segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sociologia Processual e Histórica de Norbert Elias


RESENHA
                                                                            
Indivíduo e Sociedade na Perspectiva da
Sociologia Processual e Histórica de Norbert Elias[1]


       POR : JESUS MARMANILLO PEREIRA


Mestrando em andamento em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhã (UFMA). Possui Bacharelado em História pela Universidade Federal do Maranhão (2007), Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão (2008), graduação em Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal do Maranhão (2008) e atualmente é mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão(2009). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociologia da Violência, Representações da Violência e do Espaço Urbano

 O Livro do sociólogo alemão Norbert Elias, Die Gesellschaft der Individuen ou Sociedade dos indivíduos, foi publicado pela primeira vez em 1987 em Frankfurt. Contudo, até hoje o texto é surpreendente, tanto pela forma como escreve quanto pela grande contribuição epistemológica para a Sociologia.
             A grande problemática do livro se desenvolve sobre a forma como os conceitos devem se trabalhados na construção de um esquema explicativo sobre o fenômeno da relação indivíduo- sociedade.
Nesse sentido o autor constitui um trabalho de reflexão sobre conceitos naturalizados numa visão binária (sociedade – indivíduo) fundamentada no principio do antagonismo. Norbert Elias problematizou o vazio conceitual localizado entre as noções de indivíduo e sociedade. Dessa forma, dialoga com vertentes sociológicas influenciadas pelas ciências naturais, cuja analises e interpretações fundamentam-se numa visão orgânica e sistemática de sociedade. Dialoga também com perspectivas que valorizam os indivíduos, enquanto condutores e elementos primordiais para a formação dessa mesma.
O autor expõe a antinomia existente entre essas duas concepções, demonstrando a esterilidade epistemológica que significa pensar a relação indivíduo- sociedade como pontos antagônicos e/ou auto-suficientes.
Para tanto, mais que pensar a sociedade como resultado de “heróis” e indivíduos que se destacam nas correntes literárias, na política e na História, ou pensar sociedade como organismo no qual os indivíduos estão inseridos para obedece uma lógica cuja finalidade é a satisfação individual, Norbert Elias analisa como se dá o processo de produção do indivíduo na sociedade, considerando assim as noções de indivíduo e sociedade como coexistentes e interdependentes.
Com uma forte utilização da História e de uma perspectiva relacional, Norbert Elias explica que os indivíduos constituem-se não apenas em relação a outros indivíduos, mas também em relação à sociedade. Em outras palavras o “eu” pressupõe a existência do “nos”, ou seja, há uma busca de distinção em relação ao grupo, o que caracteriza, entre outras coisas, uma explicação relacional – de que o “eu” adquire existência em relação ao outro.
Um exemplo da interdependência das duas noções para a compreensão da relação sociedade - indivíduo, pode ser pensada na própria liberdade de escolha individual, que não pode ter sua explicação apartada de questões relacionadas à forma como o indivíduo nasce e cresce em determinadas teias humanas, funções, educação e situação familiar. Nesse sentido, por mais que a psicologia busque explicações centradas unicamente no indivíduo, Norbert Elias demonstra que tal pensamento se apóia num princípio de auto-regulação, ou seja, do comportamento de indivíduos em relação a outras pessoas. Nas palavras do próprio autor “o indivíduo só pode ser entendido em termos de sua vida em comum com os outros. A estrutura e a configuração do controle comportamental de um indivíduo dependem da estrutura das relações entre os indivíduos (p.56)
Outra discussão interessante na obra corresponde à forma como essas noções de indivíduo e sociedade são naturalizadas e adquirem inquestionabilidade. Nesse ponto, Norbert Elias percebeu através da História, que algumas funções características do indivíduo foram passando, gradativamente, para a responsabilidade de determinadas instituições o que resultou em mudanças na forma de conceber a relação entre os indivíduos, ou seja, gerou uma espécie de especialização maior, acentuando assim o processo de individualização. Para Norbert Elias, essas mudanças contextuais contribuem para um tipo específico de percepção sobre a relação indivíduo- sociedade.
 O autor expõe que à compreensão e relação entre os termos, indivíduo e sociedade, depende de condições como, os contextos nos quais se inserem e os diferentes sentidos que podem adquirir de acordo com a situação. Bem como, os mitos e ideologias que lhes que podem dar sentido e sustentação às referidas noções. A idéia de sociedade pode ser interpretada também segundo sua função junto aos indivíduos, seja no combate dos medos e/ ou como forma de auto-percepção diante da vida.  Para Norbert Elias “algumas noções, por serem armas ideológicas de luta pelo poder, por vários partidos e estados, estão impregnadas de um conteúdo emotivo, difícil destrinçar seu núcleo concreto dos desejos e temores dos que estão engajados nos combates (p.74).
Uma forma de problematização dessa situação pode ser desenvolvida pela via Historiográfica, no sentido de ruptura com uma História substancializada, na qual as instituições são interpretadas, como planejadas e criadas segundo a vontade de determinados grupos, ou seja, como um resultado planejado, previsível e almejado.  Norbert Elias desenvolve assim, uma Sociologia Histórica que é apartada tanto da historia dos grandes heróis e importantes ícones quanto da História tradicional dos grandes Estado nacionais. Em outras palavras, utiliza o processo de individualização como espinha dorsal de sua análise.
Para tanto enfatiza a importância um sociologia processual, que significa adotar uma analise sociológica, não fundamentada em leis universais e estáticas aos moldes das Ciências Naturais e sim, tomando a sociedade como fenômeno dinâmico característico por mudanças ao longo do tempo e espaço.
Nessa perspectiva processual e Histórica, Norbert Elias analisa o processo de individualização, pelo qual são construídas as noções e percepções do “eu” e do “nos”. Para essa construção é importante considerar a Auto-percepção dos indivíduos e também, a percepção deles em relação aos outros (p.102) o que gera, entre outras coisas, condições de observação e desenvolvimento do habitus[2]importante elemento para compreensão da formação da autoconsciência.
No decorrer da obra, percebe-se que a idéia comum, ou principal, de Norbert Elias sustentasse numa crítica contra alguns clássicos da Sociologia, como Emilie Durkheim e Max Weber, cujas compreensões de sociedade, baseavam-se numa preponderância do coletivo (fato social) ou nos indivíduos (ação social). Contudo, aproxima-se dos mesmos quando considera que a sociedade não pode ser pensada enquanto soma de elementos, ou seja, ele apreende um trabalho de legitimação sociológica dos clássicos e consegue dar um “passo” adiante, construindo assim, argumentos sólidos que possibilitaram outra via de interpretação dos fenômenos sociais.  
 Vale ressaltar que, a “Sociedade dos indivíduos” não apenas problematiza esse vazio conceitual, situado entre essas duas noções, como também demonstra muito da perspectiva teórico-metodológica desse autor, ou seja, fornece-nos uma idéia própria de História, Indivíduo Sociedade, habitus, processo de individualização e como essas mesmas são operacionalizadas e articuladas em um esquema interpretativo e explicativo. Nesse sentido, a obra mantêm relação forte com outras obras do autor, como por exemplo, o processo civilizador, cuja idéia  principal compartilha de características existentes na noção de processo de individualização.
 Enfim, o livro Sociedade dos Indivíduos, constitui como uma importante obra para a desconstrução dos essencialismos que rondam essas noções tão naturalizadas e verbalizadas em varias discussões acadêmicas.  Expõe uma rica reflexão teórico-metodológica resultando na consolidação de uma perspectiva sociologia peculiar, alimentada por um forte viés processual, relacional e histórico, que lhe garante manter toda a obra “amarrada” na noção de processo de individualização - com a qual busca desvendar e romper com as dicotomias interpretativas, pautadas nos antagonismos – indivíduo e sociedade.
                       

REFERÊNCIA: ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994


[1] JESUS MARMANILLO PEREIRA
 DATA: 25/01/2010
[2] Essa noção de habitus pode ser entendida, de modo geral, como um tipo de automatismo gerado por um processo de encucação que desenvolve-se no entrelaçar de fatores individuais e coletivos.É importante para a  interpretação de padrões  e modelos  culturais desenvolvidos em grupos e instituições, que são  exigidos pelos indivíduos para a  constituição de um tipo de “quadro social”- passível de analises sociológicas.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Documentário: Língua-vidas em português + Este ano comemora-se o centenário de Aurélio Buarque de Holanda

Este ano comemora-se o centenário de Aurélio Buarque de Holanda



O professor Aurélio Buarque de Holanda era tão apaixonado pelas palavras que decidiu criar o seu próprio dicionário e o seu nome passou a ser conhecido por todos como o dicionário Aurélio.

Mas ele foi autor, filólogo, escritor, tradutor, crítico. O autor popularizou o acesso ao dicionário e inovou ao introduzir citações de outros autores ao lado da definição das palavras. Mas não deixou que o próprio nome fosse incluído na lista, como sinônimo de dicionário.

O Arquivo N presta uma homengem ao centenário de Aurélio Buarque de Holanda.

FONTE: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1266717-7823-ARQUIVO+N+DA+A+PALAVRA+A+AURELIO+BUARQUE+DE+HOLANDA,00.html




Documentário: Língua-vidas em português

Vi esse trecho e fiquei com muita vontade de ver todo.
Esse vai pra minha lista de coisas para baixar :P

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Segurança, Violência e Direitos


Houve um curso feito pela Fundação Demócrito Rocha, sobre Segurança, Violência e Direitos. Já algum tempo e queria por estes vídeos aqui. De certa forma homenagear alguns dos meus professores na graduação e da pós-graduação.

Observação:
O som está ruim, portanto é bom aumentar o volume do som.

Fascículo 05 - Estado, Segurança Pública e Homofobia. Autor: Geovani Jacó de Freitas



Fascículo 06 - Cultura, Violência e Subjetividade Autor: Leonardo Damasceno de Sá


Fascículo 07: Mídia e violência Autore: Ricardo Rigaud Salmito



Fascículo 08: Polícia, controle social e direitos humanos Autore: Glaucíria Mota Brasil




Fascículo 09: Cidadania e policiamento comunitário Autora: Rosemary Almeida



Fascículo 10: Crime e Segurança Privada Autores: Geovani de Oliveira Tavares e Luiz Fábio Silva Paiva



Fascículo 12: Juventude, Cultura e Violência Autores: Glória Diógenes


Fascículo 13: Violência contra mulheres - visibilidade e silêncio Autores: Irlys Barreira e Rosemary Almeida



Abração para Luis Fábio e Professor Geovani (Gil).

terça-feira, 25 de maio de 2010

CONFIRA NOVO BLOG CRIADO POR CIENTISTAS SOCIAIS DE PAÍSES LUSOFONOS.

PARA VER CLIQUE AQUI

Confira

"Playboy' irá criar uma edição para Angola e Moçambique

A conferir aqui.

domingo, 23 de maio de 2010

Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?





AUTOR: Prof. Ms. PEDRO MOURÃO
Uma vez me deparei com essa pergunta na Internet. “Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?”. Vi a seguinte resposta:

Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coerção social.Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade.

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Também podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas tais como: filosofia, economia, história já que o conhecimento humano, em sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o período em que o autor viveu.Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem usar seu pensamento como referência, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construída em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos.


Maximillian Carl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber e sua esposa a socióloga e historiadora de direito Marianne Schnitger.
A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação:A ação racional com relação a um objetivo / A ação racional com relação a um valor/ A ação afetiva / A ação tradicional


Achei a resposta  muito simplória para acreditar que era só isso que os diferenciavam.
Lembrei de quando eu era pequeno e via televisão o dia inteiro. Aquela caixa mágica era meu vínculo com a sociedade para além do meu lar.

Na escola nunca fui o mais popular, nem fui bom em esportes. Hoje dou boas gargalhadas lembrando que as moças só falavam comigo para pedir as respostas das questões de matemática ou para pedir uma caneta.



Aos poucos fui me tornando mais introspectivo e aquela caixa mágica foi se tornando uma referência para mim. Já adulto comprei um computador e isso significou muito para meu trabalho. Então, meio que troquei a TV pelo computador, vale lembrar que os livros nunca perderam sua função para mim. Minha mãe uma vez me pegou literalmente com o rosto na tela da TV, ela me perguntou o que eu via ali, eu respondi que via pontos vermelhos, azuis e verdes.
Esses pontos ficaram na minha memória. Como podem 3 cores conseguirem mostrar todo o mundo?

Entrei na Universidade e descobri Marx, Durkheim e Weber, Os 3 porquinhos.
Na minha mente de alguma forma eu associei as cores aos autores, Marx era vermelho, Durkheim era Azul, e Weber era verde.
 
Sempre vinculei o pensamento de Durkheim a busca da harmonia na sociedade, já Marx eu associava a transformação, a luta de classes, a busca pela ruptura de velhos paradigmas, e Weber para mim era alguém que buscava os sentidos e os rumos que a sociedade poderia ter.

Como três pensamentos distintos podem ter o poder de descrever o mundo?
Eu achava isso incrível e por vezes tentei destruir as “casas dos 3 porquinhos” usando o lobo mau da realidade. Mas sempre uma das “casas - teorias” deles ficava em pé.



Analogia que eu fazia com o conto dos três porquinhos, que cada um construiu uma casa de material diferente buscando resolver o mesmo problema, o lobo mau que para mim era a realidade, que destrói todo e qualquer idealismo ou pretensa visão de mundo que tente confinar a realidade. 
Mas aquelas cores?
Depois descobri que aqueles pontos eram pixels, e que cada um deles contém as três cores: azul, verde e vermelho e que combinando tonalidades dos três pontos é possível exibir pouco mais de 16.7 milhões de cores diferentes. Foi então que as coisas começaram a fazer mais sentido.
Da mesma forma que somente três cores tinham a capacidade de representar a realidade na tela da TV, os clássicos conseguiam representar de alguma forma uma teoria social que representaria a realidade social,  nem que fosse de maneira desbotada.

Entendi que a habilidade das três teorias clássicas consiste justamente na capacidade delas de serem distintas entre si, de interpretarem a realidade social de três pontos de vista diferentes. Assim como na história dos três porquinhos, duas das três casas poderiam cair, mas pelo menos uma ia ficar de pé e dar conta do recado, e pelo menos igualar força com a realidade cruel do lobo mau.  

sexta-feira, 21 de maio de 2010

E pela lei natural dos encontros......


Hoje as 15 horas da tarde, tive uma surpresa muito boa.
Jesus Marmarillo, um colega de óficio que eu não conhecia me adicionou no msn.
Então iniciamos uma conversa:

Jesus marmanillo diz:
beleza brother 
olhei seu blog,  por isso add

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
ok  :) vc gostou?

Jesus marmanillo diz:
tbm gosto de Sociologia, sim, iniciativa muito boa.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
obrigado, as coisas estão andando melhores do que eu esperava
é dificil fazer um blog que não tem mulheres nuas ter 10mil acessos em 9 meses..kkk

Jesus Marmanillo diz:
kak. Isso é verdade. se colocar uma mulher melancia ele explode de acessos hehehe. Mas gostei viu. É muito bacana ter espaços assim para  fazer contatos e  trocar idéias





 


Professor Pedro Jorge Mourão diz:
valeu, vc estuda ciências sociais?

Jesus Marmanillo diz:
sim sim, sou vizinho seu de Estado hehe
 sou da UFMA 






Professor Pedro Jorge Mourão diz:
ótimo, o encontro nacional foi ai.

Jesus Marmanillo diz:
sim, ano passado véio um professor dai pra cá. Professor Cesar Barreira, acho que é esse o nome.







Professor Pedro Jorge Mourão diz:
sim conheço. Ele é meu professor na pós-graduação na UFC

Jesus Marmanillo diz:
ai na banca de um colega veio a esposa dele.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Irlys Barreira

Jesus Marmanillo diz:
ele é pesado heim

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
kkk, sem dúvida.

Jesus Marmanillo diz:
o pessoal dai tem uma referência boa.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Ele estudou em Paris na mesma época que Bourdieu e Levi-Strauss estavam lá dando aula.




 



Jesus Marmanillo diz:
Então vc segue a mesma perspectiva analítica dele  ?

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
o homem é bom...mas também tem muita gente boa que está trabalhando por aqui

Jesus Marmanillo diz:
Aqui é tudo muito recente brother

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Mas não sigo ele, meu trabalho busca articular mais os saberes das ciências sociais como um todo. Eu quero quebrar um pouco com esse “sociologismo”.
E vc tá em que semestre Jesus?

Jesus Marmanillo diz:
o curso de graduação tem pouco mais de 20 anos e o mestrado ta na 7° turma agora

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
e vc Jesus?

Jesus Marmanillo diz:
Eu tô em casa só na dissertação mesmo.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
massa

Jesus Marmanillo diz:
sou Jesus mesmo hehehe

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
tbm estou na dissertação.
kkkkkk

Jesus Marmanillo diz:
massa. então vc sabe como é o aperreio né hehe

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
kkkkkkkkk nem me fale.
rapazzzzz
a coisa é osso, pesquisa de campo, leituras homéricas
e eu ainda estou dando aulas nas cidades do interior daqui em cursos de graduação, dai vc tira.


Jesus Marmanillo diz:
caramba

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
vida social zero

Jesus Marmanillo diz:
eu tô sofrendo muito, tentando aplicar o esquema do Bourdieu kk
minha orientadora é Bourdiesiana total

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
rapaz, te faço uma sugestão de leitura, eu tbm trabalho com o bourdieu, te um livro dele que ele explica direitinho o esquema dele.
O livro é "Coisas Ditas"






Jesus Marmanillo diz:
opa coisas ditas 

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
ele é confuso mesmo

Jesus Marmanillo diz:
tô naquela de  tentar fazer a historia social do problema, ai depois ver os agentes
e depois trajetória de vida.
rsrs
valeu pela dica ae brother.
 
Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Rapazzzzz
me diz qual é o tema da tua dissertação

Jesus Marmanillo diz:
é sobre a construção do movimento de reivindicação por moradia como causa legitima



 


Professor Pedro Jorge Mourão diz:
massa

Jesus Marmanillo diz:
hahaha

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Tema muito instigante e relevante

Jesus Marmanillo diz:
pois então, minha "missão" é tentar mostrar como as relações dos agentes  e o contexto historico favoreceram isso aqui em São Luís heheh

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Jesus se vc quiser pode mandar seu projeto para disponibilizar no blog


Jesus Marmanillo diz:
Pode ser.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
acho que é sempre bom a gente se integrar

Jesus Marmanillo diz:
Já pode auxiliar outras pessoas hehehe

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
principalmente novas pesquisas.

Jesus Marmanillo diz:
mas deixa eu dar uma corrigidinha nele, antes hehehe
ver alguns detalhezinhos de nada.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Tranqüilo.

Jesus Marmanillo diz:
kak, mas te mandarei sim.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
ótimo, eu posso postar nosso dialogo no blog?
Acho que isso é um encontro que deve ser publicizado
As pessoas precisam ver que não estão sós..Há outros como nós espalhados por ai trabalhando uma sociologia nova e eminentemente Nordestina.

Jesus Marmanillo diz:
Pode sim.
Tudo que favoreça o crescimento da sociologia local
está valendo.
 
Professor Pedro Jorge Mourão diz:
É isso ai

Jesus Marmanillo diz:
 o/

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Jesus, vc está em que semestre do mestrado?

Jesus Marmanillo diz:
Eu já terminei os créditos
Entrei no ano passado.
Agora estou correndo só na escrita mesmo.
Já fiz o estágio, tava participando do comitê editorial da revista nos 2 semestres passado.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Massa, ai é que o bicho pega..kkk

Jesus Marmanillo diz:
Fiz o trabalho de campo até mês passado
e agora é escrever e tentar apresentar algo

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
a temida qualificação kkk

Jesus Marmanillo diz:
Será em agosto,
e a sua qualificação será quando ou já foi ?

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Só em dezembro talvez.
eu entrei janeiro no mestrado

Jesus Marmanillo diz:
Também não está longe não rs rs

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
é kkkkk

Jesus Marmanillo diz:
Está pesquisa sobre o que, brother ?

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Estou pesquisando as trajetórias sócio históricas de 4 deputados estaduais do ceará






Jesus Marmanillo diz:
que massa 

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
é difícil

Jesus Marmanillo diz:
Hum, então creio que vc utilizará os quadros sinópticos do Bourdieu.
 
Professor Pedro Jorge Mourão diz:
é um campo hermético, acho que sim.
Mas estou "brigando" muito com Bourdieu ainda
não concordo com a perspectica reprodutivista dele.

Jesus Marmanillo diz:
as vezes causa um certo incômodo, por parecer algo determinista

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
exato
Jesus Marmanillo diz:
Quem está numa discussão com ele sobre isso é o Bernard Lahire.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Mas eu acho que o campo vai me dar boas respostas para isso.
Sim, Lahire é um dos autores que eu estou lendo agora, "retratos sociológicos".






Jesus Marmanillo diz:
esse mesmo kak. Fala sobre um determinismo disposicional.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
eu comprei faz pouco tempo mas já gostei das primeiras páginas que ele descreve o método.

Jesus Marmanillo diz:
a  ação determinada pela posição do agente heheh

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
sim, isso tem muito haver com o horizonte de possibilidades de cada agente social em determindo campo
Do Lahire eu gosto..kkkkkkkkkkkk

Jesus Marmanillo diz:
Eu já tentei jogar com o Norbert Elias e com o pessoal da Sociologia Histórica
pra tentar tirar um pouco essa peso sobre os agentes e relacioná-los com as conjunturas.



 


Professor Pedro Jorge Mourão diz:
somos dois então.

Jesus Marmanillo diz:
mas é muito díficil  para mim fazer isso.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Concordo contigo
Eu tô desconfiando que quem pode dar uma resposta pra isso  é a própria realidade da pesquisa. Eu já encontrei vários agentes que quebram a lógica da herança e estou pensando em aprofundar isso na conclusão como estratégia social, ou em políticas de ação afirmativa.

Jesus Marmanillo diz:
hum, tem isso tbm brother, as vezes o esquema analítico pode ser um obstáculo mesmo e se eu te disser que já tive vontade de fazer uma etnografia.
Esquecer de todas as grandes teorias e relatar as impressões de campo heheh




Professor Pedro Jorge Mourão diz:
eu acredito, porque na etnografia podemos ter uma visão melhor do campo
e se for bem feita os detalhes não se perdem tanto.
Eu tô misturando etnografia com história de vida
a etnografia pra dar um panorama e a história de vida para dar o foco


Jesus Marmanillo diz:
massa. Isso ae o/

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Jesus, fico muito feliz que você tenha me adicionado aqui e que tenha gostado do blog. Vou mudar o nome do blog para Ciência Social Nordeste.
kkkkk

Jesus Marmanillo diz:
kak
massa
Tem umas 3 pós graduações de ciências sociais no Nordeste 
MA  PB e RN eu acho hehe

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Ceará e Bahia, Sergipe tem um em antropologia

Jesus Marmanillo diz:
Pensei que no Ceará  era de Sociologia.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
Sim, e Piauí tem um de antropologia e arqueologia, bem bacana

Jesus Marmanillo diz:
AL tem um de Sociologia tbm.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
e tem um de Políticas Públicas também na UECE

Jesus Marmanillo diz:
massa

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
A coisa tá andando.
Vou voltar aqui para meus estudos.
Qualquer coisa pode mandar material para esse email que eu ponho lá no blog.

Jesus Marmanillo diz:
Tá legal brother, também vou dando uma saidinha.
Foi um prazerzão teclar contigo.

Professor Pedro Jorge Mourão diz:
O prazer foi meu também. 








Obrigado Jesus Marmanillo, e um abraço a todos os outros colegas do Maranhão e do Nordeste.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

III Encontro da ULEPICC-Brasil União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura

De 20 a 22 de outubro, em São Cristóvão, nas dependências da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC-Br) realizará seu III Encontro.

  Sob o tema geral A formação da Economia Política da Comunicação e da Cultura no Brasil e na América Latina: conquistas e desafios, o encontro reunirá estudiosos e pesquisadores do Brasil e do exterior para discutir a formação e desafios deste campo disciplinar em nossa sociedade, bem como sua contribuição para a construção de um pensamento crítico no campo da Comunicação e da Cultura.

O evento será composto por 4 painéis temáticos e pelas sessões de apresentação de trabalhos, divididas em 5 GTs:

1) Políticas de Comunicação;
2) Indústrias Midiáticas;
3) Comunicação Pública, Popular ou Alternativa;
4) Políticas Culturais e Economia da Cultura
5) Teorias e Temas Emergentes.

Comitê Científico  Coordenadora: Anita Simis - UNESP Alexandre Almeida Barbalho - UECE Carlos Eduardo Franciscato - UFS Juliano Maurício de Carvalho - UNESP Lilian Monteiro França - UFS Marcelo Kischinhevsky - UERJ Marcos Dantas - PUC/RJ Maria Teresa Miceli Kerbauy - UNESP Messiluce Hansen - UFS Ruy Sardinha Lopes - USP Sonia Aguiar - UFS Verlane Aragão Santos - UFS


Chamada de Resumos

Encontram-se abertas as inscrições de trabalhos para o III Encontro da ULEPICC-Br. Os(as) interessados(as) terão até o dia 31 de maio de 2010, para enviar aos coordenadores dos GTs resumo do trabalho.
Será admitida a inscrição de apenas um (01) trabalho por autor(a) ou co-autor(a) em todo o Encontro, em um dos seguintes Grupos de Trabalho (GTs):

GT1 - Políticas de comunicação
Juliano Maurício de Carvalho – UNESP (coordenador) juliano@faac.unesp.br
Messiluce Hansen – UFS / SE (coordenadora) messiluce@gmail.com
Objetiva estudar as ações de agentes públicos e privados relativas ao processo de regulamentação da mídia em suas diversas fases. Envolve a definição do conjunto de normas, princípios, deliberações e práticas sociais relacionadas com a administração, organização e funcionamento do conjunto do sistema comunicacional.

GT2 - Comunicação pública, popular ou alternativa
Marcos Dantas –  PUC / RJ (coordenador) mdantas@inventhar.com.br
Sonia Aguiar – UFS / SE (coordenadora) saguiar.ufs@uol.com.br
Contempla investigações sobre a comunicação desenvolvida no âmbito dos movimentos sociais, etnoculturais, dos sindicatos e organizações populares em geral, bem como aquela ligada ao serviço público. Aborda todo tipo de comunicação movida por objetivos sociais e de promoção da cidadania, atuantes em oposição à acentuada mercantilização da mídia.

GT3 – Indústrias Midiáticas
Maria Teresa Miceli Kerbauy – UNESP / Araraquara (coordenadora) kerbauy@travelnet.com.br
Carlos Eduardo Franciscato – UFS / SE (coordenador) cfranciscato@uol.com.br
Enfoca a rede institucional dos produtos comunicacionais que ligam a criação, produção, circulação, organização e comercialização de conteúdos de natureza cultural, informativa e de entretenimento. Engloba os processos industriais que envolvem televisão, cinema, rádio, internet, publicidade, produção editorial, indústria fonográfica, design, artes e espetáculos.

GT4 – Políticas Culturais e Economia da Cultura
Alexandre Almeida Barbalho – UECE / CE (coordenador) alexandrebarbalho@hotmail.com
Verlane Aragão Santos – UFS / SE (coordenadora) velorca@bol.com.br
Abriga pesquisas que retratam o papel econômico e sociológico que o campo da cultura e das artes assume na sociedade contemporânea. De um lado, engloba discussões sobre a atuação do Estado, da participação da sociedade e do mercado nesta relação, bem como os mecanismos de financeirização da cultura e das artes. De outro, debate a industrialização e mercantilização da cultura e sua implicação na dinâmica atual do capitalismo.

GT5 – Teorias e Temas Emergentes
Marcelo Kischinhevsky – UERJ / RJ (coordenador) marcelokisch@gmail.com
Lilian Monteiro França – UFS / SE (coordenadora) lilianfranc@uol.com.br
Acolhe os trabalhos de fundamentação a partir da matriz teórica da Economia Política da Comunicação e da Cultura, suas distintas vertentes e perspectivas metodológicas bem como os estudos comparativos e relacionais entre a Economia Política da Comunicação e outras correntes teóricas da comunicação e de outras disciplinas.

NORMAS PARA ENCAMINHAMENTO DOS RESUMOS
Os resumos deverão ser submetidos em português, em formato MS-Word (.doc), com extensão entre 500 e 800 palavras. Deverão estar escritos em Times New Romam, corpo 12, entrelinhas 1,5. Os resumos deverão conter de três a cinco referências bibliográficas (corpo 10, entrelinhas simples). O corpo do resumo deverá ser precedido por um cabeçalho (corpo 10, entrelinhas simples) contendo os seguintes itens:
III Encontro ULEPICC-Br
Título do trabalho:
Identificação do GT:
Autor:
Instituição de origem:
Endereço eletrônico:
Palavras-chaves (3 a 5):

Valores das inscrições (até 31/05, para quem for apresentar trabalho):
Profissionais, professores e pesquisadores: R$ 100,00 (não sócios) R$ 80,00 (sócios)
Estudantes de pós-graduação: R$ 50,00 (não sócios) R$ 40,00 (sócios)
Estudantes de Graduação: R$ 30,00

Outras informações sobre o evento, incluindo a programação completa, estarão disponíveis no site do III Encontro da ULEPICC-Br. AGUARDEM!!!

domingo, 16 de maio de 2010

Artigo da REVISTA ESCOLA NOVA - Edições Especiais - Grandes Pensadores

Estou disponibilizando aqui um 4 artigos que sairam na Revista ESCOLA NOVA edição especial #22.
Durkheim, August Comte, Karl Marx, e Antonio Gramsci.
Alias, essa revista está práticamente esgotada aqui em Fortaleza, sorte minha que uma amiga jornalista viu e comprou uma para mim. Abração Vanessa = )


 Émile Durkheim



Auguste Comte
 

  
 
Antonio Gramsci
 
Karl Marx
Excelente matéria, parabéns para a Revista Escola Nova e para os seus colaboradores.

Quem estiver interessado em ler o restante dos artigos basta clicar aqui

http://antigo.revistaescola.abril.com.br/ed_anteriores_especiais/Esp_022.shtml
ou
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/022.shtml

Um susto



Assombroso, hoje notei que chegamos a marca de 10.000 visitas após 9 meses de fundação.
De fato assombroso.
Criei este blog em um fim de semana, com a intenção de treinar meu parco conhecimento sobre as ciências sociais.

Não posso dizer muito, só posso agradecer a todos que participaram desta trajetória.
Me sinto muito honrado em ter feito este diálogo com todos, através de emails do chat aqui ao lado e dos comentários.

Agora só posso dizer um obrigado a todos e que venham mais 10 MIL visitas e que venham mais 10 MIL vezes artigos, videos, entrevistas, projetos e COLABORADORES.

Vou deixar uma prêvia aqui. Estou entrevistando alguns dos expoentes em ciências sociais aqui do Ceará e em breve deixarei aqui essas entrevistas, os nomes dos entrevistados, contudo eu não posso revelar ainda....Outra boa notícia é que assumi uma disciplina na Universidade Aberta do Brasil como Professor/Tutor. Agora terei mais motivos para trabalhar ainda mais no blog, trazendo para cá mais matérias.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Chimamanda Adichie: O Perigo da história Única

Recebi mais um ótimo email da Professora Isabelle Braz Peixoto da Silva da UFC.

Como Nossas Vidas, as nossas culturas são compostas pela sobreposição de muitas Histórias. A romancista Chimamanda Adichie conta a história de como descobriu a sua "voz cultural" - e adverte que se ouvirmos apenas as histórias sobre outras pessoas ou país, arriscamos ter um desentendimento crítico de nos mesmos.

Chimamanda Adichie: O Perigo da história Única



 

Sobre Chimamanda Ngozi Adichie

Inspirada pela História da Nigéria e nas tragédias esquecidas pelas gerações ocidentais recentes, os romances de Ngozi Adichie Chimamanda são as jóias da coroa da literatura da diáspora. bio completa e mais links


Para quem gostou fica a dica, tem muito outras coisas no site...
Fonte:http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

terça-feira, 11 de maio de 2010

I Ciclo de Debates em Ciências Politicas da UECE

I Ciclo de Debates em Ciências Politicas da UECE

18 de maio – O Novo Modelo de Desenvolvimento do Continente Africano

Palestrante:Professor Dr. Bosco Monte
Horário: 14 h

Debatedores: Prof. Josênio Parente(UECE), Prof. Filomeno(UECE) e Prof. Hermano Machado(UECE)


25 de maio - Politicas públicas e Inclusão Social: O empreendedor Individual.
Palestrante: Salmito Filho(Câmara dos Vereadores)
Horário: 9:30 h

Debatedores: Prof. Josênio Parente(UECE), Prof. Filomeno(UECE) e Prof. Hermano Machado(UECE)
15 de junho- Cultura Politica em transição: A Crise do Senado Federal

Palestrante: Professor Dr. Josênio Parente (UECE)
Horário:Horário: 14 h

22 de junho - O novo cenário mundial pós-crise.

Palestrante: Guilherme Cavalcante (UECE)
Horário: 14 h

20 de julho - A experiência no Brasil da democracia recente. 

Palestrante: Filomeno de Moraes.
Horário: 14 h

27 de julho - Eleições e Mídia no Ceará. 

Palestrante: Horácio Frota (UECE)
Horário: 14 h


24 de agosto - Juventude, Conflito e Políticas Públicas. 

Palestrante: Rosemary Almeida (UECE)
Horário: 14 h

31 de agosto-  Globalização e as Ciências Sociais em Boaventura de Sousa Santos. 

Palestrante: Alba Pinho (UFC)
Horário: 14 h



Local: Auditório do centro de Humanidades da UECE

Avenida Luciano Carneiro, 345 - Fátima - Fortaleza - Ceará


Evento com direito a certificado de extensão.


Inscrições pelo e-mail: democraciaeglobalizacao@gmail.com 
(Nome, Curso, Instituição, telefone e email).

 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Napëpë na ordem do dia‏

Pessoal hoje recebi um email que dá continuidade ao assunto sobre o sangue indigenamostrado no Documentário "Napëpë"..
Segue abaixo o email como recebi.


ANDREA MURTA
da Folha, em Washington
Uma proposta de acordo enviada pelo governo brasileiro em março a cinco centros de pesquisa americanos está prestes a resolver uma polêmica mundial que começou há mais de quarenta anos entre geneticistas e antropólogos estrangeiros e índios ianomâmis.
A disputa tem origem em 1967, quando equipes lideradas pelo geneticista James Neel e pelo antropólogo Napoleon Chagnon recolheram milhares de amostras de sangue ianomâmi no Brasil e na Venezuela.
No ano 2000, o jornalista norte-americano Patrick Tierney os acusou em seu livro "Trevas no Eldorado" de, entre outras coisas, "comprar" o sangue com armas e presentes e conduzir pesquisas sem obter consentimento dos índios. Neel morreu naquele ano sem ter sido investigado. Chagnon foi inocentado pela Associação Americana Antropologia.
Além de levantar uma das maiores controvérsias éticas e científicas da antropologia ao redor do mundo, o livro horrorizou os ianomâmis ao apontar para a manutenção até hoje de sangue congelado de seus pais e avós em centros de pesquisa.
Lideranças ianomâmis tentam há anos reaver as amostras para finalizar rituais mortuários, mas os centros inicialmente resistiram a devolvê-las, não só por sua utilidade em pesquisas, como por temores de problemas na Justiça.
Sob pressão dos índios, o Ministério Público Federal de Roraima deu início em 2005 a um procedimento administrativo para recuperar as amostras.
Foram enviadas cartas a diversas instituições nos EUA, das quais cinco confirmaram ter material biológico ianomâmi em seu poder: Universidade do Estado da Pensilvânia (a Penn State), Instituto Nacional do Câncer, Universidade Binghamton, Universidade do Estado de Ohio e Universidade da Califórnia em Irvine.
Após anos de consultas, foi feita em março uma proposta de "Acordo de Transferência de Material" para a devolução das amostras ao Brasil. As universidades, cansadas da polêmica, indicaram disposição em ceder.
Desativação
A proposta prevê que os institutos seriam responsáveis por enviar o material a Washington, onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recolheria as amostras e as levaria ao Brasil. Todo o processo seria acompanhado por representante do Ministério Público, que depois atestaria o destino final do material conforme indicação dos índios.
O acordo indica que seria feita desativação microbiológica do material antes da devolução. Há preocupações com a destinação das amostras pelos índios e com uma possível contaminação -os ianomâmis têm o costume de queimar os restos de parentes e comer as cinzas.
Ainda estão sendo negociadas questões jurídicas e de manuseio. Algumas universidades procuraram a Embaixada do Brasil em Washington para pedir pequenos ajustes: o Instituto Nacional do Câncer, por exemplo, tem dúvidas sobre o processo de esterilização.
Ainda assim, segundo Alexandre Vidal Porto, ministro-conselheiro da embaixada brasileira, "a expectativa é que a questão seja resolvida no menor espaço de tempo possível e que as amostras de sangue sejam devolvidas aos índios ianomâmis o quanto antes".
Contatadas pela Folha, três das cinco universidades se disseram ansiosas pela resolução da controvérsia e confirmaram a intenção de devolver as amostras rapidamente.
A Universidade do Estado de Ohio e a Universidade da Califórnia em Irvine, aparentemente a mais reticente quanto ao acordo, não haviam respondido aos pedidos de informação da reportagem até o fechamento desta edição.
O professor Kenneth Weiss, do departamento de antropologia da Universidade Penn State, disse que não há mais controvérsia sobre a devolução e que a questão é apenas legal.
"O acordo está sendo avaliado por advogados da universidade; depois disso, quero garantir que não haverá riscos biológicos de contaminação."
Ele diz que não tem indicação de que as amostras seriam perigosas, mas que é possível que parasitas e bactérias tenham sobrevivido congelados através dos anos.
Perda científica
Weiss afirma que o uso das amostras em pesquisas da Penn State foi interrompido cerca de um ano após a publicação do livro de Tierney. Do ponto de vista científico, ele crê que a devolução é uma perda.
"Não há valor financeiro [nas amostras], mas muito valor para a compreensão de como populações viviam no passado. Se os ianomâmis concordassem, eu adoraria manter e usar as amostras", explica.

O Instituto Nacional do Câncer disse que "está ansioso para completar o acordo e devolver as amostras" para o Brasil.
Karen Pitt, assistente especial para recursos biológicos do instituto, confirmou que o sangue ianomâmi foi usado em alguns estudos, que resultaram na publicação de dois artigos. Mas disse que "o uso foi bloqueado assim que ficou claro que o governo brasileiro estava interessado em reaver as amostras, em 2005 ou 2006".
Gerald Sonnenfeld, vice-presidente de pesquisa da Universidade Binghamton, disse que seus cientistas aceitaram devolver as amostras há muitos anos. "Estivemos esperando que o governo brasileiro nos dissesse como proceder, e estamos satisfeitos por ver a questão sendo resolvida agora."