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Ubiracy de Souza Braga*
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* Sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará.
“A medicina cria pessoas doentes, a matemática, pessoas tristes, e a
teologia, pecadores”. Martinho Lutero
Escólio: Medicina, derivada do latim:ars medicina, significa “a arte da cura”.
O conceito de Medicina tradicional refere-se a práticas, abordagens e conhecimentos,
-incorporando conceitos materiais e mentais - , técnicas manuais e exercícios,
aplicados individualmente ou combinados, a indivíduos ou a coletividades, de
maneira a tratar, diagnosticar e prevenir doenças, ou visando a manter o
bem-estar social.A atual prática da medicina utiliza em seu favor conhecimentos
obtidos por diversas ciências, por exemplo, biologia, química, física,
antropologia, epidemiologia. Trata-se, na verdade, de várias ligações das
ciências relacionadas à saúde. Em um conceito estrito, a Medicina busca a saúde
por meio de estudos (propedêutica médica), diagnóstico e tratamento das
diversas patologias, e no conceito mais amplo, aliviar o sofrimento e manter o
bem-estar global. De modo geral, a medicina engloba os campos de clínica
médica, cirurgia, pediatria, tocoginecologia e saúde pública.
A saúde pública é a disciplina que
trata da proteção da saúde a nível populacional. Neste sentido, procura
melhorar as condições de saúde das comunidades através da promoção de estilos
de vida saudáveis, das campanhas de sensibilização, da educação e da investigação.
Para tal, conta com a participação de especialistas em medicina, biologia,
enfermagem, sociologia, estatística, veterinária e outras ciências e áreas. O
desenvolvimento da saúde pública depende dos governos, que elaboram diversos
programas de saúde para obedecer aos respectivos objetivos. Das várias funções
da saúde pública, destacam-se a prevenção epidêmico-patológica (com vacinações
massivas e gratuitas), a proteção sanitária (controlo do meio ambiente e da
contaminação), a promoção sanitária (através da educação) e a restauração sanitária
(para recuperar a saúde). Os organismos de saúde pública devem avaliar as
necessidades de saúde da população, investigar o surgimento de riscos para a
saúde e analisar os determinantes de tais riscos. De acordo com o que for
detectado, devem estabelecer as prioridades e desenvolver programas e planos
que permitam responder a essas necessidades.Ao depender do Estado, a saúde
pública não deve fazer quaisquer descriminações entre os habitantes de uma
mesma região.
Saúde:
Símbolo mais importante de nosso planeta, nossa casa.
A definição de saúde possui
implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença; sem
dúvida, a definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição
da Organização Mundial da Saúde: “saúde
é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doenças”.Quando a Organização Mundial da Saúde foi criada, pouco
após o fim da Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação em traçar uma
definição positiva de saúde, que incluiria fatores como alimentação, atividade
física, acesso ao sistema de saúde e etc. O “bem-estar social” da definição
veio de uma preocupação com a devastação causada pela guerra, assim como de um
otimismo em relação à paz mundial - a Guerra Fria ainda não tinha começado. A
OMS foi ainda a primeira organização internacional de saúde a considerar-se
responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. A definição
adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde então. Definir a
saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a saúde seja algo ideal,
inatingível, e assim a definição não pode ser usada como meta pelos serviços de
saúde. Alguns afirmam ainda que a definição teria possibilitado uma
medicalização da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a
título de promoção de saúde.Por outro lado, a definição utópica de saúde é útil
como um horizonte para os serviços de saúde por estimular a priorização das
ações. A definição pouco restritiva dá liberdade necessária para ações em todos
os níveis da organização social.
De acordo com a OMS, os principais determinantes
da saúde incluem o ambiente social e econômico, o ambiente físico e as
características e comportamentos individuais da pessoa. Em geral, o contexto em
que um indivíduo vive é de grande importância na sua qualidade de vida e em seu
estado de saúde. O ambiente social e econômico são fatores essenciais na
determinação do estado de saúde dos indivíduos dado o fato de que altos níveis
educacionais estão relacionados com um alto padrão de vida, bem como uma maior
renda. Geralmente, as pessoas que terminam o ensino superior têm maior
probabilidade de conseguir um emprego melhor e, portanto, são menos propensas
ao estresse em comparação com indivíduos com baixa escolaridade. O ambiente
físico é talvez o fator mais importante que deve ser considerado na classificação
do estado de saúde de um indivíduo. Isso inclui fatores como água e ar limpos,
casas, comunidades e estradas seguras, todos contribuindo para a boa saúde. A
percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto às
crenças sobre o que traz ou retira a saúde.
Hipócrates
é considerado o pai da medicina. Considera-se que viveu entre 460 a 377 a.C. e
deixou um legado ético e moral válido até hoje. Precursor do pensamento
científico procurava detalhes minudentes nas doenças de seus pacientes para
chegar a um diagnóstico, utilizando explicações sobrenaturais, devido à
limitação nas técnicas deinterpretação do conhecimento da época. Ainda antes da
era cristã, Asclepíades de Bitínia tentou conciliar o atomismo de Leucipo e
Demócrito com a prática médica. No primeiro século de era cristã, Cláudio
Galeno, outro médico grego, deu contribuições substanciais, baseado em
dissecções de animais, para o desenvolvimento da medicina. Na Idade Média os
religiosos assumiram o controle da arte de curar (ars medicina)através de medicamentos e deixaram para os barbeiros,
que já lidavam com a navalha, a arte de drenar abscessos e retirar pequenas
imperfeições do pênis.
A
formação de secreções purulentas era considerada normal e saudável. Em 1865,
Louis Pasteur teorizou que as infecções eram causadas por seres vivos. Foi ele
o inventor do processo de pasteurização, muito utilizado no leite. Lister, em
1865, aplicou pela primeira vez uma solução antisséptica em um paciente com fraturas
complexas, com efeito profilático na infecção. Iniciou-se uma nova era. Em 1928
Alexander Fleming descobriu a penicilina ao observar que as colônias de
bactérias não cresciam próximo ao mofo de algumas placas de cultura. Surge uma
nova era: a dos antibióticos, que permitiu aos médicos curar infecções
consideradas mortais. A evolução desde então não parou. A eterna luta do homem
contra a morte entrou em uma nova etapa, cada vez mais moderna e cara do ponto
de vista da cura.
A Academia Nacional de Medicina é
uma instituição médica centenária, fundada no Brasil em 1829, pelo Dr. Joaquim
Cândido Soares de Meireles sob o nome de Sociedade de Medicina. Posteriormente
foi chamada Academia Imperial de Medicina. Recentemente fora presidida pelo Dr.
Neves Manta. Há 100 membros titulares que ingressam na instituição mediante
apresentação de teses científicas. Numa de suas dependências, um pequeno Museu
mostra, por exemplo, o primeiro estetoscópio chegado ao Brasil. Até o século
XIX floresciam curandeiros, alguns charlatães, feiticeiros. O primeiro médico
prático do Rio de Janeiro foi Aleixo Manuel, o velho, em meados do século XVII.
Os caboclos empregavam a vaga medicina dos pajés e os negros, seus amuletos e
ervas. Em certas ruas, barbeiros apregoavam drogas, faziam sangrias. Não havia
Faculdade de Medicina e os cariocas que desejavam curar seus semelhantes, sem
alternativas, eram obrigados a ir estudar na Coimbra seiscentista.
A
medicina do tempo do Primeiro Reinado, embora D. João VI tivesse trazido alguns
bons médicos para o Rio de Janeiro, era do “tipo caseiro”: rodelinhas de limão
nas frontes para enxaquecas, suadouros de sabugueiro e quina, para as febres:
cataplasmas contra as asmas: antipirina para as dores de cabeça; banhos de
malva para as dores nas cadeiras; um “cordial” contra a insônia e, para os
loucos, o Hospício, na Praia Vermelha.O Rio de Janeiro foi sempre no tempo
colonial um verdadeiro “campo experimental” para remédios, tal sua quantidade.
Além de serem imitados os de Portugal, havia especialidades indígenas ou
africanas. Na Farmacopeia de Vigier, de 1766, são anotados: para a sífilis,
carne de víbora em pó; para a tuberculose pulmonar ou “chaga de bofe”, açúcar
rosado com leite de jumenta ou cabra; para a verminose, raspas de chifre de
veado; para a calvície, pomada de gordura humana retirada dos enforcados; nas
anginas, pescoço de galo torrado e pulverizado; para panarícios, pasta de
minhocas; havia chás feitos com excrementos de gatos e cães, percevejos, urina,
carne e pele de sapos e lagartixas. Uma emulsão conhecida como “da castidade”
era dada a padres e freiras como antiafrodisíaco: levava água de alface, rosas
e sementes de papoulas.
Após abrir os portos do Brasil às
nações ditas amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de
1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia (Atual UFBA) e
deu início ao ensino da medicina no país. A Faculdade de Medicina da UFRJ foi
criada pelo príncipe regente D. João, por Carta Régia, assinada em 5 de
novembro de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia e
instalada no Hospital Militar do Morro do Castelo. A interiorização do ensino
da medicina começou somente em 1950 quando foi fundada a primeira faculdade de
medicina do interior do Brasil, a Faculdade de Medicina de Sorocaba da PUC-SP. Em
13 de junho de 1954 o diretor do Instituto Brasileiro de História da Medicina
plantou no Jardim Botânico do Rio de Janeiro uma muda “vinda da árvore de
Hipócrates”, multimilenária, que ainda existe na ilha de Cós, na Grécia.
O tempo em média de formação em
Medicina é de 6 anos. Após formar-se médico, pode-se fazer especialização ou
uma residência médica que irá depender da especialidade e subespecialidade que
optar. Para entrar em um programa de residência médica, o médico deve ser
aprovado e classificado em concurso de âmbito internacional e, devido ao grande número de médicos que se formam a
cada ano, vem aumentando o número de profissionais que conseguem ser aprovados
neste concurso. Estes médicos acabam optando por fazer especialização em curso
normal de pós-graduação, que muitas vezes não apresentam o mesmo nível de
qualidade exigido para um programa de Residência.O médico, quando nos últimos
anos da Faculdade de Medicina, realiza internato hospitalar em diversas áreas
como clínica médica, cirurgia geral, pediatria e ginecologia e obstetrícia. Em
algumas faculdades brasileiras já foi introduzido também o internato
obrigatório em saúde coletiva, com estágios em medicina preventiva e social e
medicina de família e comunidade.
De acordo com Leite (2013):
No Brasil, o serviço público, que
precisa cobrir perto de dois terços da população, recebe 45% do total destinado
à saúde. A outra parcela, destinada àquele um terço que reside no topo da
pirâmide, recebe mais da metade dos recursos de saúde. Os gastos privados com
saúde, como se sabe, são 100% dedutíveis do imposto de renda. Isso explica dois
problemas conhecidos: a) o estrangulamento progressivo do serviço público e, b)
a asfixia do orçamento da classe media com seus planos de saúde, que vão se
tornando impagáveis na medida em que o cliente necessita deles de verdade. Quem
presta atenção nos dados globais pode concluir que se aplica ao Brasil uma
situação semelhante à que ocorre no debate sobre o plano de saúde de Barack
Obama nos Estados Unidos. Claro que há diferenças imensas entre os dois casos.
Mas, no plano das ideias políticas, ocorreu, lá, um confronto semelhante ao que
se passa aqui. Comentando o conflito político entre Barack Obama e a oposição
republicana, o jornal US Today
afirmou em editorial: “Depois de envenenar o debate, os republicanos dizem que
o plano está doente”. O jornal se refere ao comportamento republicano de denunciar
o intervencionismo estatal - chamado de fascismo, segundo línguas mais delirantes
– para combater a proposta de Obama. Criaram vários problemas para impedir o
sucesso do plano nas votações no Congresso e, depois, argumentam que não pode
funcionar - por causa dessas modificações. O veneno destilado no Brasil teve
origem na oposição e também envolvia o papel do Estado.
Cerca
de 2 mil médicos e estudantes de Medicina fizeram uma manifestação estes dias,
em Belo Horizonte (foto), como de resto no Brasil. Entre as principais
reivindicações, eles pedem pela “não contratação de profissionais da área de
fora do País sem a revalidação do diploma feita pelo Exame Nacional de
Revalidação de Diplomas Médicos e por mais estrutura nos locais de trabalho”. A
passeata iniciou por volta das 16h, na região hospitalar, no centro de Belo
Horizonte, e se estendeu pela Praça 7, no coração da capital mineira, onde
cantaram o Hino Nacional. Depois, os manifestantes partiram para o plenário da
Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), para uma assembleia e discutiram os
rumos dos protestos da categoria.Com 30 anos de medicina, por exemplo, Regina
Souza Santos, explica “que a revolta com a proposta do governo federal de
trazer médicos de fora lhe levou às ruas”.
Vale lembrar queapós abrir
os portos do Brasil às chamadas “nações amigas” (cf. Aguiar, 1960), D. João VI
assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de
Cirurgia da Bahia, atual Universidade Federal da Bahia - UFBA, e deu início por
decreto ao ensino da medicina no país. No mesmo ano, a Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ foi criada pelo príncipe regente
D. João, por Carta Régia, ou seja, também por decreto, assinada no dia 5 de
novembro de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia, e
instalada. Assim, desde a sua progênie a desigualdade social na distribuição de
médicos no Brasil acompanha outros abismos sociais existentes no país, como é o
caso dos professores universitários e o significado da universidade brasileira
para o 3º Milênio.
Outros
cursos universitários foram ainda criados, na Bahia e no Rio de Janeiro, todos
eles marcados pela mesma preocupação pragmática (cf. Braga, 2003; 2009) de
criar uma infraestrutura que garantisse a sobrevivência da Corte na colônia,
tornada Reino-Unido. Na Bahia, a cadeira de economia (1808), e os cursos de
agricultura (1812), de química (1817) e de desenho técnico (1817). No Rio de
Janeiro, o laboratório de química (1812) e o curso de agricultura (1814).
Alguns cursos avulsos foram ainda criados em Pernambuco, em 1809 (matemática
superior), em Vila Rica, em 1817 (desenho e história), e em Paracatu, Minas
Gerais, em 1821 (retórica e filosofia), “visando suprir lacunas do ensino
ministrado nas aulas régias”. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios,
criada em 1816, no seu plano original também estava marcada pela preocupação
com a formação técnica.
Como
na vida privada se diferencia o que um homem pensa e diz de si mesmo do que é e
faz, na história política devem-se distinguir mais ainda as fases e as
fantasias de sua formação real e de seus interesses reais, ou o conceito que
fazem “para si” (Hegel) do que são na realidade (Marx). Pretendemos precisar a
noção conceptual de classe média na história mundial contemporânea. Ipso facto, são incapazes de fazer
valer seu “interesse de classe” (cf. Weber, 1958; 1992; Lukács, 1960; 1975; cf.
Mészáros, 1973) em seu próprio nome, quer através do Parlamento (voto), quer
através de uma weltanschauung. Não
podem representar-se, têm que ser representados. Seu representante tem ao mesmo
tempo em que aparecer como seu senhor. Como autoridade sobre eles, como um
poder governamental ilimitado que os protege das demais classes. A influência
política desta classe, portanto, encontra sua expressão final no fato de que o
poder executivo submete ao seu domínio à sociedade.
Entendemos
que a história política nasceu juntamente com a concepção de história criada
pelos gregos. Porém, é posteriormente que acaba “identificada como um tipo de
história: a história política tradicional”. Esta identificação é iniciada no
processo da Revolução Francesa quando os historiadores pretendiam ir contra uma
história dos reis e da nobreza, construindo uma história verdadeiramente
nacional destinada a formar patriotas. Contudo é no século XIX, com a definição
da “ciência histórica”, mesmo que Marx a tenha suprimido de seu manuscrito, é
que teremos o auge da história política tradicional. É no contexto de afirmação
da nova ordem burguesa que surgiram as correntes historiográficas definidoras
da história política tradicional, sobretudo, o positivismo de Auguste Comte, na
França, e o historicismo de LeopoldvonRanke, na Alemanha.
Foto:
Contra estrangeiros e por mais verba no SUS: médicos protestam no País.
Para
o que nos interessa e deixarmos esses prolegômenos, ou seja, “as coisas que são
ditas antes” introdutoriamente sobre a cultura e a história social e política
do Brasil, o fato é que apesar de haver estatisticamente um (01) médico para
cada 549 brasileiros - índices profissionais de nível superior ao recomendado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de um para cada 1 mil pessoas, sete em
cada 10 profissionais habilitados para atuar no país trabalham nas regiões Sul
e Sudeste como resquício do chamado período desenvolvimentista no Brasil. Com
isso, enquanto no Rio de Janeiro há um profissional de nível superior para cada
289 habitantes, no outro extremo do país, na terra do ex-presidente e senador
da República José Sarney, os maranhenses dispõem de um médico para cada 1.848
pessoas. Os dados são de um novo balanço do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Contudo, há cerca de 350 mil médicos espalhados por todo o Brasil.
Todavia
lembramos que do ângulo da globalidade/totalidade o Brasil possui a quinta maior
população do mundo e chega a novembro de 2010 com 190.732.694 habitantes. E
ainda de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com
cerca de 20% da população brasileira, o estado brasileiro mais populoso é São
Paulo, com aproximadamente 41.252.160 habitantes na contagem do Censo 2010. Não
fosse a disparidade das políticas públicas na repartição desses profissionais,
e de resto em outras profissões, em análise comparativa de fora para dentro do
Brasil, poderia ser dito que a situação brasileira é melhor que a de países
como o Japão, com um (01) médico para cada 952 habitantes, Reino Unido, com
(01) um médico para 869 pessoas, ou na América Latina, de modo geral, onde
temos a Argentina, com (01) um médico para 740 pessoas.
O
filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) é amplamente conhecido pelas suas
críticas às instituições sociais. Nascido em uma família tradicional de
médicos, Michel Foucault frustrou as expectativas de seu pai, cirurgião e
professor de anatomia em Poitiers, ao interessar-se por história e filosofia.
Apoiado pela mãe, Anna Malapert, mudou-se para Paris em 1945 e antes de
conseguir ingressar na ÉcoleNormale da rued`Ulm, foi aluno do filósofo Jean
Hyppolite, que lhe apresentou à obra de Hegel. Em 1946 conseguiu entrar na
ÉcoleNormale. Seu temperamento fechado o fez uma pessoa solitária, agressiva e
irônica. Em 1948, após uma tentativa de suicídio, iniciou um tratamento
psiquiátrico. Em contato com a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, onde
leu: Platão, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Freud, Bachelard,
Lacan e outros, aprofundando-se em Kant, embora criticasse a noção do sujeito(cf. Foucault, 1971; 1973; 1979;
1984; 1987b; 1987c)enquanto mediação complexa e referência de todas as coisas,
já que, lembrando Protágoras, para ele, o homem é produto das práticas discursivas. Suas mais famosas
obras enfocam especialmente à área da saúde. Filho de um médico, ele estava
interessado na epistemologia da Medicina e em 1963 publica, O Nascimento da Clínica - uma arqueologia do
saber médico:
“Trata-se, no entanto, de um destes períodos que delineiam um inapagável
limiar cronológico: o momento em que o mal, o contranatural, a morte, todo o
fundo negro da doença em suma, vem à luz (...). O que era fundamentalmente
invisível subitamente se oferece ao brilho do olhar, num movimento de revelação
tão simples, tão imediato que parece ser a consequência natural de uma
experiência mais altamente desenvolvida. É como se, pela primeira vez em
milhares de anos, os médicos, livres por fim de teorias e quimeras,
concordassem em se aproximar do objeto de sua experiência com a pureza de um
olhar sem preconceitos”.
A obra trata do domínio da medicina
e do modo como se estruturou em alguns anos o conhecimento singular do indivíduo
doente. Foucault escreveu “um livro sobre o espaço, sobre a linguagem, sobre a
morte, sobre o ato de ver, sobre o olhar”. O Nascimento da Clínica analisa um período crucial da história da
medicina: o fim do século XVIII e o início do XIX. O período histórico
mencionado é caracterizado por grandes mudanças, em particular a clássica Revolução
Francesa analisada com sabedoria por Marx. Ocorreu então uma reorganização da
maneira de olhar o doente e, em decorrência do discurso médico: “uma nova
aliança foi forjada entre palavras e coisas, permitindo ver e dizer”. Até
então, os médicos perguntavam ao doente o que estava errado com ele; agora,
passam a perguntar onde dói. O diagnóstico é feito com base em um sistema
classificatório de doenças; como a botânica, a medicina agora vai distribuir as
entidades nosológicas em grupos. A doença tem sua sede em um órgão, em tem seu
lugar em uma classe. A intervenção médica passa a ter normas. Antes, quando o
doente recuperava seu vigor, sua disposição, estava curado. Agora, padrões de
normalidade, numericamente expressos, definirão o objetivo do tratamento. O hospital que, antes do século XVIII era
basicamente uma instituição de caridade a cargo de religiosos, agora se torna
um instrumento de medicalização coletiva e leiga. Médicos famosos, que antes
não apareciam nos hospitais, agora montam ali seus serviços. Começam a surgir
os sistemas de intervenção médica, com registro de dados e sistemas
estatísticos. A medicina atua nas necessidades mais concretas do ser humano.
Quando a saúde substitui a salvação da alma, conclui Foucault, “o poder dos
doutores cresce exponencialmente”.
O
poder do médico diz respeito à saúde; o do professor, à aprendizagem do saber;
o empregador influencia o comportamento dos empregados, sobretudo na esfera
econômica e na atividade profissional; e um superior militar, em tempo de
guerra, dá ordens que comportam o uso da violência material e simbólica e a probabilidade
concreta de matar ou morrer. Os norte-americanos depois dos alemães matam por
prazer, ódio ou vingança. A esfera do poder pode ser mais ou menos ampla e
delimitada mais ou menos claramente. O poder que se funda sobre uma competência
especial fica confinado ao âmbito dessa competência. Mas o poder político e o
poder paterno abrangem, normalmente, uma esfera social muito ampla. Por sua
vez, a esfera de poder de uma pessoa que ocupa um cargo numa organização
formal, como é o caso do presidente ou do tesoureiro de uma associação, é
definido de modo preciso e taxativo, enquanto que a esfera de poder de um chefe
carismático não é precisada por antecipação e tende a ser ilimitada, como
observou Max Weber.
A
palavra meritocracia provavelmente tenha aparecido pela primeira vez no livro
de Michael Young, “RiseoftheMeritocracy” (1958), um opúsculo de 180 páginas.
Tudo isso se inverte nas economias da “Terceira Onda”, na expressão Alvin
Toffler (1980), escritor e futurista norte-americano, conhecido pelos seus
escritos sobre a “revolução digital”, a “revolução das comunicações” e a
“singularidade tecnológica”, nas quais o conhecimento
é a principal forma de capital. Ora, os testes de QI surgiram na China, e
começaram realmente a ficar conhecidos e utilizados como uma fonte importante
no século XX, na França. Young utilizou a palavra “mérito” num sentido
pejorativo, mas mérito significa “habilidade, inteligência e esforço”, embora
haja arbitrariedade nas suas formas de escolha racional.Meritocracia (do latim meritum, “mérito” e do sufixo grego antigo
κρατία (-cracía), “poder”) é um
sistema de gestão que considera o mérito, como aptidão, a razão principal para
se atingir posição de topo. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese,
com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral,
aptidão específica para determinada atividade. Constitui-se uma forma ou método
de seleção e, num sentido mais amplo, pode ser considerada uma ideologia
governativa.
A
meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma
pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo
com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda - associação
mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há
discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas
propostos. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas
por mérito pessoal.Embora a maioria das organizações seja apologista da
meritocracia, ela não se expressa de forma pura em nenhum lugar. Governos como
de Singapura e da Finlândia utilizam padrões meritocráticos para a escolha de
autoridades, mas misturados com outros. Um modelo de uma meritocracia é o
método científico, no qual o que considerado como sendo verdade é justamente
definido pelo mérito, ou seja, a consistência do conteúdo em relação às
observações ou a outras teorias.
Ipso facto a
meritocracia está associada ao “Estado burocrático”, para lembramos de Max
Weber (1958; 1965; 1967; 1982; 1992), sine
ira etstudio, sendo “a forma pela qual os funcionários estatais são
selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade em serem aprovados
através de concursos públicos de provas e títulos”. Ou ainda - associação mais
comum - aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas e universidades, nos
quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou
temas propostos. Assim, meritocracia também indica “posições” ou “colocações”
conseguidas por “mérito pessoal”. Um modelo de meritocracia é dado por um
método “no qual o que é considerado como sendo verdade é justamente definido
pelo mérito”.Os principais argumentos da meritocracia são: a) é que ela
proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as
distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou “posição social”,
entre outros fatores biológicos ou culturais, nem mesmo em termos de
“discriminação positiva”. Portanto, b) a meritocracia através da “competição
entre os indivíduos”, no sentido hobbesiano, estimula assim, o aumento da
produtividade e eficiência. Governos e organismos meritocráticos aparentemente
enfatizam “talento, educação formal e competência”, em lugar de diferenças
existentes, tais como estratificação social, classe social, relações de
parentesco, etnia, ou sexo.
Desnecessário dizer que a ideia de
formação, treinamento e educação na ocupação dos cargos nas estruturas
burocráticas como a da formação do “homem culto”, educação para a vida, está
amplamente desenvolvida no ensaio “Os Letrados Chineses” (1982). Nesse ensaio
contido na obra póstuma organizada por Hans Gerth& Charles Wrigth Mills,
intitulada Ensaios de Sociologia
(1982), Max Weber apresenta-nos como a China organizou uma estrutura de
formação e educação dos ocupantes de cargos em sua burocracia. Uma das
singularidades dessa formação está em seu caráter laico e literário. A relação
da educação com a burocracia chinesa e o conjunto da sociedade aparece já no
primeiro parágrafo, assim descrito pelo giantMax
Weber:
“Durante doze séculos, a posição social na China foi determinada mais
pelas qualificações para a ocupação de cargos do que pela riqueza. Essa
qualificação, por sua vez, era determinada pela educação, e especialmente pelos
exames. A China fizera da educação literária a medida do prestigio social de
modo o mais exclusivo, muito mais do que na Europa durante o período dos
humanistas, ou na Alemanha” (Weber, 1982: 471).
Essa
educação dos letrados, funcionários, dava-lhes “prestígio e carisma”, não
porque possuíssem qualidades ditas “sobrenaturais”, mas por dominar os
conhecimentos da escrita e da literatura, legitimados pelos exames que
comprovavam se a mente do candidato estava embebida de literatura e se ele
possuía ou não os “modos de pensar” (verstehen)
adequados a um homem culto e resultante do conhecimento da literatura. Weber
propunha a unificação das ciências humanas integrando a “verstehen” (compreensão)
e a “erklären” (explicação) em uma visão unitária de ciência. Em 1913, Weber
publicou um escrito intitulado “Sobre Algumas Categorias da Sociologia
Compreensiva” (cf. Silveira, 2006), salvo engano, primeiro esboço de seu método
sociológico. Ele continuou a trabalhar sua concepção de sociologia durante os
próximos anos em escrito encomendado para uma ampla coleção de textos
econômicos e que, por esta razão, recebeu o nome de “Economia y Sociedad” (cf.
Weber, 1992), mas que não trataremos agora.
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que é economista, e, recentemente,
defendeu sua tese de doutorado no Instituto de Economia da Unicamp,em 2012
tornou-se Ministro da Educação, devido à saída de Fernando Haddad para concorrer
à Prefeitura de São Paulo. Reiterou nestes diasa importância do programa Mais Médicos, a) que tem como pontos
mais polêmicos a “importação” de médicos estrangeiros e b)
o acréscimo de mais dois anos ao curso, no qual os estudantes de Medicina
deverão atuar no Sistema Único de Saúde
(SUS). Em entrevista coletiva, o ministro rebateu as críticas de que o programa
estaria forçando o trabalho dos formandos em hospitais públicos.- “Chamo a
atenção para vocês, a pergunta que eu deixo: por que é que no Fies
(Financiamento Estudantil), que tem 24 mil estudantes de Medicina hoje, eles
vão ficar 8 anos trabalhando no SUS pra pagar e ninguém criticou? Querem a
resposta? Porque são estudantes de medicina pobres, ninguém criticou. Ninguém
questionou”, disse o ministro.Indagado se ele avaliava que estudantes de
Medicina ricos teriam preconceito com o sistema de saúde pública, Mercadante
não apresentou uma resposta assertiva. - “Espero que não, acho que vão ter uma
grande experiência de vida trabalhando no SUS. É um sistema generoso,
solidário, poucos países do mundo têm um sistema de saúde tão amplo”. - “O que
estamos fazendo agora é dois anos para aprimorar a formação, para ter o médico
mais completo, como outros países do mundo já fazem. Estamos trazendo uma
experiência que já existe, por isso estamos confiantes que vamos aprofundar
essa discussão”, argumentou Mercadante.Mais cedo, Mercadante e o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, reuniram-se com reitores de universidades federais e
diretores de faculdades e coordenadores de cursos de Medicina. O governo
constituiu uma comissão para avaliar a proposta que o Executivo enviou ao
Congresso Nacional com as medidas para suprir a carência de profissionais.
Depois
da repercussão negativa, o governo vai ouvir as universidades federais
eprometeu ajustes no programa Mais
Médicos. O projeto mal chegou ao Congresso e já recebeu mais de 500
propostas de alteração. São mudanças que desfiguram o programa original. As
principais mudanças de deputados e senadores são para acabar com a proposta do
governo que aumenta de seis para oito anos o curso de medicina, com dois anos
de trabalho nos hospitais públicos.A portas fechadas, os ministros da Educação
e da Saúde conversaram com representantes de universidades federais que
reclamaram de não terem sido ouvidos sobre as mudança no curso de medicina. Uma
das preocupações é quanto à estrutura das unidades de saúde onde vão trabalhar
os alunos e das universidades que terão que supervisioná-los. - “É sabido que
no país, de um modo geral, não é uniforme. Há situações com maior carência e
regiõescom menor carência. Há uma preocupação sobre a estrutura disponível para
essa formação”, diz Paulo Marco de Faria e Silva, reitor da UNIFAL-MG.
Pela
proposta do governo, a partir de 2015, os dois últimos anos serão de serviço
obrigatório no SUS. Com isso, o curso passa de seis para oito anos. Só assim
será possível conseguir o registro profissional.Diante das reclamações, o
governo incluiu representantes das universidades federais na discussão. Mas, o
grupo criado quer ouvir o meio acadêmico e saber do governo quando serão dadas
condições para a implantação da mudança do curso.O governo diz que vai garantir
infraestrutura. - “Nós temos sete anos ainda para implantar no caso dos
estágios, porque o primeiro estudante que vai entrar nesse programa é em 2021”,
diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Tudo ainda precisa ser aprovado
pelo Congresso, e os parlamentares já apresentaram 567 propostas de mudanças para
a medida provisória que prevê a nova grade de medicina e a contratação de
médicos para o interior do país. -“Palavra final quem tem é o Congresso
Nacional. Vamos lutar por essa concepção, acho que o povo precisa de mais
médicos, precisamos melhorar a formação dos médicos. Um médico humanista, que
seja especialista no ser humano e estamos trabalhando intensamente por isso”,
declara Mercadante.A comissão com representantes das universidades federais
criada agora pelo governo vai discutir também medida já anunciada de contratar
médicos estrangeiros em regiões onde faltam profissionais.
Os
médicos protestam contra o Programa Mais
Médico, lançado na semana passada pelo governo federal, e contra os vetos
da presidente Dilma Rousseff a artigos do “Ato Médico” - entre eles, “o que dá
exclusividade à classe médica a formulação de um diagnóstico e prescrição de
tratamento”. Eles pedem ainda a obrigatoriedade da aplicação do Revalida para
médicos formados no exterior, que vierem trabalhar no Brasil. Segundo a Agência
Brasil, entre as medidas do Programa
Mais Médicos criticadas pelos manifestantes está a criação do segundo ciclo
do curso de medicina. Os alunos que entrarem no curso a partir de 2015 terão
que atuar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma.
Outra ação prevista no programa é a contratação de médicos estrangeiros para
trabalhar na rede pública nas periferias das cidades e no interior do país.
Ainda
de acordo com informações da Agência Brasil, o presidente do Cremesp, Renato
Azevedo Júnior, criticou o programa e disse que o problema do SUS é a falta de
investimentos. “A falta de médicos é uma consequência do descaso do governo
federal. É preciso acabar com a corrupção na saúde”, disse, ao acrescentar que
os médicos não têm interesse na carreira pública devido à falta de condições de
trabalho oferecida nos hospitais.Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a
criação do segundo ciclo do curso de medicina vai ajudar os médicos formados no
Brasil a ter uma visão mais humanista e a não depender tanto de “máquinas e
equipamentos” para atender os pacientes. Segundo ele, os médicos estrangeiros
não vão tirar empregos dos brasileiros.
O
plenário do Senado aprovou o projeto de lei conhecido como “Ato Médico”, que
restringe aos médicos procedimentos como prescrição de medicamentos,
diagnóstico de doença e aplicação de anestesia geral. A proposta, que tramita
há 11 anos no Congresso, depende agora da sanção da presidente Dilma Rousseff
para que entre em vigor.Segundo o projeto de lei, atividades que devem ser
feitas exclusivamente por médicos incluem também cirurgias; indicação de
internação e alta; emissão de laudos de exames endoscópicos e de imagem;
qualquer procedimento diagnóstico invasivo; e exames anatomopatológicos, feitos
para o diagnóstico de doenças ou para estabelecer a evolução dos tumores.Por
outro lado, enfermeiros estão autorizados a aplicar injeções, coletar sangue e
fazer curativos. E, além disso, avaliações psicológicas, comportamentais ou
nutricionais podem ser realizadas por profissionais dessas áreas.
O
Conselho Federal de Medicina (CFM) se posicionou a favor da proposta. “É um
momento histórico para a medicina brasileira. Essa decisão representa o
reconhecimento da importância fundamental do médico no momento do diagnóstico e
da prescrição. Trata-se de uma regra que eliminará todas as dúvidas e
conflitos. Quem ganha, sobretudo, é a sociedade, que poderá exigir dos gestores
e empresas o acesso ao melhor tratamento e médicos qualificados que atendam em
sintonia com uma equipe multiprofissional”, disse, em nota, Roberto Luiz
d’Avila, presidente do CFM.Essa não é a posição do Conselho Federal de
Enfermagem (Cofen). Em nota divulgada antes da votação de terça-feira, o órgão
considerou que o projeto de lei representa “a clara intenção de reserva de
mercado e de garantia de espaço de poder sobre a atuação dos outros
profissionais de saúde” e reserva à enfermagem “a condição de subsidiária em
atividades manuais sob prescrição e supervisão médica”. Marcia Krempel,
representante do Cofen, afirmou que esse pensamento “não contempla os avanços
do conhecimento das outras profissões de saúde”.
Em
visita ao Congresso nesta terça-feira, 16/07/2013, o tucano José Serra
classificou de “destemperada” a proposta lançada pela presidente Dilma Rousseff
de elevar a oferta de profissionais de medicina no Sistema Único de Saúde
(SUS). Segundo o ex-ministro da Saúde, que disputou com Dilma as eleições
presidenciais de 2010, o programa Mais
Médicos lançado pelo Palácio do Planalto não ataca a raiz do problema, que
estaria em decisões do governo e não no número de profissionais existentes no
País. – “É um tiro no pé, é um tiro de canhão, não é um tiro de revólver”,
assinalou. – “Olhando em detalhes, eu vi que era mais destemperada ainda do que
parecia no primeiro momento, uma medida que só começaria a ter efeitos em 2022,
no sentido de aumentar a disponibilidade de médicos no País. Como se o problema
da saúde fosse isso”. Indagado sobre o
programa, Serra respondeu de pronto que achou "inacreditável" a
proposta. O [programa] Mais Médicos
estende em dois anos o período do curso de medicina, com serviço obrigatório no
SUS durante o biênio. Além disso, o governo pretende trazer profissionais de
fora do País para atender localidades onde não haja médicos, principalmente no
interior. Enviado na forma de Medida Provisória ao Congresso, o projeto deve
sofrer alterações antes de ser sancionado por Dilma.Segundo o ex-governador de
São Paulo, “o Brasil tem o número de médicos adequado”. Na avaliação de Serra,
que nesta terça reuniu-se com os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) para discutir temas nacionais, “o que tem de errado é a
distribuição dos médicos pelo País, inclusive, porque faltam equipamentos,
serviços de saúde”. O poder, que sempre existirá, pertencerá ou ao coletivo, em
uma democracia cara-a-cara e claramente institucionalizada, ou aos egos de
poucos oligarcas, como ainda ocorre nesse pobre país que tem reproduzido uma
“tirania das organizações sem estrutura”, como ocorre no caso da medicina no
Brasil.Bibliografia geral consultada:
Artigo: LEITE, Paulo
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“Contra médicos estrangeiros, 2 mil fazem manifestação em MG”. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/; Artigo:
“Ministro diz que críticas à vinda de médicos estrangeiros é elitista”. In: http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/; Artigo:
“Médicos protestam contra programa Mais
Médicos e vetos do Ato médico”. In: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/; Artigo:
“Senado aprova projeto de lei que define atividades que só podem ser feitas por
médicos”. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/; Artigo:
“Serra critica o programa Mais Médicos”.
Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/politica/; entre
outros.
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