Ubiracy de Souza Braga*
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* Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.
“Se você expulsa a natureza pela porta, ela volta pela janela”. V. I. Lênin, Opere. Roma: EditoriRiuniti, 1967, vol. 25, p. 144.
Foto:
A exuberante vista do Rio Cocó, Fortaleza, Ceará.
Escólio: A
espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência. Se não há
uma definição consensual de biodiversidade, entendemos que ela representa a
diversidade da natureza viva. Desde 1986, o conceito tem adquirido largo uso
entre biólogos, ambientalistas, líderes políticos e cidadãos informados no
mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção,
observado nas últimas décadas do século XX.Ela pode ser entendida como uma
associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade,
espécies, populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com
as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos
climas temperados. Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra,
incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de
espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a
variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos
ecossistemas; assim como a variedade de comunidades, habitatse ecossistemas
formados pelos organismos. O Brasil tem 1/5 da biodiversidade mundial, com 50
000 espécies de plantas, 5000 de vertebrados, 10-15 milhões de insetos, milhões
de micro-organismos.
Etimologicamente ecossistema vem do grego:oikos (οἶκος), “casa + sistema” (σύστημα): “sistema onde se vive”,
designando o conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em
determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades.
Em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar,
caatinga,mata atlântica ou floresta amazônica, por exemplo, a todas as relações
dos organismos entre si, e com seu meio ambiente chamamos ecossistema. Ou seja,
“podemos definir ecossistema como sendo um conjunto de comunidades interagindo
entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos”.A base de
um ecossistema são os produtores que são os organismos capazes de fazer fotossíntese
ou quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos
utilizando como matéria prima a água, gás carbônico e luz.
Para que se possa delimitar um
“sistema ecológico” ou ecossistema é necessário que haja quatro componentes principais:
fatores abióticos, que são os componentes básicos do ecossistema; os seres
autótrofos, geralmente as plantas verdes, capazes de produzir seu próprio
alimento através da síntese de substâncias inorgânicas simples; os
consumidores, heterotróficos - que não são capazes de produzir seu próprio
alimento, ou seja, os animais que se alimentam das plantas ou de outros
animais; e os decompositores, também heterotróficos, mas que se alimentam de
matéria morta. A totalidade destes organismos interagindo em um determinado
local de forma a criar um ciclo de energia, formando uma “cadeia” do meio
abiótico para os seres autótrofos, destes para os heterótrofos e destes para o
meio abiótico novamente, caracterizando os níveis tróficos da cadeia alimentar
constitui um sistema ecológico ou ecossistema, independentemente da dimensão do
local onde ocorrem essas relações.
Economicamente a globalização é um
dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural,
política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte
e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI.
É um agenciamento global gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de
formar a chamada “aldeia global” (McLuhan) que permita maiores mercados para os
países de hegemonia políticas centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados
internos já estão saturados. O processo de globalização diz respeito à forma
como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, expandir
seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados
distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital
financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão,
porém, obtêm-se como consequência o aumento acirrado da concorrência.
Politicamente
falando a globalização desafia os princípios do consenso e da legitimidade, do
poder político, da base político-territorial do processo político, da
responsabilidade das decisões políticas, a forma e o alcance da participação
política e até o próprio papel do Estado que, para Michel Foucault “produz
efeitos de poder político”, como garantia dos direitos e deveres dos cidadãos,
como também desafia os princípios de Vestefália. A globalização é, como muitos
autores hic et nunc admitem,
responsável pelo declínio na qualidade e significação da cidadania devido à
mudança do papel do Estado. A globalização econômica tem demandado do Estado
Nacional mudanças que fomentam políticas que eliminem as fronteiras nacionais
em prol do desenvolvimento do capital e, consequentemente, dão elementos para
outra forma de cidadania, mais ampla, sem fronteiras, planetária. Sintetiza a
filosofia existencialista, em que o homem é considerado na fragilidade da sua
condição finita, a qual se manifesta exatamente na individualidade do homem
presente em um tempo “nunc” e um espaço “hic”, finitos, o que constitui a causa
da infelicidade humana.
Após cerca de 4 horas
de conversa, as reivindicações giravam em torno da legalização do parque do Cocó e pautas de mobilidade social. Foto:
Tuno Vieira.Cf. Diário do Nordeste,
6 de agosto de 2013.
Passava
das 22h de ontem quando o governador
Cid Gomes de forma reativa chegou ao Parque do Cocó, segundo ele, “para
discutir a legalização do espaço”. No local, o gestor foi recebido de “forma
pacífica”, a categoria ideológica do momento - embora depois os ânimos tenham
ficado acirrados com a criação de tumulto ao fim do encontro - por mais de 50
defensores do Cocó, acampados há 25 dias, como forma protesto “contra a
derrubada de árvores para a construção de viadutos”.Após cerca de 4 horas de
conversa afiada, as reivindicações “giravam em torno da legalização do parque e
pautas de mobilidade social”. Após propor a regulamentação do Parque,
incorporando mais 2 hectares de mangue e mais 10 vezes o espaço retirado de
área verde, na faixa entre a faixa do anel viário e o Rio Cocó, o governador
ouviu dos manifestantes que uma reunião entre eles e o prefeito Roberto Cláudio
fosse agendada. Lembramos que ocupação refere-se ao ato de apoderar-se de algo
ou de invadir uma propriedade; portanto, vincula-se pragmaticamente à questão
política da posse. A natureza da questão é de outra ordem.
O
governador permaneceu no local até
às 2h, e entre as pautas mais recorrentes, os manifestantes cobravam do
governador: a) tanto a assinatura imediata do decreto que legaliza o Parque, b)
como a garantia de haver represálias por parte da Polícia ao grupo que está
acampando. Em relação à primeira, Cid tentou justificar a não assinatura do
decreto justificado o alto valor das desapropriações. Porém, sua resposta foi
recebida com vaias pelos que estavam ali. Sobre a garantia de não haver
represálias, o governador foi direto: - “Não posso garantir que não haverá
repressão”. Se o governador não pode garantir que não haja repressão
militarizada, como chefe do executivo, para salvaguardar a biodiversidade do
ecossistema, quem poderá então garanti-la?Depreende-se daí que o governo de
Estado não compreende que a espécie humana depende da biodiversidade para a sua
sobrevivência. A Lei da natureza é clara, para lembramos de Lenin: “Se si guida
in natura attraversola porta, si ritornaallafinestra” (1967: 144).
O
Parque Ecológico do Rio Cocó (foto) é uma área de conservação, um parque
estadual da vida natural localizado na cidade de Fortaleza, Ceará. Tem esse
nome devido ao rio que forma o bioma de mangue, o rio Cocó. Na Serra da
Aratanha, município de Pacatuba nasce o riacho Pacatuba, que, mais adiante,
passa a ser denominado de riacho Gavião. Somente após o 4º Anel Rodoviário, no
bairro Ancuri, o riacho recebe a denominação de Rio Cocó, onde dá início ao
Parque. O primeiro ponto do rio Cocó a ter sido protegido e aparelhado foi
criado em 29 de março de 1977 declarado de utilidade pública para
desapropriação. Em 11 de novembro de 1983 o decreto municipal número 5.754 deu
a denominação de Parque Adhail Barreto. Em 5 de setembro de 1989 o decreto
estadual número 20.253 cria o Parque
Ecológico do Cocó e expandido em 8 de junho de 1993 atualmente abrange uma
área de 1.155,2 hectares.
Por
ter toda a sua área contida no município de Fortaleza em região de grande
desenvolvimento urbano, seguido de grande especulação imobiliária, “os limites
do parque estão constantemente sofrendo problemas de impacto ambiental e
degradação do bioma”.Durante o ano de 2007 a Prefeitura entrou com “um pedido
liminar na CâmaraMunicipal de Fortaleza de realização de um referendo popular
perguntando ao povo sobre a autorização da construção do prédio em questão”.
Depois desse fato político de preservação de área de proteção ambiental, o
Ministério Público Federal entrou com uma Ação Civil Pública pedindo a
demarcação da área do parque e a finalização das desapropriações, que desde a
publicação da lei criando o parque não teve conclusão. Essa medida jurídica
ainda suspende o licenciamento de novas construções numa área até 500 m ao
redor do parque. A liminar foi expedida em abril de 2008. Atualmente existem
várias ações na justiça relativas às desapropriações e “um dos casos mais
curiosos tramita em Brasília uma ação de indenização contra o Estado do Ceará
de uma desapropriação da área que supera os R$ 1,7 bilhão” (cf. Clastres, 1974).
No entorno do parque várias áreas
que seriam de proteção foram invadidas por pessoas de “baixa renda” que acabam
gerando esgoto para o interior do rio. Esta situação também gera problemas de
criminalidade onde em locais próximos dessas favelas o parque torna-se área de
fuga após ações de criminosos. O problema não fica restrito a pobreza na medida
em que algumas vizinhanças do parque estão sendo ocupadas por prédios de alto
padrão (foto) gerando problemas de ordem ambiental como aumento do fluxo de
trânsito nas vias adjacentes ao parque e de circulação do ar dentre outros.
Alguns movimentos ambientalistas fazem manifestações contra os possíveis
agressores tais como: SOS Cocó e o Instituto Terramar. A Polícia Militar do
Estado do Ceará tem dentro da área do parque uma Companhia de Polícia Militar
Ambiental - CPMA que fica na área do bairro Jardim das Oliveiras e um posto
policial no bairro que leva o nome do rio e onde se encontra a principal
estrutura do parque (foto). A PM utiliza um contingente de 30 policiais que
garantem a segurança do parque.
O
Parque Vivo surgiu teve suas atividades iniciadas em 1993 como consequência de
um trabalho de educação ambiental marinha desenvolvido pela equipe da
Universidade Federal do Ceará. A prefeitura de Fortaleza convidou o grupo para
desenvolver trabalhos de educação ambiental no Parque Adahil Barreto. Ao longo
dos anos, as atividades desenvolvidas foram expandidas por uma demanda cada vez
maior da sociedade. Assim o Parque Vivo desenvolveu vários projetos,
tornando-se um programa que busca promover a educação ambiental através de
vários segmentos: cursos, elaboração de materiais pedagógicos, promoção de
oficinas em áreas de risco, organização de biblioteca, Museu do Mangue,
campanhas educativas e comemoração de datas representativas.O Parque Vivo
trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM),
Secretaria Executiva Regional II, EMLURB e FUNDEMA. É articulada com diversas
entidades ambientalistas do Estado do Ceará, através da concepção e execução de
projetos e diversas outras atividades de educação ambiental, principalmente em
Fortaleza.
Foto:
Edifício sede do projeto Parque Vivo do Cocó.
O
Parque possui três áreas estruturadas para atividades de lazer, esporte e
cultura. O Parque Adhail Barreto foi a primeira área a propiciar o uso da área
do rio Cocó. É administrada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, com: a)Núcleo de Conscientização ambiental, b)
playground, c) promoção de eventos
culturais e artísticos, assim como d) educação ambiental, e) pista de Cooper, f)
trenzinho e trilha ecológica.O Parque Ecológico do Cocó é a área urbanizada
pelo Governo do estado sendo a segunda intervenção por volta do ano de 1993.
Conta com anfiteatro, quadras esportivas, pista para caminhada, parques infantis,
acontecendo shows e eventos, competições esportivas e educação ambiental e
trilhas. A Área urbanizada do Tancredo Neves foi a ultima intervenção na área
do parque. Após a remoção de famílias nas áreas do parque, o governo do Estado
implantou noslocais duas quadras esportivas, campos de futebol, pistas para
caminhada, ciclovias e áreas infantis.
O
Parque Vivo surgiu teve suas atividades iniciadas em 1993 como consequência de
um trabalho de educação ambiental marinha desenvolvido pela equipe da
Universidade Federal do Ceará. A prefeitura de Fortaleza convidou o grupo para
desenvolver trabalhos de educação ambiental no Parque Adahil Barreto. Ao longo
dos anos, as atividades desenvolvidas foram expandidas por uma demanda cada vez
maior da sociedade. Assim o Parque Vivo desenvolveu vários projetos,
tornando-se um programa que busca promover a educação ambiental através de
vários segmentos: cursos, elaboração de materiais pedagógicos, promoção de
oficinas em áreas de risco, organização de biblioteca, Museu do Mangue,
campanhas educativas e comemoração de datas representativas. O Parque Vivo
trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM),
Secretaria Executiva Regional II, EMLURB e FUNDEMA. É articulada com diversas
entidades ambientalistas do Estado do Ceará, através da concepção e execução de
projetos e diversas outras atividades de educação ambiental, principalmente em
Fortaleza.
Foto: Reserva ambiental do
Cocó, Fortaleza, Ceará.
A questão ambiental foi
chamando a atenção, ao longo do tempo e da história das sociedades, de cidadãos
de todo o mundo. As discussões sobre a
destruição do meio ambiente, a possibilidade do fim de recursos não renováveis
do planeta e a estimativa de catástrofes mundiais em décadas não longínquas
levaram as Nações Unidas a promover uma Conferência
para o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, em 1972. Já aí, assinalava-se a
necessidade da humanidade discutir seu futuro. Temos assim o parti pris de que a preocupação com o
meio ambiente entrava na agenda internacional. Decorre aí um problema político
decorrente da má utilização de políticas públicas voltadas para a defesa do
ambiente decorrente da determinação sem freios do crescimento econômico tão
justamente criticado na pena do filósofo comunista Karl Marx e outros.
Outra
conferência sobre o meio ambiente se sucedeu em 1987, da qual resultou o
Relatório de Brundtland, “Nosso Futuro Comum”. No entanto, após 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
ambiente e Desenvolvimento - a Eco 92
-, o debate sobre os desafios para o planeta ganham maior ressonância e se
proliferam. Além das questões sobre meio ambiente foram discutidos, nesse
evento sediado na bela cidade Rio de Janeiro, outros temas tais como arsenal
nuclear, desarmamento, guerra, poluição, fome, drogas, discriminação, racismo,
entre outros. Dessa forma, a agenda planetária não se restringe a enfocar
apenas o meio ambiente, mas os efeitos
sociais específicos que envolvem as formas de trabalho na produção global
das mercadorias. Paralelo à “Conferência Mundial para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento”, aconteceu o Fórum
Global 92 cujo documento resultante, a Carta
da Terra, contempla, entre outros, “o pensar global e local, a comunidade
mundial, e a criação de uma cidadania planetária” (cf. Boff, 2000; 2007).
O
reconhecimento de ações prejudiciais do homem ao meio ambiente foi um dos
predicados para o amadurecimento do conceito de desenvolvimento sustentável
adotado na conferência Eco 92, bem
como os princípios de “responsabilidade econômico-financeira do contaminador” e
o de “precaução”. A deterioração ecológica do planeta e outros problemas
globais, “impõem a necessidade de maiores níveis de cooperação internacional,
desenvolvimento e investimento mundial”. A Terra é a própria quintessência da
condição humana e, ao que sabemos, sua natureza pode ser singular no universo,
a única capaz de oferecer aos seres humanos um habitat no qual eles podem
mover-se e respirar sem esforço nem artifício. O Fórum Social Mundial, realizado inicialmente no Brasil, em 2001,
também vêm discutindo “outro mundo possível”, uma “globalização solidária”, se
já não é um truísmo, como alternativa aos problemas da exclusão, desigualdade
social e meio ambiente.
O
evento articula entidades e movimentos da “sociedade civil global” (cf. Ianni,
1997) em todo o mundo, que “atuam do nível local ao global” em sua complexidade
humana (cf. Morin, 1994). O fórum ainda estimula uma participação nas
instâncias internacionais e o exercício de uma cidadania planetária. Estes
debates se desdobraram em diferentes áreas do conhecimento, inclusive, na
educação. Em 1994, é adotada no “I Congresso Mundial da Transdisciplinaridade”,
em Portugal, a Carta da Transdisciplinaridade que aponta a necessidade de uma
compreensão planetária para enfrentar os desafios contemporâneos. E é na Carta
da transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO no I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade em 1994, realizado em
Arrábida, Portugal, com fundamental colaboração do CIRET, em que temos uma
definição do conceito transdisciplinar em seu Artigo 3: “(...) a
transdisciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras disciplinas,
mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa (...)”, e
principalmente, em seu Artigo 7: A transdisciplinaridade não constitui nem uma
nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência
das ciências”.
No
âmbito acadêmico, já no século XX, com o intuito de unir o mundo “não
universitário” ao universitário, cuja separação se dá primordialmente pela “hiperespecialização
profissional”, com grande número de disciplinas que não acompanham todo o
desenvolvimento, principalmente na área tecnológica, temos um aprofundamento na
utilização deste conceito, visando formar profissionais cada vez mais
completos, compatíveis com as exigências do mercado de trabalho que este futuro
profissional encontrará. Assim tão complexo quanto os problemas que tenta
solucionar, tem-se a transdisciplinaridade, que por ser tão sutil, ser a linha
tênue que une e serve de limite entre o comprometimento e o individualismo de
cada disciplina, que não possui uma definição exata, e ao mesmo tempo é um dos
mais necessários conceitos quando tratamos de formação e educação.
No
discurso da presidente Dilma Rousseff, primus
inter pares e primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral
da ONU disse a brasileira: - “Repudiamos com veemência as repressões brutais
que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade
internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca
da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações
extremas”. Nada mais correto. É de todo sabido que a economia americana
sobrevive, principalmente, em razão de sua indústria bélica. O que nem todos
sabem é que, num círculo vicioso perverso, aquele país cata guerras com lentes
de aumento, exatamente para fomentar o desenvolvimento e a sustentação das
fábricas de armas. Foi assim no Iraque, quando o infeliz George W. Bush, aquele
idiota que quase morreu engasgado com biscoitos cream cracker, mas mentiu ao mundo, ao justificar a invasão militar
com o pretexto de que ali haviam sido encontradas armas de extermínio em massa.
Privilegiada,
por ter sido a primeira mulher do mundo a ocupar a tribuna naquelas condições,
Dilma Rousseff apelou para a sensibilidade, quase poética e, logo no início,
com ênfase, afirmou: “Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos
deste planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão
ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de
que este será o século das mulheres. Na língua portuguesa, palavras como vida,
alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas
outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com
coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje”. Belo,
indiscutivelmente belo, e homenagem mais que merecida às mulheres do planeta
inteiro, que ainda não viram realizados seus anseios de igualdade econômica,
política, de gênero e social.
Bibliografia
geral consultada:
Artigo: “Cid vai à
ocupação no Parque do Cocó”. In: Diário
do Nordeste, Fortaleza, 6 de agosto de 2013; BRAGA, Ubiracy de Souza,
“Notas sobre Michel Foucault e os Anarco-Ecologistas”. Disponível no site: http://www.oreconcavo.com.br/2012/05/11/; Idem, “Verdes, mas
Maduros: A Dialética Trágica do Rio+20”.
Disponível no site: http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/06/19/; Idem, “Sabiaguaba:
Uma ponte que (ainda) dá o que falar?”. In: http://httpestudosviquianosblogspotcom/2012/08/22/; Idem, “Que país é este?
Notas sobre carros e a questão ambiental”. Disponível no site: http://cienciasocialceara.blogspot.com.br/2011/09/; Idem, “O Haiti
Revisitado”. Disponível no site: http://www.oreconcavo.com.br/2010/05/28/; CERTEAU, Michel de,
La prise de parole. Paris: Seuil,
1968; CLASTRES, Pierre, La
Sociétecontrel`État. Paris:Édition de Minuit, 1974; MORIN, Edgar, La complexitéhumaine. Paris: Flammarion,
1994; IANNI, Octávio, “A Política Mudou de Lugar”. In: Desafios da Globalização/Orgs: Ladislau Dowbor e outros. Petrópolis
(RJ): Vozes, 1997; BOFF, Leonardo, Depois
dos 500 anos: que Brasil queremos. Petrópolis (RJ): Vozes, 2000; Idem, A Nova Era: A Consciência Planetária.
Rio de Janeiro: Record, 2007; FOUCAULT, Michel, “É inútil revoltar-se?”. In:
MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Michel
Foucault. Ética, sexualidade, política. Coleção: Ditos e Escritos V. Rio de
Janeiro: Editora Forense Universitária, 2004, pp. 77-81; GRAEBER, David, FragmentsofanAnarchistAnthropology. Chicago:
PricklyParadigm Press, 2004;SILVA, Marcia Soares, “Mídia e meio ambiente: uma
análise da cobertura ambiental em três dos maiores jornais do Brasil”. Revista
Digital Comunicação em Agrobusines& Meio Ambiente. Volume 2, n° 2, julho de
2005. In: http://www.agricoma.com.br/; entre outros.
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