ponto de atacar os aparentemente poderosos EUA. Estatisticamente os EUA, com 4,54% da população mundial, investem mais na preparação para a guerra que todo o resto do mundo somado. O orçamento de Barack Obama em 2010 para o Pentágono é de US$ 680 bilhões, mas o total real alcança o dobro disso, se se consideram que os gastos de Washington em segurança nacional e gastos de outros departamentos devem ser somados, como o custo da manutenção e armazenamento das armas nucleares, as 16 agências de segurança, a Segurança Nacional e lucros das dívidas de guerra, dentre outros programas.
                                 
                            Ariel Dorfman relembra data que marcou EUA, Chile e Índia.
Naquele dia 11 de setembro, daquela manhã letal de 3ª-feira, afirma Ariel Dorfman, acordei apavorado, ao som de aviões que sobrevoavam minha casa. Quando, uma hora depois, vi fumaça subindo do centro da cidade, soube que a vida havia mudado para mim, para meu país, para sempre. Era 11 de setembro de 1973, o país era o Chile, e as forças armadas haviam bombardeado o palácio presidencial em Santiago, no primeiro estágio de um golpe contra o governo democraticamente eleito de Salvador Allende. No fim do dia, Allende estava morto, e a terra na qual havíamos tentado uma revolução pacífica fora transformada em matadouro. Passar-se-iam duas décadas, a maior parte das quais vivi no exílio, antes de derrotarmos a ditadura e recuperar nossa liberdade. Noutro 11 de setembro, também uma manhã de 3ª-feira, foi a vez de outra cidade também minha cidade ser atacada do alto, e choveu outro tipo de terror, mas, outra vez, o coração cheio de medo, confirmei que nada nunca mais seria como antes, nem para mim, nem para o mundo. Já não se tratava de uma pátria afetada, nem de um povo que sofreria as consequências da fúria e do ódio, mas o planeta inteiro.
Portanto, não dá para “passar em branco” a singularidade deste ano. Se a geração somente se constitui na sua luta afirmativa por uma vida menos ordinária, começamos. O século acabou em 2001, mas recomeçou em 2011. Só interessa o sujeito enquanto ator social quando em atividade social: as subjetividades culturais. A resistência cultural diante da diversidade já é em si um mundo, que se autovaloriza e autolegitima. Quem não enxerga os pontos de convergência, o comum de primavera árabe, Túnis e Tahrir, a “onda 2.0” pela nova Europa, Itália, Grécia, Inglaterra, Espanha, entre a afirmação de direitos de indígenas e negros por toda a América do Sul, as ocupações de Wisconsin, o “software livre”, o Wikileaks, zapatistas, autonomistas, “pós-operaístas”? Daí que Michael Hardt e Antonio Negri constroem uma definição do “operaísmo” a partir da afirmação de Marx de que o capitalismo reage às lutas da classe operária, ou seja, de que a classe operária é ativa e o capital é reativo, e ainda, os comunistas, hackers, anonymous e anarquistas, o movimento pela chamada “cultura digital” e tantas e tantas coisas que estão desencadeando essa onda e só não veem aqueles políticos quem não a querem enxergar.   
Enfim, uma nova geração de soldados surgiu dos atentados cometidos contra os EUA há dez anos. São homens e mulheres jovens que eram apenas crianças e em cujas memórias ficara gravadas a fogo a imagem das Torres Gêmeas desmoronando. Com o passar dos anos, esses americanos decidiram responder ao chamado ao dever de sua pátria. Na base da qual se controla a segurança de Cabul, a capital afegã, não parece que passou uma década inteira desde então. É um fato ainda muito recente, lembrado diariamente na linha de fogo. Aquele ataque mudou as estratégias bélicas, iniciou uma nova forma de lutar e continua exigindo numerosos sacrifícios dessas tropas jovens. “Os ataques de 11 de Setembro foram a única razão que me levou a me alistar no exército em 2008”, admite o soldado Robert Malinowski, 22, carregado com seu rifle e colete à prova de balas enquanto descansa de um dos trabalhos mais importantes e perigosos em Camp Phoenix: “inspecionar todos e cada um dos caminhões que entram na base, em busca de explosivos”. Malinowski e seus companheiros não travam uma guerra como as de antigamente. Ele não luta para ganhar terreno em zonas inimigas nem assume trabalhos de artilharia. Ele só rastreia diariamente, buscando terroristas que desejem atentar contra soldados ou civis. “O que os extremistas islâmicos fizeram em 11-S teve um grande significado para minha geração e para todo o mundo. Cada vez que vimos aqui, à zona de guerra, temos esses atentados muito presentes”, afirma em um dos postos de segurança desta base. “O importante para nós é evitar que um ataque como aquele volte a acontecer”. Esses jovens, que na época não passavam dos 14 anos, assumiram como seu esse trabalho de defesa da nação. Exibem com orgulho o que consideram seu maior sucesso: a ausência aparente de outro atentado terrorista em solo americano. Nada poderá deter a marcha da história!

Bibliografia geral consultada:
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NOBLE, David, América by design - Science, Technology and the Rise Corporate Capitalism. New York: Alfred A. Knopf Editeur, 1977;
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BARNEY, William L., Battleground for the Union: the Era of the Civil War and Reconstruction. Prentice Hall, 1990
Infopédia, Editora Porto, Lisboa;
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Idem, e TOGNOLLI, C. J., O século do crime. 2ª edição. São Paulo: Editora Boitempo, 1996
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LUKÁCS, Georg, Histoire et conscience de classe. Paris: Éditions de Minuit, 1960;
FARIAS, Victor, Heidegger e o nazismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988;
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GUIMARÃES, Juarez, “Unidade Popular e ´general inverno`”. In: Revista Teoria e Debate, n° 22, 3º trimestre de 1993 entre outros.


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